NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

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PORTAL AEROIN


Piloto e astronauta que fez o 1º voo do caça Gripen no Brasil visita o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA


Murilo Basseto | Publicada em 30/11/2024

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) informa que recebeu, no dia 14 de novembro, a Embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Louvise Wallensteen, em uma visita institucional voltada a conhecer as iniciativas de ensino, pesquisa e inovação no setor aeroespacial.

A comitiva sueca incluiu o astronauta e piloto de testes da SAAB, Marcus Hans Wandt, que compartilhou suas experiências acadêmicas e profissionais em uma palestra para estudantes de graduação e pós-graduação. Como mostrado pelo AEROIN em 2020, ele foi o responsável por fazer o 1º voo do novo caça F-39 Gripen no Brasil.

Entre os participantes das atividades no ITA estavam o Chefe do Subdepartamento de Administração do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Brigadeiro do Ar Daniel Pinheiro da Silva; a Vice-Reitora do ITA, Professora Doutora Emilia Villani; o Chefe do Centro Espacial ITA (CEI), Capitão Aviador Carlos Eduardo de Sá Amaral Oliveira; e o Chefe do Departamento de Sistemas Aeroespaciais, Professor Doutor Luis Eduardo Vergueiro Loures da Costa.

Já na delegação sueca destacaram-se a Diretora de Comunicação da SAAB Brasil, Cristiana Pontual Norinder; o Conselheiro de Comércio da Embaixada da Suécia no Brasil, Jonas José Montpaz; e Mats Peter Natanael Olofsson, coordenador de P&D da Inovaair, além de outros representantes dos setores público e privado.

A visita ocorre em um momento de estreitamento de laços entre os dois países. Recentemente, durante a Cruzex 2024, maior exercício aéreo da América Latina e coordenado pela Força Aérea Brasileira (FAB), Brasil e Suécia assinaram uma carta de intenções com o objetivo de fortalecer o apoio mútuo em áreas de interesse comum, entre elas o incremento de atividades conjuntas para cooperação científica e tecnológica. “A Força Aérea Brasileira já utiliza nossos caças Gripen, e acredito que há muito mais que possamos fazer juntos, inclusive em áreas como o espaço”, afirmou a Embaixadora Wallensteen. “A educação é uma forma de aprofundar nossas cooperações e nossa intenção é intensificar o intercâmbio que já existe atualmente”, completou.

Durante a visita, o ITA apresentou projetos de destaque desenvolvidas no CEI, como os nanossatélites ITASAT e SPORT, lançados em 2018 e 2022, respectivamente, o ITASAT 2, com previsão de lançamento em 2025, e o SelenITA, com previsão de lançamento em 2028. Estes satélites, também chamados de cubesats, são compostos por unidades cúbicas de 10 cm de lado, sendo que cada unidade representa o valor de 1U. Entre as vantagens, destaca-se o custo reduzido, tanto na produção quanto no lançamento, o que os torna mais atrativos para a aplicação em pesquisa.

A Vice-Reitora do ITA, Professora Doutora Emilia Villani, apontou como positiva a participação do Instituto em atividades relacionadas ao acordo de cooperação bilateral. “A educação é um poderoso instrumento de desenvolvimento, e parcerias como essa beneficiam toda a sociedade. Estamos à disposição para fortalecer esse diálogo e avançar em projetos conjuntos”, comentou.

Inspiração

Cerca de 100 alunos de graduação e pós-graduação do ITA acompanharam a palestra “Beyond the horizon: space exploration and the future of aerospace technology” proferida pelo astronauta sueco Marcus Hans Wandt. Selecionado como membro da reserva de astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA) em novembro de 2022, Wandt fez história como o segundo astronauta sueco a viajar para a Estação Espacial Internacional (ISS), durante a Missão Axiom 3 em janeiro de 2024. Ele também atua como Conselheiro Especial da Agência Espacial Nacional Sueca, apoiando o desenvolvimento das capacidades aeroespaciais da Suécia. “O Marcus é muito inspirador, fico feliz dos estudantes poderem ouvi-lo e que possam se inspirar, com uma visão de uma realidade que para muitos é tida como impossível, o que não é verdade”, comentou a Embaixadora Wallensteen.

PORTAL PODER AÉREO


Força Aérea Brasileira lança foguete e reativa operação suborbital no Rio Grande do Norte

Produzido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço, o veículo de sondagem foi enviado, com sucesso, ao espaço, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no RN

Da Redação | Publicada em 30/11/2024 12:33

Finalizando a primeira fase da Operação Potiguar, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou ao espaço, nesta sexta-feira (29/11), um foguete de sondagem suborbital com tecnologia 100% nacional. A missão, realizada com sucesso a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN), buscou treinar a equipe da organização, assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade.

Lançado às 13h19, o foguete cumpriu a trajetória prevista pelos técnicos e engenheiros da operação, com os sistemas de telemetria e resposta radar funcionando corretamente durante todo o voo. O veículo de sondagem ficou no espaço por 2 minutos e 50 segundos, sendo que a missão completa durou 5 minutos e 50 segundos.

De acordo com o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, com a iniciativa, busca-se maior autonomia para o Brasil em eventos de lançamento deste tipo de veículo. “Estamos quebrando paradigmas e criando novas perspectivas para o futuro. Temos um Complexo Espacial e, com o lançamento deste foguete, demonstramos que a Barreira do Inferno tem total condição de fazer tais eventos”, explica.

Subordinado ao DCTA, o CLBI já realizou mais de 3 mil lançamentos, divididos em 655 operações. Além disso, cumpriu 265 eventos de rastreio de veículos espaciais. “Com o advento da Alada, empresa pública que fará a governança de boa parte dos lançamentos comerciais, não tenho dúvida que faltarão espaços como este no Brasil”, complementa. Na segunda fase da Operação Potiguar, programada para o segundo semestre de 2025, o CLBI vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Essa parte é composta por um compartimento para experimentos e diversos sistemas eletrônicos que interagem com a carga útil.

Desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da FAB, em parceria com diversas empresas da base industrial brasileira, o foguete de sondagem integra a família S30. O projeto, iniciado em 1996, abrange, ainda, o VSB30 e o VS30 Orion (versão descontinuada). Até hoje, foram realizados 55 lançamentos envolvendo estes engenhos. Os veículos suborbitais, embora não atinjam capacidade para entrar em órbita, atingem altitudes que ultrapassam a atmosfera. Eles são utilizados em experimentos científicos e tecnológicos que interessam a diversas indústrias, como a de fármacos, produtos metal mecânicos, alimentos, cosméticos e muitas outras.

Conforme explica o coordenador da Operação Potiguar, Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, os experimentos são variados. Um exemplo da aplicação é a resina utilizada na odontologia para restaurar dentes danificados ou desgastados. “Esta resina voou ao espaço em um foguete semelhante. Foi feita uma cristalização em microgravidade para, hoje, ser usada em todo o mundo”, destaca.

O coordenador da Operação ainda ressalta que pesquisas tecnológicas na área aeroespacial servem como locomotivas para o programa científico brasileiro. “O espaço é nossa fronteira do conhecimento”, enfatiza.