Para pessoas que necessitam de doação de órgãos, o tempo é crucial. Dependendo do tecido a ser transplantado, uma janela de poucas horas pode definir o sucesso de um procedimento delicado. Para isso, o Centro Nacional de Transplantes conta com o apoio da Força Aérea Brasileira para transportar equipes médicas de coleta, que conseguem se mobilizar em menos de duas horas para buscar o órgão e levar ao receptor em qualquer lugar do Brasil.

O Comando de Operações Aeroespaciais, localizado em Brasília, é responsável pelo planejamento das missões, explicou hoje (13) o brigadeiro do ar Francisco Bento Antunes Neto, chefe do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA) em entrevista ao programa A Voz do Brasil.

Segundo o brigadeiro do ar, em 2021 foram transportados 278 órgãos. Em 2022, já foram 140 - com cerca de 1,2 mil horas de voo feitas por ano. Com essa média, o total de transportes de órgãos no ano deve ficar em 300. Fígados e corações são as cargas mais comuns do transporte de órgãos realizado pela Força Aérea.

Durante o programa, o brigadeiro do ar Francisco Bento Antunes Neto se recordou de uma das centenas de histórias de sucesso possíveis graças ao trabalho do centro. “Passados alguns meses da recuperação de uma paciente, ela recebeu a visita da equipe que fez o transporte. Foi emocionante para os militares verem a recuperação da paciente. Saber que aquele órgão que estava na aeronave com eles estava no corpo da menina, que estava se recuperando e, se Deus quiser, terá uma vida longa”, explicou.

Assista na íntegra:

Os aviões Embraer IU-50 são, disparadamente, os responsáveis pelo maior número de mensagens enviadas por leitores ao AEROIN. “Que avião é esse, que está rodando há um longo tempo sobre minha cidade? O que está acontecendo? Ele está com problema?” é o que mais se pergunta.

E, apesar das dúvidas que levantam, foi exatamente um destes aviões, que possuem um motivo bastante técnico e importante para fazer estes voos, que foi visto em algumas lindas passagens baixas neste último sábado, 11 de junho, a poucos metros de uma das pistas do aeroporto mais movimentado do Brasil.

O vídeo a seguir, publicado pelo canal “Oxigênio Aéreo” no YouTube, mostra o jato em três das aproximações e passagens pela pista 09R do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Abaixo do vídeo, explicamos um pouco mais sobre a aeronave e o motivo desse comportamento.

Como abordado outras vezes pelo AEROIN, o avião IU-50 visto na gravação acima é um Embraer Legacy 500 especialmente modificado para se tornar um laboratório aéreo de inspeção e calibração de instrumentos de voo.

Além das três passagens vistas no vídeo, dados da plataforma RadarBox de rastreamento online mostram que o jato, de matrícula FAB3601, efetuou 12 aproximações no total durante o trabalho, e depois terminou a missão pousando no Aeroporto de Congonhas.

Longe dos olhos dos passageiros, há radares, sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação e luzes de orientação que são fundamentais para a segurança do tráfego aéreo. Garantir o bom funcionamento de tudo isto é a missão do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), com tripulação e aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Por meio dessas aeronaves-laboratório, o GEIV promove uma espécie de fiscalização no ar, a chamada inspeção em voo, que tem a sua data comemorativa em 21 de fevereiro. São 63 anos desde a primeira inspeção em voo realizada no Brasil.

Subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o GEIV é responsável por testar, aferir e avaliar os chamados Auxílios à Navegação Aérea e é motivo de orgulho para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

O Grupo participa da homologação e verificação periódica de aproximadamente 1.700 procedimentos e realiza inspeções em cerca de 900 auxílios em todo o território nacional e, eventualmente, em outros países da América do Sul. A verificação visa à segurança de voo das aeronaves, nacionais e estrangeiras, nas fases de decolagem, rota e pouso, principalmente em condições adversas de meteorologia.

Portanto, é por isso que o IU-50 efetuou as diversas passagens baixas pelo aeroporto em Guarulhos. A cada aproximação e sobrevoo à pista, a tripulação avalia os resultados dos sinais dos equipamentos de solo, captados pelos instrumentos do avião, e coordena com o aeroporto caso haja necessidade de ajustes.

Desde o longi?nquo voo, em 12 de junho de 1931, quando a aviac?a?o ainda ensaiava seus primeiros e hesitantes passos, os Tenentes Nelson Freire Lavene?re Wanderley e Casimiro Montenegro Filho ja? anteviam, com demonstrac?o?es de coragem e de fe? na missa?o, o futuro do Correio Ae?reo Nacional.

Nossos pioneiros do CAN, apoiados por mapas incipientes e por instrumentos imprecisos, seguiam rodovias e linhas fe?rreas, desbravando campos de pouso, atingindo regio?es consideradas ino?spitas, a fim de trac?ar os caminhos que, hoje, integram a nac?a?o brasileira.

Nesse sentido, temos plena conscie?ncia de que na?o poderi?amos alc?ar voo sem antes render preito aos nossos antecessores, respeitando o legado de vito?rias semeado por homens e mulheres que fizeram e que fazem parte da histo?ria da gloriosa Aviac?a?o de Transporte.

Histo?ria essa marcada por conquistas, das quais se orgulha o nosso povo, e que continua trazendo exemplos de profissionalismo para va?rias gerac?o?es de brasileiros, haja vista a consolidac?a?o, cada vez mais robusta, do nosso KC-390 Millennium, uma das melhores aeronaves multimissa?o ja? existentes.

Neste ano, em que o Brasil comemora o Bicentena?rio de sua Independe?ncia, estamos prestes a batizar mais um novo vetor para a Forc?a Ae?rea Brasileira: o KC-30.

Nas asas de uma das plataformas ae?reas mais consagradas do mundo, estamos devolvendo a? NOSSA FAB a capacidade de Transporte e Reabastecimento Ae?reo Estrate?gico.

Nas palavras de John Lewis Gaddis: “Grande Estrate?gia e? o alinhamento de aspirac?o?es potencialmente ilimitadas com capacidades necessariamente limitadas.”

Sabendo disso, em breve, o imponente KC-30 estara? alinhado aos nossos outros vetores, transportando o progresso para os lugares mais longi?nquos, unindo credos, sotaques e culturas e, principalmente, contribuindo para DEFENDER e INTEGRAR o nosso querido Brasil.

Na?o importa o local, na?o importa o dia, na?o importa a hora, saibam que os incansa?veis Tracaja?s, Pastores, Rumbas, Pioneiros, Pegasus, Guara?s, Cobras, Gordos, Zeus, Condores, Onc?as, Corsa?rios e Araras estara?o sempre prontos a atender ao chamado do povo brasileiro!

Sendo assim, ao celebrar 91 anos de criação do Correio Aéreo Nacional, homenageamos aqueles que criaram novos horizontes, aceleraram o desenvolvimento e uniram esperanças.

Contudo, relembro-vos que as glórias do passado estão longe de ser um convite à acomodação; pelo contrário, elas sinalizam um efetivo chamamento à responsabilidade de seus sucessores.

Portanto, concito todos a um constante aprimoramento, a fim de manter o espírito aguerrido, que anima a nossa Instituição e nos sustenta em permanente prontidão para o combate, garantindo, assim, um porvir cada vez mais próspero na sagrada missão de Lançar, Suprir, Resgatar!

Parabéns ao CAN e à Aviação de Transporte!

Parabéns à Força Aérea Brasileira! Asas que Protegem e Integram o País!

Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida BAPTISTA JUNIOR
Comandante da Aeronáutica