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1.477 resgatados: conheça detalhes da Operação Voltando em Paz

Até agora, nove voos foram concluídos. O décimo, com 32 pessoas que estavam em Gaza, tem previsão de chegada ao Brasil na noite desta segunda

Planalto | Publicada em 12/11/2023 12:25

Trinta e seis dias marcados por diplomacia, logísticas complexas e articulações diante de um cenário de crise internacional. Horas de atuação de um time de embaixadores, diplomatas, funcionários de representações consulares, pilotos, comandantes, especialistas em logística, profissionais da área médica e de saúde mental e montagem de estrutura de acolhimento sob comando da Presidência da República.

"O que fizemos, de buscar a nossa gente lá, é para dizer o seguinte: ‘Ninguém larga a mão de ninguém nesse país’. Qualquer brasileiro que estiver dentro da área de guerra, que precisar voltar, nós não mediremos esforços. Esse é o papel do Brasil no mundo”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Montada pelo governo brasileiro para repatriar cidadãos na zona do conflito iniciado em 7 de outubro, no Oriente Médio, a Operação Voltando em Paz viveu, neste 12 de novembro, mais um capítulo importante de sua trajetória, quando o grupo de brasileiros que ansiava por deixar a Faixa de Gaza cruzou a fronteira com o Egito.

“Chegamos finalmente ao Egito com o apoio do Brasil”, celebrou Hasan Rabee, em post na rede social X (antigo Twitter). “Obrigado ao Governo Federal, obrigado presidente, embaixadores, equipe da Embaixada no Egito e em Ramala, nesse grande esforço para nos retirar de lá”, prosseguiu, em vídeo postado pelo canal do Itamaraty.

A previsão é de que eles embarquem nesta segunda-feira, 13/11, em um avião VC2, da Presidência da República, na décima viagem de repatriação de brasileiros. A chegada está prevista para as 23h30 desta segunda, na Base Aérea de Brasília. Ao tocar o solo, serão 1.477 passageiros transportados: 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana, além de 53 animais domésticos (veja abaixo).

Números da Operação Voltando em Paz

NOVE CONCLUÍDOS – Eram 19h12 de 10 de outubro, no horário local de Tel Aviv, quando uma aeronave KC-30, um Airbus A330 200 da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da capital israelense levando 211 brasileiros. Aquele voo, que pousou por volta das 4h10 de 11 de outubro em Brasília, marcou a primeira missão da Operação Voltando em Paz. “Saímos de Tel Aviv debaixo de mísseis e chegamos ao Brasil com aplausos. A nossa esperança é olhar para o céu e saber que não cairão bombas”, disse, aliviado, o escritor e empresário brasiliense Fabrício Ramon Lopes, que fez parte do primeiro voo da Operação Voltando em Paz a pousar no Brasil.

RESPOSTA IMEDIATA – O mundo ainda assimilava o choque dos atentados cometidos contra Israel no sábado, 7 de outubro, quando o Governo Brasileiro deu início à mobilização para estruturar como a resposta para a retirada dos brasileiros da zona de conflito. No mesmo dia dos ataques, foi montado um gabinete de crise e, uma vez acionadas, as embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), do Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) deram início à operação diplomática para identificar quem eram e onde estavam os brasileiros na região conflagrada. Em paralelo, a Força Aérea Brasileira era acionada para garantir que as aeronaves pudessem resgar os cidadãos nacionais no mais breve prazo possível.

CRITÉRIOS Por meio de formulário online, cerca de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Aqueles que não conseguiram lugares em voos de companhias aéreas privadas passaram a ser atendidos pela Operação Voltando em Paz, seguindo requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças. Até especialistas do Ministério da Agricultura foram envolvidos para garantir o repatriamento de animais domésticos. "O que fizemos, de buscar a nossa gente lá, é para dizer o seguinte: ‘Ninguém larga a mão de ninguém nesse país’. Qualquer brasileiro que estiver dentro da área de guerra, que precisar voltar, nós não mediremos esforços. Esse é o papel do Brasil no mundo.”, afirmou o presidente Lula, um dia depois do sucesso da oitava missão.

CISJORDÂNIA – A quinta-feira, 2 de novembro, marcou uma nova etapa da operação. Naquela data, uma aeronave VC-2 (Embraer 190), cedida pela Presidência, tocou o solo na Base Aérea de Recife (PE). A bordo, 32 repatriados da Cisjordânia. A Representação Brasileira em Ramala organizou uma complexa operação de resgate de 12 famílias. Eram 12 homens, 9 mulheres e 11 crianças, com seis idosos, dois deles cadeirantes. Eles foram levados em três veículos alugados pela representação e conduzidos de 11 cidades da Cisjordânia até Jericó, onde fizeram os trâmites migratórios. Então, amparados pela missão brasileira, cruzaram a fronteira com a Jordânia, seguiram para a capital Amã, e de lá decolaram para o Brasil. "Quero paz. Para se locomover de uma região para outra estava bem difícil lá, com pessoas armadas”, frisou Amer Aziz, que retornou com quatro filhos.

ACOLHIMENTO - Na chegada ao Brasil do voo com os repatriados de Gaza, o Governo Federal já tem uma operação de acolhimento montada. Em complemento ao apoio de suas famílias, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Ficarão dois dias hospedados em Brasília. “Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

AJUDA HUMANITÁRIA – A Operação Voltando em Paz não foi marcada apenas por missões de resgate. Além dos voos de repatriação, duas aeronaves da Presidência levaram à região de conflito alimentos, insumos médicos e purificadores de água. Em 18 de outubro, um VC-2 pousou no Egito com equipamentos de filtragem de água e kits de saúde. A carga continha 40 purificadores de água com capacidade de tratar mais de 220 mil litros por dia. Com tecnologia e fabricação brasileiras, os equipamentos são capazes de remover 100% de vírus e bactérias da água. O acesso à água potável é uma das maiores dificuldades enfrentadas hoje pela população da Faixa de Gaza.

Naquele dia, também foram desembarcados dois kits de saúde. Cada um atende até 3 mil pessoas ao longo de um mês e são compostos por medicamentos e insumos, como anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos, além de luvas e seringas. Ao todo, cada kit continha 48 itens, com um total de 267 quilos de materiais. Em 2 de outubro, um outro VC-2 da Presidência da República pousou no Aeroporto Internacional de Al-Arish, Egito, levando na bagagem 1,5 tonelada de alimentos – arroz, açúcar, derivados de milho e leite – destinados à população da Faixa de Gaza, oferecidos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em uma nova ação de ajuda humanitária do governo brasileiro aos palestinos.

Ponto a ponto: entenda como é a operação de resgate dos brasileiros em Gaza

O grupo de 32 pessoas cruzou a fronteira com o Egito neste domingo e decola rumo ao Brasil nesta segunda, após semanas de assistência e acompanhamento do Governo Federal

Redação | Publicada em 12/11/2023 14:34

"Meu Deus, eles estavam presos. Trinta e cinco dias. Chegaram aqui para a gente almoçar e todo mundo correu na praia". A frase de Hasan Rabee acompanhou um vídeo que ele postou no Instagram no fim da tarde deste domingo, na cidade de Al-Arish, no Egito. As imagens mostram meninas e meninos correndo na areia em direção ao mar.

Ali, o grupo de 32 brasileiros repatriados pelo Governo Federal parou para almoçar, numa escala da viagem entre a fronteira do Egito com Gaza e o Cairo. Na capital egípcia, eles terão uma noite de descanso antes de embarcarem num VC-2, da Presidência da República, rumo ao Brasil. São 17 crianças, nove mulheres e seis homens. Vinte e dois brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros.

A previsão é de que a aeronave decole por volta das 12h (horário local). A estimativa da Força Aérea Brasileira (FAB) é de que sejam feitas escalas técnicas em Roma, na Itália, depois em Las Palmas, na Espanha, e uma última na Base Aérea de Recife, já em território nacional, antes da aterrissagem em Brasília.

"Eu queria relembrar que eles receberam todo o apoio de nossa representação em Ramala. Foi proporcionado um local onde ficaram abrigados por cerca de três semanas. Tiveram transporte para o ponto de fronteira, auxílio financeiro para cruzar a fronteira. Um comboio foi organizado para levá-los ao Cairo. O avião da Presidência já está há quase um mês no Cairo à espera deles", disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, numa coletiva de imprensa na tarde deste domingo.

MINÚCIAS - Vieira listou uma série de iniciativas que fizeram parte da rotina da Representação Brasileira em Ramala nesse período. A equipe comandada pelo embaixador Alessandro Candeas monitorava diariamente a situação.

No início do conflito, hospedou parte do grupo de brasileiros na escola Rosary Sisters, na região Norte de Gaza. Diante da intensificação dos bombardeios, um ônibus fretado levou 16 pessoas para o sul de Gaza, em Rafah, já próximo à zona de fronteira. Outros 18 que manifestaram interesse na repatriação ficaram hospedados em Khan Yunis.

Para evitar bombardeios, tanto os transportes usados nos deslocamentos quanto os endereços utilizados foram informados pela diplomacia brasileira para as autoridades de Gaza e de Israel.

RECURSOS - No cotidiano desse período de quase um mês, o Governo Federal garantiu recursos para que os dois grupos tivessem acesso a alimentos, medicamentos, gás, água potável e atendimento médico e psicológico online, por telefone, única medida possível dentro de uma região conflagrada.

Houve momentos tensos, diante da falta de energia e até de sinal de internet, mas a representação brasileira conseguiu garantir comunicações diárias com todos e zelar para que todos os interessados pudessem cruzar a fronteira. As listas oficiais com os nomes dos brasileiros estavam com as autoridades de Israel, Egito e Autoridade Palestina havia mais de 20 dias. 

“Lutamos para que os brasileiros não fossem afetados pela catástrofe humanitária que assola Gaza. Alugamos casas e conseguimos enviar recursos para alimentos, água, gás e remédios no precário mercado local. Oferecemos apoio de psicóloga e médico a distância. Infelizmente, as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança na região de Gaza", afirmou o embaixador Candeas.

Essa degradação das condições sociais fez com que o ministro Mauro Vieira enfatizasse neste domingo a intenção do Governo Federal de voltar a buscar, no Conselho de Segurança da ONU, medidas que possam conduzir a pausas humanitárias e ao fim de hostilidades na região.

"O presidente Lula continua muito envolvido na solução da questão. Ele tem falado constantemente com chefes de Estado mais importantes, com o secretário-geral da ONU, com os chefes de Estado da região, enfim, todos os atores importantes. A sua intenção é voltar a tratar da questão no Conselho de Segurança das Nações Unidas a partir desta semana, para que se possa encontrar uma forma de suspensão dessas hostilidades e a criação de uma pausa humanitária que possa levar ao alívio da população civil palestina em Gaza”, afirmou Vieira.

PORTAL AEROIN


Simpósio Nacional de Inspeção em Voo diploma novos profissionais e destaca avanços tecnológicos


Juliano Gianotto | Publicada em 12/11/2023

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) promoveu nos dias 9 e 10 de novembro o Simpósio Nacional de Inspeção em Voo, marcado por importantes momentos e discussões sobre o presente e o futuro da inspeção em voo no Brasil. O evento, que ocorreu na cidade de São José dos Campos (SP), foi palco da diplomação de novos Pilotos Inspetores (PI) e Operadores de Sistema de Inspeção em Voo (OSIV) da Força Aérea Brasileira (FAB).

O primeiro dia do simpósio foi marcado pela passagem simbólica do cargo de Comandante do GEIV, tradição que destaca a continuidade e renovação na liderança do grupo. O Tenente-Coronel Aviador Antonio Carlos Martins Pedroso Filho transferiu o comando ao Piloto Inspetor nº 31, Coronel Aviador Judimar das Chagas.

Durante a cerimônia, o Tenente-Coronel Pedroso destacou a importância do evento, ressaltando a responsabilidade do GEIV na inspeção de mais de 1.500 auxílios, procedimentos e sistemas de navegação aérea que garantem a segurança do tráfego aéreo no Brasil.

O novo Comandante, Coronel Chagas, expressou sua satisfação em participar do encontro e parabenizou todos os envolvidos na atividade de inspeção em voo. “O que mais me orgulha na vida é ter feito parte desse Grupo. Tenho imenso carinho e admiração por todos“, afirmou.

O simpósio não apenas formalizou a troca de comando, mas também proporcionou uma imersão nas novas tecnologias relacionadas à inspeção em voo e ao futuro da aviação. Diversas palestras foram realizadas, abordando temas como o emprego de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) na inspeção em voo, as funcionalidades e a capacidade do radar de vigilância LP23SST-NG para detecção de VANT, além do uso do Sistema de Proteção Contra-Medidores de drones, entre outros.

Diplomação e Reconhecimento

No segundo dia do evento, ocorreu a diplomação de cinco novos Pilotos Inspetores e quatro Operadores de Sistema de Inspeção em Voo. A cerimônia foi presidida pelo Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, acompanhado pelo Chefe de Assuntos Estratégicos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Tenente-Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araujo, e pelo Diretor do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), Coronel Aviador Plínio da Silva Becker.

O Tenente-Brigadeiro Barbacovi ressaltou a importância da atividade de inspeção em voo, afirmando que os novos profissionais fazem parte de um seleto grupo responsável por garantir a qualidade das operações de auxílios e procedimentos de navegação aérea no Brasil.

O Capitão Aviador Cesar Augusto Gomes Simões, primeiro colocado do curso, recebeu destaque na cerimônia de diplomação. Ele enfatizou a relevância da função, destacando que os profissionais agora darão suporte ao gerenciamento do tráfego aéreo, uma atividade essencial para o desenvolvimento do Poder Aeroespacial Brasileiro.

A solenidade também foi marcada pela entrega do Título de Piloto Inspetor Honorário ao Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro Barbacovi, e ao Chefe do Subdepartamento de Administração do DECEA, Brigadeiro Engenheiro André Eduardo Jansen.

Tradição e Celebração no Brinde do 1020

Após a cerimônia de diplomação, ocorreu o tradicional Brinde do 1020, momento no qual os pilotos inspetores brindaram com os novos formandos. A ocasião também marcou o retorno da passagem simbólica do comando do GEIV ao Tenente-Coronel Pedroso.

Informações do DECEA

 

 

 

 

 

 





 

OUTRAS MÍDIAS


AVIAÇÃO EM FLORIPA - Exercício Escudo-Tínia 2023: A FAB `em guerra` no Sul


Redação | Publicada em 12/11/2023

Entre os dias 30 de outubro e 17 de novembro, o Estado do Rio Grande do Sul está sendo palco de uma das principais e maiores Operações anuais da Força Aérea Brasileira (FAB), o EXCON (Exercício Conjunto) Escudo-Tínia. Mais de 30 aeronaves, pertencentes às Aviações de Caça, Transporte, Asas Rotativas e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), vindas de diferentes regiões do país estão participando do treinamento, que tem suas sedes nas Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria. O nome do Exercício tem origem na mitologia etrusca, onde Tínia era o deus supremo e senhor dos ceús, comandando os raios e trovões. O site Aviação em Floripa preparou para seus leitores, uma matéria especial, com muitas fotos e informações sobre este importante treinamento da FAB. É este conteúdo que você passa a acompanhar a partir de agora. Boa leitura!

Um treinamento, múltiplos benefícios
O principal objetivo do Exercício Conjunto Escudo-Tínia é adestrar as Unidades Aéreas e de Defesa Antiaérea no cumprimento de ações com vistas a defender a soberania do espaço aéreo, atacar o território inimigo ou negar o uso do céu às aeronaves adversárias. Na edição deste ano, a manobra envolve cerca de 1.200 militares da Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e Exército Brasileiro. Estão sendo empregadas em torno de 30 aeronaves da FAB, incluindo os caças F-5M Tiger II e A-1M; as aeronaves de transporte KC-390 Millennium e C-105 Amazonas; o helicóptero H-60 Black Hawk, os vetores de alerta em voo E-99M e de reconhecimento RQ-900 (veja quadro mais abaixo). Completando os meios aéreos, a Marinha do Brasil está participando pela primeira vez com aeronaves, utilizando seus caças AF-1B/C Falcão.

O Exercício representa a junção de dois grandes treinamentos da Força Aérea Brasileira que até o ano passado, aconteciam de forma separada, o Exercício Escudo Antiaéreo, sob responsabilidade do Comando de Operações Aerospaciais (COMAE), com a participação de Unidades de Artilharia Antiaérea pertencentes aos três braços das Forças Armadas; e o Exercício Tínia, coordenado e conduzido pelo Comando de Preparo (COMPREP), focado na simulação de guerra convencional ou regular,  ou seja, envolvendo o embate entre forças militares de dois países ou de uma coalizão ou aliança entre nações. Realizado geralmente no mês de novembro, o Escudo-Tínia é o coroamento de todas as ações e atividades que as diversas Unidades Aéreas da FAB fizeram ao longo do ano e, neste momento, todos têm a oportunidade de trabalhar em conjunto e de forma integrada. Além disso, permite o intercâmbio, a troca de experiências e de informações e a padronização de procedimentos entre Força Aérea, Exército e Marinha. É um fechamento de ciclo com muitos benefícios e com uma grande carga de aprendizado.
Realizado desde 2019, o treinamento vem evoluindo ao longo tempo, incorporando novos cenários e elementos de forma a deixá-lo o mais realista possível.
Prova inequívoca disso, como já mencionado, foi a união dos Exercícios Escudo Antiaéreo e Tínia. Para o Comandante da Base Aérea de Santa Maria e Co-Diretor do Exercício, Coronel-Aviador Luciano Antônio Marchiorato, esse casamento entre as duas operações é extremamente benéfico, pois se constitui em uma excelente oportunidade para conciliar as ações do preparo e o emprego dos meios e equipagens.

Um por Todos...Todos por Um!
O Exercício tem seus focos principais na Defesa Antiaérea e na execução de Missões Aéreas Compostas, também conhecidas pela sigla COMAO (do inglês Composite Air Operation), através do emprego de "pacotes" com diversos tipos de aeronaves com funções distintas e específicas, atuando de forma simultânea e coordenada em torno de um objetivo comum. É dessa forma que a moderna guerra aérea se desenvolve e emprega seus meios aéreos na atualidade. Estar treinado e qualificado nestas atividades é de suma importância. Além de buscar a consolidação doutrinária das Operações Aéreas Compostas, o exercício permite o adestramento técnico de Defesa Antiaérea e nesse ano, traz uma significativa mudança estratégica, contribuindo para tornar o treinamento mais complexo e tecnológico. Nas palavras do Diretor do Exercício, Coronel-Aviador Marcelo Zampier Bussmann, "o Exercício Escudo-Tínia 2023 traz componentes da área cibernética e espacial que estão sendo agregados às ações de Força Aérea para maximizar a nossa capacidade operacional dentro do contexto que foi colocado para o Exercício este ano". Durante o treinamento, estão sendo realizadas missões que abrangem as atividades de Alerta em Voo, Assalto Aeroterrestre, Ataque, Controle e Alarme em Voo, Defesa Antiaérea, Coleta e Defesa Cibernética, Escolta, Policiamento do Espaço Aéreo, Posto de Comunicação Aeroespacial, Reabastecimento em Voo, Reconhecimento Aeroespacial, Ressuprimento Aéreo, Segurança das Instalações, Supressão de Defesa Antiaérea Inimiga, Transporte Aéreo Logístico e Varredura. Ainda de acordo com o Oficial, estão previstas durante as três semanas de duração da manobra, cerca de 900 horas de voo, as quais na sua percepção, representam uma quantidade adequada e suficiente para o cumprimento dos objetivos propostos para o treinamento.

Os meios aéreos estão distribuídos entre as Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria. Enquanto a primeira abriga os caças F-5EM/FM Tiger II e os aviões de alerta em voo E-99M, todos os demais participantes estão agrupados e operando a partir de Santa Maria. Cada voo realizado no treinamento, reúne diversas aeronaves decolando de locais diferentes, cada uma delas com desempenho e envelopes de emprego distintos, sendo necessário uma grande coordenação para que todos consigam estar sobre o objetivo ao mesmo tempo. Com o passar dos dias, o nível de complexidade das missões vai aumentando, exigindo tanto das tripulações quando dos militares envolvidos nas demais tarefas em solo, um alto grau de preparo, organização e atenção. Por sua vez, as Unidades de Artilharia Antiaérea da FAB, Marinha e Exército, encontram-se localizadas em áreas nas regiões de Santana da Boa Vista e Caçapava do Sul, interior do Rio Grande do Sul. Nesses locais foi montada uma logística completa de forma a apoiar a operação e funcionamento dessas Unidades, com alojamentos, alimentação, Hospital de Campanha, estruturas de Comando e Controle, entre outras.

Um exercício desse porte, com tantas aeronaves militares em voo ao mesmo tempo, requer também um grande trabalho de monitoramento e controle do espaço aéreo, a fim de garantir a segurança de voo e a operação dos demais usuários. Esta tarefa está a cargo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), através do 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (CINDACTA II), localizado em Curitiba/PR e do 2º Esquadrão do 1º Grupo de Comunicação e Controle (2º/1º GCC), com sede em Canoas. Durante o período de vigência do treinamento, foram criadas regiões específicas para as operações aéreas, cada uma delas com áreas e limites verticais bem definidos e divulgadas através de NOTAMs (Notificações Aeronáuticas), documento que todos os Pilotos precisam consultar e ter ciência antes de realizarem seus planos de voo. Segundo o Coronel Bussmann, um dos atrativos ou principais razões pelas quais o treinamento ocorre no Rio Grande do Sul, além da proximidade entre as duas Bases Aéreas, é justamente a ausência de um grande volume de tráfegos aéreos civis e comerciais (comparado com outras regiões do país), minimizando o risco de conflitos ou acidentes e permitindo uma maior liberdade e fluidez nas operações.

 

 

No conjunto de aeronaves participantes do Exercício Escudo-Tínia, cada uma tem o seu papel ou função para garantir o sucesso da missão. Os caças F-5 Tiger II são os responsáveis tanto em prover a defesa das outras aeronaves quanto em tentar abatê-las; os aviões de alerta em voo E-99M utilizam seu grande radar aerotransportado para a vigilância do espaço aéreo e para a identificação de ameaças; a Aeronave Remotamente Pilotada RQ-900 tem a atribuição de fazer o reconhecimento do terreno e tentar identificar as posições da artilharia antiaérea, que serão alvo de ataques dos A-1M da FAB e AF-1 Falcão da Marinha; os aviões de transporte C-105 Amazonas e KC-390 Millennium, executam o transporte logístico e o lançamento de cargas e paraquedistas e o KC-390, ainda provê o Reabastecimento em Voo dos F-5M, A-1M e AF-1; os helicópteros H-60 Black Hawk, realizam incursões a baixa altura sobre o terreno, na busca e resgate de Pilotos abatidos. Por sua vez, as tropas em solo, munidas de mísseis antiaéreos portáveis (com grande poder de mobilidade e de difícil localização), representam uma grande ameaça e desafio para todas as aeronaves. Tudo isso demonstra o dinamismo, a complexidade e o nível de dificuldade presentes no treinamento. 

Tigres em ação
Dentre todos os tipos de aeronaves empregadas no Exercício Escudo-Tínia, os caças supersônicos F-5EM/FM Tiger II são os mais numerosos. Ao todo, dezesseis F-5 (14 monopostos e 2 bipostos) estão presentes em Canoas (veja tabela mais abaixo). Dependendo da missão, um total de até 12 desses aviões estão sendo utilizados de forma simultânea. As duas Unidades que operam o modelo na FAB atualmente, o 1º Grupo de Aviação de Caça, com sede em Santa Cruz/RJ e o 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação, sediado em Canoas/RS, estão participando, cumprindo missões de Defesa Aérea para ambos os lados do cenário fictício montado para o treinamento, incluindo a conquista e manutenção de Superioridade Aérea, Escolta e combates aéreos do tipo BVR (do inglês, Beyond Visual Range, ou Além do Alcance Visual). Boa parte dos aviões estão usando a versão de treinamento do míssil ar-ar Rafael Pyhton III instalado em um dos trilhos das pontas das asas, dispositivo que simula com eficiência todos os parâmetros de engajamento e disparo do míssil real.

Uma missão típica do emprego dos F-5EM/FM Tiger II no Exercício Escudo-Tínia envolve a decolagem de quatro aeronaves no papel de agressores, isto é, os responsáveis por interceptarem e atacarem o "pacote" de aeronaves componentes de uma missão. Na sequência, partem outros oito F-5, integrantes da "Blue Force", que vão defender o "pacote". Esses voos contam com a participação e apoio direto de outros modelos de aeronaves, sobretudo os E-99M para identificar as aeronaves "inimigas" e vetorar a força de defesa até elas, além do KC-390 Millennium para o Reabastecimento em Voo. Interessante comentar que cada um desses grupos de F-5 tem a presença igual de componentes dos dois Esquadrões em suas formações de voo, permitindo que os Pilotos de ambas as Unidades Aéreas, vivenciem todas as situações e cenários que o treinamento apresenta.

Ainda não foi desta vez que o novíssimo caça da FAB e substituto dos F-5 num futuro próximo, o F-39 Gripen, fez sua estreia em uma operação. Alocados ao 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), com sede em Anápolis/GO, o modelo entrou em serviço em dezembro de 2022 e encontra-se no momento em fase de implantação junto à Unidade Aérea e qualificação dos Pilotos que irão voá-lo, buscando atingir a Capacidade Inicial de Operação (IOC, do inglês Initial Operational Capability). Para as próximas edições do Exercício Escudo-Tínia, bem como em outros grandes treinamentos que a FAB participa, o F-39 será presença constante.

Agradecimentos à Força Aérea Brasileira, ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e à Direção do Exercício Escudo-Tínia pela oportunidade em participar de um dia de atividades do treinamento, possibilitando a coleta das informações e o registro das imagens que ilustram essa matéria.