NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL UOL


Os aviões da FAB que caçam voos escondidos dos radares e protegem yanomamis


Alexandre Saconi | Publicada em 13/03/2023 04:00

A FAB (Força Aérea Brasileira) está utilizando aviões especiais na Operação Escudo Yanomami 2023. Os modelos em questão são as aeronaves E-99 e R-99, pertencentes à aviação de inteligência, vigilância e reconhecimento da Aeronáutica.

Dotados de diversos sensores, radares e equipamentos para monitorar áreas de interesse, esses aviões passam por modificações em suas estruturas para comportar tais sistemas.

Os dois modelos têm como base o jato regional Embraer 145, e partem da Base Aérea de Boa Vista, em Roraima, para cumprirem as missões.

E-99 

Os aviões E-99 são usados em operações de controle e defesa do espaço aéreo nacional para monitorar ameaças em tempo real. Uma característica marcante dessas aeronaves é a antena acima do corpo, que parece a alça de uma mala ou uma prancha de madeira.

Essa antena faz parte de um sistema que consegue detectar alvos aéreos, como aviões que voam baixo para evitar radares em terra. As informações são transmitidas em tempo real para os centros de controle em solo.

Devido à curvatura do planeta, os radares em solo nem sempre conseguem detectar aeronaves que voam próximas ao chão, como é o caso dos aviões e helicópteros de garimpeiros e traficantes, por exemplo. Com o sistema embarcado no E-99, quanto mais alto ele voa, mais longe consegue detectar esses voos irregulares.

R-99 

Os aviões R-99 têm como missão principal realizar reconhecimento aéreo, mapeando as regiões sobrevoadas por meio de câmeras, sensores e radares a bordo.

Sua atuação permite identificar possíveis alvos de interesse, como acampamentos de garimpeiros, áreas de queimadas, zonas de desmatamento, entre outros. Esse trabalho ainda auxilia os órgãos de fiscalização ambiental na atuação na região sobrevoada.

Os equipamentos a bordo e os radares permitem a captura de imagens ópticas, multiespectrais e infravermelhas. Assim, mesmo algo que não seja visível a olho nu, como um acampamento dentro da vegetação, pode ser identificado devido à tecnologia utilizada.

Esse avião pode ficar até cerca de oito horas em voo. Geralmente, podem voar quatro operadores dos sistemas de radar, quatro militares para revezamento na ação, além dos dois pilotos.

Fichas técnicas

E-99 Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 21 metros Comprimento: 29,9 metros Peso máximo de decolagem: 24 toneladas Velocidade máxima: 955 km/h Altitude máxima de voo: 9,1 km de altitude;

R-99 Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 20 metros Comprimento: 29,9 metros Peso máximo de decolagem: 23,4 toneladas Velocidade máxima: 955 km/h Altitude máxima de voo: 11,3 km de altitude.

Operação Escudo Yanomami 2023

A operação deflagrada pelo governo federal em janeiro deste ano criou áreas de restrição de tráfego aéreo, chamadas de Zida (Zona de Identificação de Defesa Aérea). Nesses locais, apenas com estrita autorização é permitido voar.

Atualmente, o espaço aéreo da região está parcialmente aberto para a saída de garimpeiros da região. A partir de 6 de abril, ele será novamente fechado para coibir a logística das atividades criminosas.

PORTAL G1


Indígenas Yanomami se recuperam e retornam para comunidades após tratamento em Boa Vista

O g1 acompanhou o trajeto feito pelas Forças Armadas para auxiliar no retorno dos indígenas.

Samantha Rufino | Publicada em 13/03/2023 06:01

"Tô com muita saudade, demorei muito na Casai [Casa de Apoio à Saúde Indígena]". Esse é o sentimento de Xuxa Yanomami após quase cinco meses longe da comunidade em que vive na Terra Yanomami. A mulher, de aproximadamente 50 anos, fez parte do grupo de duas famílias que retornaram ao território em uma ação inédita das Forças Armadas: levar indígenas com a saúde recuperada de volta aos seus lares. O g1 acompanhou o trajeto feito pelos militares no auxilio ao retorno dos indígenas.

Xuxa Yanomami estava na Casa de Saúde Indígena para acompanhar um dos filhos, de aproximadamente 5 anos, com sintomas de desnutrição. Junto com o menino, ela trouxe Enzo Yanomami, um bebê, de quase um ano, e outra filha, com aproximadamente sete anos, para não deixá-los sozinhos na comunidade.

Devido à relação com o tempo, os Yanomami não contabilizam datas como não-indígenas, por isso, em alguns casos, não é possível precisar a idade correta de cada um. Os números foram informados por um enfermeiro da Força Aérea Brasileira (FAB) que atua na Operação Yanomami.

Com muita animação e ansiedade, Xuxa, que fala apenas algumas palavras em português, afirmou ao g1 que estava "feliz" em voltar para a comunidade de Parafuri, distante 20 km da região de Surucucu.

Na última sexta-feira (11), além de Xuxa e os filhos, outra família também retornou para a comunidade. Sabonete Yanomami estava acompanhado da esposa, Vanessa Yanomami e do filho na viagem. O bebê do casal foi à Casai para tratar doenças respiratórias e por isso estavam há dois meses em Boa Vista.

No tempo em que esteve na cidade, Sabonete conseguiu ferramentas e com a volta para a comunidade de Loko, a 3 horas de distância a pé de Surucucu, pretende trabalhar na roça para ter alimentos.

Com esperança de conseguir fazer o roçado e com a ajuda humanitária chegando ao território, a expectativa dele é que as mortes por "barriga morreu", como chamam a desnutrição, acabem. Sabonete contou ainda que duas pessoas morreram em setembro do ano passado na comunidade em que ele mora por falta de alimentação.

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa - problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos. Desde o dia 20 de janeiro, o território está em emergência de saúde pública e recebe apoio do governo federal para frear a crise.

O processo de retorno inicia ainda na Casai, quando a equipe determina quais pacientes já têm condições de voltarem para as comunidades. Depois, as famílias seguem até a Base Aérea de Boa Vista (BABV).

"É uma operação interagência e interministerial. Então, eles mandam a demanda para gente, a gente analisa e dentro das condições logísticas a gente vai apoiar. Hoje foi viabilizado o retorno de duas famílias", explicou o aviador e tenente-coronel Rodrigo Magioli.

Retorno para casa

O retorno no entanto, bem como outras ações de apoio à crise Yanomami, dependem das condições climáticas no 4º Pelotão Especial de Fronteira (PEF), na região de Surucucu. Por se tratar de uma região montanhosa e com uma densa floresta, as chuvas são constantes no território.

As duas famílias chegaram na Base Aérea às 7h da manhã, mas devido à instabilidade do tempo, o voo saiu apenas às 13h. Para a operação de retorno, a FAB usou a aeronave C-98 Caravan. A viagem até a Terra Yanomami dura aproximadamente 1h30.

A família de Sabonete seguiu a pé, por preferência, para retornar à comunidade Loko. Já Xuxa e os filhos voltaram em um helicóptero Black Hawk.

Depois de embarcarem na aeronave, a viagem durou cerca de 30 minutos. Por ser de difícil acesso, os militares precisarem refazer as coordenadas e com auxílio de Xuxa conseguiram chegar em Parafuri. No local, apenas a equipe das Forças Armadas desceram para auxiliar no retorno da família.

"É muito importante esse trabalho, porque os indígenas têm pressa em retornar para sua comunidade. Isso para eles é uma tormenta ter que ficar lá [na Casai]. Eu acredito que essa missão está tendo muito êxito nessa atividade humanitária", comentou o tenente e enfermeiro Luciano, que atuou na Terra Yanomami por três anos e auxiliou como interprete dos indígenas no retorno.

Apoio operacional e humanitário

Há quase dois meses, o Comando Operacional Conjunto Amazônia atua em apoio ao enfrentamento a crise da saúde Yanomami na força-tarefa mobilizada pelo governo federal. Desde então, além de viabilizar o retorno de famílias para o território, a Marinha, Exército e Aeronáutica atuam no envio de cestas básicas, transporte de pacientes, controle do espaço aéreo e atuação no Hospital de Campanha.

Ao menos 500 militares integram a força-tarefa de combate à crise. Depois da atuação na pandemia, esta é a maior operação com atuação das Forças Armadas em termos de logística, segundo o tenente-coronel Rodrigo Magioli.

Ele explica que além do desafio da barreira linguística entre os indígenas, existe ainda o desafio logístico por se tratar de uma região de difícil acesso em que apenas aeronaves conseguem acessar.

"Nós temos hoje cerca de mais de vinte aeronaves envolvidas na operação, somente das Forças Armadas, uma parte delas localizadas na base aérea de Boa Vista e aqui em Surucucu para fazer o avanço para as comunidades indígenas da região da Terra Indígena Yanomami", explicou.

Em Boa Vista, a atuação da Força Aérea Brasileira no Hospital de Campanha começou no dia 27 de janeiro. Até a última sexta-feira (11), a unidade havia prestado 1.751 atendimentos. O objetivo do hospital é desafogar os atendimentos na Casai.

No pico da crise, em fevereiro, o hospital chegou a atender 98 pessoas em um dia. Agora, em fase de estabilização, a média de atendimentos são 15 por dia. A maior necessidade continua sendo os atendimentos em pediatria.

Com a queda gradual dos atendimentos, alguns módulos como ultrassonografia e ginecologia deixaram de funcionar. Atualmente, 13 médicos atuam na unidade, conforme o comandante do HCamp e major Aluízio Paiva. Mas, para além do atendimento médico, o contingente faz um papel humanitário.

"Eu posso falar por toda a minha equipe, acho que pela primeira vez todos estão tendo o primeiro contato com indígenas e a gente entende que eles têm uma cultura diferente da nossa. Essa relação nossa com os indígenas foi uma coisa muito gratificante porque eles, principalmente os curumins, que são os nenenzinhos, eles têm uma relação muito boa conosco, de carinho", contou.

Desde o início do funcionamento, este é o terceiro contingente da FAB que atua no hospital. A previsão é que a equipe permaneça mais 30 dias no Hospital de Campanha, caso necessário, outro contingente de militares é enviado.

DEFESA EM FOCO


Mulheres lideram inscrições em vagas temporárias na FAB


Agência Força Aérea | Publicada em 12/03/2023 11:01

Nos últimos anos, a Força Aérea Brasileira tem visto um aumento significativo no número de mulheres que se candidatam a vagas temporárias em diversas especialidades, como Administração, Desenho, Eletricidade, Enfermagem, Eletromecânica, Logística, Nutrição, Radiologia, entre outras. Segundo dados divulgados pela FAB, cerca de 52% dos militares temporários incorporados nos últimos três anos são mulheres.

Além disso, a instituição tem buscado formar equipes multidisciplinares e valoriza a diversidade em suas fileiras. O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, destaca que ter homens e mulheres no mesmo ambiente torna as equipes mais criativas e produtivas.

As unidades de Serviço de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica são responsáveis pela formação desses novos militares temporários, em um programa que visa integrá-los à cultura da caserna e capacitá-los para as atividades militares. O processo seletivo e as inscrições podem ser acompanhados pelo portal de Convocação do Pessoal Temporário da Aeronáutica.

Com o aumento da participação feminina em áreas antes majoritariamente masculinas, a FAB mostra que a diversidade é um valor importante para o desenvolvimento da instituição e para o cumprimento de sua missão de defender a soberania nacional.

Base Aérea de São Paulo auxilia em ação humanitária em São Sebastião


Agência Força Aérea | Publicada em 12/03/2023 16:01

A Base Aérea de São Paulo (BASP), pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB), participou, no dia 04/03, de uma missão humanitária em prol da ajuda à região do litoral paulista atingida pelas fortes chuvas. Após a tragédia ocorrida em 19/02, a sociedade civil, órgãos públicos e privados se mobilizaram para ajudar na reconstrução das áreas afetadas e às vítimas do temporal.

Dessa vez, a Base Aérea prestou apoio no transporte de centenas de itens de limpeza e higiene pessoal, equipamentos de proteção individual e ferramentas, doados pela iniciativa privada e entregues na Sede da Defesa Civil do Município de São Sebastião (SP).

O Comandante da BASP, Coronel Aviador Leonar Tiago Barbosa, destacou a importância do apoio humanitário: “Para nós, é uma honra cumprir as tarefas de apoio às ações de Estado e contribuir para amenizar os efeitos que as chuvas causaram para as pessoas daquela região”. A ação contou com a coordenação da Defesa Civil regional, que permitiu que os doadores disponibilizassem itens de necessidade imediata para os profissionais envolvidos.

O Chefe da Divisão Operacional da Defesa Civil Municipal de São Sebastião, Ricardo Cardoso dos Santos, agradeceu a parceria da FAB e o suporte logístico prestado: “Os donativos serão de grande ajuda à Defesa Civil, às pessoas que estão trabalhando nas áreas de risco e às que necessitam de apoio e socorro. Muito obrigado pela ajuda à São Sebastião e ao povo brasileiro!”.

A ação demonstra a importância da união de esforços da sociedade e das instituições para ajudar nas situações de calamidade e emergência, e como a FAB tem papel fundamental nesse processo, utilizando sua expertise em logística e transporte aéreo para levar ajuda às regiões mais necessitadas.