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Blog Todos a Bordo - Veja o que as tragédias aéreas ensinaram para aumentar segurança dos aviões -Todos a Bordo


Alexandre Saconi | Publicada em 16/06/2019 04:00

Na aviação, tudo que sai do planejado vira um aprendizado para a segurança no futuro. No decorrer dos anos, a indústria aeronáutica vem aprendendo e desenvolvendo novos sistemas para garantir que os acidentes não ocorram, assim como novos procedimentos que visam evitar novas tragédias.

Segundo Miguel Angelo Rodeguero, diretor de segurança operacional da AOPA Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves), "como regra geral, a investigação de qualquer acidente leva a avanços na segurança operacional. Desde alterações operacionais para tripulantes até mudanças em projetos de aeronaves".

Também é preciso destacar que uma investigação feita pela Aeronáutica tem como objetivo o aprimoramento da segurança, e não a busca de incriminar algum culpado pelos acidentes ou incidentes.

"O que se busca nos dias atuais é entender o que pode acontecer para evitar que acidentes ocorram. O conceito é entender os perigos existentes para mitigar os riscos das situações. Hoje o trabalho em segurança operacional é voltado bastante para a prevenção, antes que incidentes ou acidentes aconteçam", diz Rodeguero.

Veja a seguir algumas das mudanças operacionais e inovações em segurança ocasionadas após episódios tristes na aviação:

Desaparecimento do voo MH-370 (14/3/2014)
Histórico: O voo MH-370, da Malaysia Airlines, desapareceu sobre o oceano Índico com 239 pessoas a bordo. O Boeing 777 fazia a rota entre Kuala Lumpur (Malásia) e Pequim (China), e até hoje não foram encontradas informações que levam ao paradeiro do avião.
Principal aprendizado:
– A criação de um sistema de rastreamento global por meio de GPS para os aviões, que ainda está sendo implementado.

Queda do voo AF 447 (1º/6/2009)
Histórico: O voo partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris (França) no dia 31/5/2009 e caiu no oceano Atlântico durante a madrugada. As caixas-pretas foram encontradas apenas dois anos depois, em 1º de maio de 2011. O relatório final apontou uma série de erros como a causa da queda, com destaque para o congelamento do tubo de pitot, uma sonda que capta a pressão do ar e indica a velocidade do avião em relação ao vento.
Principais aprendizados:
– Melhora no sistema de busca e salvamento entre a costa do Brasil e Senegal.
– Troca dos modelos do tubo de pitot dos aviões e melhora da capacidade de descongelamento das sondas.

Queda do voo Germanwings 9525 (24/3/2015)
Histórico: Um Airbus A320 partiu da Espanha com destino à Alemanha, mas acabou caindo nos Alpes suíços. A queda foi causada intencionalmente pelo copiloto, que já havia sido tratado por apresentar tendências suicidas e não havia comunicado a companhia. Ele aproveitou o momento em que o comandante saiu da cabine de comando, trancou a porta por dentro e iniciou a descida controlada até se chocar contra os Alpes suíços.
Principal aprendizado:
– Diversos órgãos reguladores da aviação pelo mundo passaram a exigir a presença constante de, pelo menos, dois tripulantes na cabine de comando. Caso um dos pilotos precise sair, um(a) comissário(a) deve ficar na cabine com o outro.

Desastre de Tenerife (27/3/1977)
Histórico: Dois aviões Boeing 747 (um da KLM e outro da Pan AM) colidiram durante a decolagem na ilha espanhola. Um dos aviões começou a acelerar para decolar enquanto outro estava na pista taxiando para aguardar sua vez de partir. Com a forte neblina no local, as pistas de taxiamento estavam bloqueadas, e os pilotos não conseguiam enxergar quase nada a sua frente. Ao todo, 583 pessoas morreram, e esse é considerado o maior desastre aéreo da história.
Principais aprendizados:
– Criação de fraseologia padrão, para evitar confusões durante as comunicações.
– Adoção do inglês como língua internacional da aviação.
– Cotejamento das instruções, que consiste em repetir o que foi dito pelos órgãos de controle do tráfego aéreo para se ter certeza de que a mensagem foi compreendida.

Atentados de 11 de setembro de 2001
Histórico: Um grupo de terroristas sequestrou quatro aviões com a intenção de atirá-los contra diversos locais nos Estados Unidos no dia 11/9/2001. Dois atingiram as Torres Gêmeas, no World Trade Center, em Nova York. Outro avião atingiu o prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Um quarto avião foi derrubado antes de chegar ao seu destino. Ao todo, estima-se que cerca de 3.000 pessoas morreram e outras 6.000 ficaram feridas no episódio.
Principais aprendizados:
– Proibição de embarque na bagagem de mão com líquidos acima de 100 ml.
– Uma parte dos viajantes deve remover os sapatos em alguns pontos de verificação.
– A maioria dos viajantes deve remover os produtos de higiene pessoal e os laptops das sacolas.
– As portas das cabines de comando passaram a ficar trancadas durante os voos.

Queda do voo Eastern 401 (29/12/1972)
Histórico: Perto do pouso do voo Eastern 401 em Miami (EUA), a luz que indica que o trem de pouso do Lockheed Tristar estaria baixado não acendeu. Todos na cabine de comando se preocuparam apenas com essa luz, e o piloto automático foi desconectado de maneira que nenhum dos pilotos percebeu. O avião foi descendo devagar até chocar-se com o chão, em uma região pantanosa, o que absorveu parte do impacto. Havia 176 pessoas a bordo, das quais 101 morreram.
Curiosidade: Esse acidente deu origem a um livro e um filme, ambos intitulados "O fantasma do voo 401". As obras retratam rumores de que os fantasmas do capitão e do oficial do Eastern 401 foram vistos em outros aviões que utilizaram as peças do avião do voo que caiu, procedimento autorizado à época.
Principais aprendizados:
– Melhora no treinamento dos pilotos para tornar a resolução de problemas na cabine mais ágil.
– Lanterna passou a ser um item obrigatório na cabine de comando, para melhorar a visualização de diversos itens.
– Todos os assentos onde os comissários se sentam passaram a ter cinto de segurança. À época, apenas os bancos virados para a frente da aeronave possuíam o item de segurança.

Queda do voo 52 da Avianca Colômbia (25/1/1990)
Histórico: O Boeing 707 da Avianca Colômbia que havia partido da Bogotá caiu próximo a Nova York (EUA) sem combustível, porque a tripulação não informou a emergência por dificuldades de entendimento da língua inglesa. Das 158 pessoas a bordo, 73 morreram.
Principal aprendizado:
– Desenvolvimento de cursos de CRM (Cockpit Resources Management, ou Gerenciamento de Recursos de Tripulação), que buscam trabalhar com as pessoas envolvidas na operação, para que os recursos sejam todos utilizados da melhor maneira possível.

Sequestro do voo 305 da Northwest Airlines (24/11/1971)
Histórico: Um passageiro identificado como Dan Cooper sequestrou um Boeing 727 e deu orientações à tripulação para pousar em Seattle (EUA), abastecer e desembarcar passageiros. Ele ainda exigiu um resgate de US$ 200 mil em valores da época. Decolaram em seguida rumo ao México, com instruções de voar baixo e devagar. Durante o voo, o sequestrador abriu a porta traseira do avião (ainda existente no modelo) e saltou de paraquedas com o dinheiro do resgate. Dan Cooper nunca mais foi encontrado.
Principais aprendizados:
– Incorporação de um dispositivo de segurança no 737, chamada trava Cooper, que impede a abertura em voo da porta traseira naquele modelo.
– Introdução de medidas de segurança amplamente conhecidas hoje, como a identificação dos passageiros e bagagens.

Colisões contra o solo
Histórico: Diversos acidentes do tipo CFIT (Controled Flight into Terrain, ou colisão com o solo em voo controlado) ocorreram ao longo das décadas, até serem elaborados equipamentos para antecipar este tipo de ocorrência. Os acidentes CFIT ocorrem com o avião em plenas condições de voo. Sem qualquer falha no avião e sem que os pilotos percebam, a aeronave voa em direção ao solo ou a uma montanha, terminando em colisão.
Principal aprendizado:
– Por volta dos anos 1960 e 1970, os aviões passaram a incorporar um equipamento chamado GPWS (Ground Proximity Warning System). Esse equipamento informa a proximidade do avião com o solo, a elevação do terreno ou se há algum obstáculo na trajetória de voo. Hoje em dia, já há sua versão Enhanced (EGPWS), ou seja, aprimorada, que proporcionou uma sensível diminuição nos acidentes tipo CFIT.

Colisões no ar
Histórico: Apesar da segurança e da distância no voo, ainda é possível ocorrer uma colisão entre dois aviões no ar, mesmo que remotamente. Um exemplo é o ocorrido com voo 1907 da Gol, que caiu na floresta amazônica em 2006 após uma batida com um jato Legacy.
Principal aprendizado:
– Desenvolvimento do TCAS (Trafic Collision and Avoidance System, ou Sistema de Alerta de Tráfego e Evitação de Colisão), equipamento que detecta a proximidade com outro avião e pode determinar qual a atitude que o piloto deve tomar para evitar uma colisão.

OUTRAS MÍDIAS


DEFESATV.BR - Controladores de tráfego aéreo e pilotos aprimoram conhecimentos de missões SAR


Redação Defesatv | Publicada em 15/06/2019 16:30

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) concluiu o Curso de Coordenação de Busca e Salvamento (SAR), no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

Controladores de tráfego aéreo e pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB), além de militares da Marinha do Brasil (MB), participaram do curso, que ocorreu em maio, em São José dos Campos (SP).

De acordo com o chefe da Seção de Coordenação e Controle de Busca e Salvamento do DECEA e coordenador geral do curso, Capitão Aviador Michell Iorio Boareto, o objetivo foi formar os coordenadores de missão de Busca e Salvamento, possibilitando um incremento da pronta resposta às operações SAR com o foco na salvaguarda de vidas.

“As missões de busca e salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional e parte do Oceano Atlântico. Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por essas missões em uma área de mais de 22 milhões de km²”, disse.

O curso foi dividido em duas etapas. Na primeira, foram ministradas palestras para familiarização dos conceitos e funções dos sistemas de Busca e Salvamento, como cálculos, geração de relatórios e registro gráfico das áreas atendidas pela operação, padrões de busca, Sistema de Busca e Salvamento por Rastreamento de Satélite e relacionamento com a imprensa. Já na parte prática, o curso simulou missões SAR em terra e no mar.

“O curso proporcionou um enorme ganho operacional, possibilitando uma visão mais ampla dos aspectos que influenciam as operações SAR, além de maior comprometimento dos envolvidos em prol do sucesso da missão”, comentou o Capitão Aviador Bruno Olimpio de Morais Strafacci, que atuou como coordenador de um dos grupos.

Representando a Marinha do Brasil, o Capitão de Corveta Samoel Carone Reis destacou os benefícios da atuação conjunta com a Força Aérea no curso. “Foi de grande valia conhecer na prática como são planejadas, executadas e coordenadas as ações desencadeadas pelo Salvaero [Centro de Coordenação de Busca e Salvamento], além de promover uma maior integração entre as duas Forças para que continuemos a salvar vidas”, avaliou.

Intercâmbio com estudantes de jornalismo

Como parte do cronograma do curso, os militares participaram, de forma simulada, de coletiva de imprensa e entrevistas em programas de rádio e TV, promovidas pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap). O intercâmbio faz parte de um projeto de integração da FAB com os estudantes de jornalismos da Univap.

“É muito importante mostrar para esses futuros profissionais da mídia as atividades que desempenhamos na Busca e Salvamento, além de estreitar o relacionamento com a imprensa”, afirmou o coordenador geral do curso, Capitão Boareto.

Para a coordenadora do curso de jornalismo da Univap, Vânia Braz de Oliveira, essa parceria, que já acontece há 12 anos, tem sido muito enriquecedora. “Os dois lados ganham com essa parceria, é uma troca de saberes e certamente esse conhecimento adquirido aqui vai torná-los mais preparados para o mercado de trabalho”, afirmou.