A região Sul do país recebeu, neste mês, três edições do tradicional evento Portões Abertos 2023. A Base Aérea de Florianópolis (BAFL) proporcionou, no domingo (15/10), um dia repleto de atrações e informações a todos os catarinenses.

Depois de três anos, o evento voltou a acontecer com força total e, desta vez, superou a expectativa dos participantes, apresentando uma vasta programação visando contemplar todas as faixas etárias. Aproximadamente 35 mil pessoas participaram do evento.

O público teve a oportunidade de passar um dia agradável em um ambiente militar, realizar visitas a aeronaves, carros antigos, presenciar saltos de paraquedistas da Brigada Militar, oferecer às crianças momentos de descontração no espaço kids, assistir a concertos da Banda de Música vinda da Base Aérea de Canoas (BACO), envolver-se com o Boi-de-mamão – típica apresentação da cultura local – e testemunhar os sobrevoos de aviões caça, bem como as demonstrações da Esquadrilha da Fumaça, entre outras atividades.

“É muito importante ter essa oportunidade de abrir os portões para receber a sociedade catarinense, principalmente para apresentar um pouco do nosso trabalho e trazer a comunidade para ter esse espírito de participação e ter um entendimento do que é a atividade aeronáutica como um todo”, destacou o Comandante da Base Aérea de Florianópolis, Tenente-Coronel Aviador Jaques da Silva Valle.

No dia 14/10, a Base Aérea de Santa Maria (BASM) reuniu cerca de 13 mil pessoas na exposição aeronáutica. O evento recebeu a comunidade local e os visitantes de toda a região em um dia ensolarado e repleto de atrações para todas as idades.

Ao longo do dia, com a colaboração do público, foram arrecadadas mais de três toneladas de alimentos não-perecíveis que serão destinados ao projeto Mesa Brasil do Serviço Social do Comércio (SESC) – que visa o combate à fome e ao desperdício, a partir de doações de parceiros, e contribui para a garantia da segurança alimentar e nutricional de crianças, jovens, adultos e idosos, em vulnerabilidade social, em todo o Brasil.

Após quatro anos desde a última edição, a EXPOAER manteve seu propósito de abrir os portões da BASM à população e celebrar a união entre a instituição e a comunidade. O público presente teve a oportunidade de saber mais sobre a Força Aérea Brasileira (FAB), além de outras instituições civis e militares, federais e estaduais, que atuam em conjunto com a BASM para fortalecer a defesa e segurança da Região Sul do país.

A Marinha do Brasil, representada pelo 5º Distrito Naval, o Exército Brasileiro, representado pela 3ª Divisão de Exército, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, a Universidade Federal de Santa Maria, a Polícia Rodoviária Federal, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul e o Serviço Social do Comércio foram alguns dos parceiros essenciais na realização do evento.

Ao longo do dia, demonstrações aéreas, apresentações dos cães de guerra, aeromodelismo, brinquedos infantis e exposição estática de aeronaves civis e militares alegraram o público e tiraram sorrisos das crianças. Nos ares, além das demonstrações aéreas, foi possível conferir as habilidades utilizadas em salvamento por militares de rapel, que desceram do helicóptero UH-60L Black Hawk em movimento, por meio de cordas.

“O evento cumpriu o objetivo de apresentar a FAB ao público e demonstrar um pouco mais do que é visto, por vezes, somente pelo noticiário. Apresentamos as nossas aeronaves de transporte, reconhecimento, ataque e resgate. Além disso, pudemos proporcionar contato direto com todos os pilotos e tripulantes, perguntar sobre a carreira militar e sobre as missões realizadas”, destacou o Comandante da BASM, Coronel Aviador Luciano Antonio Marchiorato Dobignies.

A Base Aérea de Canoas (BACO), no dia 12/10, Dia das Crianças, também realizou a EXPOAER. Aproximadamente, 35 mil pessoas estiveram no evento. Em ação conjunta com a Defesa Civil, o evento arrecadou cerca de 25 toneladas de alimentos não perecíveis que serão doados ao Banco de Alimentos de Canoas.

O dia esteve repleto de atrações que encantaram crianças e adultos, com estandes institucionais de diversas Organizações Militares da FAB, expositores parceiros, brinquedos infantis, apresentações da Banda de Música da BACO, exposição de aeronaves e até mesmo uma encenação em homenagem aos 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, com desfile do 14-Bis, uma miniatura cedida em parceria com o Aeroclube do Rio Grande do Sul (ARGS), entre outras atividades.

Há 30 anos, neste mesmo evento, Matheus Becker Motta, que na época tinha 2 anos de idade, despertou o interesse pelos aviões de caça e o sonho de ser piloto. “Hoje sou o 1º Tenente Aviador Matheus Becker Motta. Sou natural de Canoas e meu pai, também oficial aviador da aeronáutica, serviu por muito tempo na BACO. Por isso, tive a oportunidade de participar de várias EXPOAER. Sem dúvida, participar dos Portões Abertos da BACO alimentou em mim o sonho de ser piloto de caça e, um dia, integrar o 1º/14° Grupo de Aviação – Esquadrão Pampa“, contou.

Informações da Força Aérea Brasileira

O Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), o “Esquadrão Zeus”, realizou entre os dias 10 e 16 de outubro, na sede da Embraer, em São José dos Campos (SP), um treinamento prático no simulador de voo do KC-390 Millennium, marcando um passo importante para a operação da aeronave na Força Aérea Brasileira (FAB).

Esse equipamento, com tecnologia de ponta, proporciona uma experiência imersiva, permitindo que os tripulantes melhorem suas habilidades em variadas condições de voo. O simulador, com classificação de nível D, inclui operações em condições normais e de emergência, e possui mais de 350 simulações de falhas. O design otimizado facilita a manutenção e garante um treinamento preciso para os pilotos.

Nesta primeira oportunidade apenas dois pilotos e um mecânico do Esquadrão Zeus participaram do treinamento. A Embraer informou que, além do Brasil, Portugal e Hungria serão os próximos a utilizar este simulador, que se destaca por permitir a execução segura de manobras, procedimentos de emergência e outras situações adversas, reduzindo custos e eliminando riscos. Além de economizar em gastos operacionais, o treinamento em simulador minimiza riscos associados ao treinamento na própria aeronave, uma vez que oferece um ambiente controlado para a prática repetitiva com segurança.

O comandante do Esquadrão Zeus, tenente-coronel aviador Bruno Américo Pereira, enfatizou a importância deste treinamento para a segurança de voo. “O simulador de voo da aeronave KC-390 Millennium é fundamental na formação dos tripulantes, preparando-os para lidar com uma ampla variedade de situações normais, anormais e de emergência, além de contribuir para execução de voos muito mais seguros”, afirmou.

Aconteceu em Florianópolis, no dia 20/10, o 1º Seminário de Patrimônio Imóvel da União, Região Sul, com a honrosa presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. Este evento reuniu autoridades de destaque e abordou questões cruciais relacionadas ao patrimônio imobiliário do Comando da Aeronáutica (COMAER). Vamos explorar os principais pontos discutidos e entender a importância desse encontro.

Um Encontro Estratégico

O Seminário foi uma iniciativa organizada pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), que percebeu a necessidade de ajustar e definir questões relacionadas ao patrimônio imobiliário do COMAER na Região Sul. O evento proporcionou um espaço valioso para discutir temas que afetam diretamente as capacidades e desafios enfrentados pela Força Aérea Brasileira.

Destacando a Relevância

Durante o evento, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, ressaltou a importância do Seminário para a Força Aérea, pois ele desempenha um papel fundamental no cumprimento de suas atribuições. Esta iniciativa inédita demonstra o comprometimento de todos os envolvidos com a excelência na gestão do patrimônio imobiliário da União.

Aperfeiçoando o Conhecimento

Além das discussões cruciais, o evento também incluiu sete palestras informativas. Elas abordaram uma variedade de tópicos, desde atualizações de regulamentos até detalhes sobre as propriedades estratégicas da região. Essas palestras são fundamentais para que a gestão do patrimônio imobiliário seja realizada com diligência e responsabilidade.

O Seminário de Patrimônio Imóvel da União é uma prova do compromisso do Comando da Aeronáutica em melhorar a gestão e garantir que os recursos patrimoniais da União sejam administrados da melhor maneira possível. Este é um passo importante para garantir que o patrimônio seja utilizado de maneira eficaz e estratégica para atender às necessidades da Aeronáutica e do Brasil como um todo.

A estiagem severa no Amazonas tem afetado comunidades ribeirinhas, deixando muitas delas em uma situação precária. No entanto, em uma demonstração notável de solidariedade e coordenação, as Forças Armadas do Brasil estão desempenhando um papel crucial ao transportar 180 toneladas de alimentos para essas áreas necessitadas. Vamos explorar como essa ação está fazendo a diferença.

Ação Humanitária em Andamento

As Forças Armadas estão unindo esforços para apoiar as comunidades afetadas pela estiagem no Amazonas. Até o momento, mais de 10.837 cestas de alimentos, o equivalente a cerca de 180 toneladas, foram transportadas de Manaus para Tabatinga. Esses suprimentos serão distribuídos nos municípios de Tabatinga, Alvarães e Benjamin Constant.

Coordenação e Esforço Conjunto

Além da distribuição de alimentos, os militares também transportaram 1290 caixas de água potável e prestaram assistência hospitalar às comunidades de Tabatinga, Amaturá e Santo Antônio do Içá. Até o momento, foram realizadas 13.721 ações médicas, odontológicas e de distribuição de medicamentos. Essas ações demonstram o compromisso das Forças Armadas em fornecer cuidados abrangentes e apoio às comunidades em tempos de necessidade.

União e Solidariedade em Tempos Difíceis

A ação das Forças Armadas no transporte de alimentos e na assistência médica nas comunidades afetadas pela estiagem no Amazonas é um exemplo inspirador de solidariedade e coordenação em tempos difíceis. Esses esforços não apenas aliviam o sofrimento das pessoas afetadas, mas também demonstram o compromisso do Brasil em cuidar de seus cidadãos, estejam eles onde estiverem.

No último dia 23, pousou no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte, o oitavo e último voo de repatriação de brasileiros em Israel, enviado pela Força Aérea Brasileira (FAB) na Operação Voltando em Paz, com 209 passageiros, incluindo 12 crianças de colo, todos fugindo da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, iniciada no dia 7 de outubro.

“Sinto que estou abandonando Israel de certa forma, mas a situação está sem controle”, desabafa a estudante Hana Levi, de 17 anos, que estava fazendo intercâmbio no país e teve que voltar às pressas para o Rio, sua cidade natal, no voo da FAB. Mesmo tendo vivenciado um cenário de guerra e vários disparos de sirene de alerta após lançamentos de foguetes e mísseis em direção a Israel, a jovem gostaria de ter continuado no país: “Meus pais estavam muito preocupados aqui no Brasil, então a decisão de eu voltar foi deles”, completa.

Hana estava no meio de uma reza, em uma sinagoga da cidade de Haifa, no Norte, quando o Hamas, organização extremista do Estado da Palestina, iniciou os ataques ao vizinho árabe. Por ser sábado, chamado pelos judaicos de “Shabat”, dia dedicado ao descanso, os judeus, entre outras restrições, não trabalham e não podem utilizar o telefone. Por isso, Hana estranhou quando viu uma movimentação estranha no meio da reza, com pessoas fazendo uso do celular e também indo embora da sinagoga, principalmente homens. Ela sabia que algo grave estava acontecendo.

Em companhia da amiga Raquel Zeitouni, 17, também brasileira e intercambista, voltou para a casa da família israelense onde estavam hospedadas para o feriado de Sucot, também conhecido como “Festa dos Tabernáculos” ou “Festa das Cabanas” (ela e Raquel moram na cidade de Kfar Saba, na região central), para ajudá-la com o filho e a casa, já que o marido havia sido convocado urgentemente para o exército: “Ficamos muito aflitas e tensas. A situação foi tão grave que até os reservistas foram chamados”, afirma Raquel. Nas primeiras 48 horas de guerra, Israel chegou a convocar 300 mil da reserva.

Com medo, Raquel e Hana ainda ficaram uma semana em Haifa, apenas com a roupa do corpo. Ensaiaram uma saída para levar doações para uma família que havia chegado do Sul, mas a sirene de alerta tocou no meio do caminho, e elas tiveram que se abrigar em um prédio em obras. Por conta do temor, voltaram para casa correndo. Só saíram de lá quando uma tia de Hana as buscou de ônibus e as levou para outra cidade: “Começamos a tremer e ficamos muito assustadas. Só confiamos na vinda da tia de Hana, pois tínhamos muito medo de infiltração de combatentes do Hamas dentro do território israelense”, diz Raquel.

A jovem retornou ao Brasil no mesmo voo da Força Aérea Brasileira em que estava Hana: “A ideia da minha volta teve que ser amadurecida pelos meus pais. Mesmo sendo um país em guerra, eu me sentia muito segura lá em Israel. Ainda assim, meus pais me enviaram de volta em um avião da FAB. Porém, eu pretendo retornar para morar em Israel após tudo isso. O que me aflige é não ter ideia quando poderei voltar”.

Misto de sentimentos

O clima do oitavo voo da Operação Voltando em Paz foi descrito pelas meninas como um misto de sentimentos:

“As pessoas estavam muito aliviadas e felizes, a maioria era residente de Israel que tinha uma oportunidade de voltar para casa”, conta Raquel. Hana teve a mesma percepção sobre os passageiros do voo: “As pessoas estavam tranquilas que estavam voltando para casa, muitas pessoas que moram em Israel tomaram a decisão de voltar para o Brasil, mas ninguém sabia ao certo quando iria retornar para o Oriente Médio”, afirma.

É o caso da professora de escola infantil Débora Gielman, 27, que retornou ao Rio no mesmo voo de Hana e Raquel, com o filho israelense de dois anos e sete meses, e que pretende recomeçar a vida no Brasil. Para trás, além da casa e do trabalho, ela teve que deixar a mãe, de 69 anos, que decidiu ficar em Harish, cidade a 400 metros da fronteira com a Cisjordânia, onde moravam desde 2015.

A decisão de a mãe não retornar foi tomada pela própria no dia da viagem. Débora inscreveu a família para o oitavo voo na FAB e, já no dia seguinte, teve a notícia de que os seus nomes estavam na lista. A mãe de Débora, então, disse que não daria as costas para o país que lhe deu oportunidades. Débora retornou, pois não tinha emprego em Israel e por se sentir mais segura ali.