NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL AEROIN


Lula embarca no Airbus A319 da FAB rumo ao Japão, onde o Brasil foi convidado para o G7


Carlos Ferreira | Publicada em 17/05/2023

Na manhã desta quarta, o presidente Luís Inácio Lula da Silva embarcou no Airbus A319 presidencial da Força Aérea Brasileira, para a 49ª cúpula do G7, onde o Brasil participará como país convidado. O grupo é formado pelos sete países mais ricos do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido.

Como o AEROIN informou em março, a Força Aérea Brasileira (FAB) pediu para que os voos da aeronave, de matrícula FAB-2101, fossem ocultados das principais plataformas de rastreamento de voos (conhecidas popularmente como “radares”). No entanto, ainda existem formas de monitorar.

Uma destas formas é o ADS-B Exchange, que trabalha com dados não-filtrados e, portanto, não aceita pedidos de bloqueio de voos. Na manhã desta quarta-feira, a aeronave podia ser vista na plataforma rumo a noroeste, provavelmente no sentido dos Estados Unidos ou México, onde fará uma das escalas na longa viagem.

O convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Mauricio Lyrio, o presidente brasileiro tratará de dois temas, prioritários: o desenvolvimento sustentável de países em desenvolvimento e a paz mundial – tema que o presidente tem defendido amplamente em reuniões que tem participado no exterior.

De acordo com a organização geral do evento, dentro dos temas em pauta durante a Cúpula do G7 estão a agressão da Rússia contra a Ucrânia; o desarmamento nuclear e a não proliferação de armas nucleares; resiliência e segurança econômica; mudanças climáticas e transição energética; segurança alimentar; saúde; além dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Também serão discutidas áreas como gênero, direitos humanos, digitalização e ciência e tecnologia.

Os países convidados para a cúpula foram Brasil, Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e Vietnã, além de representantes das Nações Unidas, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da Agência Internacional de Energia, da Organização Mundial de Saúde, da Organização Mundial do Comércio e da União Europeia.

Com direito a passagem de aviões da Fumaça, CIAAR forma 103 novos Oficiais da Força Aérea


Murilo Basseto | Publicada em 17/05/2023

Na última sexta-feira, dia 12 de maio, em Lagoa Santa (MG), o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) realizou a formatura da Turma Apollus, composta por 103 novos Oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB), que atuarão em diversas Organizações Militares da FAB por todo o país.

A cerimônia contou com presença de aeronaves do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a Esquadrilha da Fumaça, como mostram algumas cenas do vídeo a seguir, publicado hoje pela FAB:

A solenidade foi presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, acompanhado do Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, e do Comandante do CIAAR, Brigadeiro do Ar José Henrique Kaipper. Estiveram presentes, também, Oficiais-Generais do Exército Brasileiro e da Aeronáutica, dentre outras autoridades militares e civis.

Foram promovidos ao posto de Primeiro-Tenente os estagiários dos Cursos de Adaptação de Médicos, Dentistas e Farmacêuticos, dos Estágios de Adaptação de Oficiais Engenheiros e de Apoio da Aeronáutica e do Estágio de Instrução e Adaptação para Capelães da Aeronáutica. A Turma de 2023 é formada por 39 médicos, 12 dentistas, cinco farmacêuticos, 30 engenheiros, 14 oficiais de apoio e três capelães.

Aprendizado e superação

Durante o período do curso, os estagiários receberam instruções de diversos tipos, além de um treinamento militar intensivo. Na oportunidade, o Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Reis, parabenizou os formandos e destacou:

“De fato e em verdade, esta formatura coroa os dias árduos e as noites intensas, nos quais a Turma Apollus empenhou-se na busca pelo objetivo magno de superar a si mesmo, desafiando seus limites para conquistar seus sonhos e chegar até o fim dessa etapa inicial na jornada da carreira militar.”

O Comandante do CIAAR, por sua vez, expressou a sua satisfação:

“Estamos disponibilizando para a Força Aérea 103 novos oficiais. Com excelência na sua formação, eles vão transmitir, em cada lugar onde eles forem, os valores recebidos pelo CIAAR. É uma satisfação imensa como Comandante receber todos os familiares e oportunizá-los momentos tão emocionantes para eles e para nós.”

Agraciada

A primeira colocada da Turma Apollus, Tenente Engenheira Priscila Camilo da Fonseca Pires, natural do Rio de Janeiro (RJ), ingressou na Força Aérea em 2015 como Aluna da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Após formada, seguiu carreira até a graduação de Segundo Sargento. Emocionada, falou da importância de se tornar oficial da Força Aérea Brasileira:

“Ao longo desses anos servindo na Força Aérea Brasileira, adquiri conhecimentos que me ajudarão muito na minha carreira como Oficial, juntamente a todos os ensinamentos recebidos durante o estágio de adaptação no CIAAR. A disciplina e o espírito de corpo foram de fundamental importância para que eu pudesse vencer os desafios que estavam por vir. Recebi minha classificação como primeira colocada da turma com muita gratidão a Deus e orgulho. Além disso, foi a confirmação de que podemos chegar aonde quisermos com muita dedicação e perseverança.”

Pelo desempenho durante o curso, a nova Oficial foi agraciada com o “Prêmio Força Aérea Brasileira”, entregue pelo Diretor de Ensino da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Júnior, e com o “Prêmio Honra ao Mérito do Ministério da Defesa”, entregue pelo Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Reis.

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Damasceno, entregou a espada, símbolo do oficialato, e realizou a imposição da Medalha Eduardo Gomes Aplicação e Estudo, destinada a incentivar a aplicação nos estudos e na instrução de Oficiais e Praças do COMAER que venham a se distinguirem nas atividades escolares. A cerimônia foi encerrada com a passagem de aviões da Esquadrilha da Fumaça.

REVISTA AERO MAGAZINE


Esquadrilha da Fumaça completa 71 anos

Time também completou recentemente 4.000 demonstrações de uma história iniciada em maio de 1952

André Magalhães | Publicada em 17/05/2023 15:30

A Esquadrilha da Fumaça comemorou no último dia 14 de maio 71 anos. Um evento na Academia da Força Aérea (AFA), interior do estado de São Paulo reuniu no sábado dia 13, membros e ex- membros da fumaça, amigos, familiares e demais convidados.

A equipe fez uma demonstração para o público presente. Além disso, a esquadrilha lançou um vídeo comemorativo em suas redes sociais.

O aniversário de 71 anos ocorre poucos dias após a demonstração de número 4.000 da fumaça, realizada em Torres, no Rio Grande do Sul, no dia 28 de abril.

Em 14 de Maio de 1952, houve a primeira demonstração da equipe, à época voando o lendário T-6 Texan na sede da antiga Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Desde então outras aeronaves passaram pela esquadrilha, como o jato Fougar Magister, o treinador T-25 Universal, o treinador avançado T-27 Tucano e o atual caça leve A-29 Super Tucano.

A esquadrilha também ganhou destaque com diversas participações em importantes eventos aeronáuticos no exterior, com manobras exclusivas e pelos dois recordes mundiais no Guiness Book.

A equipe está cumprindo a agenda de apresentações do mês de maio. Cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espiríto Santo estão na lista, confira aqui a agenda oficial.

PORTAL DEFESANET


Forças Aéreas do Brasil e da Colômbia promovem Reunião de Conversações

Durante o encontro, foi firmado o compromisso entre os representantes das instituições

Ricardo Fan | Publicada em 17/05/2023

O Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) recebeu, em Brasília (DF), entre os dias 08 e 10/05, uma comitiva Colombiana para a II Reunião de Conversações entre os Estados-Maiores das Forças Aéreas Brasileira e Colombiana (II REMFA Brasil-Colômbia).

Os militares estrangeiros foram recepcionados pelo Chefe do EMAER, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, que estava acompanhado do Chefe da 2ª Subchefia do EMAER, Brigadeiro do Ar Paulo Roberto de Carvalho Júnior.

Junto ao Major-General Carlos Fernandes Silva Rueda, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Colombiana, estava presente o Adido Aeronáutico da Colômbia no Brasil, Coronel Fabio Ospina Barón.

A II REMFA é uma oportunidade para fortalecer os laços entre as Forças Aéreas dos países vizinhos e aprimorar a colaboração mútua, com o objetivo de garantir a segurança e a defesa das nações em questão.

A agenda do primeiro dia destinou-se à reunião na Sala Estratégica do EMAER, onde ocorreu a abertura oficial da II REMFA e os representantes dos dois Estados-Maiores discursaram. Na sequência, foram abordados diversos assuntos entre os membros técnicos das duas comitivas, como: as perspectivas de cooperação bilateral em ações de treinamento, compartilhamento de informações estratégicas e operacionais, e projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia aeronáutica. Também ocorreu uma apresentação sobre o projeto da aeronave Gripen ministrada pelo Chefe da 7ª Subchefia, Brigadeiro do Ar Leonardo Chaves Rodrigues.

Termo de Compromisso

A II Reunião de Conversações entre os Estados-Maiores da Força Aérea Brasileira e da Força Aérea da Colômbia foi finalizada no dia 10/05 e foi marcada pela assinatura do termo de compromisso entre dois representantes das instituições.

O acordo foi feito para realizar uma série de atividades nos anos de 2024 e 2025, como ações de interação dos Estados-Maiores com foco na vigilância e presença das Forças Aéreas nas zonas fronteiriças da Região Amazônica, com o propósito de combater os ilícitos transfronteiriços. Também estão previstas visitas técnicas, cursos, seminários, intercâmbios e exercícios com a participação diversas Organizações Militares das duas Forças.

Visita ao COMAE e CINDACTA I

A comitiva colombiana ainda fez uma visita ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). No local, foram recebidos pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto do COMAE, Major-Brigadeiro do Ar Vincent Dang, juntamente com o Chefe do Centro Conjunto Operacional de Inteligência (CCOI), General de Brigada Carlos José Rocha Lima; o Chefe do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA), Brigadeiro do Ar Francisco Bento Antunes Neto; e o Chefe do Centro de Planejamento, Orçamento e Gestão Institucionais (CPOGI), Contra-Almirante Alexandre Veras Vasconcelos. O objetivo foi fortalecer os laços e promover a cooperação bilateral entre as Forças Aéreas dos dois países, especialmente no campo da defesa aeroespacial. Além disso, a comitiva também teve a oportunidade de visitar as instalações do Centro de Operações Espaciais (COPE).

A comitiva estrangeira ainda visitou as instalações do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). Lá foram recebidos pelo Coronel Aviador Dan Marshal Freitas, comandante da OM, que mostrou o Centro de Controle de Área (ACC) e a integração com o Centro de Operações Militares (COPM).

DEFESA EM FOCO


Primeiro pouso do KC-390 Millennium em elevada altitude marca nova conquista da Força Aérea Brasileira

A aeronave KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira, fez história ao pousar em elevada altitude no Peru durante o Exercício Cooperación IX

Marcelo Barros, Via Agência Força Aérea | Publicada em 17/05/2023 14:00

Em uma conquista histórica para a Força Aérea Brasileira (FAB), o Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus – realizou pela primeira vez um pouso em aeródromo de elevada altitude com a aeronave KC-390 Millennium. Este marco foi alcançado na cidade de Jauja, no Peru, durante o Exercício Cooperación IX, realizado entre os dias 08 e 19 de maio. A operação reuniu Forças Aéreas de 12 países das Américas, com o objetivo de treinar a integração em cenários de catástrofes naturais, como terremotos e furacões.

O DESAFIO DE OPERAR EM ALTITUDES

O aeródromo Francisco Carle, onde o pouso foi realizado, situa-se a mais de 3.300 metros de altitude, o que coloca desafios significativos para a operação de aeronaves. A redução da densidade do ar em altas altitudes pode afetar a potência do motor, as velocidades de aproximação e a capacidade de frenagem da aeronave. Além disso, a localização do aeródromo em um vale da Cordilheira dos Andes implica em uma série de cuidados adicionais, devido à ausência de auxílios à navegação aérea na localidade e às elevações que margeiam a cidade.

 

A importância da cooperação e do planejamento para o sucesso da missão

Para garantir o sucesso da missão, foi fundamental a experiência dos tripulantes e a interação com os militares da Força Aérea do Peru (FAP), que conduziram um sobrevoo na véspera para ambientação na localidade. Além disso, foram realizadas avaliações de performance e meteorologia para otimizar a capacidade de carga e passageiros a serem transportados em apoio às áreas atingidas por catástrofes.

O KC-390 Millennium e a vocação para atuar nos mais diversos cenários

O Major Aviador Anderson Dias Santiago, Comandante da aeronave, destacou a importância da demonstração da capacidade da aeronave KC-390 Millennium de operar em altas altitudes. “Pode ser percebida a importância de mais esta capacidade da aeronave KC-390, reafirmando a sua vocação de atuar nos mais diversos cenários em que for demandada”, afirmou.

OUTRAS MÍDIAS


AVIAÇÃO EM FLORIPA - 100 anos de Aviação Militar em Florianópolis


Da Redação | Publicada em 17/05/2023

10 de maio de 1923. Nesta data, há exatos cem anos, era criado pela Marinha do Brasil, o Centro de Aviação Naval de Santa Catarina, em Florianópolis, marcando de forma definitiva a presença da Aviação Militar na capital catarinense. Este mês também é especial para a Base Aérea de Florianópolis, pois o próximo dia 22, marca o 82º aniversário da Organização Militar. Para celebrar estas duas importantes datas que se entrelaçam com o próprio desenvolvimento da atividade aérea em terras catarinenses, o site Aviação em Floripa preparou esta matéria duplamente especial, na qual vamos contar um pouco da centenária história da Aviação Militar em Florianópolis, através dos principais acontecimentos que nortearam esta trajetória. Ao mesmo tempo, nossos leitores encontrarão um conteúdo diversificado sobre a Base Aérea de Florianópolis, mostrando não apenas as suas aeronaves, Unidades Aéreas que aqui foram sediadas ou os grandes Exercícios Operacionais. Sua história é muito mais rica e abrangente. Nesse sentido, publicamos também informações a respeito da relação da BAFL com a sociedade catarinense, além de detalhes de sua atual estrutura. Enfim, esperamos que apreciem o trabalho que passamos a apresentar a partir de agora e tenham todos uma boa leitura!

Nota Editorial: Para a elaboração desta matéria, contamos com o apoio fundamental da Seção de Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis (SCS/BAFL) e da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), sobretudo na obtenção das imagens históricas. Também foram utilizadas diversas fotos, analógicas e digitais, pertencentes ao acervo do autor, obtidas durante mais de 30 anos acompanhando eventos e treinamentos na Base Aérea de Florianópolis. O texto foi subsidiado por pesquisas em livros e websites, que serão referenciados ao final da matéria.

A Fase Naval (1923-1941)

No início da década de 20 do século passado, a Aviação Naval dava seus primeiros passos rumo à expansão de suas asas. Criada em 23 de agosto de 1916, pela iniciativa de visionários como o Primeiro-Tenente Jorge Henrique Möller, que viam com grande entusiasmo, já naquela época, a utilização de meios aéreos atuando em conjunto com navios, como uma forma eficaz de projeção do Poder Naval. Logo se percebeu a importância das atividades aéreas como um elemento fundamental para a Esquadra e para o desenvolvimento do país. Prova disso, foram os chamados “reides aéreos”, voos de longa distância entre vários pontos do território nacional e até mesmo a outros locais da América do Sul, provando o papel do avião como uma valiosa ferramenta de vigilância, observação e integração. Além dos reides, os voos de patrulhamento da costa durante a Primeira Guerra Mundial mostraram a necessidade de locais espalhados ao longo do litoral para servir como ponto de apoio às operações aeronavais. 

Em fins de 1921, a Aviação Naval começou a passar por uma grande reestruturação, tendo como um de seus pontos centrais, o projeto de "Organização Aérea para Defesa do Litoral Brasileiro". A ideia não era nova e essa necessidade vinha sendo observada desde os voos de vigilância da costa brasileira durante a Primeira Guerra Mundial. Face a esta realidade, visando o incremento das atividades aéreas da Marinha e o reforço da ligação com o Sul do país, é que foram criados os Centros de Aviação Naval nas cidades do Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP e Florianópolis/SC. Outras Bases estavam no radar, a serem ativadas nos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Belém, guarnecendo nossa costa de ponta a ponta. Em 18 de novembro de 1923, o Serviço de Defesa Aérea do Litoral foi oficialmente criado, porém, logo em seguida, extinto, surgindo em seu lugar à Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM). Em sua efêmera existência, o sistema, que deveria contar com pelo menos sete bases de apoio, deixou como legado os três Centros já estabelecidos, isto é, aqueles com áreas adquiridas e com a construção das instalações já concluídas ou em estágio avançado de finalização.

Identificação das principais estruturas da Base de Aviação Naval de Florianópolis (1939). Fonte: DPHDM/MB

É nesse contexto que em 10 de maio de 1923, o Ministro de Negócios da Marinha, Almirante Alexandrino Faria de Alencar, criou o Centro de Aviação Naval de Santa Catarina, tendo sido nomeado, de forma interina, o Capitão de Fragata Luiz Pereira Pinto Galvão, seu primeiro Comandante. No mesmo ano, foram iniciadas as obras nos terrenos denominados de Caiacanga e Ressacada, doados pelo Governo do Estado de Santa Catarina e pelo Ministério da Guerra, respectivamente. No começo da década de 30, boa parte das instalações estavam edificadas e prontas para iniciar a operação com aeronaves, o que passou a acontecer a partir de 1932, quando o Centro de Aviação Naval recebeu seu primeiro avião, um monomotor biplano Consolidated NY-2, utilizado para o adestramento dos pilotos navais lotados na Unidade.

Um parêntese nessa história, digno de nota, diz respeito à presença da Companhia Latécoère (mais tarde rebatizada como Aéropostale) em Florianópolis. No começo de 1925, o então campo de pouso da Ressacada recebeu uma missão francesa liderada pelo piloto Paul Vachet, tendo como objetivo, encontrar um local apropriado para servir como escala nas operações do serviço aéreo postal da empresa, ligando a Europa à América do Sul, sendo escolhida uma área no bairro Campeche para esta finalidade. O desfecho desta história é bem conhecido de todos e colocou Florianópolis não apenas na rota da aviação, mas também nas páginas da literatura mundial. Entre os pilotos da Companhia estava ninguém menos que Antoine de Saint-Exupéry, autor do clássico "O Pequeno Príncipe". Por diversas vezes, o piloto e escritor francês passou pela capital catarinense, deixando aqui profundas marcas que até os dias atuais permanecem vivas no bairro que abrigou o campo de pouso.

Desde o início, o Centro de Aviação Naval de Santa Catarina teve um papel fundamental em apoio ao Correio Aéreo Naval. No ano de 1934, um WACO CSO iniciou uma rota semanal, partindo do Galeão para Santos, Paranaguá e Florianópolis, itinerário este que passou a ser uma das Linhas-Tronco do Correio Aéreo Naval, ampliada na sequência, até a cidade de Rio Grande. Com a extensão dos voos até o extremo sul do país e o aumento da frequência (de uma para duas vezes por semana), a agora denominada Base de Aviação Naval de Florianópolis ganhou um reforço na sua infraestrutura, com a construção de uma rampa para o deslocamento das aeronaves da água para terra e vice-versa, além de melhorias no campo de pouso da Ressacada. Aviões de vários modelos, como os Vought Corsair, de Havilland DH-60 Moth e DH-82 Tiger Moth, entre outros, agora eram vistos com regularidade pelos céus da capital catarinense. Nos anos seguintes, a Base Aérea Naval de Florianópolis seguiu sua rotina de adestramento e em apoio ao serviço postal da Marinha, até a chegada da década de 40, quando uma grande mudança ocorreu na Aviação Militar brasileira.

Sai o Branco... entra o Azul!

O ano era 1941. A Segunda Guerra Mundial seguia em franca expansão dos combates pelo continente europeu e no fim daquele ano se tornaria global, com o ataque japonês a Pearl Harbor e a consequente entrada dos Estados Unidos no conflito. O componente aéreo centralizado em uma estrutura própria, unificando seu emprego e a tomada de decisões, era um conceito que já vinha sendo adotado com sucesso por diversos países e que teve sua importância validada de forma definitiva com a eclosão da guerra. No Brasil, essa ideia também ganhava força e assim, em 20 de janeiro de 1941, o Decreto-Lei nº 2.961 instituiu o Ministério da Aeronáutica, extinguindo as Aviações Militar e Naval e ao mesmo tempo criando as Forças Aéreas Nacionais, denominação esta alterada logo depois para Força Aérea Brasileira, pelo Decreto-Lei nº 3.302, de 22 de maio do mesmo ano.

Com a mudança, todos os meios aéreos, pessoal, equipamentos e instalações que pertenciam à Arma da Aeronáutica do Exército (Aviação Militar) e ao Corpo de Aviação da Marinha (Aviação Naval), foram incorporados à Força Aérea Brasileira. Assim, em 22 de maio de 1941, pelo mesmo Decreto (3.302/41), a outrora Base de Aviação Naval de Florianópolis passou a ser denominada como Base Aérea de Florianópolis, tendo como seu primeiro Comandante, o Tenente-Coronel Aviador Epaminondas Gomes dos Santos. Ao longo do tempo, a Base Aérea de Florianópolis recebeu diversas designações diferentes (veja figura abaixo), entretanto, a Organização Militar manteve-se como fiel guardiã do legado deixado por aqueles que iniciaram a história da aviação na capital catarinense.

Nascida durante o calor dos combates da Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea Brasileira não demorou para ter seu batismo de fogo, primeiramente com o afundamento de um submarino italiano ao largo do litoral nordestino e logo depois, com a participação do 1º Grupo de Caça nos céus da Itália. Ao mesmo tempo, apoiando o esforço de guerra contra as forças do Eixo, diversos pontos da costa brasileira serviram como bases de apoio, de onde partiam aeronaves de países aliados e da FAB em missões de vigilância e patrulha, sobretudo contra a constante presença de submarinos alemães e italianos que, em suas ações, afundaram inúmeros navios mercantes, ceifando a vida de centenas de brasileiros. A Ilha de Santa Catarina, por sua posição estratégica, foi um destes locais e a Base Aérea de Florianópolis operou durante os anos de conflito, com aeronaves Martin PBM-3 "Mariner" da Marinha dos Estados Unidos e da própria Força Aérea Brasileira, como os Focke-Wulf 58 “Weihe”, Grumman J4F-2 “Duck” e Consolidated PBY-5 “Catalina”, entre outras, realizando missões de patrulha marítima e proteção de comboios ao longo da costa sul do Brasil. 

Os primeiros anos de vida da Força Aérea Brasileira foram intensos. Além do engajamento e participação na Segunda Guerra Mundial, foi preciso forjar todo um conjunto de elementos para o funcionamento da nova arma aérea, tais como, a criação de diversas Organizações Militares e Unidades Aéreas, estabelecimento de doutrinas de emprego operacional, qualificação e treinamento de pessoal, entre tantas outras atribuições necessárias para o pleno emprego do Poder Aéreo. A Base Aérea de Florianópolis acompanhou essas mudanças. Em um intervalo curto de tempo, seguindo alterações na própria estrutura organizacional da FAB, a Base recebeu diferentes denominações: 14º Corpo de Base Aérea (1942), Base Aérea de 2ª Classe (1944) e Destacamento de Base Aérea (1947). As instalações e a infraestrutura para apoiar as aeronaves também tiveram um incremento substancial, com a pavimentação do pátio e pista de acesso, além da construção de diversas edificações em complemento ao conjunto já existente desde a época da Marinha. Entre as novas obras, estavam o prédio para abrigar o Comando da Base, imóveis residenciais e administrativos.

A área anexa à Base Aérea de Florianópolis, antigamente conhecida como campo de pouso da Ressacada acompanhou o desenvolvimento da atividade aérea na capital, tornando-se o que é hoje o Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Data de 1935, o primeiro voo de passageiros, ligando as cidades de Florianópolis e São Paulo, realizado pela empresa Aerolloyd Iguassú. A partir da década de 50, com a construção do pátio de estacionamento de aeronaves e da Estação de Passageiros, o local se modernizou para começar a receber aeronaves comerciais de maior porte. Em 1945, foi erguida pelos norte-americanos, a primeira Torre de Controle, feita de madeira, substituída por outra, de concreto, em fins da década de 60, época em que foi criado o Destacamento de Proteção ao Voo de Florianópolis. Em 1974, a empresa estatal INFRAERO recebeu a jurisdição do aeroporto e um novo Terminal de Passageiros foi inaugurado em 14 de agosto de 1976. Em 3 de outubro de 1995, o Aeroporto de Florianópolis foi elevado à categoria Internacional pelo então Ministério da Aeronáutica. Hoje em dia, é administrado pela iniciativa privada e conta com um novo e moderno Terminal de Passageiros, inaugurado em 28 de setembro de 2019. Suas duas pistas, a 14/32 (2.400 metros de extensão por 45 m de largura e pavimentação asfáltica) e 03/21 (1.320 m x 45 m, revestida por concreto), além de atender os tráfegos civis e comerciais, também são utilizadas pelas aeronaves militares que operam em Florianópolis. A Base Aérea de Florianópolis se conecta às pistas por um acesso chamado de Taxiway "C" ou "Charlie", ligação esta que existe desde os tempos de Marinha, cumprindo a mesma função, ou seja, naquela época, unindo o antigo Centro ao campo de pouso da Ressacada.

Aeronaves e Unidades Aéreas

Desde sua criação, em 1941, a Base Aérea de Florianópolis hospedou e operou com os mais diversos tipos de aeronaves. Em um primeiro momento, como já visto, a atividade aérea teve uma forte ligação com o apoio às ações de patrulhamento do litoral brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial. Com o término do conflito, a movimentação em seu pátio e hangares, de maneira geral, passou a estar relacionada ao contínuo e permanente adestramento da Força Aérea Brasileira, através de suas operações aéreas e treinamentos ou então, ao trânsito de aeronaves militares em passagem pela capital catarinense. Porém, havia a necessidade da Base ter seus próprios meios aéreos para realizar o transporte de pessoal, serviços administrativos fora da sede e a ligação com as demais Organizações Militares da FAB. Conhecidas como aeronaves orgânicas, a partir de meados da década de 40 até 2016, a Base Aérea de Florianópolis operou, de acordo com estudos realizados pelo entusiasta da aviação e pesquisador aeronáutico Giulliano Frassetto, variados modelos, tais como, Focke-Wulf Fw58 "Weihe", Beechcraft "Model 18" (AT-7/C-45), Consolidated CA-10 "Catalina", Vultee BT-15 "Valiant", North American T-6 "Texan" em diferentes versões, Neiva 360 "Regente", Embraer 810 "Seneca", Cessna 208 "Caravan", entre outros.

Com relação às aeronaves de passagem pela capital catarinense, destaca-se em duas oportunidades (2008 e 2013), a presença da Fuerza Aerea Uruguaya (FAU) em Florianópolis, como uma das escalas técnicas em sua longa jornada até Natal/RN, a fim de participar das edições do Exercício Multinacional CRUZEX. Ao longo de sua história, a Base Aérea de Florianópolis, também recebeu vários Presidentes da República, Autoridades Militares e Chefes de Estado, em compromissos oficiais ao Estado de Santa Catarina. Nesse aspecto, uma das visitas mais marcantes foi a do Papa João Paulo II, em outubro de 1991, em sua viagem por diversas capitais brasileiras, incluindo Florianópolis.

O início do ano de 1972 trouxe uma grande novidade para a Base Aérea de Florianópolis. Pela primeira vez a Organização Militar estava sediando uma Unidade Aérea, o 2º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação, conhecido como Esquadrão "Pelicano", um dos Esquadrões mais tradicionais e importantes da FAB, dedicado ao cumprimento de missões de Busca e Salvamento (SAR, do inglês Search And Rescue). O 2º/10º GAv foi criado em 6 de dezembro de 1957, na Base Aérea de São Paulo, em Cumbica, operando inicialmente aviões Grumman SA-16 "Albatroz" e helicópteros Sikorsky SH-19. Ao chegar a Florianópolis, o Esquadrão já tinha como seu vetor de asas rotativas, o Bell SH-1D atuando em conjunto com os "Albatroz". Ainda no mesmo ano, a Unidade recebeu os primeiros UH-1H, versão mais potente e capaz do SH-1D. Não demorou muito para que o treinamento e a capacidade de emprego da Unidade Aérea fossem colocadas à prova em seu novo lar. Nos anos de 1973-74, as cidades de Florianópolis e Tubarão (localizada no sul catarinense), respectivamente, foram atingidas por intensas chuvas, demandando um grande esforço e dedicação por parte de todos os integrantes em dezenas de horas voadas no socorro à população atingida pela catástrofe. Cerca de oito anos após sua chegada a Florianópolis, atendendo a novas diretrizes da FAB (que buscava uma localização mais central para sua Unidade especializada em Busca e Resgate e assim, poder atender com mais rapidez e agilidade, ocorrências em qualquer ponto do país), em 20 de outubro de 1980, o Esquadrão "Pelicano" se despediu da capital catarinense, sendo transferido para a Base Aérea de Campo Grande (MS), local onde permanece até os dias atuais.

Pouco tempo após a revoada dos Pelicanos para o Centro Oeste brasileiro, não tardou para que uma outra ave, desta vez, mitológica, fizesse seu "ninho" em Florianópolis. Estamos falando do Esquadrão "Phoenix". O 2º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação foi criado pela Portaria Reservada nº 298/GM3, de 11 de setembro de 1981 e ativado em 15 de fevereiro de 1982, tendo como vetor, o P-95 Bandeirante Patrulha. Até meados da década de 70, a FAB possuía apenas um Esquadrão de Patrulha Marítima, o Esquadrão "Orungan", sediado em Salvador/BA e equipado com os Lockheed P-15 "Neptune", aviões com grande autonomia de voo mas já próximos da aposentadoria. Com a entrada em serviço do EMB-111 Bandeirante Patrulha, uma aeronave mais moderna, porém, com alcance menor, a FAB decidiu criar novas Unidades Aéreas com o objetivo de continuar tendo uma efetiva vigilância sobre o extenso litoral brasileiro. Este é o motivo principal que levou à criação do Esquadrão "Phoenix" (2º/7º GAv, Florianópolis/SC) e, algum tempo depois, do Esquadrão "Netuno" (3º/7º GAv, Belém/PA). Durante os anos em que operou na capital catarinense (1982-2016), era constante a presença dos "Bandeirulhas", como esses aviões são carinhosamente chamados, pelos céus da ilha e região próxima. Com sua silhueta característica e de fácil identificação, principalmente pelo seu proeminente radome que abriga o radar de busca, essas aeronaves se incorporaram à paisagem da capital catarinense e deixaram saudades por aqui, quando a Unidade Aérea foi transferida para a Base Aérea de Canoas, em fins de 2016.

Afiando o Sabre Alado

A Ilha de Santa Catarina, que abriga a maior parte da cidade de Florianópolis, é famosa pela sua exuberância paisagística e pelas belas praias. Sua posição estratégica já era há muito tempo conhecida, desde os tempos coloniais, prova disso, são as diversas fortalezas construídas pelos portugueses em seu entorno. Não por acaso, também foi escolhida pela Marinha como uma das guardiãs e ponto-chave para a defesa de nosso litoral. Após a criação da Base Aérea de Florianópolis, logo se percebeu que a geografia da ilha e região próxima, reuniam um conjunto de ambientes naturais ideais para o treinamento das diversas Unidades Aéreas da FAB, principalmente, aquelas ligadas à missão de Busca e Salvamento (SAR). Entre os principais atrativos, estavam a própria posição da Base Aérea de Florianópolis, de frente para a Baía Sul, uma porção abrigada de mar, com águas calmas, situada entre a costa oeste da ilha e a região continental. Localizada a poucos minutos de voo, resultando em substancial economia de tempo e combustível e por consequência, maior tempo útil de treinamento, a área oferece um cenário perfeito para a simulação de resgates em ambientes aquáticos. Outro aspecto favorável diz respeito ao próprio apoio logístico da Base, tanto para os integrantes das Unidades Aéreas (refeição, alojamento e assistência médica) quanto para as aeronaves (manutenção, abrigo e segurança). Fechando a tríade, que faz de Florianópolis um dos melhores locais do país para a realização de Operações Aéreas, está o baixo volume de tráfegos aéreos comerciais e civis, comparado com grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. Isso garante uma fluidez maior nas ações de decolagem e pousos e, ao mesmo tempo, diminui a chance de incidentes ou conflitos com outras aeronaves. Por trás de toda essa organização e controle no céu, está o fundamental apoio do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL), localizado junto ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz e responsável por monitorar e gerenciar toda a movimentação aérea ao redor da capital catarinense.

Pelo conjunto de motivos elencados no parágrafo anterior, ao longo do tempo, a Base Aérea de Florianópolis se tornou quase o segundo lar de algumas Unidades Aéreas da FAB, que aqui buscam realizar o treinamento e a qualificação de suas equipagens. Entre elas, podemos citar o Esquadrão "Pantera" (Santa Maria/RS) e seus rotineiros exercícios chamados de "Mata Pato" (Ataque contra alvos aéreos e terrestres) e "Guasca", focado na atividade de Busca e Salvamento. Outro frequentador assíduo é o Esquadrão "Gordo", com sede no Rio de Janeiro e equipado com os grandes quadrimotores C-130 Hércules (em processo de substituição pelo KC-390 Millennium), tendo a capital catarinense como palco de exercícios como o "ManeSAR", voltados para o adestramento de missões de Busca e Resgate sobre ambientes marítimos e terrestres.

Florianópolis também recebe com frequência, treinamentos operacionais de maior envergadura, reunindo ao mesmo tempo, várias Unidades Aéreas e centenas de militares. Entre estes, podemos citar a FAEX, OPERAER e o Exercício Carranca. Em 2002, a Base participou da primeira edição de exercício multinacional CRUZEX (Brasil, França e Argentina), abrigando em sua sede, os caças supersônicos Northrop F-5E/F Tiger II do Esquadrão "Pampa" (Canoas/RS), que atuaram, dentro do contexto do exercício, como a força atacante do "País Vermelho". Outro destaque foi o Torneio da Aviação de Caça, em 2007, com a participação de todas as Unidades Aéreas de Caça da FAB de norte a sul do país, além de outros Esquadrões de apoio e convidados, totalizando cerca de 40 aeronaves de combate reunidas  na capital catarinense.

Por ter abrigado durante muito tempo um Esquadrão de Patrulha, a Base Aérea de Florianópolis, em diversas ocasiões foi sede da Reunião da Aviação de Patrulha (RAP), realizada anualmente no mês de maio, congregando as suas Unidades Aéreas, composta por competições operacionais e desportivas, além de uma Solenidade Militar alusiva ao Dia da Aviação de Patrulha, comemorado no dia 22 de maio. Além da troca de experiências e intercâmbio, o encontro serve para reforçar os laços de amizade entre a nova e a velha geração de patrulheiros. Atualmente, as três Bases Aéreas da FAB que sediam Unidades Aéreas de Patrulha são, Santa Cruz/RJ (1º/7º GAv, Esquadrão "Orungan"), Canoas/RS (2º/7º GAv, Esquadrão "Phoenix") e Belém/PA (3º/7º GAv, Esquadrão "Netuno").

A mão amiga da sociedade catarinense

Embora tenha um caráter essencialmente militar, a Base Aérea de Florianópolis desde sua criação, manteve uma relação muito próxima com a sociedade catarinense. Ao longo do tempo, os laços de amizade se fortaleceram de muitas formas. Em diversos momentos de sua história recente, Santa Catarina, foi marcada por eventos climáticos extremos, causando incontáveis prejuízos econômicos e a perda de centenas de vidas. Em todos esses episódios, a BAFL foi protagonista nas ações de ajuda e apoio à população, mobilizando seu efetivo e transformando seu pátio no ponto de partida para que as aeronaves pudessem prestar o necessário auxílio e socorro às vítimas. Nesse sentido, destaca-se o papel desempenhado pela Força Aérea Brasileira, por intermédio da Base Aérea de Florianópolis, nas catástrofes naturais de 1974, na região sul catarinense e nos anos de 1983 e 2008, no Vale do Itajaí.

Outros dois projetos sociais de extrema relevância são o "Caravana do Ar" e o Programa Forças no Esporte (PROFESP). Enquanto o primeiro é uma iniciativa da própria Base Aérea de Florianópolis, voltado para as crianças residentes nas comunidades vizinhas à Instituição, o segundo é mais amplo e envolve diversas Organizações Militares da Força Aérea, Marinha e Exército pelo país afora. Entretanto, ambos apresentam os mesmos objetivos, ou seja, democratizar a prática e a cultura do esporte, além de promover o pleno exercício da cidadania e a inclusão, principalmente para as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Os alunos que participam dos programas na BAFL, realizam as atividades duas vezes por semana, no contraturno escolar. Entre as modalidades oferecidas, estão a prática do rugby, muay thai, basquete, judô e aulas de música. Após uma pausa em 2020 por causa da pandemia, aos poucos os projetos estão sendo retomados.

A caçula das práticas esportivas na Base Aérea de Florianópolis é a patinação artística. O projeto começou este ano e passou a integrar o Programa Forças no Esporte (PROFESP) da BAFL, atualmente coordenado pelo Coronel Tolosa. Além de propiciar um local para o treinamento e preparação da equipe comandada pelo técnico Alisson Gassen, visando as competições nacionais e internacionais, a chegada da patinação na BAFL vai proporcionar às crianças participantes do programa, a oportunidade de ter um contato mais próximo com um esporte ainda pouco difundido no país. De acordo com Caroline Assur, mãe de uma integrante da equipe e uma das responsáveis pela ida do projeto para a BAFL, as aulas inicialmente terão uma frequência semanal e atenderão seis crianças. Ela, que também é patinadora complementa, "ao longo do ano, iremos buscar a ampliação do projeto, comprando novos patins para inclusão de mais crianças. O interesse é divulgar o esporte pouco conhecido e, após essa iniciação, queremos através de novas oportunidades, incluir essas crianças nas competições tornando possível o ingresso delas na área profissionalizante, podendo também trazer oportunidades de uma carreira para elas".

O mês de outubro é de festa na Força Aérea Brasileira. O dia 23 marca a conquista definitiva do ar pela genialidade de um brasileiro, Alberto Santos Dumont. Neste dia, em 1906, o aviador alçou voo com seu 14 Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris e, diante de uma plateia atônita e maravilhada, provou que voar por meios próprios e de forma sustentada, não era privilégio apenas dos pássaros. Em memória a este fato marcante, o dia 23 de outubro é reconhecido como o "Dia do Aviador" e o "Dia da Força Aérea Brasileira". Muito além dessa homenagem, as diversas Organizações Militares da FAB espalhadas pelo país, realizam uma série de atividades internas e externas durante o mês de outubro. A principal delas e a mais aguardada é o evento chamado de "Portões Abertos", um dia repleto de atrações e atividades, no qual a população tem a oportunidade em conhecer de perto as aeronaves e as atividades exercidas pelos militares da FAB. Na capital catarinense não é diferente e, em cada edição, o tradicional evento costuma atrair milhares de pessoas ao pátio da Base Aérea de Florianópolis. Sem acontecer desde 2019, por causa da pandemia, este ano a festividade retorna, tendo inclusive, sua data já confirmada para 14 de outubro.

A Base Aérea de Florianópolis hoje

A Base Aérea de Florianópolis (BAFL) está localizada na cidade de mesmo nome, capital do Estado de Santa Catarina. A missão da Base é a de proporcionar o apoio administrativo às Unidades sediadas, bem como às frações de Unidades Militares que estejam operando nela deslocadas. Além disso, tem por finalidade,  executar as atividades de preparo e emprego das Unidades Militares subordinadas, desdobradas e em trânsito, bem como a execução dos processos finalístico, de gestão e de suporte, conforme diretrizes, planos e ordens dos Comandos Superiores. É subordinada operacionalmente ao Comando de Preparo (COMPREP, Brasília/DF) e administrativamente ao Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR, Canoas/RS). A Base Aérea de Florianópolis faz parte, juntamente com o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL), da Guarnição de Aeronáutica de Florianópolis (GUARNAE-FL), criada pela Portaria  nº 331/GM3, de 3 de junho de 1991. A BAFL é composta pelas seguintes estruturas: Esquadrão de Comando (EC), Grupo Operacional (GOP), Grupo de Serviços de Base (GSB), Grupo Logístico (GLOG), Grupo de Segurança e Defesa (GSD) e Grupo de Saúde (GSAU). Seu atual Comandante é o Tenente-Coronel Aviador Jaques da Silva Valle, no cargo desde 11 de janeiro de 2022.

 

 

 

 

NDMAIS - Morador de Chapecó doa órgãos e Força Aérea Brasileira leva pulmões para Porto Alegre

A família de Renan Vinicius Vieira informou pelas redes sociais que esse era o desejo do jovem. Os pulmões foram transportados ainda na terça-feira (16)

Da Redação | Publicada em 17/05/2023 10:15

Um morador de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, deixa um legado de amor e coragem. Renan Vinicius Vieira, de 24 anos, seguirá vivendo ao ajudar a salvar outras pessoas com a doação de seus órgãos. A morte do jovem foi na noite de segunda-feira (15).

A captação dos órgãos foi realizada na terça-feira (16) pelos profissionais do HRO (Hospital Regional do Oeste), após autorização da família. A informação foi confirmada pelo hospital. Os detalhes sobre os demais órgãos coletados e qual o destino não foram detalhados.

Os pulmões de Renan já tem destino e, na terça, uma aeronave C-97 Brasília da FAB (Força Aérea Brasileira) realizou o transporte do órgão. O material foi levado de Chapecó para Porto Alegre/RS. O trabalho foi coordenado pelo Ministério da Saúde.

Renan morreu após se envolver em um acidente de trânsito em Chapecó. Nas redes sociais, a mãe dele, Dina Medeiros, fez uma homenagem ao filho e contou sobre a vontade de doação do jovem. “Renan doou os órgãos para ajudar outras pessoas a continuarem vivendo. Que Deus receba meu filho de braços abertos”.

“É com muita tristeza que informo a perda do meu filho amado Renan Vinicius Vieira. Renan era um jovem sonhador, amado por todos e estava vivendo os melhores momentos da vida dele. Mas Deus quis levar ele cedo demais. Quanta dor eu sinto”, escreveu.