Em três dias de atuação, a FAB (Força Aérea Brasileira) lançou um total de 96 mil litros de água, com o objetivo de combater os focos de incêndio no Pantanal. Desde sexta-feira (28), o Governo Federal atua de forma maior em Corumbá.

Neste domingo (30), foram lançados, em três voos, 36 mil litros de água. As missões foram realizadas com o emprego da aeronave KC-390 Millennium, do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus.

Um segundo cargueiro multimissão do Esquadrão Zeus chegou a Corumbá neste domingo, transportando um compressor de São Paulo, que otimizará o reabastecimento de água no avião. O instrumento acarretará em mais surtidas no dia para o combate ao fogo na região.

Desde que foi engajada, na sexta-feira (28), a FAB já realizou oito voos de apoio ao bioma brasileiro, contabilizando 8 horas e 25 minutos de voo. Para esta segunda-feira (1º) estão previstos mais seis voos em apoio aos combatentes na região.

Incêndios no Pantanal

O Corpo de Bombeiros informou que um foco de incêndio próximo à BR-262, região de Bodoquena, a sudeste de Corumbá, preocupa os efetivos que atuam na Operação Pantanal 2024. Em um dia, houve uma mudança drástica na direção do vento, o que fez com as chamas ultrapassassem o aceiro ao redor e avançassem sentido a área do Buraco das Piranhas, ao sul da BR 262.

As guarnições também combatem um foco de incêndio na região do Rio Abobral, lado norte, que surgiu na sexta-feira (28). As alterações na direção do vento também fizeram com que o foco ultrapassasse a área e invadisse o lado sul do Rio Abobral.

O CBMMS comunicou que a equipe que estava presente na região realizou o combate durante toda a noite, com auxílio de maquinários, porém o fogo contornou a área que os militares estavam combatendo.

Ao norte do Rio Abobral, na região da Nhecolândia, próximo ao Rio Taquari, há uma frente de fogo que está sendo controlada por duas guarnições com apoio dos fazendeiros locais.

“A aeronave KC390 da Força Aérea Brasileira apoiou no combate junto às equipes em solo, realizando quatro alijamentos, totalizando 48 mil litros de água lançados sobre estas duas áreas de atuação (norte e sul do Rio Abobral)”, informou o Corpo de Bombeiros.

Ao todo, foram empregados 79 bombeiros militares, dos quais 53 estiveram nas guarnições de Combate a Incêndio Florestal de combate em solo, quatro pertencem ao Grupamento de Operações Aéreas, 22 compõem o Sistema de Comando de Incidentes – SCI distribuídos em Campo Grande e Corumbá, além dos oficiais que estão direcionando a Operação.

Também dão apoio o efetivo de 80 militares da Força Nacional, 11 agentes do IBAMA, três do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), 20 fuzileiros navais, quatro policiais militares, e também brigadistas do PrevFogo que são acionados esporadicamente.

Com o registro de 2.632 queimadas, até sexta-feira (28/6), o Pantanal tem uma ocorrência a cada intervalo de 15 minutos, batendo o recorde de maior número de focos de calor da história, neste semestre, desde que o monitoramento foi iniciado, em 1998, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Para o combate ao fogo, brigadistas convocados e tiveram no sábado (29/6) o reforço da aeronave KC-390 Millennium, capaz de transportar até 12 mil litros de água. Os brigadistas fizeram no sábado ao todo quatro voos com despejo de água sobre o fogo.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave é abastecida em uma piscina de 22 mil litros, que fica em Corumbá (MS), de onde o avião decola para as missões de combate. Está sendo adicionada à água uma substância conhecida como retardante, que tem a capacidade de reduzir o poder das chamas ou amenizar a capacidade de queima do material combustível, que ainda não foi inflamado.

Para combater os incêndios no Pantanal, a Força Aérea Brasileira está fazendo voos com 12 mil litros de água com a adição de um produto químico que ajuda a pôr fim às chamas e impede a volta do fogo.

Segundo o Governo do Mato Grosso do Sul, diversos órgãos e agências estaduais e federais atuam em conjunto na ação. Desde abril, as frentes de ações já mobilizaram mais de 400 bombeiros militares do Estado.

Além disso, mais 300 agentes federais, incluindo brigadistas e a Força Nacional, reforçam as ações na região e devem ficar por pelo menos 60 dias.

De acordo com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, de janeiro a junho deste ano, mais de 660 mil hectares do Pantanal foram consumidos pelas chamas.

Cerca de 80% no Mato Grosso do Sul e 20% em Mato Grosso. Os números superam os registrados no mesmo período de 2020, quando houve recorde de devastação no bioma. 

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, neste ano, a situação foi agravada pelos efeitos da mudança do clima causada por ações humanas.

Avião da Força Aérea Brasileira reforça combate ao fogo no Pantanal neste sábado (29). Foram três voos de aproximadamente 35 minutos para o lançamento de 12 mil litros de água em cada voo.

A esquadrilha da fumaça deu um show na tarde deste sábado (29) em São José dos Campos  (SJC).

Da avenida Anchieta, o público pode admirar as acrobacias de sete aeronaves de modelo A-29- Super Tucano do grupo de demonstrações aéreas da Força Aérea, que homenageou os 120 anos de nascimento do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho.

Montenegro foi o idealizador e fundador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA).

A história de Casimiro, homenageado pela esquadrilha em SJC

Casimiro Montenegro Filho nasceu em Fortaleza (CE) e ingressou na Escola Militar no Rio de Janeiro em 1923. Formado aviador cinco anos depois, ele realizou o primeiro voo do então chamado Serviço Postal Aéreo Militar, transportando uma mala postal do Rio de Janeiro a São Paulo junto ao tenente Nelson Freira Lavenère-Wanderley

Em 1938, Montenegro se formou em engenharia pela Escola Técnica do Exército, hoje conhecida como Instituto Militar de Engenharia (IME). Após a criação da Força Aérea Brasileira (FAB) em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, Montenegro começou a se dedicar ao desenvolvimento da indústria aeronáutica no Brasil.

O primeiro passo significativo para esse desenvolvimento foi a criação do CTA no imediato pós-guerra. No núcleo dele, foi criado o ITA, desenvolvido para formar os engenheiros que deram impulso ao desenvolvimento aeronáutico do Brasil.

A Força Aérea Brasileira (FAB) está dando uma ajuda decisiva no combate aos incêndios na região do Pantanal. Usando o maior avião produzido na América Latina, o KC-390, fabricado pela empresa brasileira Embraer, a FAB realiza voos com 12 mil litros de água no combate às queimadas que castigam a região.

APOIO AOS BOMBEIROS

Não é a primeira vez que a FAB ajuda em combate a incêndios. O Chile já solicitou ajuda ao Brasil para combater incêndios em 2014. Nessa oportunidade, foram lançados mais de 500 mil litros de água na região de Bío-Bío, uma das mais afetadas.

12 mil litros de água podem se despejados em cada viagem (reprodução)

O avião, considerado o cargueiro mais rápido e moderno do mundo, é capaz de grandes operações. Nesta caso ele conta com uma caixa d’água gigante, que é chamada tecnicamente de Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS). Com um tubo que projeta água pela porta traseira, a água é despejada em grande quantidade contra a área afetada pelo fogo.

AERONAVE MULTIMISSÃO

Desenvolvido à pedido da FAB, o KC-390 é uma aeronave multimissão de transporte e reabastecimento em voo, projetado para substituir a frota brasileira do avião norte-americano Hércules C-130. O KC-390 pode transportar 80 soldados plenamente equipados, 66 paraquedistas ou 74 macas em configuração de evacuação aeromédica. A capacidade máxima de carga é 26 toneladas.

A aeronave do 1° Grupo de Transporte de Tropa demonstra consistentemente sua capacidade de realizar essas missões com excelência”, ressaltou o Comandante do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus – Tenente-Coronel Aviador Bruno Americo Pereira.

O sistema oferece maior precisão, aumentando significativamente a eficácia das operações de combate a incêndios, informa o comandante. Além disso, o reservatório em solo – local utilizado para fazer o reabastecimento de água na aeronave – tem capacidade para 22 mil litros de água.

Militares operam o sistema

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, afirmou que o emprego do KC-390 no combate ao fogo é essencial neste momento. “Muito importante e imprescindível este apoio aéreo, porque vamos conseguir fazer lançamento em grande quantidade de água em áreas de difícil acesso. Nós temos alguns focos de incêndios hoje que é impossível chegar com os brigadistas e bombeiros militares”, comemora.

700 MIL HECTARES QUEIMADOS

Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), quase 700 mil hectares foram consumidos pelo fogo neste ano no bioma. A presença do cargueiro de grande porte está sendo considerada de grande ajuda para enfrentar o desastre que ocorre na região.

Interior do KC-390

Com uma espécie de caixa d’água gigante e um compartimento modular, os militares conseguem fazer sobrevoos baixos e lançar rajadas de água sobre o fogo.

No Brasil, o KC-390 foi utilizado em duas recentes situações de desastres. No auge da crise da segunda onda da pandemia de Covid, em janeiro de 2021, Manaus registrou falta de oxigênio hospitalar para atender pacientes em estado grave.

Pacientes morreram pela falta do insumo. À época, o KC-390 foi um dos aviões da FAB carregados com cilindros de oxigênio que chegou a Manaus em meio à crise na saúde pública do estado do Norte.