Em oito dias, 1.105 brasileiros e 14 animais de estimação foram resgatados do Líbano durante a operação Raízes do Cedro, coordenada pela Força Aérea Brasileira.

O que aconteceu

O quinto voo pousou às 6h06 (horário de Brasília) desta segunda-feira (14), em Guarulhos (SP). Estavam a bordo 220 repatriados e dois pets. A aeronave KC-30 do Esquadrão Corsário também transportou 43 toneladas de donativos, como insumos hospitalares e cestas básicas.

A operação de repatriação iniciou no dia 2 de outubro. Iniciativa, que envolve o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa e a FAB, é um dos maiores esforços de repatriação em zonas de conflito.

No dia 6 de outubro, o primeiro grupo de cerca de 230 repatriados chegou ao Brasil. Desde então, cinco voos foram realizados, transportando 1.105 brasileiros, além de quatro cachorros e dez gatos, todos desembarcando na Base Aérea de São Paulo. No total, a operação contabiliza 18 pousos bem-sucedidos.

Tensão em solo libanês. O comandante do Esquadrão Corsário, tenente-coronel aviador Marcos Fassarella Olivieri, relatou como foi pousar no Líbano.

"Nós ouvimos explosões na zona de conflito. Sabemos que há risco de bombardeios próximos ao aeroporto ou até de fechamento do espaço aéreo. O momento mais crítico seria se isso acontecesse com a aeronave em solo, durante o embarque, o que nos impediria de decolar. Toda essa tensão se transforma em alívio assim que a decolagem é autorizada", disse.

Ao todo, cerca de três mil pessoas devem deixar Beirute e seguir em direção ao Brasil. Com duas tripulações se revezando, cada uma composta por 18 integrantes, a FAB mantém um fluxo contínuo de resgates, assegurando que mais brasileiros possam retornar ao país com segurança e dignidade.

Capacidade operacional é de trazer 500 brasileiros por semana. Com isso, repatriação dos interessados em deixar o Líbano levará cerca de seis semanas. As informações são do comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. "Temos um número mágico de em torno de 500 pessoas por semana, um fluxo que conseguimos manter", declarou.

A comunidade brasileira no Líbano é formada por cerca de 21 mil pessoas e é a maior entre os países da região

Os ataques aéreos israelenses a várias regiões do Líbano provocaram morte de mais de duas mil pessoas. Os dados são do Ministério da Saúde libanês. Entre as vítimas estão dois adolescentes brasileiros e seus pais, assim como um saldo de milhares de feridos. A situação em Beirute, a capital do país, é descrita como "tensa e terrível" por brasileiros que estão na região, com risco de guerra total.

A região sofre com os contínuos ataques aéreos de Israel contra áreas civis em Beirute, no sul e no Vale do Beqaa. Israel e o grupo Hezbollah do Líbano têm trocado tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado, detonada após um ataque do grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, e que controla Gaza. Na última semana, Israel intensificou sua campanha militar no Líbano.

No ano passado, o Brasil não conseguiu aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito envolvendo Israel e o Hamas. Na ocasião, o voto dos Estados Unidos, um membro permanente, inviabilizou a aprovação, mesmo após longa negociação da diplomacia brasileira.

Outras resoluções apresentadas também fracassaram. Segundo as regras do Conselho de Segurança, para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

A Força Aérea Brasileira (FAB) está realizando os últimos ajustes para o exercício multinacional Cruzeiro do Sul (CRUZEX), maior treinamento operacional orquestrado pela FAB cotado para acontecer entre os dias 3 e 15 de novembro.

Novidade para o evento, a FAB enviou no último domingo (14), cinco caças SAAB Gripen F-39E operados pelo esquadrão Jaguar para a Base Aérea de Natal (BANT), sendo o caça mais moderno operado pela FAB.

Além do Gripen F-39E, a FAB terá também como novidade do exercício o KC-390 Millennium, empregados pelos esquadrões Zeus e Gordo. A Marinha do Brasil deve participar novamente com seus caças A-4 Skyhawk modernizados (AF-1 Falcão).

Dos países participantes com aeronaves, o Brasil estará presente com os caças F-39 Gripen, F-5EM, A-1, A-29B, de transporte C-99, C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium, E-99M e helicóptero H-36 Caracal da FAB, além do A4 da Marinha do Brasil (MB); a Argentina, com IA-63 Pampa e KC-130H; o Chile com o KC-135 e F-16; a Colômbia com KC-767; os Estados Unidos com F-15 e KC-46 (767); Paraguai com AT-27 e C-212; Peru com KT-1P e KC-130; e Portugal com KC-390.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB), responsável por trazer brasileiros que estavam no Líbano de volta ao Brasil, chegou nesta segunda-feira (14). A aeronave KC-30 aterrissou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, às 6h06, sendo o quinto voo da Operação Raízes do Cedro a finalizar o trajeto de repatriação. Na operação, 220 brasileiros foram resgatados, com prioridade para pessoas em situação mais vulnerável, como idosos, mulheres, crianças, gestantes, doentes e pessoas com deficiência. Dois animais de estimação também foram trazidos no voo. Confira o vídeo:

Itamaraty coordena próximos voos

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 7 mil brasileiros que vivem no Líbano, de um total de 20 mil, solicitaram retorno ao Brasil. A estimativa inicial é repatriar 3 mil dessas pessoas, com um cronograma de aproximadamente 500 resgates por semana. Em apenas uma semana, 1.105 brasileiros e 13 animais domésticos já foram retirados do país.

A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os cidadãos e seus familiares para organizar novos voos, que serão realizados conforme a segurança no Líbano permitir. O Itamaraty segue monitorando a situação para garantir o resgate seguro de todos os brasileiros interessados.

"Os voos se assemelham ao perfil dos 13 que foram feitos na Operação Voltando em Paz, realizada em 2023 para resgatar quase 1.600 brasileiros e mais de 50 animais domésticos das zonas de conflito em Israel, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia", informou o tenente-coronel aviador da FAB, Marcos Fassarella Olivieri.

Conflito no Líbano

O Líbano, quase duas décadas após o último confronto, voltou a ser palco de um conflito armado entre Israel e o Hezbollah. O aumento da tensão começou em outubro de 2023, após o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Em resposta, o Hezbollah passou a lançar ataques contra Israel, que retaliou.

Os combates se intensificaram com a explosão de equipamentos de comunicação do Hezbollah, atribuída a Israel. Isso provocou novos ataques do grupo, enquanto Israel respondeu com bombardeios em larga escala. Mais de mil mortes já foram registradas, incluindo sete líderes do Hezbollah.

Recentemente, Israel deu início a uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, e o Hezbollah respondeu com lançamento de mísseis, muitos dos quais foram interceptados. O Irã, aliado do Hezbollah, também entrou no conflito, disparando cerca de 180 mísseis em direção a Tel Aviv.

Possível escalada no Oriente Médio

Há receio de que os confrontos no Líbano evoluam para uma guerra regional no Oriente Médio, especialmente considerando a ofensiva israelense em curso contra o Hamas na Faixa de Gaza. Israel continua sua operação com o objetivo de "destruir" o grupo extremista. O cenário é de incerteza, com temores de que o conflito se espalhe para outros países da região.

A Força Aérea Brasileira (FAB) está nos preparativos finais para o Cruzex 2024, maior exercício militar operacional da América Latina, que ocorrerá na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, entre 3 de 15 de novembro.

E neste domingo, 13 de outubro, uma das principais estrelas do evento, chegou ao local, o caça Saab Gripen F-39E.

Na verdade, cinco dos oito jatos supersônicos já recebidos pela FAB, que fizeram uma passagem em formação pela cidade antes de pousar na base aérea.

No dia anterior, quatro caças F-5EM haviam chegado à Natal, assim como um turboélice C-105 Amazonas, de apoio.

Nas próximas semanas, no entanto, Natal testemunhará a visita de quase uma centena de aeronaves de 16 países, entre eles Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Itália, Paraguai, Peru, Portugal, África do Sul, Suécia, Uruguai e Estados Unidos.

Domínios cibernético e espacial

Segundo a FAB, estão previstas “mais de 1.500 horas de voo, com vários tipos de missões, incluindo ataque ao solo, superioridade aérea, escolta e reabastecimento em voo”.

A última edição do Cruzex ocorreu em 2018 e contou com a participação de várias aeronaves e países, incluindo a Suécia, Alemanha, França e Índia.

“Nesta edição, a Força Aérea Brasileira introduziu dois novos elementos em suas operações: os domínios cibernético e espacial”, explicou.

No primeiro, haverá exercícios simulados que expandem o treinamento ao integrar operações cibernéticas e aéreas, testando a segurança de sistemas críticos que dão suporte às atividades aeroespaciais.

No segundo caso, ocorrerão simulações realistas de eventos relacionados ao espaço que influenciam diretamente a tomada de decisões e, consequentemente, o curso de um conflito.

Cinco caças F-39E Gripen da Força Aérea Brasileira pousaram já estão na Base Aérea de Natal para participar do exercício operacional CRUZEX, que começa em 3 de novembro. As aeronaves chegaram neste domingo, 13 de outubro. É a primeira vez, desde a primeira edição do treinamento, em 2002, que a FAB terá as aeronaves de combate mais avançadas entre todos os participantes. Será, igualmente, a estreia dos F-39E brasileiros em um exercício internacional, sendo acompanhados pelos F-5EM, A-1AM AMX, A-29 Super Tucano e A-4 Skyhawk, estes últimos da Marinha do Brasil.

Outro destaque aguardado para a CRUZEX 2024 será a presença de caças F-15 Eagle da United States Air Force. Não são aeronaves novas, porém já representam um salto em relação aos F-16 norte-americanos enviados nas edições anteriores. Os EUA também contarão com um dos seus novos reabastecedores KC-46 Pegasus, substitutos dos KC-135. O Chile trará um desses reabastecedores clássicos, junto com caças F-16.

Também estreantes serão os IA-63 Pampa da Argentina, os AT-27 Tucano do Paraguai e os KT-1 do Peru. Enquanto os primeiros vão assegurar a participação dos argentinos mesmo antes do recebimento dos seus F-16, e em um contexto de baixa disponibilidade dos A-4AR, os segundos representarão a oportunidade de os paraguaios evoluírem no emprego operacional de sua força aérea antes da chegada dos A-29 Super Tucano. Por fim, os KT-1 peruanos, aeronaves de tecnologia sul-coreana, chegam para reforçar as missões na arena de baixo desempenho.

A CRUZEX 2024 também será a primeira oportunidade de jatos KC-390 Millenium de dois países, Brasil e Portugal, voarem juntos. Já a Colômbia retorna com seu KC-767 Jupiter, enquanto o Paraguai voará um CASA C-212 e a Argentina dará aos brasileiros a chance de rever um KC-130 Hercules em voo. A FAB terá, ainda, aviões-radar E-99M, helicópteros H-36 Caracal e cargueiros C-105 Amazonas e C-99.

África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai enviarão observadores militares.

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizará o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024 entre os dias 3 e 15 de novembro, na Base Aérea de Natal (BANT), em Parnamirim, Rio Grande do Norte. O evento, que reúne cerca de 50 aeronaves e 16 países, inclui a participação de esquadrões de voo de Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal, além de representantes para tarefas espaciais e cibernéticas. Países como África do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai estarão presentes como observadores.

Objetivo do Exercício

Comandado pela FAB desde 2002, o CRUZEX tem como principal objetivo desenvolver a cooperação internacional e fortalecer a interoperabilidade entre as forças aéreas. O treinamento simula cenários de operações combinadas e missões de guerra convencional, promovendo a troca de experiências entre os militares dos países participantes.

Novidade na Edição de 2024: CRUZEX CYBER

A edição de 2024 introduzirá o CRUZEX CYBER, um exercício cibernético que integrará operações cibernéticas com as aéreas. Utilizando o formato Capture The Flag (CTF), o treinamento visa testar a segurança dos sistemas críticos de apoio às operações aeroespaciais, aumentando a preparação para os desafios dos conflitos modernos.

Dinâmica do Treinamento

Durante os 13 dias de atividades, os esquadrões realizarão missões de varredura, escolta, inteligência, vigilância, reconhecimento, ataque, patrulha aérea de combate e reabastecimento em voo. O exercício é considerado o maior treinamento multinacional de guerra da América Latina.