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Esquadrilha da Fumaça faz show nos 258 anos de São José dos Campos e encanta público
Apresentação ocorreu na tarde deste domingo (27) e faz parte da programação de aniversário da cidade.
Da Redação | Publicada em 27/07/2025 18:17
No céu de São José dos Campos, considerado berço da aviação do país, a Esquadrilha da Fumaça encantou o público que assistiu à apresentação neste domingo (27). O show nos ares faz parte das comemorações pelo aniversário de 258 anos da cidade. Assista trechos da apresentação no vídeo acima.
A apresentação começou às 16h deste domingo. No deck da avenida Anchieta, moradores se concentraram para assistir às manobras das aeronaves. A tradicional apresentação é promovida pelo DCTA.
A professora Gabriela Ferreira foi assistir ao show pela primeira vez e ficou encantada com a apresentação.
"Foi a primeira vez que vejo ao vivo. Achei muito massa, muito legal. As acrobacias que eles faziam, o coração que fizeram... Foi tudo legal", disse em entrevista à TV Vanguarda.
Quem já tinha acompanhado a apresentação outras vezes, também não deixou de aproveitar.
"Tudo é emocionante. Quando eles viram de cabeça para baixo, para mim é sensacional. É uma homenagem maravilhosa, muito emocionante", comentou Patrícia Moreno.
As comemorações do aniversário de São José dos Campos continuam neste domingo. A partir das 19h, haverá show de Renato Teixeira no Parque da Cidade. Ele estará no palco com a Orquestra Joseense e vão interpretar sucessos da música brasileira. O evento é gratuito e tem entrada livre a todos os públicos.
PORTAL SP RIO MAIS - Loopings no céu joseense: confira um ping-pong com piloto da Esquadrilha da Fumaça
Da Redação | Publicada em 27/07/2025 14:00
O aniversário de 258 anos de São José dos Campos é celebrado no domingo (27) com uma das apresentações mais tradicionais e emocionantes da aviação brasileira: a Esquadrilha da Fumaça. O espetáculo, gratuito e aberto à população, acontece às 16h no Mirante do Banhado.
Com sete aeronaves A-29 Super Tucano, o esquadrão de demonstrações aéreas da Força Aérea Brasileira promete encantar mais uma vez público joseense com cerca de 50 manobras, entre loopings, tunôs, parafusos e cruzamentos radicais em alta velocidade no céu.
Às vésperas da apresentação, o jornalista Gabriel Duarte conversou com o capitão aviador André Nery Lima “Bezerra”, integrante da Esquadrilha da Fumaça. Natural de Aracaju (SE), ele ocupa a posição de Ala Direita Externa no grupo e acumula mais de 2.300 horas de voo.
Piloto de caça desde 2014, Bezerra tem trajetória marcada pela formação de novos caçadores e pela especialização no A-29. Antes de integrar a equipe da Fumaça, em 2021, ele serviu no Esquadrão Grifo, em Porto Velho (RO), e também foi instrutor de caça no Esquadrão Joker, em Natal (RN).
Ao portal spriomais, Bezerra falou sobre rotina, técnica, a “Família Fumaça” e os bastidores da Esquadrilha em sua vida de apresentações pelo Brasil e o mundo.
1) No que consiste a atuação de um ala na Esquadrilha? O que guia seu voo e quais são suas principais tarefas no ar durante a apresentação?
“Minha posição é a #6. Quando estamos agrupados, voo na extremidade direita da formação, geralmente tendo o #2 como referência. Já nas manobras separadas, sou o líder das sequências com dois e três aviões — como cruzamentos, o DNA, o Tunô Reverso e a Panqueca. É um voo muito dinâmico, que alterna momentos de liderança e momentos em que preciso manter máxima precisão na formação. Essa combinação exige raciocínio rápido, planejamento e foco.”
2) Quanto tempo os pilotos integram a formação da Esquadrilha? Tem limite de tempo ou idade?
“Os pilotos ficam na equipe por cinco anos. Esse ciclo permite ser treinado pelo antecessor, viver a experiência completa da missão, amadurecer como piloto e, ao final, preparar o nosso sucessor. Ao fim desse período, é hora de passar o bastão para manter a equipe sempre renovada e pronta para os novos desafios.”
3) Vocês passam muito tempo juntos viajando. Imagino que formem realmente uma “segunda família”. No lazer e fora do trabalho a equipe também se encontra? O que costumam fazer?
“Sim, é uma segunda família. Em alguns momentos, como nas viagens mais longas, passamos mais tempo com a “Família Fumaça” do que com nossos familiares. Essa convivência cria uma sintonia muito forte e um entrosamento que vai muito além do voo. Lá em cima, confiança e parceria são essenciais — e isso começa muito antes, no dia a dia. Fora do ambiente de trabalho, a gente também se encontra, seja para um churrasco, praticar esportes ou simplesmente um bate-papo.”
4) Certamente vocês já passaram por alguns perrengues em shows ou treinamentos. A profissão de vocês envolve conviver com o risco. Qual a situação mais tensa que você já viveu com a Esquadrilha?
“Os primeiros voos de treinamento foram, sem dúvida, os mais desafiadores. Mesmo trazendo experiência anterior, percebi ali o quanto o voo da Fumaça exige um preparo intenso, respeito absoluto pela atividade e uma concentração constante. Nesses primeiros voos, sempre contamos com a presença de um piloto experiente ao lado, pronto para orientar e, se necessário, intervir nos comandos — o que garante segurança total durante o aprendizado. O risco realmente faz parte da atividade e o treinamento é a chave para que a gente aprenda a gerenciá-lo durante as apresentações.”
5) Você tem alguma superstição envolvendo os aviões, shows, treinos?
“Temos uma fórmula que nunca falha para um voo seguro: treinamento, concentração e dedicação. Levamos isso conosco em todos os voos.”
6) A dieta de um piloto da Esquadrilha da Fumaça é diferente? O que você costuma comer antes ou depois das apresentações?
“Nada fora do normal. A gente evita comidas pesadas antes do voo para não ter nenhum desconforto que possa atrapalhar a concentração durante a exibição aérea. Alimentação equilibrada, boa hidratação e atenção ao próprio corpo fazem parte da rotina. Depois da apresentação, um almoço reforçado ou um churrasco são sempre bem-vindos!”
7) Que tipo de condicionamento físico um piloto da Esquadrilha precisa ter? Como é sua rotina de exercícios e treinos?
“Durante o voo, lidamos com variações constantes de aceleração (as chamadas Forças G), e os comandos exigem, muitas vezes, movimentos rápidos e força nos braços. Por isso, exercícios específicos — principalmente para ombros e core — ajudam a evitar lesões e a manter o preparo. Felizmente, contamos com o apoio próximo da nossa médica do Esquadrão, que cuida de perto do nosso condicionamento.”
8) O avião da Esquadrilha é diferente do ponto de vista estrutural? Eles sofrem algum tipo de adaptação para os shows? Do que é feita e qual a composição da famosa fumaça?
“O A-29 Super Tucano é um caça de ataque leve e interceptação, utilizado na formação dos pilotos de caça da FAB e em operações de policiamento do espaço aéreo, principalmente na região de fronteira. O modelo que usamos na Esquadrilha da Fumaça é exatamente o mesmo, com apenas duas diferenças: a pintura especial e o sistema de geração de fumaça. Todos os demais sistemas são idênticos. Ou seja, quando você assiste a uma demonstração do EDA, está vendo, na prática, um avião de combate em ação.
A fumaça que nós vemos sendo expelida do avião durante a demonstração nada mais é do que um óleo mineral sendo pulverizado no escapamento do avião. Com a alta temperatura, o óleo vaporiza e literalmente vira fumaça. Esse óleo é produzido especificamente para essa finalidade e é biodegradável, sendo totalmente inofensivo ao meio-ambiente.”
9) Qual a vista mais impressionante que você já presenciou voando com a Esquadrilha? Foi dentro ou fora do Brasil? Consegue descrever?
“Difícil escolher uma só… então vou de duas! No Brasil, a demonstração sobre as Cataratas do Iguaçu, em agosto de 2023, foi inesquecível. Já fora, a travessia da Cordilheira dos Andes a caminho de Santiago, no Chile, é daquelas imagens que ficam pra sempre na memória. São momentos em que a grandiosidade da natureza e do voo se misturam de um jeito único.”
10) Como vocês preparam as “coreografias” para os shows? Como as manobras são pensadas? Elas mudam muito ao longo dos anos?
“O nosso “Display” — como chamamos a sequência de manobras — precisa ser muito bem consolidado e memorizado. Durante a demonstração, não há tempo para dúvidas ou improviso. Por isso, o padrão muda pouco, mas ao longo do tempo vamos inserindo novidades, sempre de forma gradual, estudada e muito treinada antes de qualquer apresentação ao público.
As manobras são pensadas para explorar ao máximo o desempenho do avião: no início da demonstração, os sete aviões manobram agrupados e, após o “Break”, separam-se em três grupos. O “Quatrilho” faz as manobras com quatro aviões e a dupla “Cinco e Meia” realiza cruzamentos e curvas de alto desempenho.
O #7, por sua vez, voa isolado, levando o avião ao limite com as acrobacias mais arrojadas do display e mantém o público entretido enquanto os demais aviões se preparam para reingressar na arena. Essa ‘ciranda’ ininterrupta é um dos diferenciais da Esquadrilha da Fumaça: do início ao fim da demonstração, sempre haverá um avião manobrando diante do público, sem intervalos.”
11) Você tem ídolos dentro dessa área de demonstrações aéreas? Pilotos que sejam suas referências ou grupos?
“Claro! Times como os Blue Angels, Thunderbirds e Halcones são referências mundiais e servem de inspiração para todos nós. Mas os maiores ídolos estão na própria Esquadrilha: são os que vieram antes e construíram a história que temos orgulho de continuar.”
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