NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


DEFESA AÉREA & NAVAL


IPEV realiza estudo de envelope de vento para a ‘Tamandaré’ operar com o Seahawk


Guilherme Wiltgen | Publicada em 17/05/2025 10:58

No período de 22 a 25 de abril, o 1° Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (EsqdHS-1) realizou, em parceria com o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), da Força Aérea Brasileira, a instrumentação inicial da aeronave SH-16 Seahawk N-3035.

A primeira etapa consistiu na identificação dos principais pontos de retirada de sinais analógicos e digitais dos instrumentos da aeronave, viabilizando a coleta de dados fundamentais para futuras campanhas de ensaio em voo. O trabalho marca um avanço importante nos estudos que envolvem o emprego seguro e eficiente do SH-16 a bordo das futuras Fragatas Classe Tamandaré.

A instrumentação representa o primeiro passo de um processo técnico e meticuloso que culminará na confecção do envelope de vento para operações de pouso e decolagem do Seahawk nessas novas plataformas navais. O envelope é essencial para garantir que os limites de operação da aeronave em relação aos ventos relativos sejam conhecidos e respeitados, preservando a segurança de voo e otimizando a capacidade de emprego do vetor embarcado.

Além do aspecto técnico, o trabalho conjunto entre a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, por meio da atuação direta dos militares do IPEV, reforça a importância da sinergia entre as Forças Armadas na busca por soluções operacionais de alta complexidade.

A integração de conhecimentos e capacidades específicas permitiu um avanço concreto em direção à plena operacionalidade das Fragatas Classe Tamandaré com as aeronaves deste Esquadrão, unindo importantes meios navais e aéreos em prol da manutenção da soberania do Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PORTAL PODER AÉREO


ESPECIAL: 80 anos da vitória da FAB na defesa do Atlântico Sul – Parte 3

Durante a Batalha do Atlântico, PBY Catalina brasileiros como estes participaram de operações antissubmarino, com um deles afundando com sucesso um U-boat, U-199, na costa do Rio de Janeiro em 31 de julho de 1943. Aqui, oficiais da Marinha dos EUA passam em revista a uma linha de anfíbios PBY-5A brasileiros com aviadores navais brasileiros de alto escalão

Lorenzo Baer | Publicada em 17/05/2025

Nos meses seguintes, novos reforços chegaram para dar cada vez mais consistência defensiva às operações de proteção de comboios. Pelo lado da FAB, a maior adição nesse período foram sete PBY-5 Catalina, repassados pela USAAF e que aumentaram enormemente as capacidades da Força Aérea Brasileira em missões de longa duração sobre o Atlântico.

O segundo reforço veio por intermédio de próprios efetivos americanos, já que em meados de maio alguns esquadrões extras foram destacados para auxiliar os brasileiros nas tarefas de patrulha, tais como o VP-74 (Mariner PBM-3), o VB-127 (Ventura PV-1), VB-129 (Ventura PV-1) e VB-107 (PB4Y-1 Liberator). A grande perda seria o VP-83, unidade que já havia criado laços com seus semelhantes brasileiros e que voltava para os EUA depois de seu tempo de serviço na costa brasileira.

Apesar disso, os novos ‘gringos’ não demoraram muito para se adaptar as condições de vida nas bases do nordeste, e também, não tardando em deixar sua marca. Em 17 de maio, os Mariners do VP-74 afundaram o U-128 ao largo de Pernambuco, aumentando o escore das aeronaves americanas na região.

Os números de submarinos destruídos ao largo da costa brasileira entre abril e julho chegavam a 10, todos eles afundados por aeronaves da USAAF e USN: os U-164, U-507, U-128, U-590, U-513, U-662, U-598, U-161 e U-591, todos alemães, além do submarino italiano Archimede.

Isso deixava os pilotos brasileiros com uma pulga atrás da orelha, pois ainda faltava uma vitória 100% nacional no Atlântico. Tal viria a acontecer finalmente no dia 31 de Julho, data que entraria para a história da aeronáutica brasileira.

Tudo começou quando um telegrama chegou à base aérea do Galeão, informando que um Mariner da USN e um submarino alemão se encontravam em franco combate ao largo da costa do Rio de Janeiro. Sem saber ao certo o grau de danos sofridos pelo submersível, um Hudson da FAB decolou da base do Galeão para avaliar melhor a situação.

Quando chegou ao seu destino, o Hudson encontrou o Mariner ainda travado no combate. Apesar de passagens rasantes do Hudson brasileiro, que atacou o submarino com bombas e metralhadoras, seria um Catalina da FAB que daria o golpe de misericórdia no submersível nazista.

Enquanto realizava missão de varredura entre o Espírito Santo e o Rio, o PBY-5 Catalina nº FAB-6501 ouvira uma transmissão de rádio acerca dos combates mais ao sul. Pedindo permissão, a aeronave se desvencilhou do seu encargo, partindo em socorro ao Hudson e ao Mariner.

Quando chegou as coordenadas da batalha, o Hudson já havia retornado ao Rio, com o Mariner continuando a atrair o fogo antiaéreo do submarino. Vendo uma janela de oportunidade, o Catalina se pôs a pique, lançando três cargas de profundidade que destruíram o submarino – só mais tarde viria a ser reconhecida a identidade do submersível, como U-199.

Um mês depois, o mesmo Catalina seria oficialmente batizado como “Arará”, em homenagem ao vapor de mesmo nome afundado pelo U-507 em 1942.

Tal sucesso, em conjunto com aqueles alcançados pelos pilotos da USAAF e da USN ajudariam a reduzir consideravelmente as perdas de navios no litoral brasileiro no segundo semestre de 1943, fazendo com que até mesmo a Kriegsmarine reavaliasse sua posição acerca de uma doutrina mais ofensiva no Atlântico Sul.