NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


REDE GLOBO


MAIS CAMINHOS - A força da mulher no meio militar

Em Pirassununga conhecemos a tenente Chayanne que nos contou um pouco da sua história

Francine Galdino | Publicada em 08/03/2025 15:30

Técnica contábil, jornalista, publicitária, relações públicas e hoje Tenente da Academia de Força Área, mas antes de tudo mulher! No Mais Caminhos do último sábado (8), especial em homenagem ao Dia da Mulher, conhecemos mais de perto a história da Chayanne, mulher forte que hoje assume papel importante em um meio masculino.

Nascida em São Gonçalo (SP), veio para Pirassununga (SP) após o casamento que já era militar. Foi então que ela se aproximou mais da Academia de Força Área e teve o interesse em entrar na área. Mas esse trajeto não é fácil, ela revelou ao apresentador Pedro Leonardo um pouco do trabalho e como conseguiu conquistar seu espaço.

 Assista ao programa completo no Globoplay ou no vídeo.

RNTV - Mulheres que se destacam na Força Aérea Brasileira

Mulheres que se destacam na Força Aérea Brasileira

Publicada em 08/03/2025 12:49

DFTV 1º EDIÇÃO - Mulheres militares compartilham suas vivências

Vencendo paradigmas e ocupando lugares de destaque, militares das Forças Armadas são exemplos de perseverança

Da Redação | Publicada em 08/03/2025 12:31

PORTAL UOL


`Céu não é o limite`: Major Joyce é a 1ª mulher a comandar esquadrão da FAB


Alexandre Saconi | Publicada em 09/03/2025 05:30

Em janeiro de 2025, a major Joyce de Souza Conceição se tornou a primeira mulher a comandar uma unidade aérea na história da FAB (Força Aérea Brasileira).

Ela, que é formada na primeira turma de aviadoras da Aeronáutica (2003-2006), acumula diversas marcas na carreira.

Entre elas, destacam-se:

    - Formada na 1ª turma de aviadoras da FAB
    - Primeira mulher a pilotar o avião C-130 Hercules
    - Primeira aviadora da FAB a pousar na Antártida
    - Primeira mulher a realizar um lançamento de carga na Antártida
    - Primeira aviadora a comandar uma unidade aérea da FAB, o Esquadrão Gordo, no Rio de Janeiro.

Família humilde em Manaus

A militar nasceu em Manaus (AM) e cresceu no bairro Compensa. Ali, estudou em escola pública até a 8ª série e já tinha em mente ter um futuro mais sólido do que a realidade que a cercava. "Sempre tive admiração pelas Forças Armadas, e cheguei a pensar em ingressar no colégio militar, no ensino médio, porém as vagas eram poucas e o ingresso bastante difícil para pessoas com poucos recursos para investir na preparação", diz Joyce.

Ela começou a cursar o ensino médio na Fundação Matias Machline, um projeto social na capital amazonense, após prestar uma prova de ingresso. "Pensei comigo mesma: 'É agora'. Essa é a minha chance de conseguir estudar num colégio melhor e ter a oportunidade de fazer uma faculdade, que é coisa que ninguém da minha família teve", afirma a major.

Foi em uma palestra sobre carreiras militares nesse colégio que ela viu seu horizonte se abrindo para o ingresso nas Forças Armadas. Mesmo sem pensar em ser piloto, Joyce sempre foi simpática à ideia de ser militar, mas não via chances de entrar nos tradicionais colégios do Exército, que ainda não aceitavam mulheres.

Ao final do evento, que era direcionado ao público masculino, conversou com o palestrante, que disse se lembrar de que, talvez, a Força Aérea já tivesse vagas femininas na AFA (Academia da Força Aérea), localizada em Pirassununga, no interior de São Paulo.

O ano era 2002, e ela foi a uma lan house pesquisar sobre o assunto e se inscreveu para uma prova para ingressar na carreira de intendência, para a qual não foi chamada. Nesse momento, viu que estavam abertas 20 vagas para a primeira turma de mulheres aviadoras da FAB e resolveu agarrar a oportunidade.

"Foi a primeira vez que eu realmente pensei em me tornar piloto. Pensei: 'É agora ou nunca' e 'Por que não aviação?'. Era a chance de seguir meu sonho, ingressar nas Forças Armadas e conseguir uma certa independência para a minha educação. Acho que esse foi o primeiro grande passo que eu dei. Com uma família humilde em Manaus, poderia ser que até eu mesma me bloqueasse, pensando que não faria sentido ter uma piloto de lá, 'do mato' [diz aos risos], mas abracei e deu certo", afirma a major Joyce, comandante do Esquadrão Gordo.

A major conclui: "A vida foi me levando. Eu queria ter uma boa profissão e queria melhorar a condição da minha família, e a aviação veio como uma consequência, um meio para eu atingir esse fim".

Primeira turma de aviadoras

Entre 2003 e 2006, a major Joyce esteve ao lado de outras mulheres que foram pioneiras da FAB: elas compuseram a primeira turma de mulheres que viriam a se tornar pilotas.

Ela lembra da pressão que havia sobre elas, justamente por serem as pioneiras. "Era como se houvesse um holofote em cima das aviadoras, e hoje temos a percepção de que existia uma preocupação grande se ia dar certo, ou se a FAB poderia ter dado um passo além do possível", diz a militar.

Ela lembra que toda uma infraestrutura se fez necessária para o recebimento de mais mulheres, como a construção de banheiros femininos nos esquadrões de voo, por exemplo. "Não podíamos errar. Essa atenção em nós não era muito bem-vista por alguns colegas, gerando até ciúmes. A gente sempre quis só ser mais uma [pessoa na carreira militar]. Até hoje, eu confesso que não me acostumo com toda a atenção", afirma Joyce.

Dessas pioneiras, 11 se formaram na AFA, dividindo-se entre os diferentes tipos de aviação presentes na Aeronáutica: caça, patrulha, asas rotativas (helicópteros), reconhecimento e transporte, sendo este último o escolhido pela major Joyce para seguir sua carreira.

Trajetória na FAB

Após sua formação inicial, ela foi para o Esquadrão Rumba, em Natal (RN), onde passou por uma especialização operacional de um ano. Na sequência, integrou o Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo, Esquadrão Cobra, em Manaus, sua terra Natal.

Em 2012, passou a fazer parte do Esquadrão Gordo, no Rio de Janeiro, o principal grupamento de transporte da FAB, onde ficou até 2022, quando passou a prestar assessoramento no gabinete do comandante da Aeronáutica, em Brasília.

Em 2024, ela se tornou a primeira mulher a ser escolhida para comandar uma unidade aérea na FAB, sendo designada para comandar o Esquadrão Gordo, unidade na qual havia dedicado 11 anos de sua vida operacional.

Entre as principais aeronaves que já operou estão:

T-25 Universal, C-97 Brasília, C-98 Caravan, C-130 Hercules.

Mesmo no comando da unidade, Joyce está fazendo o curso para voar o KC-390 Millennium, avião multimissão da FAB que está substituindo os antigos C-130 Hercules, que voaram por 59 anos no Brasil. Em 2024, conversamos com a capitã Jeciane, a primeira mulher a pilotar o KC-390 (veja mais aqui).

Missões humanitárias

Joyce diz ter escolhido a aviação de transporte pelo potencial humanitário desse segmento. Ela se lembra de diversos momentos em que pôde contribuir com a sociedade estando a bordo de aviões da FAB.

Um deles foi a crise de falta de oxigênio ocorrida em Manaus no começo de 2021, em plena pandemia de covid-19. A operação marcou Joyce por alguns motivos, entre eles, por ter ocorrido quando ela havia acabado de assumir a chefia de operações do esquadrão.

Outro motivo foi o trabalho ininterrupto, onde o descanso era o mínimo possível de acordo com a legislação. "Foram centenas de litros de oxigênio sendo transportados incessantemente, inclusive de madrugada, para salvar vidas", diz a major, que ainda lembra que, enquanto as equipes se alternavam, os aviões não paravam a operação em nenhum momento.

Esse tipo de missão também é extremamente arriscado. O transporte de oxigênio líquido impõe uma operação mais cuidadosa, pois, em caso de vazamento, se o produto químico entrar em contato com graxas ou óleos, por exemplo, ele entra em combustão, podendo causar um grave acidente. "No início, eu não conseguia voar, até por ser parte da gerência e ter gente que tinha de ficar organizando a operação. Quando tudo já estava andando, eu consegui realizar várias saídas atendendo a essa emergência. É aí que a gente percebe a importância do nosso trabalho para o país e para a sociedade", afirma a major Joyce.

Na Antártida, a major também lançou cargas para os brasileiros que estavam na Estação Antártica Comandante Ferraz. Entre elas, as vacinas de covid para imunização dos pesquisadores ali presentes. "Sempre que é demandado, nós estamos prontos para atender. Esse é o maior orgulho que eu tenho da unidade da qual eu sou responsável, e, às vezes, cai a ficha de que hoje estou em um local onde, lá atrás, eu olhava pra cima e via como algo muito distante", diz a major Joyce.

Vítimas do voo da Chapecoense

Outra missão de destaque que a militar se lembra de ter cumprido em sua trajetória foi a busca das urnas funerárias das vítimas do acidente com o voo dos jogadores da Associação Chapecoense de Futebol, em 2016. À época, foi preciso fazer um trajeto entre Medellín (Colômbia) e Manaus para, apenas após reabastecimento, seguirem para Chapecó (SC), onde foi realizado o velório coletivo.

Foram três aeronaves e 60 militares envolvidos na operação. Em Manaus, os caixões foram alocados em dois C-130 Hercules para conseguirem desembarcar em Santa Catarina. Foi um voo realizado em silêncio, lembra Joyce.

"São momentos que você vê que você está ali fazendo uma coisa que pouca gente faz, mas que tem que ser feito. Você está lá para isso, para atender uma emergência, para levar um conforto para uma família", diz a militar.

Às vezes, as pessoas perguntam: 'Para que servem as Forças Armadas?'. Eu fico muito tranquila de falar que nós, quando somos demandados, damos 100% de nós. Quando todos estão fugindo do cenário, somos nós que estamos chegando para tentar levar um alento, um conforto para uma família, melhorar uma situação de calamidade. Tenho certeza que foi algo que quem trabalhou na Operação Taquari [de apoio às vítimas das enchentes no RS em 2024] sentiu, de que você está fazendo a diferença, que você está sendo empregado para o que você se propôs, para aquilo que você se prepara o ano inteiro
Major Joyce

Realização profissional

Hoje, a major Joyce diz estar em uma posição privilegiada dentro da carreira. "Todo oficial aviador sonha em ser comandante de alguma unidade aérea. Esse é, realmente, o ápice da carreira do oficial, momento no qual você é, de alguma forma, reconhecido pelas suas competências, pelo seu histórico operacional e pelas suas capacidades de liderança. Sinceramente, onde eu estou hoje, se a minha carreira acabasse agora, eu estaria completamente realizada, porque estou onde eu queria estar. Foi para estar onde eu estou hoje que eu me dediquei e fui impulsionada a carreira toda", diz a oficial.

Mas esse é o primeiro comando da trajetória, e ainda há outros na carreira a serem seguidos. "Operacionalmente, eu atingi o meu ápice, e estou 100% realizada. Daqui para a frente, é, realmente, colher os frutos para a Força Aérea, de alguma forma, retribuir à FAB e à sociedade, de outras formas, gerenciando outras pessoas em outros ambientes e exercitando a capacidade de liderança que eu acho que a mulher tem e que a Aeronáutica valoriza muito", afirma a major.

Mensagem para as futuras aviadoras

Às meninas que querem ingressar na carreira de aviadora, a major Joyce defende que invistam na competência técnica, disciplina e na capacidade de liderança. Esses são fatores determinantes para o sucesso na carreira, afirma.

"Espero, realmente, que essa minha conquista consiga inspirar outras mulheres a chegarem lá com preparo e determinação. E a gente é determinada... Quando a mulher quer, se dedica realmente a uma coisa. É difícil você demovê-la de uma ideia. Quando você realmente está focada no objetivo, você consegue alcançar posições de destaque, independentemente da profissão que escolha. No meu caso, é a aviação, mas em qualquer lugar", diz Joyce.

A major ainda lembra que é comum as mulheres serem condicionadas desde pequenas a acreditar que há atividades de predominância masculina, como as das áreas de ciência, física, matemática, astronomia e, também, a aviação, que entra nesse pacote.

"A gente é condicionada desde criança a achar que isso é coisa de menino, não de menina. Mas não é. É preciso ter foco e dedicação. Eu espero que esse pioneirismo que eu estou traçando abra portas e que, um dia, a presença feminina na aviação não seja algo extraordinário. Minha missão vai estar cumprida se, daqui a 30, 40 anos, ninguém mais ligar para esse assunto, porque vai ser comum, porque as mulheres, com seus méritos e traçando suas trajetórias, conseguirão alcançar as posições de destaque. Quanto mais natural isso for, melhor", diz Joyce.

A gente tem de sonhar alto. Nossa trajetória tem de ser baseada em mérito, dedicação, preparo, comprometimento e, com todas essas coisas e muito trabalho, o céu não é o limite. E, para mim, foi só o começo. Major Joyce, primeira mulher a comandar uma unidade da FAB

PORTAL AEROIN


Em meio à noite, helicóptero H-60L Black Hawk realiza evacuação aeromédica de indígena Yanomami


Juliano Gianotto | Publicada em 08/03/2025 10:46

Como parte da Operação Catrimani II, as Forças Armadas realizaram, na noite de 26 de fevereiro, mais um esforço coordenado a partir de Boa Vista (RR), com a evacuação aeromédica na região de Surucucu, área do 4º Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF) do Exército Brasileiro, localizado na Terra Indígena Yanomami (TIY).

Após o acionamento da Casa de Governo, o Comando Conjunto da Operação enviou o helicóptero H-60L Black Hawk, da Força Aérea Brasileira, para prestar apoio logístico e resgatar um indígena ferido, que recebeu os primeiros socorros na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) de Surucucu.

Com o apoio das Forças Armadas e da equipe de remoção do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), o paciente foi transportado até a Base Aérea de Boa Vista, a 330 km de Surucucu. Na chegada, o indígena foi encaminhado ao Hospital Geral de Roraima pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

A ação empregou o método de Evacuação Aeromédica (EVAM) conhecido como Casualty Evacuation (CASEVAC), que envolve a remoção inicial do enfermo do local da ocorrência para um ponto onde possa receber cuidados médicos iniciais. Na aeronave, foi utilizado o equipamento de visão noturna, um dispositivo que permite voos mesmo em condições de escuridão total.

Comando Conjunto Catrimani II

A “Catrimani II” é definida como uma ação de emprego temporário e episódico de meios das Forças Armadas, em apoio às ações governamentais na TIY. Sua renovação cumpre a Portaria GM-MD Nº 5.831, de 20 de dezembro de 2024, que alterou a Portaria nº 1.511, de 26 de março de 2024 (publicação que deu início à missão).

 

 

 

Mais uma cidade entra na agenda oficial de março das demonstrações da Esquadrilha da Fumaça


Murilo Basseto | Publicada em 08/03/2025

O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), da Força Aérea Brasileira (FAB), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, já tem a 8ª cidade do ano confirmada em sua agenda de demonstrações para o mês de março. Após as duas primeiras apresentações já terem sido feitas em Uberaba (MG) e Tietê (SP), e outras 5 estarem agendadas em localidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a nova cidade incluída fica no interior paulista.

Trata-se de Monte Mor, que fica próxima de Campinas. O Esquadrão levará as 7 aeronaves Embraer A-29 Super Tucano para lá no dia 22 de março, um sábado, com demonstração agendada para começar às 15h00. O local de referência para quem for assistir às acrobacias será o Mirante do Por do Sol, no Bairro Central Park, em frente à caixa d’água da Sabesp.

Confira os detalhes das 6 demonstrações já divulgadas pela Esquadrilha para o mês de março em sua agenda oficial até a data da publicação desta matéria:

– Paraguaçu Paulista (SP) – 12/03, às 16h15 – Centro de Convergência Turística, Portaria Público, Jd. Panambi.

– Resende (RJ) – 15/03, às 16h00 – Aeroclube de Resende, Estrada Aeroporto.

– Ouro Fino (MG) – 16/03, às 16h00 – Arena de Ouro, R. Angelina Rezende De Almeida, 140, Jd. Patricia.

– Paraisópolis (MG) – 19/03, às 11h00 – Estádio Municipal São José, R. Silviano Brandão.

– Monte Mor (SP) – 22/03, às 15h00 – Mirante do Por do Sol, Bairro Central Park, em frente à caixa d’água da Sabesp.

– Orlândia (SP) – 29/03, às 16h00 – Orlândia Rodeo Fest, cruzamento da Rua 26 com a Avenida S.

O Esquadrão de Demonstração Aérea se apresenta conforme convites feitos pelas cidades e eventos. Para solicitar uma demonstração, é necessária a solicitação formal com a antecedência mínima de quatro meses ao Gabinete do Comandante da Aeronáutica – GABAER. Todos os custos de material, logística e pessoal são cobertos pelo Comando da Aeronáutica. Para mais detalhes sobre como realizar o convite, acesse fumaca.org. A agenda do EDA é dinâmica, podendo sofrer alterações de data e horário, bem como cancelamentos e inclusões de cidades. Acompanhe a rotina da Fumaça e as atualizações nas redes sociais Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), Youtube e Flickr.

MINISTÉRIO DA DEFESA


No Dia Internacional da Mulher, “Por Dentro da Defesa” destaca o Serviço Militar Feminino Voluntário


Da Redação | Publicada em 08/03/2025 10:32

Três mulheres e uma missão em comum: servir à Pátria. No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Ministério da Defesa lança uma edição especial do "Por Dentro da Defesa", agora em formato de podcast.

No décimo episódio do programa foram convidadas a Comandante de Mar e Guerra (T) Eliane Rocha, da Marinha do Brasil; a 2ª Tenente Marcelly Alencar, do Exército Brasileiro; e a 1ª Tenente Gilliane Rodrigues, da Força Aérea Brasileira, que compartilharam suas experiências na carreira militar e responderam as dúvidas sobre o Serviço Militar Feminino Voluntário, uma iniciativa pioneira nas Forças Armadas do Brasil.

Durante o bate-papo, temas como oportunidade de trabalho, progressão na carreira e promoção à equidade foram alguns dos destaques apresentados pelas oficiais. A Comandante Eliane disse que o Serviço Militar Feminino permite que as jovens conquistem o primeiro emprego e se identifiquem com a carreira.

“Essa iniciativa possibilita que essas jovens conheçam as Forças Armadas e se perguntem: este é o meu lugar? É o que eu quero para a minha vida? As Forças são uma escola de vida e de profissionalismo.”, explicou.

A Tenente Marcelly ressaltou que o alistamento pode proporcionar crescimento profissional em diversas áreas de atuação. “Nas Forças, elas terão a oportunidade de vivenciar atividades nas áreas da saúde, administração, contabilidade e informática. Com as experiências poderão saber qual profissão querem seguir.”, destacou a militar.

Já a Tenente Gilliane reforçou que as Forças Armadas e o Ministério da Defesa estão empenhados e acompanhando os avanços nas adequações das instalações militares que receberão as jovens. “Nós temos visitas técnicas programadas durante o ano, onde vamos às cidades que recebem o serviço militar obrigatório, e agora que vão recebê-las. Recentemente, fomos a Manaus e constatamos que as instalações das três Forças estão em condições de receber as meninas que serão incorporadas.”, afirmou.

Inicialmente, o Serviço Militar Feminino são ofertadas 1.465 vagas, sendo 155 para a Marinha, 1.010 para o Exército e 300 para a Aeronáutica. As oportunidades estão distribuídas em 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. Até o momento, cerca de 25,4 mil mulheres efetuaram as inscrições, que seguem até 30 de junho, no site do Exército ou na Junta Militar da região.  

REVISTA FORÇA AÉREA


8 de março – Dia Internacional da Mulher


Da Redação | Publicada em 08/03/2025

8 de março — Dia Internacional da Mulher. A Força Aérea Brasileira lançou um vídeo para homenagear o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mostrando a força, o talento e a competência das mulheres na FAB. É uma forma de homenagear também a força de todas as mulheres de todas as profissões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OUTRAS MÍDIAS


REVISTA CENARIUM - Mulheres amazônidas fazem história em suas áreas profissionais

Em áreas como a da cultura, da segurança pública e até das Forças Armadas, as mulheres puderam, pela primeira vez, registrar feitos históricos

Ana Pastana | Publicada em 08/03/2025 11:36

Apesar da desigualdade de gênero ainda ser uma realidade, as mulheres brasileiras têm comemorado conquistas e avanços na causa feminista. Com a garantia do direito à educação, à autonomia, independência e valorização, elas, especificamente as amazônidas, se tornaram pioneiras em áreas que, antes, concediam destaque apenas aos homens. Por isso, o 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, reflete essa evolução e o alcance de lugares que, antigamente, eram inimagináveis.

Em áreas como a da cultura, da segurança pública e até das Forças Armadas, as mulheres puderam, pela primeira vez, registrar feitos históricos. É o caso da indígena Thais Kokama, artista e ativista na luta dos povos originários. Ela é uma das criadoras do Cine Aldeia, a primeira sala de cinema indígena do País, inaugurada na aldeia Inhaã-Be, no Tarumã-Açu, região metropolitana de Manaus (AM).

À CENARIUM, Kokama contou que carrega consigo a voz de outras mulheres e que ser uma mulher indígena é viver na luta por mais visibilidade e respeito. Ela acrescentou, ainda, a importância da iniciativa que valoriza a cultura indígena a partir dos povos originários da região.

“Ser uma das responsáveis pela criação do primeiro cinema indígena do País é uma honra imensa. Mais do que um espaço de exibição de filmes, o Cine Aldeia representa um marco para a valorização da cultura e da narrativa indígena contada por nós. Carrego comigo não só a minha voz, mas a de tantas outras mulheres que vieram antes de mim e que seguem resistindo. Ser mulher e indígena nessa luta constante é um desafio diário. A luta é por visibilidade, respeito e pelo direito de existir com nossa identidade e cultura preservada”, disse.

Kokama afirmou também que, apesar das conquistas, ainda há pontos para serem revistos e questionados. A liderança indígena reafirma seu desejo para o futuro das mulheres amazônidas.

“Apesar das inúmeras conquistas, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir direitos e oportunidades justas, tanto para os povos indígenas quanto para as mulheres no Brasil e na Amazônia. Que a nossa presença não seja mais questionada ou silenciada, mas reconhecida e respeitada em todos os espaços. Quero ver mais mulheres indígenas ocupando cargos de liderança e um País onde a violência de gênero não seja uma realidade cotidiana”, ressaltou.

Força policial

Na área da segurança pública, a escrivã da Polícia Civil de Roraima (PC-RR), Gislayne de Deus, ganhou destaque quando, após duas décadas, prendeu o assassino de seu pai durante uma operação policial, em setembro de 2024. O homem estava foragido desde 2016.

Gislayne afirmou à CENARIUM que uma das maiores forças de uma mulher é ser persistente, independentemente do tempo. Para ela, as mulheres lutam até o final para alcançar os seus objetivos. “Acredito que uma das maiores forças da mulher é ser persistente e focada em seus objetivos. Independentemente do tempo que possa levar, nós, muitas vezes, tiramos forças de onde não temos e vamos atrás de realizar nossos sonhos e projetos”, declarou.

A escrivã pontuou que ser policial não é uma tarefa fácil, pois é difícil conviver em um ambiente majoritariamente masculino, mas é preciso se reinventar e utilizar-se de características únicas para lidar com a misoginia do dia a dia.

“[Exercer a profissão] é desafiador e, ao mesmo tempo, muito gratificante. Desafiador porque, querendo ou não, é um ambiente muito masculino, e, em alguns momentos, é necessário mostrar que, para atuar nessa área, não basta força física, mas sim inteligência, estratégia e organização. É gratificante, pois, para atuarmos como policiais, vencemos muitas barreiras e conseguimos mostrar, por meio do nosso trabalho, que é possível sermos o que quisermos“, disse.

A primeira

Por sua vez, a amazonense e major aviadora Joyce de Souza Conceição assumiu o comando do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo – da Força Aérea Brasileira (FAB), sediado na Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro. Ela é a primeira mulher a comandar uma unidade da Força Aérea na história.

À CENARIUM, a major afirmou que carrega a força da mulher nortista e que ser a primeira mulher a assumir o comando de uma unidade aérea da FAB é resultado de muito trabalho e fruto de um caminho trilhado desde 1982, quando as primeiras mulheres ingressaram na área militar.

“Eu tenho muito orgulho de ser da Região Norte, de ser manauara. Para nós, amazonenses, essa força, essa resiliência, estão no DNA. O fato de ter crescido em Manaus, na periferia, me ensinou a valorizar realmente todas as vitórias, enfrentar da melhor maneira possível os desafios e aproveitar as oportunidades“, disse.

Joyce reforçou que esse pioneirismo abre portas para que mais mulheres possam alcançar lugares inéditos e de destaque. “Uma das coisas que me guiam e me inspiram é saber que esse pioneirismo pode abrir portas no futuro e que outras mulheres, me vendo em uma posição de destaque, podem acreditar realmente em suas capacidades e perseguir seus sonhos. Eu espero que, no futuro próximo, isso seja natural, que seja algo corriqueiro, que tenhamos outras mulheres comandando unidades aéreas”, declarou.

A importância do pioneirismo

A professora e doutora Iraildes Caldas Torres, especialista em questões de gênero e coordenadora do Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), explica que toda mulher que se destaca em qualquer âmbito desenvolve o poder de inspirar e levar consigo outras mulheres.

“Cada mulher que galga espaço no desenvolvimento social, destacando-se com algum feito, carrega consigo todas as mulheres em sua vitória, fazendo brilhar a categoria das mulheres. Essas mulheres contribuem para o empoderamento feminino à medida que elevam ou potencializam as ações das mulheres, dando voz, visibilizando suas capacidades e deixando claro que elas podem e são capazes”, afirmou.

Voltada para a Amazônia, a professora e doutora afirma que são poucas as mulheres amazônidas que conseguem chegar a um lugar de destaque.

“Nesse empoderamento das mulheres, inclui-se a Amazônia. Uma região considerada atrasada, injetada, uma região cuja população vive sob as agruras do preconceito. Essa imagem negativa contribui enormemente para que as mulheres não obtenham tanto êxito. São poucas as mulheres que se sobressaem, que brilham, e chegam a atos grandiosos do ponto de vista qualitativo e simbólico“, afirmou.

Censo 2022

De acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao todo, a partir dos dados disponibilizados de cada um dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal, a região amazônica tem cerca de 13,9 milhões de mulheres.

Além disso, 80% das mulheres da região amazônica, em média, têm acesso a educação. De acordo com os dados disponibilizados, o Estado do Mato Grosso tem 94,48% de mulheres com escolaridade. O Estado do Maranhão aparece com o menor número em comparação aos nove Estados da Amazônia Legal, com 86,83%.

GLÁUCIA LIMA - Dias de luta, dias de glória: conheça histórias de mulheres nas Forças Armadas


Da Redação | Publicada em 08/03/2025 20:34

No dia 8 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma data que simboliza a luta por igualdade, reconhecimento e respeito. Nas Forças Armadas Brasileiras, a data também reforça a importância e o impacto das mulheres nas mais diversas áreas das instituições.

A presença feminina na Força Aérea Brasileira remonta à Segunda Guerra Mundial, quando, em julho de 1944, seis enfermeiras passaram a integrar o Quadro de Enfermeiras da Reserva da Aeronáutica. A partir de 1982, a Instituição passou a incorporar mais mulheres, e, hoje, elas representam mais 15 mil militares em diversas funções, entre militares e civis.

Ao longo dos anos, a FAB tem ampliado as oportunidades para as mulheres, permitindo que muitas conquistem posições de liderança e se destaquem em áreas antes predominantemente masculinas.

Mulheres que desafiaram o céu

A Major Aviadora Joyce de Souza Conceição fez parte da primeira turma de mulheres Aviadoras da FAB, em 2003, e, 22 anos depois, tornou-se a primeira mulher a comandar uma Unidade Aérea. Assumindo o comando do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte – Esquadrão Gordo – em 2025, ela não apenas fortalece a presença feminina na aviação, mas também se torna um símbolo de liderança e competência dentro da FAB.

“Fazer parte da primeira turma de Oficiais Aviadoras foi um desafio e uma grande responsabilidade. A adaptação ao voo e a formação completa nos dois anos de atividade aérea exigiram dedicação adicional. Na minha trajetória, na Academia da Força Aérea, considero que o espírito de grupo, sobretudo com minhas colegas de turma, bem como o profissionalismo dos instrutores da AFA, foram fatores fundamentais para que as dificuldades pudessem ser superadas”, destacou.

A Major-Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins foi a primeira mulher a alcançar o posto de Oficial-General de três estrelas nas Forças Armadas do Brasil, no final do ano de 2023. A Oficial-General celebra uma trajetória marcada por pioneirismo e dedicação. “Se eu pudesse definir a minha carreira em uma palavra, seria ‘comprometimento’. Dedico-me à Força Aérea Brasileira e à sociedade. A nossa carreira é uma carreira que impulsiona, cria oportunidades, nos desafia e nos dá a chance de ajudar e fazer o bem para a sociedade. Sou completamente feliz com todas as escolhas que fiz e tenho muito orgulho da carreira que trilhei”, afirmou a Oficial-General.

Superando desafios

No Grupamento de Apoio do Distrito Federal da Aeronáutica (GAP-DF), a Tenente Nutricionista Allana Raulino coordena uma equipe de 160 pessoas, lidando com as demandas de alimentação e suporte à tropa. “É um grande desafio, especialmente porque a maioria dos militares que trabalham no rancho são homens com anos de experiência. Mas a satisfação é enorme quando conseguimos alcançar nossos objetivos e somos reconhecidas pelo nosso trabalho”, relatou, destacando a importância do trabalho em equipe e a recompensa pelo esforço coletivo.

A Sargento Especialista em Eletrônica Yvy Amaral da Costa (foto acima), do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo – teve a oportunidade de fazer parte da histórica missão ao continente Antártico, integrando a tripulação do KC-390 Millennium. Para ela, a missão representou um grande marco em sua carreira. “Participar dessa missão foi um mix de emoções e responsabilidades, pois pude garantir o apoio vital aos pesquisadores no inverno antártico, essencial para que tivessem acesso a alimentos e água. Uma experiência inesquecível”, compartilhou.

Mares doravante navegados

Há exatos 50 anos, as Nações Unidas celebraram pela primeira vez o Dia Internacional da Mulher. A escolha do 8 de março foi inspirada na conquista do direito de voto pelas mulheres russas em 1917 e, desde então, a data tornou-se um momento de reflexão sobre a evolução da presença feminina na sociedade.

Ao longo desse período, as mulheres ampliaram sua atuação e no Brasil elas já estão presentes em todos os Corpos e Quadros da Marinha, até mesmo nos mais operativos.

O assunto é objeto de estudo da professora de Direito da Universidade Federal do Tocantins, Graziela Tavares de Souza Reis, que contribuiu com discussões sobre o tema em diferentes edições do Congresso Acadêmico de Defesa Nacional, organizado anualmente pela Escola Superior de Defesa. Segundo ela, a antiga restrição à participação feminina nas Forças Armadas, assim como em outros ambientes predominantemente masculinos, tem raízes culturais, que associavam a figura da mulher aos espaços domésticos e aos papéis de cuidadora.

Combatendo estereótipos

“Permitir que elas estivessem em outros espaços públicos, civis ou militares, quebraria essa lógica cultural. Então, talvez até para justificar e mantê-la, criou-se uma ideia de que as mulheres seriam frágeis, do mesmo modo que se criou uma falsa ideia de que padeciam de racionalidade. Isso se sustentava, por exemplo, não permitindo que elas pudessem estudar ou chegar de forma igualitária nas ciências”, explica a professora, que percebe uma ruptura gradual dessa crença.

Quando as oportunidades se apresentam, elas mostram que não se enquadram em estereótipos. A resposta ao concurso para a primeira turma mista de formação de Soldados Fuzileiros Navais , até então única carreira operativa da Força Naval inacessível à participação feminina, é exemplo disso. Mais de 5 mil concorreram no ano passado às cerca de 120 vagas. O mesmo número de candidatas se inscreveu este ano para as vagas do Colégio Naval , instituição de Ensino Médio da Marinha do Brasil (MB), e já passam de 7 mil as jovens alistadas no inédito Serviço Militar Inicial Feminino.

Conquista atrás de conquista

Para a Soldado (Fuzileiro Naval) Fabiana Damasceno egressa daquela primeira turma e que se tornou, em fevereiro deste ano, a primeira mulher a conquistar o distintivo do Estágio de Qualificação em Operações no Cerrado , em Brasília (DF), essas vitórias poderão inspirar futuras gerações. “Eu não imaginava que seria a primeira, mas diante disso eu enxergo que a partir de mim virão outras mulheres que enxergarão que é possível, desde que haja muito esforço e muita dedicação”, afirma.

Quem também faz história na Marinha ao seguir sua vocação militar é a Segundo-Tenente Catarina Oliveira Dowsley Fernandes, primeira mulher a integrar o Quadro Complementar do Corpo da Armada . “Ser militar sempre foi um sonho desde quando era adolescente. Para mim, significa sacrificar sua vida em prol de algo muito maior que si mesmo: sua nação. Esse sentimento representa para mim a realização de viver por um propósito nobre”, acredita ela, que concluiu, em janeiro deste ano, o Curso de Formação de Oficiais, no Rio de Janeiro (RJ).

A Segundo-Tenente Catarina (foto acima), que já era graduada em Engenharia Eletrônica e da Computação, pode agora servir nos diversos navios de guerra da MB, exercendo funções de condução, operação e manutenção dos meios navais. “As mulheres têm capacidade intelectual para desempenhar qualquer papel nas Forças Armadas e em qualquer instituição. Mais do que tudo, precisam acreditar que podem fazer o que quiserem!”, garante a Segundo-Tenente, que reconhece a importância do caminho aberto pelas primeiras mulheres nas Forças Armadas para que outras pudessem segui-lo.

No topo

Algumas dessas pioneiras estão, hoje, alcançando alto círculo da hierarquia militar naval. É o caso da Capitão de Mar e Guerra (Médica) Daniella Leitão Mendes, atual Vice-Diretora da Diretoria de Saúde da Marinha, que deve ser promovida a Contra-Almirante no dia 31 de março. “É para mim um grande orgulho ter a oportunidade de representar o segmento feminino da tripulação, que é tão importante, e, ao mesmo tempo, uma grande sponsabilidade”, afirma a Oficial, que tem 29 anos de carreira.
1980, um marco histórico

A história das mulheres na Marinha começou com o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, criado em 1980, que contava com cerca de 300 militares de níveis superior e técnico, recrutadas principalmente para exercer funções administrativas. Atualmente, elas representam 12,6% da força de trabalho da MB, incluindo servidoras civis e militares, tanto de carreira quanto temporárias, em todos os Quadros e Corpos. Esse número deve aumentar nos próximos anos, com a sua inclusão em carreiras operativas, como a da Armada e a de Fuzileiros Navais.

Segundo a professora de Direito da Universidade Federal do Tocantins, a alta demanda das mulheres pela carreira nas Forças Armadas é uma clara constatação da premissa cultural em declínio. “Essa é a grande discussão das teorias igualitárias de direitos: que elas tenham autonomia sobre seus planos e sua participação na sociedade. É uma presença ainda nova e toda mudança traz desafios, rupturas. É um processo que demanda boa vontade, lealdade, boa-fé de todos que estão envolvidos”, avalia.
A presença feminina na navegação brasileira vem crescendo e ganhando cada vez mais força e espaço. Atualmente, mulheres ocupam funções estratégicas e operacionais a bordo de grandes navios que cruzam a costa do país. Para celebrar o Dia Internacional da Mulher neste 8 de março, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) trouxe histórias de profissionais que fazem a diferença no setor de transporte marítimo e de cargas.

O avanço feminino nos mares brasileiros não é apenas uma realidade, mas um sinal de que o futuro da navegação está cada vez mais diverso e inclusivo. A bordo do gigante Bartolomeu Dias, da Aliança Navegação e Logística – o maior navio porta-contêiner operando na cabotagem brasileira –, três mulheres contam suas histórias e mostram que lugar de mulher também é no comando dos mares.

Pioneirismo

“Estar no mar é um desafio diário, mas também uma grande realização. Espero que cada vez mais mulheres vejam que essa carreira é possível e cheia de oportunidades”, afirma Leomar das Graças Martins de Moraes, que atua na linha de frente das operações do navio como Imediato, sendo a substituta do comandante.

Ela conta que faz parte da primeira turma de mulheres do Brasil. “Quando me formei, éramos apenas nove mulheres. Foi um desafio incrível e conseguimos nos posicionar a bordo, trabalhando com muita responsabilidade, comprometimento e serenidade para abrir este espaço para as outras que estão vindo”, lembra.

Leomar destaca os avanços conquistados ao longo dos anos e reforça a importância do respeito mútuo no ambiente de trabalho. “O ambiente é predominantemente masculino? Sim! Mas aqui é um espaço de profissionais capacitados. Se estamos aqui, é porque fomos certificadas e treinadas para isso.”

Mãe de três meninas, ela concilia a rotina com o apoio do esposo e a ajuda da tecnologia, que permite matar a saudade da família. Sua filha adolescente já estuda para ingressar na Escola Naval da Marinha do Brasil e seguir o caminho da mãe. “Já pensou eu e minha filha comandando o mesmo navio?”, comenta emocionada.

1ª Oficial de Náutica

A jovem Isabelle de Castro Benevides, 1ª Oficial de Náutica, se orgulha de fazer parte de uma geração feminina que está conquistando cada vez mais espaço na navegação. “Já embarquei em navios onde metade da tripulação era composta por mulheres. Isso mostra o quanto o cenário mudou e acredito que no futuro será ainda melhor”, celebra.

A 1ª Oficial de Náutica é essencial para o funcionamento do navio, sendo responsável pela navegação, manobra e controle de cargas. “É incrível! Sou muito apaixonada pelo mar. Este é um trabalho complexo, mas fascinante em cada detalhe”, diz.

Isabelle incentiva futuras navegantes a investirem no conhecimento. “É preciso ver além do horizonte e buscar cada vez mais aprendizado. Além da navegação e documentação do navio, lidamos com a operação de carga e lastro. Trabalhamos em várias áreas e isso nos torna mais preparadas”, explica.

Ela finaliza emocionada: “É uma profissão gratificante! Viajamos, conhecemos vários portos e interagimos com pessoas do mundo todo. Fazemos parte da logística que movimenta tanto o mercado nacional quanto o internacional. Para quem deseja ingressar, eu digo: venham, vocês vão gostar!”

Auxiliar de Saúde

Manter a saúde da tripulação é a missão de Odelnice Maciel de Souza, mais conhecida como OD. Ela é responsável pelo bem-estar dos cerca de 20 tripulantes embarcados, prestando assistência médica e garantindo que todos estejam aptos para suas funções durante a viagem.

“A gente presta os primeiros socorros quando necessário. Se o caso exigir, acionamos a médica da empresa e, se estivermos no porto, comunicamos o Imediato e o Comandante para encaminhar o tripulante a um especialista”, explica.

OD relembra os desafios do início da carreira, especialmente a saudade da família. “No começo é difícil. Para quem trabalha embarcado, a distância de casa pesa muito, principalmente para quem tem filhos. Mas com o tempo e a tecnologia, isso se torna mais fácil de lidar.”

Ela deixa um conselho para quem deseja ingressar na profissão: “Corram atrás dos seus objetivos! Estudem, façam cursos e se preparem. Oportunidades existem para quem está disposto a se dedicar.”

https://youtube.com/watch?v=F9C4SWZ5IoY%3Fsi%3D0lTyT9zyPstHMq4S

Alistamento voluntário

Três mulheres e uma missão em comum: servir à Pátria. No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Ministério da Defesa lança uma edição especial do “Por Dentro da Defesa”, agora em formato de podcast. No décimo episódio do programa foram convidadas a Comandante de Mar e Guerra (T) Eliane Rocha, da Marinha do Brasil; a 2ª Tenente Marcelly Alencar, do Exército Brasileiro; e a 1ª Tenente Gilliane Rodrigues, da Força Aérea Brasileira, que compartilharam suas experiências na carreira militar e responderam as dúvidas sobre o Serviço Militar Feminino Voluntário, uma iniciativa pioneira nas Forças Armadas do Brasil.

Durante o bate-papo, temas como oportunidade de trabalho, progressão na carreira e promoção à equidade foram alguns dos destaques apresentados pelas oficiais. A Comandante Eliane disse que o Serviço Militar Feminino permite que as jovens conquistem o primeiro emprego e se identifiquem com a carreira. “Essa iniciativa possibilita que essas jovens conheçam as Forças Armadas e se perguntem: este é o meu lugar? É o que eu quero para a minha vida? As Forças são uma escola de vida e de profissionalismo.”, explicou.

A Tenente Marcelly ressaltou que o alistamento pode proporcionar crescimento profissional em diversas áreas de atuação. “Nas Forças, elas terão a oportunidade de vivenciar atividades nas áreas da saúde, administração, contabilidade e informática. Com as experiências poderão saber qual profissão querem seguir.”, destacou a militar.

Já a Tenente Gilliane reforçou que as Forças Armadas e o Ministério da Defesa estão empenhados e acompanhando os avanços nas adequações das instalações militares que receberão as jovens. “Nós temos visitas técnicas programadas durante o ano, onde vamos às cidades que recebem o serviço militar obrigatório, e agora que vão recebê-las. Recentemente, fomos a Manaus e constatamos que as instalações das três Forças estão em condições de receber as meninas que serão incorporadas.”, afirmou.

Inicialmente, o Serviço Militar Feminino são ofertadas 1.465 vagas, sendo 155 para a Marinha, 1.010 para o Exército e 300 para a Aeronáutica. As oportunidades estão distribuídas em 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. Até o momento, cerca de 25,4 mil mulheres efetuaram as inscrições, que seguem até 30 de junho, no site do Exército ou na Junta Militar da região.