Mais de 1.600 voos foram monitorados pela Força Aérea Brasileira (FAB) ao longo dos 63 dias de operação durante as competições no Rio de Janeiro. Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, os aeroportos brasileiros atingiram índices de pontualidade de 94,8% e 95,3%, respectivamente, superando os resultados dos Jogos de Londres 2012. Durante o evento, mais de um milhão de atletas, delegações e turistas passaram pelos aeroportos brasileiros.

As ações de coordenação do tráfego aéreo são realizadas a partir da Sala Master de Comando e Controle, no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, organização subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

A Sala Master reúne, em sistema de plantão 24 horas, militares da FAB, representantes de órgãos governamentais e entidades do setor de aviação para coordenar ações relativas ao espaço aéreo e aos aeroportos, visando garantir a segurança dos usuários por meio do gerenciamento de informações e do processo de tomada de decisão colaborativa. O controle e a defesa do espaço aéreo foram destaques, uma vez que o Brasil é o único país que integra as duas áreas.

Durante os grandes eventos, como a Copa do Mundo FIFA 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 e a Copa América 2019, seguindo critérios de segurança adotados mundialmente e a manutenção dos níveis dos serviços de tráfego aéreo prestados, foram estabelecidas áreas de exclusão em determinadas regiões do espaço aéreo para cada um dos eventos.

Durante o período de ativação das áreas, as aeronaves que desrespeitam as restrições e proibições estão sujeitas à intervenção, persuasão e detenção, situações previstas nas Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo.

Mesmo com as restrições na circulação aérea e o aumento do tráfego aéreo decorrente do fluxo de delegações, autoridades e chefes de Estado, turistas e profissionais da imprensa, as ações da FAB são planejadas com mínimo impacto às ações da aviação civil e à rotina do passageiro.

Em 2019, durante a Copa América, foram, em média, 3.300 voos diários com índices de 100% de pontualidade nos aeroportos brasileiros. Sem atrasos, assim foi a experiência do tráfego aéreo durante os grandes eventos no Brasil. Além de garantir segurança e celeridade aos envolvidos, fez com os viajantes não sentissem o impacto do aumento da demanda.

As experiências obtidas em cada evento, aliadas à capacidade das diversas instituições envolvidas, colocaram o Brasil e a FAB em um patamar de destaque no cenário internacional.

Durante a Reunião de Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro deste ano, e a COP 30, em Belém, em 2025, serão também realizadas ações de gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo e defesa aérea com a ativação da Sala Master de Comando e Controle para esses próximos grandes eventos no Brasil.

O Esquadrão Profeta é uma das unidades versáteis do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), que apoia operações essenciais para a segurança e a eficácia do sistema de controle do espaço aéreo e do sistema de defesa aeroespacial brasileiro.

A organização é responsável pelo planejamento, instalação, operação e manutenção dos meios transportáveis de comunicações nos locais desprovidos de recursos ou naqueles em que os equipamentos fixos ou profissionais existentes, sejam insuficientes para atender às necessidades das operações militares.

“Com uma equipe especializada e com capacidade de pronta-resposta e mobilidade, podemos atuar em todo território nacional e no exterior. Executamos diversas tarefas, como comando; controle e comunicações; controle aeroespacial; e apoio às ações do nosso País”, explica o Comandante do Esquadrão Profeta, Major Aviador Gabriel Brandello de Oliveira Haguenauer Moura.

Ao longo de sua história, a Unidade tem participado ativamente de diversas missões, como a Operação Taquari 2, na atuação do DECEA na calamidade do Rio Grande do Sul, e ao maior exercício de combate aéreo multinacional e conjunto realizado pela FAB, a CRUZEX, que está programada para ocorrer em novembro deste ano.

O 1º GCC executa um trabalho fundamental, por meio dos seus cinco Esquadrões sediados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, e atua de forma independente em qualquer parte do Brasil ou do mundo, como em situações de calamidades públicas e desastres ambientais, como ocorreu no RS. A instalação do radar transportável em Canoas permitiu o controle de tráfego aéreo de mais aeronaves das cidades afetadas pelas enchentes.

Na CRUZEX, os cinco esquadrões são mobilizados para ampliar a cobertura radar, aumentar a capacidade de comunicação entre as aeronaves, viabilizar a avaliação das manobras em tempo real, entre outras aplicações.

O 1º GCC é a única Organização da Força Aérea Brasileira com expertise e profissionais especializados para o transporte e a montagem destas estruturas imprescindíveis em operações deste porte.

Informações do DECEA

Entre os dias 15 e 19 de julho, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) destacou-se na ESRI User Conference 2024, realizada em San Diego, Califórnia. A instituição foi a única brasileira a receber o prestigiado prêmio Special Achievement in GIS Award 2024, em reconhecimento aos seus avanços na cartografia aeronáutica.

Projeto Inovador de Cartografia Aeronáutica

O DECEA, por meio do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), desenvolveu um projeto inovador utilizando a plataforma ArcGIS para a produção de Cartas Visuais. Esta iniciativa representa um marco significativo para o ICA, que anteriormente atualizava apenas as Cartas Aeronáuticas Mundiais (WAC) na escala de 1:1.000.000. Com a implementação do ArcGIS, será possível também atualizar as escalas 1:500.000 e 1:250.000, resultando em produtos mais precisos e em maior quantidade.

O Chefe da Seção de Cartas Visuais do ICA, 1° Tenente Engenheiro Cartógrafo Filipe José Americano Albeny, explicou que tarefas que antes consumiam cerca de quatro meses agora podem ser concluídas em apenas duas semanas, graças à maior eficiência proporcionada pela nova plataforma. A nova tecnologia incorpora validações automáticas de dados e um fluxo de trabalho totalmente rastreável, garantindo um nível de precisão e confiabilidade sem precedentes.

Além de aumentar a produtividade, o sistema já está em produção e fornecerá Cartas Aeronáuticas de Pilotagem, Cartas de Navegação Aérea Visual e Cartas Aeronáuticas Mundiais para o Cruzeiro do Sul Exercise (CRUZEX) 2024. Esse avanço demonstra a capacidade e prontidão da nova tecnologia implementada pelo ICA.

Reconhecimento e Apresentação na ESRI User Conference

Durante a ESRI User Conference 2024, o 1° Tenente Engenheiro Cartógrafo Filipe José Americano Albeny representou a comitiva brasileira e realizou uma apresentação sobre o desenvolvimento do projeto utilizando a plataforma ArcGIS. Ele destacou que este projeto é pioneiro no uso do ArcGIS Pro na cartografia aeronáutica, marcando um avanço significativo para o ICA.

A conquista reflete o compromisso e a dedicação do DECEA e do ICA em aprimorar continuamente seus processos e produtos, colocando o Brasil em posição de destaque no cenário global de geotecnologia. O diretor do ICA, Tenente Coronel Aviador Devilan Dutra Paulon Júnior, comentou que a participação na ESRI UC 2024 e o reconhecimento obtido são provas concretas dos avanços tecnológicos e da excelência dos profissionais brasileiros na área.

Impactos e Aplicações Práticas da Nova Tecnologia

Com a nova tecnologia, o ICA não só reduz significativamente o tempo de atualização das Cartas Aeronáuticas, mas também melhora a precisão dos dados e a eficiência dos processos. A implementação da plataforma ArcGIS já está demonstrando resultados práticos, com aplicações planejadas para o CRUZEX 2024 e outras operações futuras.

Esses avanços tecnológicos têm o potencial de transformar a cartografia aeronáutica brasileira, proporcionando maior segurança e eficiência na navegação aérea. A adoção dessas inovações coloca o Brasil na vanguarda da tecnologia de Sistemas de Informações Geográficas, beneficiando tanto os profissionais da aviação quanto a segurança do espaço aéreo nacional.