NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL UOL


Por que o laser virou a nova arma high tech de manifestantes pelo mundo?


Matheus Pichonelli | Publicada em 25/11/2019 04:00

Os bastões a laser (ou canetas a laser) usados por manifestantes de várias partes do mundo se tornaram ferramenta da disputa por território nas grandes cidades —uma disputa que tem nos sistemas de monitoramento e controle facial uma peça central.

Os lasers servem para "cegar" esses equipamentos de monitoramento. No Chile, manifestantes chegaram a derrubar um drone, que ficou desorientado após ser "alvejado" por feixes de luz verde apontados para ele ao mesmo tempo, numa espécie de pirâmide luminosa.

Uma das hipóteses é que, com a sobrecarga de luzes, o aparelho teria ficado desorientado e perdido altitude. Outra é que o superaquecimento do drone pode ter causado uma falha na bateria. Ou o operador do aparelho, controlado remotamente, perdeu a visão das câmeras e, consequentemente, a noção espacial de onde ele estava.

Em Hong Kong, ficou famosa uma cena, registrada em agosto, em que os opositores do governo local protestaram contra a prisão de um estudante sob a acusação de portar "armas ofensivas". Ele carregava dez canetas a laser.

Em outro ato, a jornalista italiana Alessandra Bocchi divulgou um vídeo em que manifestantes "disparavam" raios laser em direção a soldados e câmeras de monitoramento. "É uma ciberguerra contra a inteligência artificial chinesa", definiu ela.

A cena nos fez questionar se os protestos em Hong Kong seriam as mais distópicas já registradas, lembra?

Territorialismo

Como dissemos, uma manifestação é, antes de tudo, uma disputa por território. De um lado, uma multidão tenta tomar as ruas. Quanto mais gente, maior o recado. De outro, há um esforço das autoridades para conter essa ocupação.

Nesta disputa, uma forma de dispersão é enquadrar e criminalizar possíveis lideranças com leis de garantia da ordem ou acusações de terrorismo. Prisões, perseguições, processos jurídicos do tipo kafkiano acabam servindo, assim, de alerta para futuras mobilizações.

Para isso é preciso dar "rosto" às manifestações, mesmo que elas não tenham liderança formal. Esse "rosto" é adquirido pelas autoridades de diversas formas, com medidas como a proibição do uso de máscaras, e o uso, cada vez mais comum, de câmeras de controle e monitoramento. O uso desses equipamentos explica por que os protestos em Hong Kong, um centro de alta tecnologia, e também no Chile, remontam às batalhas de sabres de luz de "Star Wars".

Segundo Alcides Peron, doutor em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp e especialista em vigilância e novas tecnologias, o uso de raio laser em manifestações é uma tática relativamente nova. Elas se tornaram mais comuns por causa do seu barateamento e também em razão do nível de sofisticação da vigilância. Em Hong Kong, as câmeras estáticas são o alvo preferencial.

A localidade está em pé de guerra desde que a chefe-executiva da ilha propôs um projeto de extradição de moradores para julgamento na China. Os documentos usam o reconhecimento facial para confirmar a identidade das pessoas, segundo uma reportagem do Buzzfeed. Essas informações são armazenadas em um banco de dados com fotos em alta resolução para garantir recursos de identificação —inclusive por câmeras e vídeo.

Daí o receio dos manifestantes de serem identificados e que as autoridades façam alguma coisa contra eles a partir desses dados.

As canetas são usadas também para desmobilizar a linha de avanço policial, inclusive os que monitoram os atos por helicópteros.

No caso do drone, que ainda não tem tecnologia para fazer um reconhecimento facial preciso, o laser serve para evitar controle de território, já que o equipamento pode calcular a invasão de perímetro e possíveis atitudes suspeitas. "A visão de cima dá uma noção diferenciada da tática de enfrentamento. Eles sabem em quais pontos podem sufocar e dispersar uma manifestação", diz Peron.

Um drone inutilizado, portanto, é um aparato a menos à disposição.

Uma arma de guerra?

A palavra laser vem do inglês "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation". Ou seja, é a amplificação de luz por emissão estimulada de radiação.

Uma caneta a laser, claro, não é uma arma de guerra —não no sentido convencional. Desde 1998, aliás, estão proibidas as armas a laser projetadas para causar cegueira. Elas não podem ser usadas em nenhum contexto, nem para fins militares.

Em 2016, o portal Gizmodo perguntou a uma especialista, Rebecca Thompson, doutora em física da American Physical Society, quantas canetas do tipo seriam necessárias para matar alguém. A conta não é nada generosa: seria preciso um laser de 1kW para queimar através do olho de uma pessoa para atingir o seu cérebro em um tempo razoável sem que ela pudesse fugir.

Como cada ponteiro laser tem cerca de 5mW, seriam necessárias 200 mil canetas a laser apontadas ao mesmo tempo para um ponto exato até causar um estrago do tipo. É possível, mas bem improvável.

Outros perigos

Ainda assim, os especialistas alertam há tempos para o que os novos manifestantes já perceberam: esse tipo de equipamento não é brinquedo.

Em 2014, o Inmetro identificou uma série de transtornos causados pelo uso indevido de canetas a laser —desde atrapalhar jogadores em estádios de futebol (os goleiros são os que sofrem mais) até desconcentrar pilotos de avião.

Uma análise do instituto apontou que metade de 12 marcas de uma amostra teve algum tipo de não conformidade com os padrões de segurança - uma delas tinha nove vezes mais potência do que o recomendado. O alerta era que lasers com potência superior a 5mW poderiam causar danos antes que o indivíduo tenha tempo de reagir.

Em São Paulo, um deputado estadual propôs, em 2011, a proibição da venda dessas canetas em todo o estado. O projeto de lei foi vetado pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o uso indevido das ponteiras de raio laser contra cabines de aeronaves é risco potencial para as operações aéreas. Podem causar distração, ofuscamento e cegueira momentânea e comprometer a habilidade dos pilotos. "O risco pode levar a situação extrema de perda de controle em voo, em especial, nos casos de aeronaves tripuladas por um único piloto", diz a entidade.

Pelo Código Penal Brasileiro, expor uma embarcação ou aeronave a perigo pode render pena de reclusão de dois a cinco anos.

Pela internet, é possível encontrar apontadores de todo tipo, por preços que variam de R$ 30 a R$ 1.500. Curiosamente, parte dos equipamentos tem o selo made in China.

Um detalhe é que, à noite, nem todos os lasers são pardos quando apontados para o céu. Um laser vermelho opera com um comprimento de onda de cerca de 650 nanômetros; e um laser verde, com um comprimento de onda de cerca de 530 nanômetros, segundo explicou ao site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul o professor de física Fernando Lang da Silveira.

"O espalhamento do verde é superior a duas vezes a intensidade do vermelho para a mesma intensidade da radiação que viaja no ar. Adicionalmente, a visão humana é cerca de nove vezes mais sensível para o verde do que para o vermelho", diz Silveira.

No Brasil, entre 2013 e 2014, uma série de manifestações (contra o aumento da passagem de ônibus e contra os gastos da Copa do Mundo) levou as autoridades a se articularem em diversos níveis de governo para promover ações de vigilância para subsidiar a ação policial em reuniões públicas de grande porte, segundo um relatório da ONG Artigo 19.

"Tal prática tem diversos desdobramentos, desde a filmagem sistemática de protestos pela polícia até o uso de imagens e informações de manifestantes em investigações policiais, campo em que se recorreu também a buscas em redes sociais e até quebra de sigilo de comunicações de ativistas, em casos com evidente viés criminalizador", aponta a ONG em relatório.

A tendência é que, à medida que esse sistema de identificação e monitoramento avance, chegando também aos drones, a guerra dos lasers se torne cada vez mais comum —seja aqui, seja na China.

JORNAL ZERO HORA


FAB realiza manobras aéreas no Rio Grande do Sul

Exercício Operacional Tínia vai até 3 de dezembro e envolve mais de 50 aeronaves

Humberto Trezzi | Publicada em 24/11/2019 11:13

Quem ouviu rugido de jatos na manhã deste domingo (24) pode ter se assustado, mas não há qualquer problema nos céus do Rio Grande do Sul. O barulho se deve ao Exercício Operacional Tínia (Exop Tínia), conduzido pela Força Aérea Brasileira (FAB) e realizado em território gaúcho. Mais de 50 aeronaves militares estão mobilizadas nessas manobras, conduzidas pelas Alas 3 e 4, bases aéreas localizadas em Canoas (RS) e Santa Maria (RS), respectivamente.

As duas cidades concentram para a Tínia mais de 600 militares, vindos de duas dezenas de bases aéreas distribuídas por todo o Brasil. As manobras simulam um ambiente de guerra convencional - quando há um conflito entre forças armadas de dois países ou alianças de Nações. Os exercícios aéreos começaram dia 18 e vão até 3 de dezembro.

O diretor do Exop Tínia é o comandante da Ala 3, Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto. Ele ressalta que, apesar de ser simulação de uma guerra convenciona, ela cada vez exige mais capacidades diferenciadas de parte dos militares. É que a manobra envolve aviões de caça, reconhecimento, transporte e também helicópteros - além do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e dos Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE), que rastreiam e monitoram as aeronaves. 

A proposta é adequar os treinamentos ao perfil encontrado no cenário internacional, explica o coordenador do Exercício no Comando de Preparo, que coordena as atividades, Coronel-Aviador Gustavo Pestana Garcez. O controle é feito por videoconferência. Ao longo do exercício serão praticadas diversas ações: Escolta, Reconhecimento Aéreo, Controle e Alarme em Voo, Ataque, Varredura, Reabastecimento em Voo, Posto de Comunicação no Ar, Defesa Aérea, Defesa Antiaérea, Transporte Aéreo Logístico, Assalto Aeroterrestre e Busca e Salvamento em Combate, dentre outras.

OUTRAS MÍDIAS


PORTAL DEFESA TV - Em evento na Ala 12, comandante da Aeronáutica confirma reativação do Esquadrão Adelphi


Publicada em 24/11/2019 11:00

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, participou, nesta sexta-feira (22), do XXXI Raduno dos Adelphis, encontro que reúne ex-integrantes do Esquadrão Adelphi (1º/16º GAV).

O evento, realizado na Ala 12, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), contou, ainda, com a presença do Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas.

“Para mim, este encontro com os militares que fizeram parte do 1º/16º GAv – Esquadrão Adelphi, aqui na (AlA 12) Base Aérea de Santa Cruz, tem um significado bastante importante: manter viva a chama da nossa Unidade, que aguarda a sua reativação, na ALA 2 (Base Aérea de Anápolis), onde,  juntamente com o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), terão incorporado às suas Unidades o F-39 Gripen”, lembrou o Tenente-Brigadeiro Bermudez.

Durante o evento, o Comandante da Aeronáutica, que já integrou o Adelphi, recebeu do ex-Comandante do Esquadrão Puma (3°/8° GAV), Tenente-Coronel Aviador Aislan Brum Cursi, a seta que simboliza a Aviação de Caça, esculpida em pedra de granito. A peça estava no auditório dos pilotos do Esquadrão Adelphi, hoje ocupado pelo 3º/8º GAV.

Cerca de 180 militares participaram do encontro, entre eles, o Brigadeiro Teomar Fonseca Quirico, o Adelphi 01. “O Raduno, que vem da palavra italiana Radunari, significa reunir-se. É o encontro de todo o efetivo do Esquadrão para que nós possamos sempre renovar nossos laços de amizade, de fraternidade e, acima de tudo, nosso compromisso assumido há 30 anos, quando iniciamos a implantação do [avião] AMX”, destacou.

Raduno

O Raduno é a reunião de todos os militares do Esquadrão Adelphi que foram responsáveis pela implantação da aeronave AMX A-1 na Força Aérea Brasileira (FAB), a primeira de navegação eletrônica e de sistema de navegação e ataque integrados.

O Esquadrão Adelphi foi ativado em 7 de novembro de 1988, como Núcleo do Primeiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação (1º/16º GAV), primeira Unidade Aérea da FAB a ser equipada com aviões de caça A-1, concebidos em parceria com a indústria nacional brasileira.

Em 2013, o Esquadrão recebeu a versão modernizada denominada A-1M, que operou na Base Aérea de Santa Cuz, hoje Ala 12, até o final de 2016.

PODER AÉREO - Operação Cruzeiro: Primeiro ensaio em voo de um motor aeronáutico hipersônico nacional


Publicada em 24/11/2019 00:01

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) já tem definido o nome da Campanha responsável pelo primeiro Ensaio em Voo do motor aeronáutico hipersônico em desenvolvimento no país: Operação CRUZEIRO.

A apresentação oficial da Bolacha alusiva à operação ocorreu no final de outubro, e tem como destaque o sistema integrado veículo acelerador hipersônico (VAH) e motor aeronáutico hipersônico, batizado de 14-X S. “Durante a Operação Cruzeiro, a plataforma de demonstração do motor hipersônico aspirado será levada até sua condição de partida, a cerca de 7.500 km/h na estratosfera terrestre, pelo VAH, baseado no foguete de sondagem VSB-30, o 32º da série”, explica o Dr. Israel Rego, gerente do Projeto Estratégico 14-X do Comando da Aeronáutica (COMAER).

O VSB-30 já foi empregado com sucesso por duas vezes em campanhas do Programa Australiano HIFiRE, para ensaio em voo de um motor aeronáutico a combustão supersônica (scramjet) e de um planador hipersônico. “No nosso caso, o 14-X S será a carga útildo VAH, funcionando como um terceiro estágio propulsivo “aspirado”, cujos subsistemas já estão sendo fabricados pelo IEAv em parceria com a empresa Orbital Engenharia LTDA, e cujas inspeções e ensaios de qualificação e de aceitação serão conduzidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) para posteriores certificações pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI)”, afirma Rego.

A Operação CRUZEIRO será conduzida a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) que, além de dispor de infraestrutura única para lançamento e rastreamento, apresenta naturalmente uma localização privilegiada, capaz de oferecer um vasto “corredor de voo”, sobre o Oceano Atlântico. Ainda em apoio à Operação CRUZEIRO, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) será utilizado como uma estação remota para rastreio redundante da trajetória acima da mesosfera terrestre.

“Nesse primeiro ensaio em voo, um dos objetivos principais consiste na telemedida de dados aerotermodinâmicos associados à condição de partida do motor, capazes de validar e otimizar nossos modelos computacionais e dados experimentais obtidos em laboratório. Além disso, ele consolidará o emprego de algumas tecnologias críticas, com destaque para o estágio de compressão móvel, combustor supersônico e sistema de armazenamento e de injeção de combustível (hidrogênio gasoso)”, afirma o Dr. Dermeval Carinhana Jr., Chefe da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica do IEAv. Ele ainda explica: “A Operação Cruzeiro fecha um ciclo de pouco mais de uma década de esforços no estabelecimento dos fundamentos e requisitos associados à tecnologia de propulsão scramjet, ao mesmo tempo em que dá início a um novo ciclo inédito no tocante ao desenvolvimento de um produto de defesa nacional”.

Nesse novo cenário, fascinante e desafiador, o Diretor do IEAv, Cel Av Lester de Abreu Faria, complementa: “A Operação Cruzeiro se mostra como um primeiro e grande passo em termos de ensaios em vôo hipersônicos, contribuindo para elevar o nível de prontidão tecnológica (TRL) da Força Aérea Brasileira (FAB) no tocante a sistemas de propulsão hipersônica aspirada, saltando do nível 4 (validação em ambiente laboratorial) para o nível 7 (demonstração em ambiente operacional). É só o primeiro passo de uma caminhada disruptiva e impactante no cenário Geopolítico Mundial que colocará o Brasil em uma posição de destaque frente aos maiores e mais desenvolvidos países do mundo. É para isso trabalhamos e é por isso que somos reconhecidos!”.