O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) conduziu, nos dias 5 e 6 de agosto, o segundo teste de campo do Projeto BR-UTM, que visa estabelecer um ecossistema para o gerenciamento do tráfego aéreo não tripulado no Brasil.

O evento ocorreu nas instalações do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), em São José dos Campos, São Paulo, sob a coordenação do Subdepartamento de Operações (SDOP).

Iniciado em 2023, o Projeto BR-UTM tem como meta a implementação de um sistema eficiente para regular o uso de drones no espaço aéreo brasileiro. A primeira fase do projeto deve ser concluída em 2025, culminando com a publicação da Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) denominada Regras UTM. Esta norma será elaborada a partir das contribuições dos participantes do projeto, que estão organizados em três áreas temáticas: Governança, Tecnologia e Operacional.

O teste recente teve como objetivo validar os requisitos estabelecidos na norma e averiguar como as empresas provedoras de serviços estão aplicando essas diretrizes.

O Capitão Robson Batista Cunha Santos, Coordenador do Projeto BR-UTM, destacou a importância da colaboração com empresas parceiras, que possibilitou alcançar um nível de maturidade adequado para realizar testes práticos do novo ecossistema e validar a estrutura regulatória das Regras UTM em um curto espaço de tempo.

Nesta segunda etapa de testes, foram explorados cinco cenários diferentes, contando com a participação de desenvolvedores do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e de integrantes de unidades como o Segundo Centro de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) e o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE). Além disso, empresas como Aeroscan, Atech, Birds, Jacto e Xmobots, que operam no setor, também estiveram envolvidas no processo.

O primeiro teste de campo, realizado em abril de 2024 na cidade de São Carlos, em São Paulo, validou as funcionalidades básicas de coordenação entre os provedores de serviços de tráfego de drones. O atual teste amplia essa abordagem, focando na validação do ciclo completo das operações, incluindo a ativação de voos, a integração de novos recursos e a resposta a situações de emergência em tempo real, com o objetivo de antecipar e resolver conflitos entre os voos.

Com a conclusão deste segundo teste, o DECEA pretende demonstrar a viabilidade de criar, coordenar e ativar planos de voo digitais em um ambiente simulado que envolva múltiplos provedores de serviços. Os resultados obtidos servirão para identificar possíveis impactos normativos que devem ser considerados na elaboração da ICA Regras UTM e na ICA 100-40, que aborda os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas e o Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro.