A Base Aérea do Recife passou a contar, a partir desta sexta-feira (11), com uma nova Torre de Controle de Aproximação do Tráfego Aéreo, no bairro do Ibura, zona sul do Recife. A inauguração da estrutura contou com a presença da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Na ocasião, também foi formalizada a transferência da subordinação da base para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), tornando o Estado sede do primeiro centro integrado de aproximação aérea do Brasil.

Com a mudança, a Base Aérea do Recife passa a coordenar o tráfego aéreo de quatro capitais do Nordeste: Recife (PE), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Maceió (AL). A centralização visa melhorar a segurança, eficiência operacional e comunicação entre os controladores, além de reduzir custos e ampliar a pontualidade dos voos na região.

Durante a cerimônia, Raquel Lyra destacou a importância da nova torre para o fortalecimento da infraestrutura estratégica do Estado. “É motivo de agradecimento e honra ver Pernambuco garantir um novo patamar do ponto de vista estratégico para o Brasil. A Base Aérea do Recife se torna um local estratégico para o Nordeste, tornando o Estado um hub logístico, alavancando o desenvolvimento e fortalecendo a segurança da nossa região”, afirmou.

O ministro José Múcio ressaltou os investimentos realizados pelas Forças Armadas no Estado e a relevância da integração para a defesa nacional. “A Base Aérea do Recife tem importância estratégica para o Brasil, e essa integração fortalece a Defesa. As Forças Armadas são instituições permanentes do Estado, sempre prontas para servir nos momentos mais desafiadores”, declarou.

“A Torre de Controle de Aproximação amplia nossa capacidade de gerenciar o tráfego aéreo com mais eficiência e segurança. Pernambuco ocupa posição central nesse novo modelo”, destacou, o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

A Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), recebeu, nos dias 10 e 11 de julho, um encontro marcante entre diferentes gerações da aviação militar brasileira. Organizado pela Diretoria de Ensino da Aeronáutica (DIRENS), em conjunto com a AFA, o evento teve o objetivo de promover a troca de experiências entre atuais instrutores de voo e dois dos maiores expoentes da história recente da Força Aérea Brasileira (FAB): o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, e o Comandante-Geral do Pessoal (COMGEP), Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares. O encontro foi pensado como uma transmissão de legado, um momento de aprendizado e inspiração para aqueles que hoje têm a missão de formar os futuros líderes da FAB. 

Ao longo de dois dias, os participantes reviveram experiências nos cockpits das aeronaves T-25 e T-27, participaram de voos e tiveram a oportunidade de trocar experiências com os atuais instrutores de voo. Os Oficiais-Generais compartilharam vivências acumuladas ao longo da carreira e fizeram um paralelo entre o passado e o presente, refletindo sobre as mudanças e permanências na formação dos pilotos. Esse momento de troca e reflexão se consolidou como um verdadeiro fortalecimento dos laços entre gerações. O Tenente-Brigadeiro Farcic falou sobre a emoção do momento. “Hoje é um dia muito especial. Agradeço a Deus pela oportunidade de estar aqui. É uma emoção imensa voar novamente nesta aeronave, 40 anos depois. Para mim e para o Reis, é um momento único. Fomos da primeira turma a operar esse avião. Este dia ficará marcado para sempre na minha memória”, disse o Oficial-General.

Durante o encontro, o Tenente-Brigadeiro Reis destacou a importância do papel desempenhado pelos profissionais responsáveis pela formação dos futuros Aviadores. “O trabalho do instrutor é fundamental e, muitas vezes, define a trajetória de um Cadete, como aconteceu comigo. Graças a um instrutor que apostou em mim, estou aqui hoje. Agradeço imensamente à Força Aérea Brasileira, que me permitiu viver 45 anos repletos de alegrias e aprendizados. Valeu a pena! Vale a pena! Tenho muito orgulho e continuarei, sempre, vestindo a camisa azul e o macacão. Sou grato a Deus e a todos que fizeram parte dessa caminhada”, concluiu.

Emoção, memória e reencontros

O Diretor de Ensino destacou a importância da troca de experiências no processo de formação militar, o que, segundo ele, contribui significativamente para o aperfeiçoamento da instrução de voo. O Oficial-General frisou que a constante evolução da Academia se deve à interação entre Cadetes, instrutores, monitores e professores. “Estive aqui em três ocasiões: como Cadete, em 1987; como instrutor, no final dos anos 1990; e agora como Diretor de Ensino. Ao longo desse tempo, pude ver o quanto a Academia evoluiu e essa evolução se deve, justamente, à abertura e ao estímulo à troca entre instrutores, monitores, professores, Cadetes e alunos. É essa integração que torna o ensino da nossa Força Aérea tão forte e significativo. Um momento como esse, em que reunimos novos e antigos instrutores, militares que operaram aeronaves diferentes em tempos distintos, é extremamente enriquecedor”, afirmou.

As emoções ganharam ainda mais altitude, quando os Oficiais-Generais decolaram no T-27 acompanhados por instrutores da AFA. O dia foi finalizado com uma conversa entre os dois Tenentes-Brigadeiros e os Instrutores de Voo da AFA, que foi marcada pelo simbolismo de quem tanto contribuiu para a formação de gerações. 

Treinamento e tradição: voos simbólicos unem gerações na Academia

A sexta-feira iniciou com uma demonstração aérea envolvendo quatro aeronaves, simbolizando a união e a continuidade entre diferentes gerações de pilotos. O Tenente-Brigadeiro Farcic, atuando como ala, e o Tenente-Brigadeiro Reis, na liderança, pilotaram os T-27, enquanto o Major-Brigadeiro Rivero, como ala, e o Brigadeiro Breviglieri, como líder, conduziram os T-25. Todos os voos foram acompanhados por instrutores experientes da Academia, reforçando a importância dos treinamentos práticos para o desenvolvimento técnico e a segurança operacional dos aviadores.

Essa atividade aérea destaca o papel fundamental do treinamento constante para garantir a excelência da Força Aérea, promovendo a integração entre Oficiais experientes e os mais novos, além de assegurar a preparação ideal para futuras missões.

Legado em ação

Mais do que um evento simbólico, o Encontro de Gerações representa um tributo vivo à missão de ensinar a voar, liderar e servir. Ao reunir nomes que marcaram a história da FAB com os atuais responsáveis por moldar o futuro da Força, a DIRENS fortalece o elo entre passado, presente e futuro, e ratifica que, na Força Aérea Brasileira, o céu nunca é o limite.

O Comandante do 2º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA, Major Aviador João Mario Fernandes dos Santos, também destacou a importância do encontro. “Foi uma oportunidade única de aprendizado e inspiração. Ouvir diretamente a experiência dos Oficiais-Generais reforça o compromisso com a excelência na formação dos futuros aviadores da Força Aérea Brasileira”, afirmou.

O Chefe da Seção de Comunicação Social da AFA, Major Aviador Alfonso Maria Garcia Bittencourt Filho, comentou sobre a vivência proporcionada pelo evento. “Ao ouvir as experiências desses Oficiais do Alto-Comando, reforcei minha compreensão de que a instrução aérea vai muito além da técnica, é uma missão pautada na continuidade, nos valores e na inspiração para as futuras gerações”, disse.

O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) coordenou, nesta segunda-feira (7/7), uma missão de busca e salvamento (SAR, na sigla em inglês) no interior do estado do Amazonas, após o acidente envolvendo um helicóptero civil modelo AS50, matrícula PP-IVO, operado pela empresa Voare, em missão a serviço da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).

A operação mobilizou uma aeronave H-60 Black Hawk do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8° GAV), o Esquadrão Harpia. A queda da aeronave ocorreu nas proximidades do aeródromo de Surucucu, em uma área de selva densa e de difícil acesso. A notificação foi feita ao SALVAERO Amazônico, que, em coordenação com o COMAE, acionou os meios aéreos disponíveis.

Durante a primeira tentativa de resgate, ainda durante a noite, a tripulação conseguiu localizar visualmente os sobreviventes, que sinalizavam com lanternas, mas as severas condições meteorológicas impediram a aproximação. A nova tentativa ocorreu na manhã da última terça-feira (8/7), assim que as condições climáticas permitiram. Ao chegar ao local do acidente, a aeronave da Força Aérea resgatou os cinco ocupantes: dois indígenas, que foram encontrados sem vida, e três sobreviventes, um servidor da SESAI e dois tripulantes, com escoriações leves.

A aeronave SAR seguiu então para Surucucu, transportando os três sobreviventes e os dois falecidos. Ao final, os sobreviventes foram conduzidos pela Força Aérea Brasileira para atendimento médico em Boa Vista (RR). A operação foi executada conforme os protocolos estabelecidos no Anexo 12 da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), reafirmando o compromisso da Força Aérea Brasileira com a preservação da vida, a dignidade humana e o respeito aos povos indígenas, em um dos territórios mais desafiadores do país.

Um software desenvolvido por pesquisadores militares e civis do Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais (PPGAO) do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) foi oficialmente registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A ferramenta, denominada Simulador Avançado de Radar, representa um avanço estratégico na área de Guerra Eletrônica ao proporcionar um ambiente virtual robusto para avaliação do desempenho de radares militares sob condições de interferência eletrônica.

O desenvolvimento do software foi conduzido por uma equipe formada pelos professores doutores Felix Dieter Antreich e Dimas Irion Alves, pelo coronel especialista em Comunicações Olympio Lucchini Coutinho, pelo capitão aviador Leandro Geraldo da Costa e pelo capitão aviador Derek do Espírito Santo Nogueira.

O simulador permite a recriação virtual de diversos cenários complexos de combate eletrônico, incluindo interferências do tipo Range Gate Pull-Off (RGPO) e técnicas passivas baseadas em abertura sintética com o uso de antena única. Esses recursos tornam a ferramenta essencial para estudos avançados e o desenvolvimento de soluções tecnológicas no setor de defesa.

De acordo com o coordenador do PPGAO, coronel aviador Sérgio Rebouças, a capacidade de simular diferentes situações operacionais facilita o estudo e a criação de contramedidas eletrônicas mais eficazes, contribuindo diretamente para o aprimoramento das capacidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo ele, o registro do software também demonstra a capacidade de desenvolvimento tecnológico nacional, fortalecendo as competências da FAB e do país na fronteira do conhecimento ao integrar a pesquisa acadêmica com demandas operacionais concretas.

Além do uso em cenários de guerra eletrônica, os algoritmos implementados no software estão sendo avaliados para aplicações na área espacial. Especificamente, o simulador é considerado uma base tecnológica para o Projeto de Desenvolvimento de Cargas Úteis de Recepção de Sinais Eletromagnéticos para Satélites (LOM – Fase 1), iniciativa apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e executada no Centro de Competência em Guerra Eletrônica (CCGE) do ITA.

Impacto acadêmico

Além de sua aplicação operacional direta, o Simulador Avançado de Radar já se consolida como uma ferramenta essencial na formação de especialistas militares. O software vem sendo utilizado em cursos de alto nível, como o Curso de Especialização em Análise do Ambiente Eletromagnético (CEAAE), oferecido na pós-graduação do ITA, reforçando a capacitação técnica de profissionais atuantes em Guerra Eletrônica.

O impacto acadêmico da ferramenta também se reflete em sua utilização como base para diversas publicações científicas, apresentadas em eventos técnicos de destaque como o Simpósio de Aplicações Operacionais em Áreas de Defesa (SIGE), o Simpósio Brasileiro de Telecomunicações (SBrT) e a revista especializada Spectrum.

Entre as contribuições recentes, destacam-se os trabalhos “Simulação e Análise dos Efeitos da Técnica de Interferência Range Gate Pull-Off em Detectores CFAR”, apresentado no SBrT 2024, e “Single Antenna Passive Synthetic Aperture DoA”, publicado no SIGE 2024. A pró-reitora de Administração do ITA, coronel intendente Vivian Santos Gomes, ressaltou o papel estratégico da atuação conjunta entre civis e militares no avanço científico e tecnológico do país.

Segundo ela, iniciativas como o Simulador Avançado de Radar evidenciam o papel fundamental do ITA no fortalecimento das capacidades operacionais e tecnológicas da FAB, refletindo um compromisso contínuo com a segurança nacional e o progresso científico brasileiro.

Guerra eletrônica

A Guerra Eletrônica pode ser compreendida como uma modalidade de conflito focada no domínio do espectro eletromagnético. Essa área envolve o uso de tecnologias avançadas para interromper ou manipular comunicações e sistemas de detecção inimigos, ao mesmo tempo em que protege os próprios sistemas contra interferências. Trata-se de uma das formas mais críticas e eficazes de atuação militar contemporânea, amplamente empregada em operações ao redor do mundo.

Atualmente, o Centro de Competência em Guerra Eletrônica (CCGE) do Instituto Tecnológico de Aeronáutica atua no fomento ao ensino e à pesquisa em áreas estratégicas para a Defesa Nacional. Sua missão é viabilizar soluções educacionais e científicas em Guerra Eletrônica por meio da implementação, adaptação e manutenção de infraestrutura laboratorial, além de prestar assessoria técnico-científica à Força Aérea Brasileira em temas alinhados às suas linhas de pesquisa.

A Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) avançou nas tratativas para a preservação do Museu de Cabangu, localizado na cidade de Santos Dumont (MG). Na última terça e quarta-feira (08 e 09/07), por meio Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), a Força Aérea Brasileira (FAB) forneceu apoio técnico-científico para a atualização do inventário do Museu. Atualmente fechado para manutenção, o local abriga a casa onde nasceu Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação e patrono da FAB.

A Casa Natal de Santos Dumont é um patrimônio tombado pela União, mas também protegido nas esferas estadual e municipal. Fica situada dentro da Fazenda Cabangu, onde também estão outros bens imóveis tombados, como quiosque, pavilhões, Casa do Gerador e o prédio administrativo do Museu. A segurança de todas essas instalações é de responsabilidade da EPCAR, conforme convênio tripartite com a Prefeitura de Santos Dumont e a Fundação Casa de Cabangu.

O INCAER foi representado pela Tenente Historiadora Ingred Pereira Caetano e pela Tenente Museóloga Éricka Madeira de Sousa. Elas puderam conhecer a Fazenda Cabangu e o acervo de itens, como fotografias, mobília original e uma réplica do Demoiselle — modelo criado por Santos Dumont e reconhecido como primeiro ultraleve da história da aviação. “Oferecemos apoio técnico para as tratativas com a Fundação Casa de Cabangu e, com base nessa orientação, esperamos contribuir ativamente para a reabertura da Casa de Santos Dumont”, explicou a Tenente Ingred Caetano, Adjunto da Seção de Estudos e Pesquisas Hitoriográficos do INCAER.

O Comandante da Escola Preparatória, Brigadeiro do Ar André Luiz Alves Ferreira, destacou o auxílio do INCAER para esta nova fase do Museu Cabangu, onde está guardada a memória do Pai da Aviação. “Os trabalhos realizados atualmente colaborarão para a reestruturação do Complexo Cabangu, com vistas a melhor divulgação dos feitos do herói Santos Dumont, patrono da FAB”, disse.

Museu de Cabangu

Na terça-feira (08/07), o presidente interino da Fundação Casa de Cabangu, Tiago Guimarães, ainda mostrou a integrantes da Escola Preparatória e da Prefeitura Municipal de Santos Dumont o plano de reestruturação do Museu, que será implementado em três etapas. A primeira fase, com o equipamento fechado, prevê atualização do inventário e reorganização do espaço. Na sequência, o Museu deverá ser reaberto, inicialmente para visitação do público três vezes por semana. A última etapa contempla a ampliação do funcionamento, com abertura ao público seis dias por semana.

Tiago Guimarães destacou a ligação histórica entre Oswaldo Castelo Branco, fundador do Museu, e o ex-Comandante da EPCAR, Major-Brigadeiro do Ar Oswaldo Terra de Faria. Segundo ele, a expertise dos profissionais da Força Aérea será fundamental para o aprimoramento do plano de trabalho. “O Oswaldo Castelo Branco mantinha a Fazenda, até que um dia uma árvore caiu, destruindo o telhado da Fundação. Ele escreveu uma carta à Aeronáutica pedindo ajuda, e o Capitão Oswaldo Terra de Faria foi enviado. Anos depois, o Capitão se tornou Brigadeiro e comandou a EPCAR. Em 1973, o Museu foi inaugurado justamente graças a essa parceria extraordinária. Não podemos nos desvincular dessa história e, cada vez mais, precisamos fortalecer essa comunicação”, afirmou.