NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
NOTIMP 022/2025 - 22/01/2025
Nova funcionalidade do SISSAR entra em operação e emite alerta antes de um acidente aéreo ocorrer
Juliano Gianotto | Publicada em 21/01/2025
O dia 15 de janeiro de 2025 tornou-se um marco na aviação nacional. Às 10h (horário de Brasília), o novo sistema do Centro de Controle de Missão (MCC) Brasileiro passou a operar oficialmente o sinal SGB (balizas de segunda geração). Esse sistema possui a capacidade de alertar pilotos antes mesmo de um acidente aéreo ocorrer, indicando que a coordenação do resgate foi iniciada e que o salvamento já está a caminho.
No Brasil, a maioria dos equipamentos de emergência instalados em aeronaves ainda é de primeira geração (FGB). Recentemente, a Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) recomendou que, a partir de 2025, todas as aeronaves fabricadas sejam equipadas com balizas de segunda geração (SGB).
O SGB foi implementado oficialmente em 2024 e, até então, apenas os MCC dos Estados Unidos, França e Austrália possuíam certificação para tratar os alertas desse tipo de equipamento. Agora, o Brasil retorna a uma posição de destaque e referência em modernização e excelência, sendo o quarto MCC no mundo a processar dados SGB.
O Sistema de Busca e Salvamento Brasileiro (SISSAR) é gerenciado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e tem como objetivo resgatar pessoas envolvidas em acidentes aéreos ou marítimos. O SISSAR opera em parceria com o COSPAS-SARSAT, um sistema internacional de localização de equipamentos de emergência.
Esse sistema é composto por satélites, antenas, balizas de emergência e Centros de Controle de Missão, onde os sinais de alerta são processados. Em situações de perigo, os equipamentos de emergência são acionados, enviando sinais para os satélites, que os retransmitem rapidamente para as antenas. Os dados processados pelo MCC geram a localização precisa com coordenadas geográficas.
Os satélites estão organizados em grupos, de acordo com os sistemas LGM: LEOSAR, GEOSAR e o mais moderno, MEOSAR. Cada grupo utiliza tecnologias distintas, como aquelas empregadas no GPS (Sistema de Posicionamento Global).
Da mesma forma, cada sistema possui antenas específicas: LEOLUT, GEOLUT e MEOLUT, com capacidades variadas. Além da certificação para processar dados SGB, o Brasil é o terceiro país das Américas com homologação LGM, superando, por exemplo, os MCC do Canadá, Rússia e Japão.
O Centro Brasileiro de Controle de Missão COSPAS-SARSAT (BRMCC) foi declarado como IOC (Capacidade Operacional Inicial) para os sistemas LEOSAR, GEOSAR, MEOSAR, balizas de primeira e segunda geração, e para a nova capacidade tecnológica ELT-DT (Transmissor Localizador de Emergência – Rastreamento de Socorro). Essa tecnologia permite localizar uma aeronave em emergência ainda em voo e coordenar um resgate antes mesmo de um acidente ocorrer.
A prestação desse serviço representa um avanço significativo para as atividades SAR do BRMCC, da FAB e do Brasil, mantendo altos índices de performance que consolidam o país como referência no cenário da aviação mundial.
São José dos Campos recebe primeiro Banco de Ensaios de Compressores (BEC) aeronáuticos do Brasil
Projeto foi uma parceria da Força Aérea Brasileira com a AERO CONCEPTS e será entregue nesta quinta (23), às 14h, ao Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). O BEC é o primeiro do hemisfério Sul
Da Redação | Publicada em 21/01/2025
Na quinta-feira, 23 de janeiro, às 14h, o Brasil terá o primeiro Banco de Ensaios de Compressores (BEC) para turbinas aeronáuticas do hemisfério Sul, trilhando caminhos antes visitados apenas por países de primeiro mundo. Nascido de uma parceria da AERO CONCEPTS com o Departamento de Ciência e Tecnologia de Aeronáutica (DCTA) e com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o projeto de criação de uma estrutura capaz de realizar testes de segurança, desempenho e confiabilidade de componentes aeronáuticos já tem data de inauguração. Tal iniciativa promete trazer dinamismo aos processos de testes de equipamentos a serem utilizados pelas Forças Armadas em prol da defesa nacional. Este projeto posiciona não apenas o Brasil, mas também a cidade de São José dos Campos como protagonistas na área de inovação tecnológica.
A iniciativa, que contou com o investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), foi assinada em outubro de 2020 e faz parte do complexo de bancos de ensaios de desenvolvimento de motores aeronáuticos das classes turbojato e turbofan do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o qual dará ao Brasil condições reais para gerar componentes aeronáuticos confiáveis com foco nas certificações exigidas e em produções seriadas para atendimento ao mercado nacional e internacional.
Alexandre Roma, Diretor de Operações e cofundador da AERO CONCEPTS, destaca a importância do banco: “Desde o início, sabíamos que o desafio seria grande. A construção do BEC exigiu o máximo da nossa equipe e um alto investimento de recursos financeiros da empresa para concretizar esse objetivo. Assim, saber que todo o nosso empenho gerou a materialização de algo tão importante para o Brasil, gera um sentimento de dever cumprido. Este projeto não apenas fortalece a capacidade tecnológica nacional, mas também posiciona a AERO CONCEPTS e a cidade de São José dos Campos como protagonistas no desenvolvimento de tecnologias avançadas, com potencial para atrair novos investimentos e fomentar o crescimento do setor.”
Para a AERO CONCEPTS o BEC passa ser uma referência de produto da família de bancos de ensaios ThinkTest® da empresa, ingressando no seleto grupo de empresas que dispõem do desenvolvimento e fornecimento “Turn key” dessa tecnologia.
Um polo de inovação que não para de crescer
A inauguração do BEC reforça o perfil de São José dos Campos como polo tecnológico e investidor em novas ideias. Aos poucos, a cidade solidifica sua posição como referência nacional em inovação, atraindo olhares do Brasil e do mundo. Assim como Aparecida é reconhecida como o centro cristão do país, São José desponta como o epicentro da inovação tecnológica.
Aplicabilidade no mundo civil
Com a acessibilidade de uma estrutura como essa, o Brasil passará a desenvolver equipamentos (como motores) mais eficazes.
Partindo para uma situação prática: uma refinaria de petróleo está utilizando maquinários com baixo desempenho, mas existe um projeto de aprimoramento (virtual) que já passou por testes em programas, sendo aprovado em todas as etapas. O passo seguinte seria: seguir para a fabricação do novo equipamento/peça – considerando que os testes virtuais teriam sido suficientes – ou buscar o teste real, utilizando estruturas de ensaios como o BEC. Ao optar pela fabricação imediata, corre-se o risco de perder o investimento, afinal, apenas com os testes físicos, envolvendo a sinergia entre peças, a resistência de cada uma etc., que seria possível verificar a efetividade da teoria proposta. Logo, os bancos de ensaios surgem não apenas para otimizar processos e economizar recursos, mas, principalmente, para oferecer resultados clínicos confiáveis, focando na efetividade do projeto.
O BEC e suas aplicações: impacto local e global
A plataforma do BEC permite a realização de testes que avaliam a segurança, o desempenho e a confiabilidade de compressores, componentes essenciais para motores aeronáuticos.
Essa estrutura também traz benefícios diretos à economia local e nacional. Com a possibilidade de testagem de projetos, será possível desenvolver compressores e turbinas nacionalmente, reduzindo custos com importação e criando mercados. Além disso, o BEC oferece à FAB e à AERO CONCEPTS, a oportunidade de validar projetos antes mesmo de avançar à fase de produção, evitando desperdícios financeiros e aprimorando processos fabris.
Benefícios do BEC
• Atendimento à FAB: permite a testagem de projetos em andamento, promovendo avanços tecnológicos na área de defesa.
• Suporte à iniciativa privada: a AERO CONCEPTS poderá testar seus projetos, reduzindo a dependência de componentes estrangeiros e, assim, abastecer o mercado local com peças nacionais testadas e prontas para serem aplicadas.
• Fomento à economia local: com testes confiáveis, é possível produzir compressores internamente, fortalecendo a indústria brasileira.
Detalhes da estrutura
O BEC ocupa uma área de 469 m² e conta com capacidade de acionamento de 2,5 MW, rotação de até 30.000 rpm, taxa de compressão de 10:1 e vazão máxima de 10 kg/s. Desde o início de sua construção, a estrutura envolveu 130 fornecedores e aproximadamente 200 profissionais diretos.
Com a entrega desta quinta-feira, o Brasil se posiciona como líder em tecnologia de ponta na América do Sul, consolidando a relevância de São José dos Campos no cenário tecnológico mundial.
Esquadrão Gordo: Major Joyce lidera marco para mulheres na Aeronáutica
Marcelo Barros | Publicada em 21/01/2025 13:00
Em um marco histórico para a Força Aérea Brasileira, a major aviadora Joyce de Souza Conceição assumiu o comando do Esquadrão Gordo, no último dia 16 de janeiro, tornando-se a primeira mulher a liderar uma unidade aérea na FAB. A oficial, natural de Manaus, chega ao cargo após uma carreira de conquistas inéditas, como ser a primeira brasileira habilitada a pilotar o C-130 Hercules e realizar um pouso na Antártica.
Trajetória de pioneirismo: a carreira da major Joyce
Natural de Manaus, no Amazonas, a major aviadora Joyce de Souza Conceição tem uma carreira marcada por pioneirismo e dedicação. Desde que ingressou na Força Aérea Brasileira em 2003, como parte da primeira turma de aviadoras da Academia da Força Aérea (AFA), ela desafiou barreiras e se destacou em um ambiente historicamente dominado por homens. Formada em 2006, Joyce especializou-se na Aviação de Transporte, iniciando uma trajetória de missões complexas e desafios superados.
Uma de suas principais conquistas ocorreu em 2012, quando, ainda como tenente, se tornou a primeira aviadora brasileira habilitada a pilotar o C-130 Hercules, uma das aeronaves mais emblemáticas da FAB. Anos depois, em 2016, já no Esquadrão Gordo, alcançou outro feito histórico ao ser a primeira mulher brasileira a pousar na Antártica. Essas realizações consolidaram sua reputação como uma militar de excelência técnica e pioneira em seu campo.
Antes de assumir o comando do Esquadrão Gordo, a major Joyce já havia atuado como oficial de operações da unidade entre 2021 e 2022, coordenando missões logísticas e humanitárias complexas. Sua nomeação para o comando da unidade aérea é vista como o reconhecimento de sua competência, liderança e dedicação à missão da Força Aérea Brasileira.
O Esquadrão Gordo e sua importância estratégica para a FAB
O Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte, conhecido como Esquadrão Gordo, é uma das unidades aéreas mais tradicionais e estratégicas da Força Aérea Brasileira. Com sede na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, a unidade é responsável por missões cruciais como transporte logístico, ajuda humanitária, apoio à defesa e operações de busca e resgate.
A principal aeronave operada pelo esquadrão é o KC-390 Millennium, um vetor moderno desenvolvido pela Embraer, com capacidade de transportar até 26 toneladas de carga. Essa aeronave é ideal para missões em condições extremas, como pousos em pistas não preparadas, combate a incêndios, transporte de tropas e reabastecimento em voo. Durante crises humanitárias e desastres naturais, o Esquadrão Gordo desempenha um papel essencial no transporte de suprimentos e na evacuação de áreas afetadas, tanto no Brasil quanto no exterior.
Nos últimos anos, o Esquadrão Gordo participou de diversas operações de destaque, como a Operação Taquari II, em 2024, durante as enchentes no Rio Grande do Sul, e missões de apoio humanitário em países afetados por desastres naturais. Sob o comando da major Joyce, a unidade continuará a ser referência em profissionalismo, prontidão e segurança, contribuindo para a projeção da FAB como uma força eficiente e versátil.
O impacto do comando feminino na FAB e nas Forças Armadas
A nomeação da major Joyce para o comando do Esquadrão Gordo representa um marco na história das Forças Armadas brasileiras, reforçando o crescimento e a representatividade feminina em funções de liderança. Atualmente, cerca de 13 mil mulheres integram a Força Aérea Brasileira, ocupando postos que vão desde a administração até áreas operacionais, como a aviação e o controle de tráfego aéreo.
Para a major, assumir essa posição não é apenas uma conquista pessoal, mas também uma oportunidade de inspirar outras mulheres a seguirem seus sonhos, mesmo em carreiras desafiadoras. “O céu é vasto, e há espaço para todas nós”, declarou a comandante, incentivando jovens mulheres a perseguirem seus objetivos com coragem e determinação.
A trajetória da major Joyce reflete a evolução das Forças Armadas no reconhecimento da capacidade feminina. Desde que as mulheres foram admitidas na AFA, em 2003, o número de aviadoras e militares em cargos de destaque tem crescido, demonstrando que barreiras estão sendo quebradas. No entanto, desafios ainda persistem, e exemplos como o de Joyce ajudam a abrir portas e a pavimentar o caminho para futuras gerações.
EDIÇÕES ANTERIORES
047 de 16/02/2025
046 de 15/02/2025
045 de 14/02/2025
044 de 13/02/2025
043 de 12/02/2025
042 de 11/02/2025
041 de 10/02/2025
040 de 09/02/2025
039 de 08/02/2025
038 de 07/02/2025
037 de 06/02/2025
036 de 05/02/2025
035 de 04/02/2025
034 de 03/02/2025