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NOTIMP 216/2025 - 04/08/2025
Cerimônia marca os 52 anos da criação do Museu Aeroespacial, o MUSAL, no Rio de Janeiro
Murilo Basseto | Publicada em 03/08/2025 09:53
O Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, berço da aviação brasileira, no Rio de Janeiro, celebrou, na quinta-feira, 31 de julho, seu 52º aniversário de criação.
A data foi marcada por uma cerimônia militar presidida pelo Diretor da Organização Militar, Brigadeiro do Ar R/1 Mauricio Carvalho Sampaio, com imposição de Medalhas Militares e homenagens a militares e civis que se destacaram por seu desempenho e colaboração com a Instituição.
A solenidade de imposição de medalhas, realizada no auditório principal do Museu, reuniu militares da ativa e da reserva, bem como familiares dos militares homenageados. Durante o evento, destacou-se o papel do MUSAL na preservação e divulgação da memória da aviação, além de reconhecer o mérito de integrantes que contribuíram com dedicação e excelência ao longo dos anos.
Após a execução do Hino Nacional Brasileiro e a leitura de um breve histórico do MUSAL, ocorreu a imposição da Medalha Militar — condecoração criada pelo Decreto nº 4.238, de 15 de novembro de 1901 — a militares que completaram 10, 20 e 30 anos de bons serviços prestados à Força Aérea Brasileira.
Foram agraciados com a Medalha de Ouro (30 anos de serviço) o Segundo Sargento BEP Marcelo da Silva Pimenta; com a Medalha de Prata (20 anos), o Suboficial SEL Marcelo Esperança Faccini, o Primeiro Sargento BEI Carlos Alberto Sales de Sousa Filho, a Primeiro Sargento BEV Patricia Cesar Holanda e o Primeiro Sargento BEP Rodrigo Braz Larubia; e com a Medalha de Bronze (10 anos), o Segundo Sargento BMA Reinaldo Lima de Paula.
Ato contínuo a essa solenidade, os convidados se dirigiram para o Hangar 7, onde foram realizadas outras homenagens com descerramento do quadro com os “Destaques Profissionais 2025”, profissionais militares e civis do efetivo do MUSAL, que mais se destacaram por seus próprios méritos e bons princípios, entre 1º de agosto de 2024 e 31 de julho de 2025, conforme previsto na Norma Padrão de Ação (NPA) nº 041/ACS-SCE/2023.
Foram homenageados como Graduado Destaque o Suboficial SEL Marcelo Esperança Faccini; como Praça Destaque, o Cabo QCBCON TMC Jonathan Pereira de Souza; e como Servidora Civil Destaque, Gabriela Magalhães de Oliveira.
Em um segundo momento, foram reverenciadas, com os Certificados de “Amigos do MUSAL”, personalidades da sociedade que contribuíram sobremaneira para que o Museu Aeroespacial cumprisse sua missão de preservar e divulgar o patrimônio histórico-cultural da Aeronáutica Brasileira.
Foram agraciados os seguintes colaboradores: Coronel Intendente Douglas Souza Duarte, Coronel Intendente Marlos Felipe dos Santos, Tenente-Coronel Infantaria Alexandre Fontoura da Silva, Tenente-Coronel R/1 Cláudio Roberto Lopez, Sra. Cláudia Silvério das Neves, Sr. Diego Dias Lima, Sr. Sérgio Fernandes de Souza Júnior, Sr. Pedro Veiga Ferraz Pereira, Sr. Learte Quadra de Araújo e Sr. Felipe Alves do Nascimento.
Em seu discurso, o Brigadeiro Sampaio destacou a importância do momento e agradeceu a todos os presentes: “É uma grande satisfação para o Museu Aeroespacial receber, neste ano em que comemoramos 52 anos de existência, essa verdadeira família de amigos. Trabalhamos diuturnamente para apresentar com excelência a história da Força Aérea Brasileira, da aviação e da nossa própria Instituição, sempre com o objetivo de oferecer ao público uma experiência enriquecedora e memorável”.
Durante a cerimônia, o Diretor do Museu destacou a importância do bem-estar da equipe para garantir uma experiência positiva ao público. “Queremos que cada visitante saia daqui satisfeito. Para isso, é fundamental que nossa equipe também esteja satisfeita, motivada e alegre. Sabemos que a atividade é intensa, mas buscamos conduzi-la da melhor maneira possível: com leveza, propósito e comprometimento com os resultados”, acrescentou o Brigadeiro Sampaio.
Ao final do evento, o efetivo e todos os convidados participaram de um almoço de confraternização, que ocorreu na área de convivência do MUSAL, celebrando não apenas os 52 anos da Instituição, mas também o espírito de união e reconhecimento entre todos que contribuem para a preservação e divulgação da história da aviação brasileira e mundial.
Breve histórico do MUSAL
A ideia de se criar um museu aeronáutico é anterior à própria criação do Ministério da Aeronáutica. Os amantes da aviação sentiam falta de um local adequado para a guarda e preservação da documentação histórica relacionada ao assunto.
Algumas décadas já haviam se passado desde o voo do mais pesado do que o ar, e muitos países já possuíam um museu dedicado a esse setor. No entanto, o Brasil ainda não havia se mobilizado para tal organização. Acreditava-se que um museu ajudaria a defender o pioneirismo de Santos Dumont, o brasileiro que, em 1906, realizou o primeiro voo do mais pesado que o ar em Paris.
Até a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, nada de concreto havia sido feito para a construção desse espaço nem para a organização de um acervo especializado. Por essa razão, em dezembro de 1943, Salgado Filho, o primeiro Ministro dessa pasta, designou, por meio da Portaria nº 237, o Aviador Civil José Garcia de Souza para reunir todo o material que a Escola de Aeronáutica, então sediada no Campo dos Afonsos, pudesse ter, a fim de viabilizar a criação de um futuro Museu da Aeronáutica. Porém, ainda não existia um espaço físico para a construção do mesmo.
A partir desse momento, José Garcia publicou comunicados nas revistas de aviação da época, solicitando doações de fotografias e objetos que pudessem compor a primeira exposição de aeronáutica, que aconteceria no Ministério da Educação, no Palácio Gustavo Capanema. Com seus anúncios, o Aviador conseguiu reunir livros, documentos e vários objetos importantes para comporem o futuro museu, a fim de enaltecer e preservar a história da aviação.
Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e a saída de Getúlio Vargas do poder, a intenção de se criar um museu acabou ficando de lado, sendo retomada apenas na década de 1950, com a volta de Vargas ao Governo Federal. Assim, o Brigadeiro Nero Moura, então Ministro da Aeronáutica, assinou uma portaria designando a retomada do Aviador José Garcia para a organização do acervo do futuro museu, ainda sem local definido para a sua sede.
Muitos dos materiais recolhidos por José Garcia ficavam sob a posse da Escola de Aeronáutica, que, em 1967, criou o seu próprio museu no Pavilhão Van Ness, hoje o prédio do Centro de Documentação da Aeronáutica – CENDOC. Em 1969, a Escola de Aeronáutica passa a ser chamada Academia da Força Aérea, sendo esta transferida para Pirassununga, em 1971, deixando para trás suas instalações no lendário Campo dos Afonsos.
Finalmente, atendendo à exposição de motivos do Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Araripe Macedo, o Presidente Emílio Garrastazu Médici cria o Núcleo do Museu Aeroespacial, em 31 de julho de 1973, por meio do Decreto nº 72.553, ocupando as antigas instalações da Academia da Força Aérea. Contudo, apesar da sua criação, aquele museu ainda não tinha condições de ser aberto ao público, uma vez que não estava devidamente organizado.
Desta forma, o Major Especialista João Maria Monteiro, designado como Diretor do MUSAL, juntamente com seu corpo técnico, deu início a várias ações para a organização desse novo museu. Em janeiro de 1974, iniciaram-se os trabalhos de restauração do prédio e hangares (antiga “Divisão de Instrução de Voo” da Escola de Aeronáutica), simultaneamente à coleta de acervo, restauração de aviões, motores, armas e outras peças de valor histórico.
Em 18 de outubro de 1976, o MUSAL é finalmente inaugurado, sendo aberto ao público com 42 aeronaves em seu acervo. As exposições do museu eram dedicadas a temas específicos como sala dos motores, instrumentos de voo e hélices; sala dedicada ao Ministro Salgado Filho e outra à Aviadora Anésia Pinheiro Machado; além de uma sala dedicada à atuação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça na Segunda Grande Guerra.
O Major Monteiro permaneceu na gestão do museu até 1983, dando lugar ao Coronel Aviador Adauto Lorena, que ficou por apenas dois anos na direção do mesmo. Em 1986, o Tenente-Coronel Antônio Claret Jordão assumiu seu lugar, deixando o cargo com a sua morte em 1998.
Para sua sucessão, foi designado o Brigadeiro Araguaryno Cabrero dos Reis, ficando no cargo até o ano de 2001, quando é sucedido pelo Brigadeiro do Ar Márcio Bhering Cardoso. Este ficou à frente do MUSAL por 16 anos, passando a direção do museu para o Brigadeiro do Ar Luiz Carlos Lebeis Pires Filho, que permaneceu no cargo até 6 de abril de 2020, sendo sucedido pelo atual diretor, Brigadeiro do Ar Maurício Carvalho Sampaio.
Ao longo dos seus 52 anos de existência, o Museu Aeroespacial passou por várias transformações e processos de melhorias e modernizações, passando a ser detentor da guarda de mais de 150 aeronaves, possuindo exemplares de inestimável valor histórico e cultural. Além dos aviões e de suas exposições, o universo de suas coleções também inclui mais de 15.000 objetos museológicos, entre instrumentos de aviação, uniformes, condecorações, publicações raras, artes plásticas, além de dois escrínios, contendo cada um deles os corações de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação, e do Marechal Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira.
Destaca-se ainda o Centro de Documentação e Pesquisa (CDP), que integra importantes setores do MUSAL: a Biblioteca José Garcia de Souza e as Subseções de Arquivo Histórico e de Pesquisa Histórica, onde se pode realizar variadas pesquisas sobre temáticas ligadas à aeronáutica brasileira, disponibilizadas para acesso livre e gratuito, tornando-se, deste modo, um repositório informacional com mais de 22 mil itens entre livros, periódicos e publicações técnicas, alguns considerados raros e especiais; e documentos textuais, iconográficos, filmográficos, cartográficos, sonoros, negativos de vidro e de celulose.
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