Começa nesta quarta-feira (11) um grande exercício de campanha da Força Aérea Brasileira, de apoio humanitário na região amazônica, no estado do Pará.

São 170 militares envolvidos para a realização de até mil atendimentos diários, incluindo especialidades médicas, exames e serviços de assistência social. O exercício coordenado pela Aeronáutica vai acontecer até o final de junho, com atuação direta a partir das cidades de Santarém, entre os dias 12 e 13; em Monte Alegre, de 16 a 19; e depois sobe até o município de Breves, na Ilha de Marajó.

As balsas da FAB partiram da capital paraense para início da missão no final de maio, levando toneladas de materiais e equipamentos, que compõem a estrutura de um hospital de campanha flutuante. A estrutura é a base para os atendimentos dado às comunidades ribeirinhas. A ideia é reforçar a presença do Estado em áreas de difícil acesso, mas também treinar militares em ambiente operacional complexo, simulando situações reais de deslocamento e atendimento em áreas remotas.

Segundo o chefe do Primeiro Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro José Avellar, "mais do que um exercício militar", a ação vai "auxiliar as populações ribeirinhas carentes — não só com medicamentos, mas com orientações" e acolhimento.

A missão da FAB também conta com o apoio de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, para prevenção e detecção de câncer de colo do útero, e a ONG Voluntários do Sertão, para atendimento médico-social.

Foi encerrado nesta sexta-feira (06), na Base Aérea de Anápolis (BAAN), o Exercício Operacional EXOP AIRLIFT COMAO 2025. A atividade foi coordenada pelo Comando de Preparo (COMPREP) e envolveu mais de mil militares, sendo eles 400 da Força Aérea Brasileira (FAB) e 600 do Exército Brasileiro (EB), em um cenário que simula um conflito armado.

Com foco em ações conjuntas e de alta complexidade, o exercício teve como objetivo consolidar doutrinas operacionais, adestrar tripulações em Missões Aéreas Compostas (do inglês Composite Air Operations – COMAO) e ampliar a interoperabilidade entre as Forças. Durante o exercício, estiveram envolvidas aeronaves de transporte, caça, reconhecimento e asas rotativas, além de tropas de infantaria, forças especiais e sistemas de defesa antiaérea.

O comandante da BAAN e diretor do exercício, coronel aviador Leandro Vinicius Coelho, falou sobre o sucesso da atividade. “Encerramos hoje o Exercício Operacional AIRLIFT COMAO 2025. Os objetivos traçados pelo Comando de Preparo foram totalmente atingidos. Realizamos diversas missões e treinamos ações da Força Aérea envolvendo as aviações de caça, de reconhecimento e, principalmente, ações inéditas na aviação de transporte. Utilizamos as aeronaves KC-390 Millennium e C-105 Amazonas, o que elevou ainda mais a capacidade da aviação de transporte“, ressaltou.

Dividido em três fases, o EXOP teve como missão principal a retomada de áreas estratégicas ocupadas. Para isso, foram executadas ações integradas como assalto aeroterrestre, evacuação aeromédica, reconhecimento tático, supressão de defesas inimigas, defesa antiaérea e infiltração de tropas.

Entre os vetores empregados, destacaram-se os aviões KC-390 Millennium, F-39 Gripen, F-5M, A-1M AMX, C-105 Amazonas, E-99M e o helicóptero H-60 Black Hawk. O Exército Brasileiro contribuiu com forças paraquedistas, brigadas de infantaria e viaturas especializadas, como o sistema de foguetes ASTROS II.

“A atividade envolveu um elevado nível de complexidade, com foco principal no treinamento da aviação de transporte. A operação contou com o Exército Brasileiro, que contribuiu para o êxito das ações. Esse tipo de integração é fundamental, já que a aviação de transporte precisa exercitar os Threat Reactions, essenciais para o cumprimento de missões reais. Tenho certeza de que temos lições aprendidas significativas“, disse o comandante de Preparo, tenente-brigadeiro do ar Raimundo Nogueira Lopes Neto.

Aviação de Caça

A aviação de caça também atuou no exercício, cumprindo papel essencial na defesa do espaço aéreo, na proteção de forças amigas e na neutralização de ameaças. As aeronaves F-39 Gripen, F-5M e A-1M AMX foram empregadas em missões de defesa aérea, escolta, varredura, ataque e reconhecimento, realizadas sob condições climáticas variadas, tanto de dia quanto à noite.

As tripulações foram treinadas no uso de sistemas embarcados de autodefesa, em reações a ameaças e na integração com plataformas de transporte, alerta antecipado e controle — uma coordenação fundamental para o êxito das missões aéreas compostas, que envolvem operações simultâneas e exigem elevada sinergia entre múltiplos vetores aéreos.

Salto inédito, evacuação aeromédica e transporte do ASTROS II

As aeronaves C-105 Amazonas, operadas pelo Primeiro Esquadrão do Nono Grupo de Aviação (1º/9º GAV) – Esquadrão Arara – e pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1º/15º GAV) – Esquadrão Onça –, e as aeronaves KC-390 Millennium, operadas pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo – e pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, tiveram protagonismo em diversas missões do AIRLIFT COMAO.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) divulgou, na sexta-feira (06/06), as alterações temporárias no espaço aéreo brasileiro que serão realizadas no período de 4 a 7 de julho, durante a realização da Reunião de Cúpula do BRICS. Todas as mudanças constam na Circular de Informação Aeronáutica (AIC) nº 24/25.

Elaborado pelo DECEA, o documento ainda divulga os procedimentos gerais e específicos a serem seguidos pelos pilotos em comando e pelos órgãos de controle de tráfego aéreo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) no decorrer do evento.

Segundo a AIC nº 24/25, foram criadas áreas de exclusão em determinadas porções do espaço aéreo brasileiro, com tamanhos e níveis de acesso diferentes, tendo em vista a segurança e o impacto operacional. Essas áreas estão localizadas no espaço aéreo inferior da Região de Informação de Voo (FIR) Curitiba e nas proximidades da Área de Controle Terminal (TMA) do Rio de Janeiro.

O documento destaca também como funcionará a ativação das áreas de exclusão, classificadas como reservada, restrita e proibida, e os períodos de vigência dessas restrições. Durante o período de ativação das áreas, as aeronaves que desrespeitarem as restrições e proibições estarão sujeitas à intervenção, persuasão e detenção previstas nas Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo.

Para garantir a segurança e a fluidez do tráfego aéreo, será ativada a Sala Master de Comando e Controle, no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, unidade subordinada ao DECEA. No local, estarão reunidos militares da Força Aérea Brasileira (FAB), representantes de órgãos governamentais e entidades do setor de aviação para coordenar as ações relativas ao espaço aéreo durante o evento.

Com o crescimento dos movimentos aéreos esperado nesse período, é fundamental que haja pronto atendimento e eficiência na prestação dos Serviços de Tráfego Aéreo (ATS) e no Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM).

“O planejamento específico para a Reunião de Cúpula do BRICS visa garantir a segurança, a fluidez e a eficiência das operações aéreas, minimizando as possibilidades de impactos decorrentes do previsível aumento do tráfego aéreo no período do evento”, pontuou o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.

Lançar, Suprir e Resgatar! A Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira (FAB) celebrará amanhã, quinta-feira (12/06), 94 anos desde a sua criação. Para comemorar a data, está sendo realizada a tradicional Reunião da Aviação de Transporte (RAT 2025), na Base Aérea de Anápolis (BAAN).

A programação teve início no domingo (08/06) com a chegada das Unidades Aéreas, a realização de uma prova de conhecimento teórico e uma confraternização de boas-vindas. O clima de camaradagem e profissionalismo marcou o início de um evento que reúne gerações de aviadores e técnicos dedicados às missões de transporte aéreo.

Na segunda-feira (09/06), as atividades continuaram com a chegada do Comandante de Preparo (COMPREP), Tenente-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto, que realizou a palestra de abertura do simpósio, destacando a significativa integração entre as Unidades e a constante modernização da Aviação de Transporte.

O Comandante de Preparo ressaltou a relevância do encontro, que se consolida como um espaço de reflexão e fortalecimento da FAB. “É um evento para fortalecimento de vínculos e construção do futuro da nossa Força Aérea. A Aviação de Transporte é, sem dúvida, uma das expressões mais visíveis do poder aeroespacial brasileiro. Seja levando ajuda humanitária, realizando evacuações aeromédicas, apoiando operações militares ou integrando as dimensões continentais do nosso território, o transporte aéreo militar é sinônimo de prontidão, flexibilidade e solidariedade”, afirmou o Oficial-General.

O evento contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, que, acompanhado de outros Oficiais-Generais, participou da cerimônia oficial da RAT 2025, reforçando a importância estratégica da Aviação de Transporte para a Força Aérea Brasileira.

“Hoje, vemos o fortalecimento da nossa capacidade aérea com a incorporação de aeronaves estratégicas, como o KC-390, essencial para missões nacionais e internacionais, e o KC-30. Destacamos também o C-105, que passou a operar na Antártica, demonstrando nossa presença nos pontos mais remotos do continente. A capilaridade da nossa Aviação de Transporte, incluindo aeronaves de pequeno e médio porte, tem permitido atender com eficiência a diversas demandas da população. Podemos citar, com orgulho, as missões humanitárias realizadas nos últimos anos, como o resgate de brasileiros na Faixa de Gaza e em Israel. Nessas horas decisivas, a Força Aérea mostra, mais uma vez, que está sempre pronta e presente quando o Brasil mais precisa”, afirmou.

Durante a edição de 2025, o Gerente Operacional da Aviação de Transporte do COMPREP e um dos organizadores da RAT, Major Aviador Hytalo Alves Rodrigues De Castro e Silva, destacou a importância do evento não apenas como uma oportunidade de atualização técnica e troca de conhecimentos, mas também como um momento de fortalecimento da doutrina e das tradições da Aviação de Transporte.

“A convivência entre os militares e a integração entre os esquadrões contribuem diretamente para a coesão, o espírito de corpo e a preservação dos valores que norteiam a atuação da Força Aérea Brasileira”, afirmou o Oficial.

Na terça-feira (10/06), a programação contou com palestras técnicas que reforçaram o papel estratégico da Aviação de Transporte.

O Comandante da Base Aérea de Anápolis, Coronel Aviador Leandro Vinicius Coelho, ressaltou a importância histórica de sediar a Reunião da Aviação de Transporte 2025 na BAAN, destacando o papel crescente da unidade nas operações da FAB. “É uma ocasião muito especial para a Base Aérea de Anápolis. Pela primeira vez, temos a honra de sediar a Reunião da Aviação de Transporte. Trata-se de um momento ímpar, histórico para esta Base, que foi inaugurada há 53 anos”, afirmou o Oficial.

Aviação de Transporte

Atualmente, a FAB conta com 13 Unidades de Aviação de Transporte distribuídas por todo o Brasil, operando aeronaves como o KC-30, KC-390 Millennium, C-105 Amazonas, C-99, C-97 Brasília, C-98 Caravan, C-95 Bandeirante e U-100 Phenom. Essas unidades estão estrategicamente sediadas em Manaus (AM), Belém (PA), Parnamirim (RN), Rio de Janeiro (RJ), Canoas (RS), Campo Grande (MS), Anápolis (GO) e Brasília (DF).

O Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE), em uma parceria estratégica com o Comando de Preparo (COMPREP), ambas Organizações Militares da Força Aérea Brasileira (FAB), realizou, entre os dias 2 e 6/6, o Curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático Nível 3 (APHT – N3). Exclusivamente dedicado a Oficiais e Graduados do Quadro de Infantaria da Força Aérea Brasileira (FAB), a capacitação reuniu, no Rio de Janeiro (RJ), 40 militares dos Grupamentos de Segurança e Defesa (GSD) de diversas Organizações Militares, entre elas a de Afonsos (GSD-AF), Galeão (GSD-GL), Santa Cruz (GSD-SC) e São Paulo (GSD-SP), totalizando 40 horas de instrução intensiva e de alto nível.

Com o objetivo de aprimorar a capacidade de resposta em ambientes operacionais de alta complexidade, o curso treinou os participantes com conhecimentos essenciais para o atendimento emergencial de vítimas em situações táticas. A metodologia adotada alinha-se aos rigorosos protocolos internacionais do Tactical Combat Casualty Care (TCCC) – Cuidados Táticos com Vítimas de Combate, garantindo a aplicação das melhores práticas globais.

Capacitação técnica e realismo operacional elevado
Durante a semana, os alunos foram imersos em temas cruciais, como avaliação do cenário tático, segurança em ambientes hostis, extricação e evacuação tática de vítimas, além da aplicação de técnicas específicas do Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APH-T). As aulas teóricas foram intensamente complementadas por atividades práticas e realistas. Muitos procedimentos, como a introdução de cânula nasofaríngea e a punção venosa periférica, foram executados pelos alunos pela primeira vez, proporcionando um aprendizado prático e memorável.

Uma das grandes inovações desta edição foi a realização de uma oficina prática em horário noturno, simulando cenários de atendimento sob condições adversas e de baixa visibilidade. As atividades culminaram em um desafiador Exercício Simulado em ambiente externo, onde todos os conhecimentos adquiridos foram postos à prova em um cenário de alta fidelidade.

Marco estratégico para a prontidão operacional da FAB
O APHT – N3 representa um marco significativo para a Força Aérea Brasileira. Pela primeira vez, o curso priorizou a recertificação de militares da Infantaria no contexto do APH Tático, incorporando as diretrizes mais atuais do TCCC. Essa iniciativa é um pilar fundamental no esforço contínuo da FAB para aprimorar a capacidade de resposta de seus militares, assegurando que estejam plenamente aptos a atuar com excelência técnica e responsabilidade humanitária nas mais diversas e desafiadoras missões operacionais.

De acordo com o Coordenador do curso, Capitão Médico Leandro Pacheco Amorim, a instrução foi importante para o Instituto, pois, pela primeira vez, houve – em associação com o COMPREP – a oportunidade de levar o conhecimento para militares operacionais da Infantaria de todo o Brasil. “O objetivo é que eles possam replicar esse aprendizado em suas unidades, contribuindo para a formação de militares de pronto emprego. É fundamental mantermos essa conexão entre a área de saúde e o pessoal operacional, para que boas táticas estejam sempre associadas a boas práticas médicas, com o objetivo maior de salvar vidas”, descreveu.

Olhando para o futuro: expansão e excelência contínua
O sucesso da edição de 2025 reforça o compromisso do IMAE com a formação contínua e qualificada dos profissionais da FAB. Para as próximas edições, vislumbra-se a ampliação do público-alvo, incluindo outros quadros operacionais que atuam em ambientes táticos. Além disso, a sistematização de programas de recertificação periódica garantirá a constante atualização e aprimoramento dos conhecimentos, mantendo os militares na vanguarda do atendimento pré-hospitalar tático.

O Curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático Nível 3 é mais do que uma capacitação, é um investimento estratégico na prontidão e no salvamento de vidas, pilares fundamentais da capacidade operacional e da missão da Força Aérea Brasileira.

A Força Aérea Brasileira (FAB) deu início ao processo de modernização de sua frota de aeronaves C-97 Brasília. O novo pacote aviônico – sistemas e equipamentos eletrônicos – proporcionará capacidades aprimoradas, oferecendo mais precisão na navegação, maior confiabilidade e integração com outros sistemas avançados. A iniciativa faz parte do compromisso contínuo da FAB com a manutenção de elevados padrões de segurança e desempenho na aviação. A modernização das três primeiras aeronaves será realizada por militares do Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA LS), nas instalações da empresa nos Estados Unidos, com supervisão de seus técnicos. As demais unidades serão atualizadas já diretamente no PAMA LS.

“A modernização desta aeronave representa um passo importante para a nossa Força e materializa um esforço coletivo. Todo o processo conduzido pela área logística — do planejamento e contratação à preparação da equipe — foi coordenado com grande zelo pelo PAMA LS”, destacou o Diretor do Parque, Coronel Aviador Claudomiro Feltran Junior. “Mais do que um avanço tecnológico em uma aeronave, este projeto marca um ganho significativo na capacidade operacional da FAB. A equipe enviada retornará capacitada, pronta para multiplicar o conhecimento adquirido e garantir autonomia e pleno domínio sobre os novos sistemas incorporados à nossa frota”, completou.

O primeiro avião a passar pelo processo faz parte da frota do Sexto Grupo de Transporte Aéreo (6º ETA) – Esquadrão Guará – e foi levado de Brasília para os Estados Unidos nesta segunda-feira (09/06). “O Esquadrão está extremamente feliz por realizar tal missão. Estar na vanguarda da Força Aérea na modernização do C-97 é motivo de muito orgulho e satisfação para os pilotos em razão do ganho operacional alcançado com a atualização da aeronave”, ressaltou o Comandante da Unidade, Tenente-Coronel Aviador Daniel Rodrigues Oliveira.

A modernização

O pacote aviônico a ser instalado inclui tecnologias de ponta em navegação, comunicação e vigilância, projetadas para ampliar a consciência situacional dos pilotos e otimizar operações críticas de missão.

A principal atualização será no sistema de navegação por satélite (GPS), com a instalação de PFDs (Primary Flight Display) e MFDs (Multi-Function Display) – telas integradas ao sistema de instrumentos eletrônicos de voo. O PFD exibe dados essenciais como altitude, velocidade e atitude da aeronave, enquanto o MFD apresenta informações de navegação, sistemas da aeronave e pode, inclusive, funcionar como backup para o PFD. “A modernização permitirá a operação da aeronave com ainda mais segurança, passando a realizar procedimentos RNP [Required Navigation Performance] com precisão. Além disso, o aumento da consciência situacional proveniente de instrumentos embarcados na aeronave é um ganho operacional muito importante para um dos projetos alicerce do transporte aéreo logístico da FAB”, afirmou o Capitão Aviador Henrique Santos Barcelos da Costa, um dos pilotos responsáveis por levar a primeira aeronave até as instalações da Worldwide Aircraft Services Inc. (WASI) nos Estados unidos.

O RNP é um procedimento de navegação que permite que as aeronaves voem em trajetórias específicas e realizem pousos e decolagens com alta precisão, baseado em sistemas de navegação como GPS.

A Força Aérea Brasileira se prepara para receber mais um exemplar do mais avançado caça supersônico em operação na América Latina: o F-39 Gripen fabricado pela sueca Saab. A décima unidade da aeronave de combate (FAB 4110) será desembarcada nas primeiras horas desta quinta-feira, dia 12 de junho. A embarcação que partiu da Suécia rumo ao Brasil já está no Porto de Navegantes.

Após o desembarque do navio holandês FAGELGRACHT, que faz o transporte da aeronave e partiu há duas semanas do Porto de Norrköping, na Suécia, o mais novo Gripen da FAB seguirá via terrestre até o Aeroporto Internacional Victor Konder antes de decolar para seu destino final, a Base Aérea de Anápolis (GO), onde está sediado o 1º Grupo de Defesa Aérea, onde estão outras 8 aeronaves. A primeira unidade entregue no Brasil permanece em Gavião Peixoto (SP), onde participa de atividades de desenvolvimento.

A movimentação em Navegantes já começou no início desta semana. A operação de transporte do porto até o aeroporto exigirá bloqueios no trânsito e atenção redobrada dos moradores, reforçando a expectativa e o prestígio em torno da chegada do poderoso avião de combate.

Para viabilizar essa operação de traslado, a Polícia Militar de Navegantes anunciou bloqueios e restrições no trânsito. A partir das 23h de quinta, todo o trecho portuário será interditado, com previsão de retorno à normalidade às 3h de sexta-feira. O estacionamento será proibido no mesmo período, embora pedestres e ciclistas continuem livres para atravessar sob sinalização dos agentes. Veículos motorizados deverão optar pelas ruas Francisco Schmitz e Onório Bortolato como rota alternativa.

O F-39 Gripen é considerado um dos caças mais avançados do mundo em sua categoria. Capaz de atingir velocidades superiores a Mach 2 (cerca de 2.400 km/h), o jato incorpora tecnologias de ponta em radar AESA, sistemas eletrônicos embarcados, sensores de guerra eletrônica e capacidade de combate além do alcance visual. Além disso, possui um cockpit digital com alta consciência situacional e integração de dados em tempo real.

Projetado para operar em missões de defesa aérea, ataque ao solo e reconhecimento, o Gripen oferece à FAB uma capacidade operacional incomparável. Seu sistema de armamentos é compatível com mísseis ar-ar de curto e longo alcance, como o IRIS-T e o Meteor, além de armamentos ar-solo guiados de precisão. Outro diferencial é sua capacidade de decolar e pousar em pistas curtas, incluindo rodovias adaptadas, o que permite flexibilidade estratégica em cenários de conflito.

Além de desempenho e poder de fogo, o Gripen também se destaca pelo baixo custo operacional, alta disponibilidade e manutenção simplificada — fatores essenciais para a soberania aérea brasileira. Com produção compartilhada entre a Suécia e o Brasil, o programa inclui significativa transferência de tecnologia para a indústria nacional, beneficiando empresas como a Embraer e estimulando a geração de empregos qualificados no setor aeroespacial.

Desde a chegada em setembro de 2020 do primeiro exemplar F?39E (FAB?4100), a FAB vem intensificando os voos de teste e integração das aeronaves na Base Aérea de Anápolis (GO), onde os Gripen estão operando. A partir de abril de 2022, as entregas regulares passaram a ocorrer em lotes de duas aeronaves ou nos últimos lotes apenas uma aeronave, totalizando dez unidades já transportadas por navio e repassadas via rodovia até o aeroporto de Navegantes.

As futuras unidades serão progressivamente produzidas no Brasil, em Gavião Peixoto (SP), consolidando o país como polo de fabricação do caça na América Latina.

A entrega do 10º Gripen reforça o compromisso do Brasil com a modernização de sua aviação de combate e marca um novo capítulo na história da defesa aérea nacional. Para os entusiastas e especialistas em aviação militar, trata-se de uma oportunidade única de acompanhar de perto a chegada de um dos aviões mais modernos do planeta.

Começa nesta quarta-feira (11 um grande exercício de campanha da Força Aérea Brasileira, de apoio humanitário na região amazônica, no estado do Pará. São 170 militares envolvidos para a realização de até mil atendimentos diários, incluindo especialidades médicas, exames e serviços de assistência social.

O exercício coordenado pela Aeronáutica vai acontecer até o final de junho, com atuação direta a partir das cidades de Santarém, entre os dias 12 e 13; em Monte Alegre, de 16 a 19; e depois sobe até o município de Breves, na Ilha de Marajó. As balsas da FAB partiram da capital paraense para início da missão no final de maio, levando toneladas de materiais e equipamentos, que compõem a estrutura de um hospital de campanha flutuante.

A estrutura é a base para os atendimentos dado às comunidades ribeirinhas. A ideia é reforçar a presença do Estado em áreas de difícil acesso, mas também treinar militares em ambiente operacional complexo, simulando situações reais de deslocamento e atendimento em áreas remotas. Segundo o chefe do Primeiro Comando Aéreo Regional, MajorBrigadeiro José Avellar, "mais do que um exercício militar", a ação vai "auxiliar as populações ribeirinhas carentes — não só com medicamentos, mas com orientações" e acolhimento.

A missão da FAB também conta com o apoio de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, para prevenção e detecção de câncer de colo do útero, e a ONG Voluntários do Sertão, para atendimento médico-social.