A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha do Brasil, apreendeu neste sábado (31) uma embarcação submersível usada para transporte de cocaína para a Europa, interceptada na região da Ilha do Marajó, no Pará. Ninguém foi preso.

A operação está relacionada à apreensão de embarcação similar em Portugal, em março de 2025. Investigações revelaram que ambos os equipamentos foram fabricados na mesma região paraense.

Esta é a primeira apreensão deste tipo realizada pela PF. A localização foi possível graças ao intercâmbio de informações com a Polícia Nacional da Espanha, Polícia Judiciária de Portugal e a Drug Enforcement Administration (DEA) dos Estados Unidos.

Com tecnologia de ponta e vigilância constante, o Governo Federal realiza monitoramento aéreo na Terra Indígena Yanomami, capaz de identificar rotas e pilotos do garimpo ilegal, desmontar a logística de voo e provocar uma redução histórica de 94% da atividade na região.

Quando um avião ligado ao garimpo ilegal decola de uma pista clandestina na Amazônia, ele é monitorado graças ao uso integrado de radares, sensores de imagem e, principalmente, da aeronave E-99, o avião-radar da Força Aérea Brasileira (FAB). Graças a essa tecnologia, as rotas, os padrões de voo e os pilotos suspeitos já estão mapeados pelas equipes de inteligência.

O sistema permite à FAB identificar movimentações suspeitas em solo ou em baixa altitude, mesmo quando as aeronaves tentam operar abaixo da cobertura dos radares convencionais. A vigilância aérea é contínua e a reação, imediata: qualquer indício de tráfego não autorizado pode resultar na interceptação por caças A-29, que seguem protocolos rigorosos de interdição.

A coordenação dessa estrutura está agora sob o comando do Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, novo chefe do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Oficial de alta patente da Força Aérea Brasileira, Barbacovi possui mais de 3.600 horas de voo, com ampla experiência em aviação de caça, operações conjuntas e controle do espaço aéreo.

Antes de assumir o COMAE, comandou o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e foi chefe do Estado-Maior Conjunto do próprio COMAE. Na última semana, Barbacovi visitou a Casa de Governo, em Boa Vista, onde se reuniu com o diretor Nilton Tubino. Durante a visita, reafirmou o compromisso da Força Aérea com o monitoramento constante e o controle do espaço aéreo sobre a Terra Indígena Yanomami, em articulação conjunta das forças envolvidas na desintrusão.

“A presença do E-99 é uma atividade extremamente importante de inteligência. É o único equipamento capaz de detectar aeronaves voando a baixa altura que escapam dos radares convencionais”, explica Barbacovi. Segundo ele, é com esse vetor que a Força Aérea consegue identificar rotas clandestinas e direcionar caças A-29 para interceptar, interrogar e, se necessário, obrigar o pouso de aeronaves suspeitas.

“Pilotos suspeitos já foram identificados. Pistas de pouso estão sendo fiscalizadas e aeronaves apreendidas. A vigilância é permanente”, alerta Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo.

Espaço aéreo restrito — Em 2023, um decreto presidencial autorizou a criação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA 41), abrangendo o espaço aéreo sobre o território Yanomami. Desde então, apenas aeronaves previamente autorizadas podem operar naquela região.

“Hoje, são 87 aeronaves autorizadas a voar na ZIDA 41. São helicópteros e aviões que apoiam diretamente as comunidades indígenas e as operações das forças de segurança, órgãos públicos e institutos de saúde”, detalha Barbacovi. “A principal missão da Força Aérea é garantir que essas aeronaves tenham segurança, impedindo que tráfegos ilícitos ou desconhecidos usem aquele espaço.”

Na prática, a ZIDA 41 transformou o céu da TIY em um espaço de vigilância total. O E-99 comanda a operação, mas os drones RQ-900, os helicópteros H-60 Black Hawk, os caças de ataque leve A-29 Super Tucano, as aeronaves de reconhecimento RA-1 e os vetores de vigilância eletrônica R-99 formam um conjunto que permite identificar, seguir e desarticular a logística aérea do garimpo. A FAB atua com prontidão 24 horas por dia, decolando sob qualquer condição para garantir o cumprimento da lei.

Desmobilização – Desde o início da operação de desintrusão, já foram destruídas 55 pistas de pouso clandestinas, 27 aeronaves ilegais foram inutilizadas e outras 7 apreendidas. Mais de 1.235 aeronaves foram fiscalizadas. Essas ações representam o corte do “cordão umbilical” do garimpo ilegal: sem aviões, não há comida, combustível ou escoamento de minério.

Queda relevante do garimpo – Com o enfraquecimento da estrutura logística, os efeitos começam a ser visíveis também no solo. Dados do Governo Federal apontam que, em algumas regiões da TI Yanomami, a atividade garimpeira já apresenta redução de até 94% em comparação a 2022, ano em que o garimpo atingiu seu auge no território. A repressão aérea vem se consolidando como uma das frentes mais eficazes no desmonte da cadeia ilegal.

As operações somam mais de 5.300 ações diretas contra a atividade garimpeira, com prejuízo estimado em R$ 377 milhões às organizações criminosas, segundo balanço da Casa de Governo. Em solo, acampamentos foram desmontados e balsas e motores destruídos.

Vigilância no entorno da TI – Além do bloqueio aéreo dentro da TIY, a atuação coordenada do Governo Federal também tem avançado sobre a logística fora do território. No início deste mês, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar pilotos suspeitos de transportar combustível de aviação para abastecer garimpos ilegais dentro da TI Yanomami. A ação ocorreu em Boa Vista e em outras localidades do estado de Roraima, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Segundo as investigações, os pilotos atuavam como elo estratégico entre fornecedores de insumos e operadores de garimpo na floresta, usando pistas não homologadas e voos irregulares. A operação teve como objetivo desarticular esses corredores logísticos que, mesmo fora da TI Yanomami, são fundamentais para manter o funcionamento da atividade criminosa. Dessa forma, o cerco aéreo não se limita ao espaço sobre o território indígena, mas avança sobre toda a cadeia que sustenta o garimpo.

“O que está acontecendo na Terra Indígena Yanomami é uma ação do Estado necessária, e a Força Aérea se faz presente”, afirma Barbacovi. “Estamos empregando os melhores equipamentos para voar de dia e de noite, em defesa da segurança dos brasileiros indígenas que vivem naquele território. A FAB precisa e deve estar onde o Brasil precisar. Temos certeza de que nossas ações conjuntas continuarão a atingir excelentes resultados em prol da extinção do garimpo ilegal”, acrescenta.

Informações da Casa Civil

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizará o Processo Seletivo de Profissionais Médicos, com vistas à complementação do Serviço Militar Temporário. No ato da inscrição, os voluntários poderão escolher subespecialidades da área médica em diversas localidades do território nacional. As inscrições eletrônicas ocorrerão entre às 10h do dia 05/06/2025 e 23h59 do dia 31/12/2025, por meio do endereço http://www.convocacaotemporarios.fab.mil.br.

A convocação visa reunir Oficiais e Aspirantes a Oficial da reserva de 2ª classe que tenham concluído com aproveitamento a 1ª fase do Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) ou Estágio de Adaptação Técnico (EAT) ou em estágios equivalentes de outras Forças Armadas para, em caráter voluntário, complementarem o tempo de serviço militar temporário, até o limite previsto em lei.

As subespecialidades médicas incluem Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Psiquiatria, Radiologia, Dermatologia, Endocrinologia, Ortopedia, Medicina do Trabalho, entre outras. Os interessados devem verificar cuidadosamente os Requisitos Específicos, os Parâmetros de Qualificação e a documentação comprobatória previstos no Aviso de Convocação, determinantes para o atendimento às exigências e atribuição de pontos na seleção.

Após a aprovação no processo seletivo e a incorporação, os convocados passarão a integrar o Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe Convocados, com direito à remuneração e aos benefícios previstos para a categoria, durante o período de serviço militar temporário.

A seleção dos candidatos será feita conforme o Aviso de Convocação, disponibilizado no site oficial do processo seletivo, e constará das seguintes etapas: Encaminhamento Eletrônico de Documentos (EED); Validação de Documentos Digitais (VDD); Avaliação Curricular Digital (ACD); Inspeção de Saúde (INSPSAU); e Concentração Final e Habilitação à Incorporação (CF).

Uma comitiva formada por professores e pesquisadores do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) visitou, no dia 22 de maio, as obras do novo campus do ITA em Fortaleza (CE). A conclusão das obras está prevista para maio de 2026, com início das atividades acadêmicas em 2027.

A comitiva pôde conhecer o espaço em que estão sendo construídos os prédios e comemorou a agilidade das obras e comprometimento das equipes envolvidas. O grupo foi liderado pelo Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, e pela Vice-Reitora, Professora Doutora Emilia Villani. Também participaram da visita os Pró-Reitores de Graduação e de Pós-Graduação, além de militares do efetivo orgânico do Instituto.

A visita foi acompanhada pelo Presidente da Comissão de Obras de Fortaleza (CO-FZ), Coronel Aviador Paulo Roberto Peixoto Cavalcanti Junior. O grupo conheceu o futuro Prédio das Engenharias, que abrigará salas de aula e laboratórios destinados aos novos cursos de graduação que serão oferecidos no local: Engenharia de Sistemas e Engenharia de Energia. Também foi possível acompanhar o avanço das obras do alojamento estudantil, conhecido como H8, que acolherá os futuros alunos desta nova etapa do ITA. As construções acontecem na Base Aérea de Fortaleza (BAFZ).

Para o Coronel Cavalcanti, é possível perceber um engajamento muito grande de todos os atores envolvidos na construção do novo campus, como a Força Aérea Brasileira, o Ministério da Educação e o Governo do Estado do Ceará, além da própria sociedade, que comemora a chegada do ITA à região. “Receber os professores do ITA é essencial para que vejamos essa motivação também entre os docentes, que farão com que essa construção alcance sua função, formando profissionais de excelência para o desenvolvimento do país”, disse.

O Reitor do ITA também comemorou a oportunidade de os professores conhecerem o andamento das obras. “O sucesso das obras será completo a partir do momento em que os profissionais estiverem atuando aqui, com toda a infraestrutura instalada, para o início das atividades. Presenciar a alegria e o entusiasmo de todos nos mostra que estamos no caminho certo para expandir a capacidade do ITA em contribuir com a sociedade”, destacou.

Emoção e expectativa

Além da visita às obras do novo campus, os professores também puderam conhecer um Próprio Nacional Residencial (PNR) da Força Aérea Brasileira (FAB), que poderá ser utilizado para acolher os primeiros docentes durante o período de adaptação.

“Ver os prédios sendo construídos trouxe uma sensação de concretude e, para além da obra, ver a Base Aérea de Fortaleza com a marca do ITA Ceará me trouxe uma emoção muito grande”, comentou a professora do Departamento de Humanidades da Divisão de Ciências Fundamentais do ITA, Doutora Nilda Oliveira.

O Chefe da Divisão de Engenharia Eletrônica do ITA, Professor Doutor Renato Machado, também ressaltou a seriedade com que a FAB e os demais atores envolvidos tratam a construção e a importância desse projeto. “Acredito que tudo esteja caminhando para o sucesso”, afirmou.

Na sexta-feira (30), durante a Operação Ágata Amazônia 2025, as Forças Armadas Brasileiras resgataram seis pacientes em situação de urgência médica na Terra Indígena Vale do Javari, uma das regiões mais remotas do Amazonas. Entre os atendidos estava uma criança de 11 anos, da etnia Marubo, que sofria com crises convulsivas após cair de uma árvore.

Os pacientes foram removidos de quatro comunidades distintas, Maronal, Vida Nova, Paraná e Lobo, e transportados para unidades de saúde com condições adequadas de tratamento. Além da criança, um idoso de 80 anos, também Marubo, foi levado para realizar exames e uma cirurgia devido a complicações de pedra na vesícula. Os demais resgatados, com idades entre 27 e 46 anos, eram das etnias Marubo e Mayuruna e necessitavam de cuidados médicos especializados.

Aproveitando a missão, as Forças Armadas transportaram cerca de 200 kg de medicamentos, vacinas e suplementos alimentares para reforçar o atendimento nas comunidades isoladas. A logística de resgate em uma área de 510 mil km² – equivalente ao território da Espanha – exige coordenação entre a Marinha, o Exército e a Força Aérea Brasileira.

A Operação Ágata Amazônia 2025 tem como objetivo combater crimes ambientais e transfronteiriços, mas também prestar assistência humanitária a populações indígenas e ribeirinhas que vivem em locais de difícil acesso. Nas últimas semanas, militares das Forças Armadas têm atuado intensamente para garantir segurança e saúde nessas regiões.

As Forças Armadas seguem monitorando a região e prestando apoio às comunidades, enquanto os pacientes resgatados recebem os cuidados necessários. A operação reforça o papel das forças militares não apenas na segurança, mas também na proteção de vidas em áreas isoladas da Amazônia.

A Lei 15.135/25, que inscreve o nome do Marechal Casimiro Montenegro Filho no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, foi publicada no Diário Oficial da União. A nova lei teve origem em projeto da Câmara (Projeto de Lei 4.774/19), aprovado pelos deputados no ano passado e pelos senadores em abril deste ano.

Casimiro Montenegro Filho se destacou no desenvolvimento da aviação e da tecnologia aeroespacial no Brasil. Fundou Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Centro Técnico de Aeronáutica.

“É difícil dimensionar a magnitude da contribuição do marechal Casimiro para a educação, a ciência, a tecnologia e a defesa nacionais. Por meio de sua visão arrojada de futuro, o Brasil deu um salto gigantesco ao longo desses quase 70 anos, rumo ao futuro”, disse o autor da proposta, ex-deputado Eduardo Cury (SP). “Seu legado continua gerando frutos e consolidando um sonho de colocar o país nos trilhos do desenvolvimento científico e tecnológico”.

O livro

O Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria, também chamado de Livro de Aço (pois a obra é formada por páginas de aço), fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Criado em 1992, reúne protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram sua vida ao país em algum momento da história. A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada no Congresso.