NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL G1


Foguete será lançado ao espaço a partir do RN, anuncia FAB

Operação Potiguar visa a reativação de lançamentos feitos pela Barreira do Inferno, na Grande Natal. Primeiro foguete será enviado no próximo dia 29.

Da Redação | Publicada em 21/11/2024 11:32

O veículo de sondagem será enviado ao espaço no dia 29 de novembro, na primeira fase da Operação Potiguar.

O foguete modelo VS30 V15, de quase oito metros de comprimento e 1,5 tonelada será lançado para treinar os técnicos do centro, assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade.

Já na segunda fase, prevista para ocorrer no segundo semestre de 2025, a Barreira do Inferno vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, que poderá ter experimentos embarcados.

Segundo a FAB, com a reativação de lançamento de foguetes na Barreira do Inferno, o país poderá reduzir a demanda por lançamentos no centro de Alcântara (MA), que já possui 85% de sua capacidade empenhada para 2025.

"Com foco em monitorar e acompanhar foguetes e satélites em voo, o CLBI (Centro de Lançamento Barreira do Inferno) coleta dados sobre trajetória, desempenho e funcionamento de veículos e cargas úteis. A operação representa um salto para a organização potiguar, que reativará sua capacidade de atuar com lançamentos suborbitais e poderá concorrer às demandas de mercado do segmento", informou a FAB.

"O país será capaz de lançar um experimento, fazer todas as coletas de dados e recuperar a carga útil enviada ao espaço", diz.

O foguete

O VS30 V15 é um foguete de sondagem não-guiado e lançado por meio de um trilho. Projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) da FAB, o veículo é composto por um estágio propulsivo com quase uma tonelada de combustível sólido e pela plataforma suborbital de microgravidade (PSM).

Comprimento: 7,911 metros

Peso total: 1,5 tonelada

Peso da carga útil: 278,46 quilos

Velocidade máxima: 6 mil km/h

Tempo total de voo: 6 minutos e 20 segundos

Altitude máxima (apogeu): até 154,9 quilômetros

Combustível: propelente sólido (900 quilos)

Barreira do Inferno

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno foi criado em 1965, mesmo ano em que foi realizado o lançamento do primeiro foguete a partir de Parnamirim. Mais de três mil lançamentos ocorreram nas plataformas do centro, divididos em 717 operações. Nos últimos anos, no entanto, o centro se manteve focado apenas em atividades de rastreamento.

REVISTA MILITAR DIÁLOGO (EUA)


CRUZEX 2024: Melhorando táticas aéreas em conjunto


Por Diálogo | Publicada em 21/11/2024

Mais de 3.500 militares de 16 países incrementaram a interoperabilidade no Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024, de 3 a 15 de novembro, na Base Aérea de Natal, no Brasil. Organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), o treinamento multinacional reuniu mais de 100 aeronaves para aprimorar táticas conjuntas e adestramento técnico das forças armadas participantes.

“Aqui nós simulamos uma guerra, mas o exercício é real”, afirmou o comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, em um comunicado da FAB. Além do Brasil, esta 8ª edição do CRUZEX reuniu militares da Alemanha, África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, França, Itália, Paraguai, Peru, Portugal, Suécia e Uruguai.

“Exercícios como CRUZEX são a prova do compromisso das forças aéreas participantes em garantir a segurança e a cooperação regional, destacando os valores e o profissionalismo de seus membros”, afirmou em um comunicado a Força Aérea Argentina (FAA).

“Este treinamento multinacional visa aumentar a interoperabilidade entre as forças aéreas participantes, além de validar táticas e compartilhar experiências no uso do Poder Aéreo em missões planejadas e executadas sob a metodologia da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, afirmou a Força Aérea do Chile.

“O CRUZEX 2024 consolida-se como o maior treinamento militar de guerra aérea da América Latina”, acrescentou a FAB.

Participaram do exercício os esquadrões de voo da Argentina, com as aeronaves IA-63 Pampa e KC-130H; do Chile, com o KC-135 e F-16; da Colômbia, com KC-767; dos EUA, com F-15 e KC-46 (767); do Paraguai, com AT-27 e C-212; do Peru, com KT-1P e KC-130; e de Portugal, com KC-390, informou o site de notícias brasileiro G1. Por sua vez, África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai enviaram militares observadores, completou o G1.

Simulações táticas 

Na primeira semana do CRUZEX, os participantes realizaram voos de familiarização e integração entre as forças. “Nessa etapa, os pilotos conhecem a região e as tripulações podem se adaptar à área de operações e aos procedimentos junto aos órgãos de controle de tráfego aéreo”, informou a FAB em seu canal do YouTube.

Na segunda semana, os militares intensificaram as atividades, cumprindo Operações Aéreas Compostas. “Esquadrões e aeronaves se alternaram entre ‘país azul’ e ‘país vermelho’ a cada missão, proporcionando uma série de simulações táticas e missões desafiadoras realizadas por todas as forças aéreas envolvidas”, afirmou o site de notícias brasileiro R7. Algumas missões envolveram mais de 40 aeronaves voando simultaneamente, destacou a FAB.

Operações cibernéticas

A grande novidade desta edição do exercício foi a introdução de cenários cibernéticos. “Pela primeira vez na história do CRUZEX, as operações cibernéticas desempenharam um papel fundamental”, afirmou a Terceiro-Sargento Madeline Herzog, da Força Aérea dos EUA (USAF). “O CRUZEX 2024 apresentou o ‘CRUZEX CYBER’, um exercício cibernético simulado projetado para integrar a ciberdefesa com as operações aéreas tradicionais, marcando uma nova fronteira no treinamento militar”, completou a 3S Herzog.

A simulação usou o modelo “Capture The Flag”, onde as forças participantes são encarregadas de proteger e atacar sistemas virtuais. “A cibernética estará presente em cada aspecto da nossa guerra cibernética, e ter uma força cibernética capaz de gerenciar e trabalhar nesses ambientes com nossos parceiros é imensamente importante”, disse o 1º Tenente Robert Woods, da USAF, oficial de guerra cibernética da Guarda Nacional Aérea de Vermont.

Colômbia, Argentina e Peru

A Força Aérea Colombiana (FAC) participou ativamente das operações aéreas com seu avião-tanque Boeing KC-767 “Júpiter”, realizando missões de reabastecimento em voo. “A tripulação do KC-767 da FAC fez parte deste cenário aéreo, mobilizando suas capacidades com o maior profissionalismo, eficiência e perícia, para reabastecer aeronaves de diferentes países durante missões de treinamento, nas quais esse apoio logístico em voo é essencial para prolongar o tempo de operação”, disse a FAC em um comunicado.

A FAA trabalhou com a Força Aérea Peruana em uma missão conjunta de lançamento de paraquedas. “Pessoalmente, [esta] é uma experiência muito boa, que nos ajuda a confraternizar com as forças armadas de diversos países e poder demonstrar e representar o nosso país”, disse o Cabo Sergio Barrionuevo, mecânico de voo da I Brigada Aérea no Sistema de Armas C-130 Hércules da FAA, em um vídeo divulgado pela FAA e pelo Ministério da Defesa da Argentina.

Guerra espacial

Outra característica do CRUZEX 2024 foi a célula de Operações Espaciais, denominada SPACE, que coordenou atividades complexas no domínio espacial. “Estruturada em duas subcélulas (Space Domain Awareness e Earth Observation), a SPACE realiza operações que vão desde o monitoramento e simulação de eventos espaciais, como lançamentos de armas antissatélite, até a obtenção de imagens de Radar de Abertura Sintética e ópticas de alvos aéreos”, informou a Agência Força Aérea da FAB.

A subcélula Space Domain Awareness foi responsável por analisar dados orbitais, identificar eventos que representassem ameaças aos ativos espaciais e propor contramedidas para reduzi-las. Já a subcélula Earth Observation concentrou-se no uso de satélites para obter imagens de alta precisão.

“Uma característica destacável dessa subcélula no CRUZEX 2024 é a forte integração entre os países participantes – Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Peru –, que têm colaborado ativamente na aquisição de imagens reais dos alvos do exercício. Essa cooperação internacional é essencial para o compartilhamento de dados e para o fortalecimento das capacidades de observação e inteligência espacial entre as nações”, informou a Agência Força Aérea.

Para o ministro da Defesa do Brasil, José Mucio Monteiro Filho, o CRUZEX é um espaço essencial de aprendizado conjunto e aprimoramento das capacidades de resposta militar. “O CRUZEX 2024 é um símbolo do compromisso do Brasil com a paz e a segurança mundiais, possibilitando que diferentes nações compartilhem seus conhecimentos, suas culturas e suas práticas de defesa”, declarou o ministro.

PORTAL CAVOK


FAB iniciará em 2025 a modernização das aeronaves Super Tucano para o padrão A-29M


Por Fernando Valduga | Publicada em 21/11/2024 09:15

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que iniciará, em 2025, a modernização de sua frota de A-29 Super Tucano para o padrão A-29M, após a conclusão de um estudo de viabilidade técnica e operacional previsto para o início do mesmo ano. Este programa de modernização, que busca aprimorar a interoperabilidade entre o A-29 e o caça de última geração F-39 Gripen E/F, envolverá a atualização de 68 aeronaves atualmente distribuídas entre quatro esquadrões operacionais: Scorpio, Flecha, Grifo e Joker.

O Esquadrão Joker, sediado na Base Aérea de Natal, desempenha um papel estratégico na formação avançada de novos pilotos de combate, sendo responsável pela transição dos oficiais da Academia da Força Aérea (AFA) para operações táticas e missões avançadas.

O programa de modernização para o padrão A-29M foi concebido para integrar sistemas de aviônica e sensores mais avançados, alinhando-os às capacidades do Gripen e ampliando as possibilidades operacionais do Super Tucano.

Entre as melhorias previstas, destacam-se:

Cockpit Avançado: A substituição dos displays tradicionais do painel por um Wide Area Display (WAD), semelhante ao do Gripen, oferecerá maior integração de dados e facilitará a transição operacional dos pilotos.

Sensores Modernos: A instalação de novos sistemas eletro-ópticos permitirá maior precisão em missões de reconhecimento e ataque.

Armamentos de Alta Tecnologia: O A-29M será equipado com armas guiadas a laser e munições de precisão, ampliando sua eficácia em missões de combate ar-solo.

Sistemas de Autoproteção: Serão integrados sistemas para detectar e neutralizar ameaças, como mísseis guiados, além de blindagem reforçada para aumentar a proteção em cenários hostis.

Link de Dados BR-2: Este sistema permitirá a comunicação em tempo real com caças Gripen, aeronaves radar E-99 e estações terrestres, otimizando a coordenação e a eficiência em operações conjuntas.

Além disso, será introduzido um avançado sistema de treinamento sintético, capaz de simular cenários de guerra eletrônica, ameaças aéreas e terrestres, bem como operações em diferentes modos de radar. Este sistema visa aprimorar a consciência situacional dos pilotos e proporcionar treinamentos mais realistas e eficientes, reduzindo custos operacionais e otimizando os recursos.

A liderança da FAB destaca que o objetivo principal do programa é prolongar a vida útil da frota existente em até 15 anos, garantindo uma transição tecnológica suave e reduzindo a necessidade de aquisição de novas aeronaves no curto prazo. O A-29M desempenhará um papel crucial na preparação de pilotos para operar o F-39 Gripen, assegurando que o treinamento avançado seja consistente e adaptado às demandas do moderno teatro de operações.

O A-29 Super Tucano, ou EMB-314, é um avião de ataque leve e treinamento avançado desenvolvido pela Embraer, amplamente reconhecido por sua versatilidade e robustez. Em operação com a FAB desde 2003, o modelo foi adquirido no âmbito do programa ALX, totalizando 99 unidades destinadas a missões de patrulha de fronteira, operações antinarcóticos e apoio aéreo em conflitos de baixa intensidade. A aeronave é equipada com uma variedade de armamentos, incluindo metralhadoras integradas, bombas convencionais e munições guiadas de precisão, além de apresentar excelente desempenho em ambientes desafiadores, como a Amazônia.

No cenário internacional, o Super Tucano consolidou sua reputação como uma aeronave confiável e eficiente, sendo adotado por países como Angola, Nigéria, Equador e Filipinas. Uma variante compatível com os padrões da OTAN, denominada A-29N, foi desenvolvida e está programada para entrar em operação com a Força Aérea Portuguesa. Além disso, a Embraer expandiu a produção da aeronave em parceria com fábricas localizadas em Portugal e nos Estados Unidos.

O Super Tucano tem um histórico significativo de uso operacional, incluindo patrulhas de fronteira e missões contra o narcotráfico no Brasil, destacando-se em operações como a Operação Ágata, na qual desempenhou um papel essencial em ataques contra pistas clandestinas utilizadas pelo tráfico. Internacionalmente, a aeronave provou sua eficácia em combate, com a Força Aérea Colombiana empregando o modelo em missões de ataques de precisão contra grupos insurgentes.

O programa de modernização do A-29 ocorre paralelamente à aquisição de caças F-39 Gripen E/F pela FAB, uma iniciativa estratégica iniciada em 2014. Até o momento, o Brasil recebeu oito das 40 unidades encomendadas, com entregas contínuas previstas para os próximos anos. A sinergia entre as plataformas A-29M Super Tucano e F-39 Gripen será fundamental para garantir a interoperabilidade e a eficácia das operações conjuntas, ao mesmo tempo em que fortalece a capacidade de defesa aérea do país.

Com o A-29M, a FAB não apenas assegura a longevidade de sua frota, mas também mantém uma capacidade operacional robusta e adaptada aos desafios contemporâneos, reafirmando sua posição como uma das forças aéreas mais avançadas da América Latina.