NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


DEFESA AÉREA & NAVAL


80 anos do Dia da Aviação de Caça no Brasil


Luiz Padilha | Publicada em 21/04/2025 13:42

Em 1941 fora criado a Força Aérea Brasileira, em plena época que assolava na Europa a 2ª Guerra Mundial, que era então considerada longinqua em relação ao Brasil. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, o cenário mudou. Os torpedeamentos de navios brasileiros por submarinos alemães e italianos chocaram a nação, fazendo com que o povo, indignado, fosse às ruas pedindo a entrada do Brasil na guerra. Aquela altura, as missões anti-submarino e de patrulha de nossa aviação já não bastavam mais. O Brasil levaria a guerra ao inimigo. O Exército preparou seu contingente expedicionário, a FEB. A Marinha patrulhava e combatia no Atlântico Sul e, no dia 18 de dezembro de 1943, era criado o 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, para combater nos céus da Europa em conjunto com as forças aéreas aliadas.

Foi nomeado o então Major Aviador Nero Moura, como seu comandante e aberto o voluntariado dentre as unidades da FAB para a formação de todo o pessoal do 1º GavCa. O Comando fora para os Estados Unidos para serem treinados, os demais foram para Água Dulce no Panamá. Após a conclusão do treinamento, foram deslocados para a Base Aérea de Suffolk, ao norte de Nova York, onde terminariam seu treinamento e fariam a adaptação ao avião P-47 Thunderbolt, que voariam na Itália. O 1°GpAvCa embarcou para a Itália em 19 de setembro de 1944, chegando em Livorno no dia 6 de outubro, onde passou a fazer parte do 350th Fighter Group da USAAF, unidade formada em 1º de outubro de 1942 na Inglaterra. O 350th FG era formado por três esquadrões: 345th Fighter Squadron (“Devil Hawk Squadron”), 346th FS (“Checker Board Squadron”) e 347th FS (“Screaming Red Ass Squadron”). Quando da incorporação do 1°GpAvCa conhecido como “Ist Brazilian Fighter Squadron ?st BFS” recebeu o código para comunicação via rádio de “Jambock” e sendo organizado em quatro esquadrilhas: Red, Yellow, Blue e Green.

Os pilotos brasileiros voaram inicialmente, a partir de 31 de outubro de 1944, como elementos de esquadrilhas dos esquadrões norte-americanos do 350th FG. A partir do dia 11 de novembro, o Grupo passou a montar suas próprias operações, voando a partir de sua base em Tarquinia e após um mês de operações, foram para Pisa, onde combateram até o fim da guerra, onde mostraram o valor do combatente brasileiro.

De 11 de novembro de 1944 a 4 de maio de 1945, o 1°GpAvCa voou um total de 445 missões, 2.546 missões ofensivas, voando 5.465 horas de võo em combate.

PORTAL PODER AÉREO


FAB celebra os 80 anos do Dia da Aviação de Caça com encontro de esquadrões na Base Aérea de Santa Cruz


Da Redação | Publicada em 21/04/2025 22:59

A Força Aérea Brasileira (FAB) reuniu seus principais esquadrões de caça na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro, para celebrar os 80 anos do Dia da Aviação de Caça, comemorado em 22 de abril. As aeronaves presentes, F-39 Gripen, F-5M, A-1M e A-29 Super Tucano, simbolizaram a evolução e a diversidade da aviação de combate brasileira.

Um dos destaques da celebração foi a apresentação de um F-5FM com pintura comemorativa alusiva aos 50 anos de serviço na FAB.

O Dia da Aviação de Caça é uma data emblemática para a Força Aérea Brasileira, relembrando a atuação heroica do 1º Grupo de Aviação de Caça durante a Segunda Guerra Mundial. Em 22 de abril de 1945, o grupo realizou o maior número de missões em um único dia, consolidando seu papel na história militar do país.

Base Aérea de Natal recebe diorama histórico da Segunda Guerra Mundial


Da Redação | Publicada em 21/04/2025 16:00

Peça histórica retrata, em escala, a importância da “Rampa” nas operações militares no Atlântico Sul durante o conflito global

Em um gesto significativo de preservação da memória militar, a Base Aérea de Natal (BANT) realizou, no dia 07/04, a cerimônia de entrega de um Diorama que retrata a “Rampa” — local de grande importância durante a Segunda Guerra Mundial. O projeto foi financiado pelo Major-Brigadeiro Engenheiro Juvenal de Macedo Filho e executado pelo Coronel Aviador Fernando da Cunha Machado Costa.

O Diorama é um modelo tridimensional que reproduz, em escala reduzida, uma cena realista de eventos históricos, paisagens ou ambientes urbanos. Utilizado com frequência em museus e exposições educacionais, esse tipo de representação proporciona aos espectadores uma compreensão visual mais detalhada do contexto retratado. No caso da “Rampa”, a maquete foi construída na escala 1:350, com figuras humanas medindo apenas 5mm, evidenciando o grau de detalhamento e precisão do trabalho.

A solenidade contou com a presença de militares da ativa, veteranos e convidados ligados à preservação do patrimônio histórico. O Coronel Fernando Costa, idealizador e construtor da peça, contou que sua paixão pelo plastimodelismo iniciou aos 12 anos. Em 1970, enquanto era aluno do Curso de Formação de Pilotos Militares (CFPM), frequentava o Clube da Rampa e já reconhecia a relevância histórica do local. Três anos atrás, aceitou o desafio de eternizá-lo em forma de diorama. A construção da peça levou cerca de um ano e meio, reflexo da complexidade e riqueza de detalhes do modelo final.

A “Rampa” recebeu esse nome devido à estrutura de concreto utilizada para a transferência de aviões do Rio Potengi para terra firme. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha dos Estados Unidos estabeleceu, às margens do rio, uma base aeronaval fundamental para operações de defesa e patrulhamento antissubmarino no Atlântico Sul.

“É uma honra receber algo tão importante para a história da aviação no Rio Grande do Norte”, afirmou o Comandante da BANT, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende, ao destacar o impacto histórico do Diorama.

Ele também compartilhou lembranças pessoais. “Quando criança, eu ia à Rampa, onde havia um restaurante frequentado pelas famílias”, disse. A fala evidencia a conexão afetiva e histórica que o local representa.

O Comandante ressaltou ainda a parceria com a Prefeitura de Parnamirim e o papel educacional da peça. “Nosso objetivo é educar e preservar a história da aviação aqui no Rio Grande do Norte”, finalizou. O Diorama ficará exposto na Base Aérea de Natal durante o mês de abril. Em seguida, será transferido, sob cessão de uso, para o Centro Cultural Trampolim da Vitória, onde continuará a inspirar visitantes e a valorizar a memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

PORTAL CAVOK


FAMEX: KC-390 da FAB chega no México levando veículo blindado Guarani

Dois dias antes do início da FAMEX 2025, o KC-390 militar brasileiro, pilotado pela Major Joyce de Souza, pousou em Santa Lúcia, marcando a participação do Brasil como país convidado.

Fernando Valduga | Publicada em 22/04/2025 03:09

A apenas dois dias do início da Feira Aeroespacial do México (FAMEX) 2025, a aeronave KC-390 Millennium, modelo militar de última geração fabricado pela Embraer, pousou em Santa Lúcia, marcando a participação do Brasil como convidado de honra do evento. Este voo histórico foi pilotado pela Major Joyce de Souza, integrante da Força Aérea Brasileira, marcando um momento significativo para a aviação brasileira e mundial. A bordo estava um blindado Guarani do Exército Brasileiro.

O KC-390 é uma aeronave de carga tática versátil projetada para realizar missões de transporte e logística em diversas condições. Sua chegada à FAMEX 2025 ressalta as capacidades avançadas do Brasil no setor aeroespacial, posicionando-o como líder na fabricação de aeronaves militares, comerciais e regionais.

Joyce de Souza, com uma distinta carreira na aviação militar, é uma figura de destaque como mulher em um setor historicamente dominado por homens. Desde que ingressou na Força Aérea Brasileira, ela demonstrou habilidades e liderança excepcionais, sendo uma das primeiras mulheres a pilotar o KC-390. Sua presença no comando desta aeronave na FAMEX 2025 não reflete apenas sua habilidade como piloto, mas também o avanço e a inclusão das mulheres na aviação militar, um campo que continua a abrir oportunidades para as gerações futuras.

Nascida em Manaus, Amazonas, a Major ingressou na Força Aérea Brasileira em 2003 e se formou Oficial do Ar em 2006, fazendo parte da primeira geração de mulheres a se formar na Academia da Força Aérea (AFA). Ele se especializou em aviação de transporte em 2007, operando aeronaves C-98 Caravan e C-97 Brasília na desafiadora região amazônica.

Em 2012, como Tenente, fez história ao se tornar a primeira aviadora brasileira autorizada a pilotar o C-130 Hércules. Em 2016, já como Capitã, ela foi a primeira mulher do país a desembarcar na Antártida. Entre 2021 e 2022, ele atuou como oficial de operações do esquadrão, coordenando missões de alta complexidade. Atualmente, ele continua sua carreira a bordo do moderno Embraer KC-390, sucessor do C-130, reafirmando sua liderança em operações aéreas estratégicas.

O Major Joyce de Souza e outros membros da Força Aérea Brasileira foram recebidos por Disraeli Gómez Herrera, diretor da FAMEX, e sua equipe. Esta calorosa recepção fortalece os laços de colaboração entre Brasil e México no setor aeroespacial, antecipando uma edição da FAMEX que fortalecerá a cooperação internacional e a troca de conhecimento.

O Brasil, com mais de 50 anos de experiência na indústria aeronáutica, continua demonstrando sua força em inovação e tecnologia, e sua participação na FAMEX 2025 abre novas portas para cooperação internacional e troca de conhecimento na indústria aeroespacial. A bordo do KC-390 foi transportado um veículo blindado Guaraní 6×6 da Iveco Veículos de Defesa (IDV).

O VBTP-MR Guarani é uma família de veículos blindados anfíbios 6×6 de 20t, desenvolvidos em conjunto pela Iveco Veículos de Defesa e o Exército Brasileiro, após um contrato assinado em 2009. Medindo 6,9 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,3 metros de altura, ele pode ser transportado por aeronaves C-130 Hercules e KC-390. Esta família de veículos blindados pode ser equipada com torres tripuladas e não tripuladas, carregando armas de calibre que variam de 5,56 a 30 mm. A Famex oferecerá demonstrações e experiências de direção do veículo blindado Guaraní 6×6.

Empresas brasileiras farão parte do pavilhão nacional, juntamente com a Embaixada do Brasil no México. O Famex 2025 acontecerá na Base Aérea nº 1 de Santa Lucía, de 23 a 26 de abril de 2025.

A FAMEX 2025 será o cenário perfeito para explorar as últimas inovações tecnológicas e estabelecer parcerias importantes para o futuro da aviação.

OUTRAS MÍDIAS


CLICK PETRÓLEO E GÁS - F-5, o caça que mudou a Força Aérea Brasileira

Este é um marco na história da aviação militar, com detalhes surpreendentes sobre a trajetória de um dos caças mais icônicos da Força Aérea Brasileira. Descubra como a aeronave moldou a defesa aérea e resistiu ao teste do tempo.

Alisson Ficher | Publicada em 21/04/2025 18:37

O F-5 completou 50 anos de operação na Força Aérea Brasileira (FAB) em 2025. Este caça histórico tem uma trajetória que se confunde com a evolução da própria FAB. A aeronave foi introduzida no Brasil em 1975, mas sua história começa décadas antes.

Na década de 1950, a Força Aérea dos Estados Unidos buscava um caça leve, econômico e eficiente. Esse contexto levou a Northrop a desenvolver um projeto inovador, com a liderança do engenheiro Edgar Schmood, que também foi responsável pelo desenvolvimento do P-51 Mustang, lendário avião da Segunda Guerra Mundial.

O objetivo da Northrop era criar um caça de alto desempenho, acessível para outras nações aliadas e capaz de operar em condições adversas.

O início do F-5

Em 1953, a OTAN emitiu um requisito para um caça tático leve, com capacidade de operar a partir de pistas improvisadas e carregar armamentos convencionais, além de armamentos nucleares.

Percebendo essa necessidade, a Northrop desenvolveu o modelo N156. Esse projeto tinha como objetivo reverter a tendência dos caças cada vez maiores e mais caros da época.

O coração do novo caça seriam os motores Turbojato General Electric J85, capazes de gerar até 5.000 libras de empuxo com pós-combustor. Com isso, o F-5 teria uma relação empuxo/peso muito superior a outros aviões daquela época.

Essa configuração garantiria um excelente desempenho até os dias de hoje. Hoje, o F-5 continua a impressionar pela sua capacidade e eficiência, com uma impressionante combinação de potência e versatilidade.

A evolução do projeto

O desenvolvimento do F-5 teve várias adequações, levando a Northrop a focar em uma versão leve para exportação e também como aeronave de treinamento avançado. Isso mais tarde resultou no T-38 Talon. Com essas alterações de design, a configuração final do F-5 foi definida em 1956.

A Força Aérea dos Estados Unidos escolheu a versão de treinamento N156 Tango como substituta do T-33, criando o T-38, que voou pela primeira vez em 1959.

Em seguida, o modelo N156 Fox foi oficialmente designado como F-5 Alpha Freedom Fighter e entrou em produção em grande escala.

Características do F-5

O F-5 tem um comprimento de 14,45 metros e uma envergadura de apenas 8,13 metros. Isso faz com que a aeronave tenha uma fuselagem longa e estreita, com uma configuração distinta.

A altura do avião, considerando a ponta do estabilizador vertical, é de cerca de 4 metros.

Com um peso vazio de 4.349 kg e peso máximo de decolagem de 11.193 kg, o F-5 tem capacidade de alcançar uma velocidade máxima de Mach 1.6 (aproximadamente 1.730 km/h). Sua autonomia é de 1.814 km com o uso de tanque extra.

Seu raio de combate é de cerca de 300 milhas, o que é impressionante para um caça leve da sua geração. A capacidade de armamento do F-5 também é notável, com sete pontos de fixação, permitindo que transporte até 3.200 kg de bombas, mísseis e tanques extras. Além disso, pode ser armado com o míssil AIM-9B Sidewinder e um canhão de 20 mm M39, com 280 projéteis.

 

O sucesso do F-5 no Brasil

O F-5 se provou uma aeronave confiável e de baixo custo operacional, sendo amplamente utilizado por diversas forças aéreas ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos. Em 1975, o F-5 foi introduzido na Força Aérea Brasileira.

A FAB adquiriu 30 unidades do modelo F-5E e 6 unidades do F-5B, em um contrato de 72 milhões de dólares. As primeiras aeronaves chegaram ao Brasil em março de 1975, com a entrega final ocorrendo na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Em 1988, a FAB expandiu sua frota, adquirindo mais 22 unidades do F-5E e 4 unidades do F-5B. Durante a década de 1990, os F-5B restantes foram aposentados e destinados a museus.

Modernização dos F-5

Com o avanço da tecnologia, a FAB iniciou no início dos anos 2000 um programa de modernização para atualizar suas aeronaves. Esse processo envolveu a Embraer e empresas israelenses de sistemas, resultando na atualização de 46 unidades para as versões F-5E/M e F-5F/M.

Com isso, os caças F-5 passaram de aeronaves de terceira geração para aeronaves de quarta geração, com aviônicos modernos, novos radares e sistemas de guerra eletrônica. Essas melhorias permitiram que o F-5 permanecesse relevante em combate até os dias atuais.

Os aviônicos foram atualizados para incluir telas LCD, head-up display (HUD) e displays montados no capacete do piloto. O sistema de defesa foi aprimorado, e a comunicação criptografada com outros aviões da FAB foi implementada.

A participação do F-5 em filmes e exercícios de treinamento

O F-5 também ganhou notoriedade fora do mundo militar. No filme “Top Gun” de 1986, o F-5 foi utilizado como o fictício MiG-28, o avião inimigo que combate o F-14 Tomcat.  A Força Aérea dos Estados Unidos utiliza o F-5 para simular aeronaves inimigas durante exercícios de treinamento de combate aéreo. Esse uso do F-5 em treinamento de combate aéreo tem sido essencial para aprimorar as táticas de defesa aérea.

O F-5 até os dias de hoje

Mesmo com a introdução de novos caças, como o Gripen E/F, o F-5 continua operando na FAB até 2025. Em 2008, a FAB adquiriu 11 unidades do F-5, que foram modernizadas na Jordânia. Esses caças passaram por um processo de atualização semelhante ao realizado nas unidades brasileiras, garantindo sua eficácia em missões de combate.

F-5: Um legado que perdura

Em 2025, a Força Aérea Brasileira celebra 50 anos de operação do F-5, uma aeronave que desempenhou papel fundamental na defesa do Brasil e continua sendo uma referência para a aviação de combate. Com sua capacidade de adaptação e evolução, o F-5 é um exemplo de como um projeto de sucesso pode perdurar por meio de constantes inovações. Hoje, o F-5 é uma das aeronaves mais valiosas da frota da FAB, mantendo a segurança e a soberania do espaço aéreo brasileiro. Em breve, a introdução do Gripen E/F, que substituirá o F-5, marcará o fim de uma era. Porém, o legado da aeronave que marcou a história da Força Aérea Brasileira continuará sendo lembrado por décadas.