NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


OUTRAS MÍDIAS


CAVOK - FAB envia esquadrões para exercício Green Flag West nos EUA


Fernando Valduga | Publicada em 01/06/2019

Os Esquadrões do 3º Grupo de Aviação – Escorpião (1º/3º GAV), Grifo (2º/3º GAV) e Flecha (3º/3º GAV), que operam aeronaves A-29 Super Tucano, participam, de 31 de maio a 14 de junho, do Exercício Internacional Green Flag West, na Base Aérea de Nellis, em Nevada, nos Estados Unidos.

Sediado nas instalações do 549th Combat Training Squadron, unidade responsável pela organização do Exercício, o 3º Grupo de Aviação cumprirá uma dinâmica rotina de treinamentos envolvendo operações ar-solo em um cenário tático, simulando conflitos regulares e irregulares, em ambiente de deserto.

Dentre as missões a serem executadas, destaca-se o Apoio Aéreo Aproximado (ApAA) que dará suporte às Forças do Exército Americano próximas ao centro de treinamento de Fort Irwin na Califórnia.

Além dos pilotos do 3º Grupo de Aviação, também participam do treinamento militares do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), conhecido como PARA-SAR, que executarão missões de Guiamento Aéreo Avançado (GAA) em suporte ao Exército Americano.

Segundo os participantes, o exercício é extremamente importante para o preparo e atualização doutrinária da Força Aérea Brasileira, por meio do intercâmbio operacional e da troca de experiências com a Força Aérea dos Estados Unidos, para atualizar táticas, técnicas e procedimentos, bem como a doutrina em missões de ar-solo conjuntas.

Uma aeronave C-130 Hércules apoia a missão transportando material de apoio e equipes de manutenção. Além disso, um avião C-99 também foi utilizado para transportar pilotos e equipe de suporte até Nevada.

CAVOK - Os novos rumos da Embraer após a venda da divisão de aviação comercial


Fernando Valduga | Publicada em 02/06/2019 15:59

Sem 80% da divisão de aviões comerciais, que foi vendida à Boeing e resultou na criação da Boeing Brasil – Commercial, o futuro da Embraer pode estar em três áreas, apontam analistas de mercado: o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor aéreo, o projeto do avião militar KC-390 e a aviação executiva.

Expandir essas áreas vai ser fundamental para a fabricante brasileira de aviões. Mais de um terço da receita veio da área de aviação comercial.

Os primeiros resultados da divisão das empresas só devem começar a aparecer no próximo ano, quando as empresas já estiverem atuando de forma separada. Para este ano, a expectativa da empresa é de entregar entre 187 e 217 aeronaves, entre comerciais, executivas e militares, das quais 24 foram entregues no primeiro trimestre.

“O negócio foi mais importante para a Boeing do que para a Embraer”, ressalta o analista Daniel Herrera, da Toro Investimentos. Com o investimento, os americanos conseguem fazer frente ao consórcio europeu Airbus, que em outubro de 2017, adquiriu a divisão de jatos regionais da canadense Bombardier.

Aviação executiva oferece oportunidades para a Embraer

Uma boa oportunidade para a Embraer, segundo os analistas, está na aviação executiva. Teixeira, da Messem Investimentos, aponta que a empresa brasileira está bem posicionada nesse segmento. “E conta com um amplo portfólio”, complementa Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

O que também ajuda na arrancada na divisão executiva da Embraer, responsável por 14,2% da receita no primeiro trimestre, é a demanda mundial, que está em alta. “O Brasil é um dos principais mercados desses segmento”, destaca Arbetman

Outros fatores que podem ajudar a alavancar este segmento, segundo ele, é a tendência ao crescimento das low-costs na aviação comercial – o que pode atrair o público corporativo – e o surgimento de um novo nicho de mercado: o compartilhamento de viagens executivas.

“A aviação executiva oferece mais comodidade aos passageiros e, em muitos casos, uma remuneração melhor e uma carga de trabalho menor para os pilotos”, diz Arbetman.

A aviação executiva também pode pegar uma rebarba da operação que resultou na criação da Boeing Brasil Commercial. O analista da Ativa Investimentos aponta que o nome Embraer passou a ter um alcance global em todas as áreas, antes mais restrito à aviação comercial.

O programa do avião militar KC-390

Outra oportunidade para a Embraer pode estar no cargueiro militar KC-390. O potencial é grande, aponta William Teixeira, analista da Messem Investimentos: “é que nos próximos 20 anos há perspectivas de substituição dos 2.500 Hercules que estão em operação e o avião da Embraer pode pegar uma boa fatia desse mercado.”

No primeiro trimestre, o programa se concentrou nos preparativos para a entrada em serviço, com a apresentação da primeira das 28 aeronaves contratadas pela FAB para 2019. Foram realizados ensaios de certificação militar no Brasil e nos Estados Unidos. O projeto ultrapassou as 2 mil horas de voo.

A primeira aeronave deve ser entregue após o Salão Internacional de Paris, em junho. A Embraer também tem uma encomenda de cinco aviões de Portugal.

“Ainda é preciso ver qual vai ser a saída do avião”, destaca Herrera, da Toro Investimentos. A aposta da Embraer é a parceria com a Boeing, que pode ajudar a abrir novos canais de vendas para o produto.

Um temor, entretanto, persiste entre os analistas: é o desenvolvimento de novas tecnologias que poderia drenar recursos de outras divisões. “Vai ser uma boa opção para a Embraer se o projeto der certo”, diz Herrera.

Outra questão é como vai se dar o compartilhamento de tecnologia entre os dois parceiros estratégicos do projeto: a Boeing, que tem 49%, e a Embraer, com 51%.

O desenvolvimento de novas tecnologias

Uma frente aberta nesta semana foi o estabelecimento de uma parceria entre a Embraer e a catarinense WEG, que teve uma receita de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre, para o desenvolvimento de uso de motores elétricos na aviação. “É algo que pode ter impacto no futuro da aviação e poderá contribuir para o fortalecimento da fabricante de aviões nesta nova fase”, aponta Teixeira, da Messem.

Segundo as empresas, a parceria que ocorre nas fases de pesquisa e desenvolvimento pré-competitivo, busca acelerar o conhecimento de tecnologias necessárias ao aumento da eficiência energética das aeronaves a partir do uso e integração de motores elétricos em sistemas de propulsão.

“Os avanços das pesquisas científicas podem tornar energia limpa e renovável um importante viabilizador de uma nova era da mobilidade aérea urbana e regional que seja mais acessível à população”, diz Daniel Moczydlower, vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer.

As pesquisas, que serão realizadas em São José dos Campos (SP) e Jaraguá do Sul (SC), pretendem apoiar a criação de tecnologias inovadoras para gerar oportunidades para evoluções futuras de novas configurações aeronáuticas e possibilidade de desenvolvimento de novos segmentos de mercado.

As tecnologias serão desenvolvidas inicialmente em laboratório e posteriormente serão realizados testes em uma aeronave de pequeno porte, baseada no EMB-203 Ipanema. O primeiro voo está previsto para o próximo ano.