NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Ambicioso e dispendioso
Do pouco que se sabe do ambicioso projeto do governo de desenvolver a aviação regional, já ficou claro que barato ele não será. Para assegurar que mais brasileiros utilizem o transporte aéreo entre cidades ainda não atendidas por voos comerciais regulares, o governo vai pagar 50% da passagem de até 60% dos assentos dos aviões que atenderem a essas linhas. O custo dependerá do preço da passagem e do número de passageiros que serão beneficiados, mas o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, calcula que os gastos do governo com essa parte do programa serão de R$ 1 bilhão por ano. E este é apenas um dos subsídios do programa.
Vários pontos obscuros do programa anunciado em dezembro pelo governo, entre os quais o custo real dos subsídios para o Tesouro, deixam dúvidas sobre sua viabilidade. Além disso, o fato de pertencer a Estados e municípios boa parte dos aeroportos nele incluídos para serem reformados, modernizados ou ampliados pode trazer dificuldades administrativas e políticas para a execução das obras e a administração do novo sistema.
Embora não alcance o total de "uns 800 aeroportos", como chegou a ser mencionado pela presidente Dilma Rousseff durante encontro com empresários franceses em Paris, no início de dezembro, e não inclua a construção de novas unidades, o programa prevê melhoria, reaparelhamento, reforma e expansão da infraestrutura, tanto de instalações físicas como de equipamentos, de 270 aeroportos regionais (dos quais 19 no Estado de São Paulo), ao custo de R$ 7,3 bilhões na primeira etapa.
Baseado em investimentos federais, isenção das tarifas aeroportuárias para passageiros e companhias aéreas, subsídios no preço das passagens e criação de uma estatal de serviços na área de planejamento e operação de aeroportos, entre outros pontos, o programa continua cheio de pontos indefinidos, a maior parte dos quais só será esclarecida após consulta pública.
O que se sabe ainda está no plano das intenções. O objetivo anunciado pelo governo é ampliar o acesso dos brasileiros ao transporte aéreo e, para alcançá-lo, pretende-se assegurar que 98% da população esteja a menos de 100 quilômetros de distância de um aeroporto em condições de receber voos regulares.
Mesmo representando pouco mais de um terço do número anunciado por Dilma, o total de aeroportos a serem reformados é expressivo. De acordo com a SAC, a infraestrutura aeroportuária do País é formada por 720 aeroportos - alguns deles não são mais que pistas de pouso e decolagem dos quais parte é operada pela Infraero, parte é de responsabilidade de Estados e municípios e 3 foram outorgados à iniciativa privada (Guarulhos, Viracopos e Brasília). Do total, 31 atendem às capitais estaduais com voos regulares. Dos 689 aeroportos regionais, 98 recebem voos regulares. Assim, 591 não atendem à aviação regular.
Para estimular a utilização de mais aeroportos regionais (172 serão acrescentados aos que hoje recebem voos regulares) e a criação de companhias aéreas, para aumentar a competição, não haverá cobrança de tarifas de embarque (pagas pelos passageiros) nem de pouso e permanência das aeronaves (pagas pelas companhias aéreas) em aeroportos com movimentação de até 1 milhão de passageiros por ano. A operadora do aeroporto, no entanto, será integralmente remunerada, com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), criado em julho de 2011 e que, em 2013, poderá dispor de R$ 3 bilhões.
O governo pretende que os bilhetes aéreos não sejam mais do que 25% mais caros do que as passagens de ônibus para o mesmo destino. Se se levar em conta que os custos operacionais do ônibus são bem inferiores aos de uma aeronave, pode se imaginar o tamanho dos subsídios.
Por fim, é difícil entender as razões da criação de uma subsidiária da Infraero, a Infraero Serviços, para prestar, entre outros, serviços de consultoria, planejamento e treinamento, ou seja, tudo o que a própria Infraero poderia fazer.
Viracopos tem crescimento maior que média nacional Comissão vai investigar barulho de aeroportos
Técnicos do Daesp, que administra 31 terminais no interior de São Paulo, vão analisar os arredores das quatro principais pistas Foram 8,8 milhões de passageiros em 2012; até 2014, capacidade do terminal vai aumentar para 14 milhões
Ricardo Brandt, Nataly Costa, José Maria Tomazela |
O Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, registrou movimento de 8,8 milhões de passageiros em 2012, um crescimento de 16,9%, em relação aos 7,5 milhões de pessoas que viajaram em 2011. Enquanto isso, a média nacional foi de 6,4%. Assim, ele passou do nono para o sétimo lugar na lista de terminais aéreos mais movimentados do País, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Concedido para a iniciativa privada no primeiro lote de privatizações de aeroportos do governo federal em fevereiro do ano passado, Viracopos ainda está em expansão. A capacidade vai para 14 milhões de passageiros até 2014.
"O aeroporto tem crescido significativamente e estamos investindo para suprir essa demanda. Com reformas, novas áreas e otimizando o atual espaço, vamos dar uma sobrevida ao atual terminal", afirma o diretor de operações da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Mota.
De 2007 até 2011, o movimento subiu 49%, enquanto a média nacional foi de 8,7%. A maior consequência desse aumento fora do comum é a superlotação. O atual terminal está projetado para receber 3,5 milhões de passageiros, mas desde 2011 opera com o dobro da capacidade. "Nos horários de maior movimento, ficava insuportável a sala de embarque. Já dá para notar alguma diferença, principalmente nos novos espaços e nos banheiros, mas ainda falta opção de lojas e lanchonetes", conta o empresário Marcos Buzolin, de 43 anos.
Entre os dez maiores aeroportos do Brasil, Viracopos perdeu em aumento de passageiros apenas para o Galeão, no Rio, que cresceu 17,1%.
Viracopos é projetado para ser o maior terminal de passageiros do País ao término do contrato de concessão, daqui 30 anos. Ele terá capacidade para 80 milhões de passageiros. "Já investimos R$ 69 milhões nas melhorias de estrutura do atual terminal e vamos investir até 2014 R$ 2 bilhões no novo terminal. No atual terminal atacamos todos pontos críticos, mais espaços, novas vagas de estacionamento, novos banheiros, mais ônibus, mais equipamentos de raio X", explica Mota.
O aeroporto terá um novo terminal, com 110 mil m² de área total, edifício-garagem com três pisos e capacidade para 4,5 mil veículos (o atual suporta 2,1 mil) e 28 posições para estacionamento de aeronaves com pontes de embarque e desembarque (fingers), além de sete posições remotas (com acesso aos aviões por ônibus).
O ronco dos aviões faz tremer as vidraças. O aparelho de som e a televisão captam vozes do sistema de comunicação de aeronaves. Esse é o tipo de problema que o frentista Marcos Lúcio de Souza, de 38 anos, tem em sua casa, na zona norte de Sorocaba. Morador da Vila Helena há 16 anos, ele ainda não se acostumou com o barulho do aeroporto local. E esse é o tipo de caso que vai ser alvo de uma comissão do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).
Técnicos da autarquia que administra 31 aeroportos do interior paulista vão sair a campo para monitorar os níveis de ruídos no entorno das pistas e apresentar soluções para o controle do barulho.
Os aeroportos de Jundiaí, Sorocaba, Ribeirão Preto e Campo dos Amarais, em Campinas, registraram 480.148 operações de pouso e decolagem de aeronaves de janeiro a novembro de 2012, mais de 50% do movimento de todos os 31 aeroportos administrados pelo Daesp. A Comissão de Gerenciamento de Ruído Aeronáutico foi criada no último dia 14 com representantes dos quatro terminais, que têm em comum, além do grande movimento de aviões, a localização em áreas residenciais. As administrações estão autorizadas a contratar equipes especializadas para medir o barulho. O objetivo é identificar atividades incompatíveis com o nível de ruído previsto no plano de zoneamento dos aeroportos.
Levantamento. A comissão terá de apresentar mapas de cada aeródromo apontando os locais mais sensíveis aos ruídos. O mapeamento vai orientar as ações do Daesp e das prefeituras para reduzir o barulho. Serão enviados relatórios à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que vai acompanhar o processo. As medidas a serem propostas podem ir de uma redução nas manobras que exigem alta potência do motor até a restrição nos horários de pousos e decolagens para determinadas aeronaves.
O aeroporto de Jundiaí, de maior movimento - teve 92.504 pousos e decolagens no período -, recebe aviões, jatinhos e helicópteros de forma ininterrupta, até a noite, o que vem causando reclamações dos vizinhos. Construído a 7 quilômetros do centro, o terminal já foi alcançado pelo crescimento da área urbana. Os bairros residenciais Jardim Ermida e Gramadão, os mais próximos, já são afetados pelo barulho. A prefeitura informou que o município restringe construções de prédios e residências no entorno do aeroporto, conforme o que é determinado pelo Daesp.
As construções mais próximas são indústrias, a um quilômetro da pista.
Segundo a ouvidoria municipal, não há registro de reclamações da população do entorno. Moradores de um condomínio no bairro Eloy Chaves, que está na rota das aeronaves, já reclamaram publicamente do barulho excessivo.
O Campo dos Amarais, em Campinas, também está cercado por indústrias e casas. Medições informais mostraram que o nível de ruído no solo, na passagem de aviões maiores, atinge 80 decibéis, bem acima do recomendado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - 50 decibéis durante o dia.
Em Ribeirão Preto, a prefeitura, o Daesp e o Ministério Público Estadual já discutem o impacto do projeto de ampliação do terminal aéreo sobre a vizinhança. O aeroporto, que tem o maior movimento de passageiros da rede estadual, com 994.795 embarques de janeiro a novembro de 2012, está cercado por bairros residenciais.
Um grupo de pessoas e entidades lançou o Movimento Pró Aeroportos Seguros, que se opõe à ampliação do atual terminal, por estar em área densamente povoada. O grupo defende a construção de um novo aeroporto fora da área urbana.
Para ter mais concorrência, Anac vai privilegiar aéreas com menor participação
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve divulgar hoje novas regras para a distribuição de "slots" - horários de pousos e decolagens - em aeroportos que já estão saturados. A minuta de resolução, que será debatida em audiência pública, prevê critérios mais rigorosos de regularidade e pontualidade. Ou seja, aéreas que hoje têm índices elevados de atrasos e cancelamentos de voos perderão mais facilmente seus espaços em terminais como o de Congonhas (SP).
Hoje, as aéreas que cancelam mais de 20% dos voos, a cada período de 90 dias, podem perder seus slots. Ao redistribuir essas permissões, a Anac privilegia as empresas que já operam no aeroporto, a quem cabem quatro de cada cinco slots desocupados. A partir de agora, os critérios vão privilegiar companhias que têm menos presença nos aeroportos, de forma a aumentar a concorrência.
Ontem, a Gol, que ao lado de TAM lidera o mercado doméstico, registrou queda de 4% na bolsa. Analistas de mercado apostavam que a queda das ações da Gol estava relacionada com as novas regras da Anac. Seu presidente Paulo Kakinoff disse ao Valor que a queda das ações da Gol faz parte da "volatilidade dos papéis da companhia", que são negociadas por muitos investidores.
A distribuição dos slots passará a ser feita anualmente. As empresas terão que cumprir exigência de pelo menos 80% de regularidade e 75% de pontualidade. Em Congonhas, o aperto será ainda maior. A exigência será de 90% de regularidade e 80% de pontualidade. O objetivo da Anac é evitar uma prática das aéreas, já identificada pelos técnicos, de cancelar decolagens com horários próximos a fim de evitar aviões vazios e juntar os passageiros em um mesmo voo. Elas costumam fazer um rodízio dos voos cancelados para escapar do risco de perder os slots, segundo avaliação dos técnicos, o que ficará mais difícil a partir de agora.
Outra mudança é que, até hoje, a redistribuição de slots era restrita apenas a aeroportos totalmente saturados, que não têm mais horários disponíveis para pousos e decolagens. Atualmente, o único que se enquadra no caso é Congonhas.
As novas regras passam a valer para outros aeroportos, inclusive aqueles que têm apenas saturação nos horários nobres como os de Guarulhos (SP), Brasília (DF) e Santos Dumont (RJ). Em dezembro, o governo já havia anunciado parte das mudanças e deixado claro o objetivo de acirrar a competição em Congonhas. O que falta agora é a regulamentação da medida, pela Anac, com o detalhamento das regras.
Ampliação do pátio de aviões do Salgado Filho avança hoje
Elio Bandeira (interino) |
Obra importante para o aumento da capacidade de operação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a ampliação do pátio destinado às aeronaves terá mais um capítulo hoje, quando a Infraero irá emitir a ordem de serviço para a execução do projeto.
Estimadas em R$ 79,6 milhões, valor 8,94% abaixo do orçamento de referência, as obras incluem ainda a ampliação do sistema de pistas de taxiamento de aeronaves. A execução será do consórcio Cbemi/Serki, que venceu a licitação. Os trabalhos devem começar no dia 25 de fevereiro e terão 14 meses de duração. Na conclusão, o Salgado Filho terá um total de 208,1 mil metros quadrados em sistema de pátio e pistas de taxiamento, com mais sete posições para aeronaves. Atualmente, a estrutura tem 157,9 mil m², com 25 posições, sendo cinco com pontes de embarque.
Ainda mais aguardada, a expansão do terminal ainda deverá demorar mais. De acordo com a Infraero, o edital de licitação da obra deve ser publicado até março. A entrega da primeira fase dos serviços está prevista para maio de 2014. Serão mais duas pontes de embarque, 18 balcões de check-in e mais seis escadas rolantes e seis elevadores.
A atualização do sistema de pousos por instrumentos (ILS), que passará da categoria I para a II, dando mais condições para pousos em condições meteorológicas adversas, que começou no ano passado, tem a conclusão prevista para o primeiro semestre deste ano.
Dilma compara regime militar ao Holocausto
Ao participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas do holocausto, ontem à noite em Brasília, a presidente Dilma Rousseff comparou a tragédia que levou ao extermínio de seis milhões de judeus com as mortes provocadas pelos anos de ditadura militar no Brasil e com os 300 anos de escravidão. "Não podemos deixar de lado dolorosas lições da vida", disse a presidente, em discurso, ressaltando que esta data precisa ser relembrada sempre, para que "acontecimentos similares" nunca se repitam. Dilma se vangloriou da criação da comissão da Verdade em seu governo, acentuando que ela será uma "arma contra a barbárie". Em sua fala, a presidente também condenou quem nega o holocausto, sem se referir explicitamente a países como Irã, cujo presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que a tragédia não existiu. "Este período terrível da nossa história se repete quando negam a sua existência", afirmou Dilma. "Negar é repeti-la." Para a presidente, "o mal é banal porque é praticado por seres humanos banais".
A cerimônia foi em homenagem ao embaixador do Brasil na França nos anos de 1940, Luiz Martins de Souza dantas, que concedeu vistos para o País a judeus e minorias, salvando-os da perseguição. Também foi homenageada Aracy Guimarães Rosa, responsável pela seção de passaportes da embaixada brasileira em Hamburgo, na Alemanha, que ajudou muitos judeus a entrarem no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. Seis velas foram acesas em homenagem às vítimas.
Rafael Eldad, embaixador de Israel no Brasil, leu uma mensagem do presidente israelense, Shimon Peres, se solidarizando com as vítimas da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. "Fiquei consternado e terrivelmente triste com a tragédia que golpeou o Brasil. Nossos corações estão com vocês nesse momento de luta", diz a mensagem.
O presidente da Confederação Israelita no Brasil, Cláudio Lottemberg, por sua vez, lembrou o período difícil que Dilma enfrentou na ditadura, acrescentando que ela "lutou pelo Brasil democrático".
Buscas por monomotor serão retomadas nesta quinta-feira (31)
Mau tempo interrompeu operação por duas vezes nesta quarta-feira (30). Militares procuram por aeronave em Monte Verde, MG.
A Aeronáutica irá retomar as buscas nesta quinta-feira (31) pelo monomotor que desapareceu há dois dias com um comerciante de Rio Claro (SP) e o amigo dele. O mau tempo impediu que os aviões de salvamento sobrevoassem a Serra da Mantiqueira, entre Minas Gerais e São Paulo.
Militares da Força Aérea Brasileira haviam retomado as buscas pelo monomotor na manhã desta quarta-feira (30), porém o voo na região foi interrompido por um forte nevoeiro e só continuou no início da tarde. Em seguida, as buscas foram suspensas novamente e adiadas para o dia seguinte. A aeronave saiu de Ubatuba com destino a Rio Claro (SP) e está desaparecida desde às 13h30 de segunda-feira (28).
A última informação captada no radar da FAB indicava que o aparelho está próximo ao local. As buscas se concentram na região de Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG), próximo à divisa com o Estado de São Paulo, onde existe uma grande faixa de mata fechada.
Após uma ordem judicial, uma operadora de telefonia fez o rastreamento do celular de um dos ocupantes do avião. Um sinal foi detectado por volta das 20h desta segunda-feira (28), na região de serra de São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos.
De acordo com a FAB, a distância entre o ponto em que o radar detectou o sinal da aeronave, em Monte Verde (MG), e o ponto rastreado pela operadora de telefonia móvel, é de cinco quilômetros. As buscas também estão sendo feitas na região de São Francisco Xavier.
Operação
As buscas na região entre São Paulo e Minas contam com o auxílio de um avião SC-105, vindo de Campo Grande (MS), e um helicóptero H-34 Super Puma, do Rio de Janeiro. A operação envolve 20 militares. Um base será montada em São José dos Campos. O Jeep Club de Monte Verde deve colaborar nas buscas por terra.
A aeronave era pilotada pelo comerciante de Rio Claro Diego Perez, que voltava para a cidade com o amigo de infância Marcos, atual morador de Ubatuba. “Eles saíram daqui às 11h55 e deveriam chegar com uma hora e meia de voo em Rio Claro, mas não chegaram e não deram sinal. Ainda não sabemos onde o avião desapareceu”, declarou a mãe de Marcos, Wania Vieira Teixeira Barros.
Médicos intensivistas brasileiros serão treinados para atender em acidentes com múltiplas vítimas
Alana Gandra | Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), que representa os profissionais que atuam nas unidades de tratamento intensivo (UTIs), quer implantar no Brasil o curso de catástrofe e desastres (Fundamental Disaster Management-FDM) da Sociedade Norte-Americana de Medicina Intensiva.
O primeiro curso está previsto para abril, em Goiânia, e há dois programados para São Paulo no final daquele mês. Especialistas dos Estados Unidos e de Portugal participarão dos cursos já programados. A expansão do treinamento para todo o país depende de parceria com o Ministério da Saúde, disse hoje (30) à Agência Brasil o presidente da Amib, José Mário Teles. Na semana passada, médicos intensivistas brasileiros participaram do FDM.
Teles destacou que o curso existe há mais de oito anos nos Estados Unidos, em função de ataques terroristas, desastres naturais, infecções virais e pandemias. “Existe esse conceito nos Estados Unidos que um hospital de porta aberta, isto é, um hospital de emergência, tem que estar preparado para atender uma situação de múltiplas vítimas”.
A ideia da Amib é trazer o curso para o Brasil em função dos grandes eventos que estão programados para o país, como a Copa do Mundo de 2014. “Se vamos nos preparar para eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, temos que ter essa conscientização, porque aglomerar pessoas em estádios, festas, é uma situação que propicia esse tipo de coisa”.
Para o presidente da Amib, o Brasil não está preparado para o atendimento súbito de muitas vítimas. Ele disse que a taxa de ocupação nos hospitais brasileiros é de quase 100%, com um número significativo de pacientes aguardando horas na fila de emergência para serem atendidos. Para Teles, planejamento é a palavra-chave quando se tem uma situação em que aumenta de maneira súbita o número de feridos. Segundo ele, se não houver planejamento de pessoal, material, equipamentos e de espaço, a situação se complica.
O médico informou que existem atualmente tendas infláveis que podem ser montadas do lado de fora dos hospitais, em apenas um minuto e 15 segundos, para atendimento de 30 pessoas em macas. “Ou seja, tem que ter mais profissionais, mais equipamentos, materiais, medicamentos e mais espaço. Um hospital tem que ter estrutura”.
Teles comentou que a proximidade dos grandes eventos internacionais vai obrigar os hospitais privados a investir em planejamento de catástrofes. Ele considera, porém, que esses investimentos têm que ser públicos, feitos pelo Ministério da Saúde. “Senão, não tem condição”.
A expectativa é que o ministério dê apoio à realização desses cursos no país. O presidente da Amib ressaltou que ao mesmo tempo que prepara os profissionais para lidar com situações extremas, o curso ensina a fazer a triagem de pacientes e a usar os recursos de maneira mais eficiente. “Esse curso no momento, infelizmente, é muito oportuno”, disse, referindo-se à tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde mais de 230 jovens morreram no último domingo (27).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos países de baixa renda acontecem 9% do total de desastres no mundo, com 48% das fatalidades. Teles disse que a falta de investimentos e de preparo dos intensivistas explica esse fato. Gráfico apresentado durante o curso pela Sociedade Norte-Americana de Medicina Intensiva revela que quando ocorre um acidente com múltiplas vítimas, a pessoa que chega à emergência de um hospital até uma hora depois 50% de perigo de morrer. Os que chegam duas horas depois, têm 78% e os que chegam três horas depois, o índice de mortalidade se aproxima de 95%.
Segundo Teles, o Brasil apresenta uma série de dificuldades para atender vítimas de catástrofes, inclusive de locomoção. No caso da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), ele destacou que a ação dos órgãos militares foi fundamental, ao disponibilizar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte dos feridos.
Ele destacou que o Rio Grande do Sul é o estado que dispõe dos melhores profissionais de unidades de terapia intensiva do país. ”Se essa tragédia tivesse acontecido em outro estado, com certeza, nós teríamos muito mais que 300 mortos, por causa das dificuldades que poderiam ser encontradas”. O médico enfatizou a necessidade de que sejam feitas simulações nos hospitais a cada quatro meses, para que as dificuldades observadas antes e depois possam ser discutidas pela equipe. A meta da Amib é treinar no curso de catástrofes e desastres 5 mil pessoas por ano.
Brasil vai diminuir contingente da força de paz no Haiti
Marcelo Brandão | Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Defesa informou na tarde desta quarta-feira (30) que o Brasil irá iniciar uma redução do contingente militar que atua nas forças de paz no Haiti. Atualmente, há 1.910 militares brasileiros naquele país.
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, explicou que, nesse primeiro momento, a redução será pontual. “Estamos apenas retirando o Brabatt 2, batalhão que era direcionado para o atendimento em função do terremoto”. Com a saída do Brabatt 2, responsável pela assistência ao Haiti após o terremoto de 2010, o contingente de militares brasileiros no país voltará a ser 1.450. Esse número irá compor um batalhão único, comandado pelo coronel Zenedir da Mota Fontoura.
Ao passo que 460 militares voltam para o Brasil, um total de 30 oficiais irá embarcar para o Haiti no dia 7 de junho. Esse grupo participou de um curso preparatório no Ministério da Defesa. Além de orientações sobre a missão da tropa, o curso abordou temas referentes à política externa brasileira no Haiti e promoveu uma videoconferência entre os oficiais e os líderes militares que já se encontram no país.
Pele vinda do Chile reforça estoque em Porto Alegre
Material foi doado para atender às vítimas da tragédia em Santa Maria
Samantha Klein |
Chegou a Porto Alegre na tarde desta terça-feira mais um reforço para o estoque de pele humana a fim de socorrer as vítimas do incêndio na boate Kiss em Santa Maria: um jato Legacy da Força Aérea Brasileira trouxe mais três mil peças (30 m²) de pele do Chile. O material deve ser encaminhado à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul.
A Anvisa montou uma força-tarefa para receber pele humana e membrana amniótica dos bancos da Argentina, Uruguai e Chile. A carga dos vizinhos do Mercosul vai ser utilizada conforme a necessidade dos mais de 140 pacientes hospitalizados no Estado.
O estoque do banco de pele da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre foi insuficiente para atender aos internados. A instituição recebeu, além das remessas de Buenos Aires e Montevidéu, doação de pele e membrana do Hospital das Clínicas da USP e do Instituto de Medicina Integral de Pernambuco Professor Fernando Filgueiras (Imip), no Recife. A Anvisa está liberando as doações encaminhadas pelos países vizinhos em tempo recorde porque existe uma resolução da agência que prevê a celeridade do processo de liberação de materiais biológicos em situações emergenciais.
O Uruguai encaminhou 2,4 m³ de pele humana e 7,3 m³ de membrana amniótica. A Argentina enviou 10 m³ de pele e 20 m³ de membrana. Ainda não é possível determinar quantos pacientes serão beneficiados, já que a necessidade depende da extensão da queimadura.
Rio Grande do Sul recebe doação de pele humana do Chile
Material chegou na tarde desta quarta-feira no Salgado Filho
Igor Müller |
O Rio Grande do Sul recebeu na tarde desta quarta-feira mais uma doação de pele humana que irá ajudar no atendimento aos queimados no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. Os 3 mil centímetros quadrados foram doados pelo banco de tecidos do Chile.
Um jato Legacy da Força Aérea Brasileira (FAB) foi utilizado no transporte. O avião decolou de Brasília às 7 horas e pousou em Porto Alegre antes das 17 horas. “Tivemos prioridade durante o voo e com isso ganhamos tempo em relação ao previsto”, disse o coronel aviador Ricardo Barcelos Cirne da Silva.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen, com o material vindo do Chile o Estado acredita ter uma quantidade suficiente de pele humana para o tratamento das vítimas. O estoque é de 25 mil centímetros quadrados. “Em torno de dez pacientes vão precisar deste material”, informa.
Mais cedo, em visita ao Hospital Universitário de Canoas, o ministro Alexandre Padilha disse que ainda nesta quarta-feira retorna a Brasília. “Mas a coordenação da Força Nacional do SUS fica aqui para dar continuidade ao atendimento”, completa. Conforme Padilha, 75 pacientes estão em estado muito grave, mas com evolução positiva.
Ainda durante a tarde médicos dos hospitais de Santa Maria e Região Metropolitana que estão envolvidos no atendimento às vítimas do incêndio da boate Kiss participariam de uma vídeoconferência com especialistas de outras instituições do País e até dos Estados Unidos, Argentina e Canadá. “Vamos trocar experiências para aprimorar ainda mais o trabalho”, resume Padilha.
TENENTE
Regina Rito |
Thiago Martins postou em seu Instagram uma foto que aparece caracterizado de Tenente Rodrigo, seu personagem em "Flor do Caribe", próxima novela das 18h, de Walther Negrão, que estreia em abril na Globo. Na legenda, ele escreveu: "Deus no comando sempre!".
Portal RFI (Portugal)
Chile envia pele para vítimas da tragédia de Santa Maria
Taíssa Stivanin
O Banco de Pele de Porto Alegre deverá receber nesta quarta-feira à noite cerca de três mil peças de pele humana vindas do Chile, que serão trazidas por um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para atender as vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. O objetivo é assegurar o estoque necessário para suprir a demanda, que pode aumentar nas próximas três semanas.
O jato Legacy, da FAB, chega por volta das 16h30 no horário de Brasília em Porto Alegre. Segundo um comunicado da Força Aérea Brasileira, o Ministério da Saúde acionou na noite desta quarta-feira a operação de ajuda humanitária, e o avião decolou nesta manhã para Santiago. Além do Chile, a Argentina e o Uruguai também enviaram pele para ajudar as vítimas da tragédia de Santa Maria, que deixou até agora 235 mortos e 143 feridos. Do total de hospitalizados, 20 pessoas apresentam queimaduras graves.
De acordo com o chefe do setor de cirurgia plástica da Santa Casa de Porto Alegre, Pedro Bins Ely, o estoque do Banco de Pele supre por enquanto as necessidades dos feridos, mas a demanda pode aumentar nas próximas três semanas. ‘’Mesmo que não falte pele imediatamente, aceitamos a oferta do países. Assim, no momento em que houver uma demanda maior, poderemos disponibilizar o material necessário’’, declarou.
O especialista explicou à RFI que a pele recebida é retirada de cadáveres, empacotada, esterilizada e armazenada em câmaras frigoríficas em centros especializados. O material é utilizado em enxertos dependendo da gravidade dos ferimentos. ‘’Trata-se de um curativo biológico, que vai ajudar a diminuir a desidratação, dar conforto, diminuir a dor das queimaduras e prevenir infecções, porque cobre a ferida. Em torno de 15 a 20 dias depois do procedimento, depois de resolvidos os problemas respiratórios, pode-se realizar o enxerto com a própria pele do paciente. A rejeição é calculada.
Segundo ele, o maior problema enfrentado pelos sobreviventes, no momento, é a intoxicação provocada pela inalação da fumaça. ‘’Os problemas pulmonares das vítimas são muito mais críticos do que as queimaduras. Esta foi uma característica da tragédia de Santa Maria.’’ A chamada pneumonia química, diz, provoca uma lesão no pulmão. Nesse caso, explica, "se o paciente também tiver uma queimadura extensa, a pele é usada para cobrir o ferimento até ele ter condições de fazer o enxerto."
De acordo com o especialista, o número de pessoas com queimaduras extensas na tragédia varia entre 5 e 10 pessoas. Nos hospitais da Santa Casa, diz, estão internadas duas das vítimas, com ferimentos de segundo grau. Em um dos casos, as queimaduras cobrem 15% do corpo.
Portal PB Agora (PB)
Piloto do governador é afastado pela Casa Militar
A Casa Militar do Governador (CMG) afastou temporariamente o piloto Nilton Pinheiro das funções. Segundo o chefe do orgão, coronel Fernando Antônio Soares Chaves, o afastamento foi necessário porque o ele é alvo de investigação por parte do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) devido ao envolvimento dele no acidente com aeronave oficial do Estado. O coronel tomou a decisão sem ter recebido nenhum documento oficial do Comando da Aeronáutica. Ele também confirmou que o piloto era recém contratado e no dia do acidente executava seu primeiro voo a serviço do governador.
O coronel Chaves contou que Nilton prestou depoimentos à Cenipa, na última sexta-feira, mas ainda será convocado para prestar mais esclarecimentos. “Ele foi afastado porque agora está à disposição da Aeronáutica. Até o momento não recebi comunicado oficial da Aeronáutica sobre suspensão de licença dele, mas entendemos que em se tratando de acidente aéreo, a suspensão sempre acontece”, explicou.
O comandante do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Seripa II) de Recife, que é vinculado a Cenipa, tenente-coronel aviador Luis Cláudio Veloso Gonçalves, informou que os dados coletados durante a perícia no aeroclube de São José da Mata, em Campina Grande, estão sendo analisados e que em um mês, terá concluído um laudo preliminar.
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