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FAB: Operação Yanomani ultrapassa 1.000 horas de voo e transporta 150 toneladas

Desde o dia 22 de janeiro, quando a primeira missão foi realizada pelo KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira (FAB), os trabalhos seguem de forma ininterrupta.

Agência Força Aérea | Publicada em 24/02/2023 07:57

Com seus meios empregados, o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) ultrapassou, nesta quinta-feira (23/02), as 1.000 horas de voo e transportou mais de 150 toneladas em cargas.

Os suprimentos são organizados na Base Aérea de Boa Vista (BABV), em Roraima (RR), onde as ações da Operação Yanomami são concentradas. Desde o dia 22 de janeiro, quando a primeira missão foi realizada pelo KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira (FAB), os trabalhos seguem de forma ininterrupta

As missões aéreas são cumpridas pelas aeronaves A-29, E-99, R-99, C-98 Caravan, KC-390 Millennium, C-105 Amazonas, H-60 Black Hawk e H-36 Caracal, da FAB; o HM-2 e HM-4 do Exército Brasileiro (EB); e o UH-15 Super Cougar da Marinha do Brasil (MB).

Envolvimentos aéreos

Atuando na missão, as aeronaves C-98 Caravan são operadas pelo Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo (1º ETA) – Esquadrão Tracajá, pelo Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7º ETA) – Esquadrão Cobra e pela Base Aérea de Boa Vista (BABV). Os vetores pousam de duas a três vezes ao dia no Aeródromo de Surucucu – onde está localizado o Quarto Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF) do Exército Brasileiro (EB) – levando alimentos e medicamentos às comunidades indígenas Yanomami e também combustível de aviação para abastecer outras aeronaves que integram à missão.

O H-60 Black Hawk é operado pelo Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano e pelo Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8° GAV) – Esquadrão Hárpia. Outro helicóptero é o H-36 Caracal, operado pelo Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3°/8° GAV) – Esquadrão Puma. São aeronaves multimissão de médio porte, sendo usadas em larga escala para infiltração e exfiltração de tropa.

As aeronaves C-105, operadas pelo Primeiro Esquadrão do Nono Grupo de Aviação (1°/9° GAV) – Esquadrão Arara e pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1°/15° GAV) – Esquadrão Onça têm sido usadas para promover operações de ressuprimento aéreo como entrega de alimentos, remédios e outros elementos essenciais. Além disso, também têm sido usadas em outras operações, como o transporte de equipamentos médicos e materiais necessários para apoiar a área afetada.

O KC-390 Millennium operado pelo Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo também realiza lançamentos de cargas – os chamados ressuprimentos aéreos, quando a aeronave consegue transportar uma quantidade maior de alimentos e medicamentos em um curto espaço de tempo. Fazem parte, ainda, o R-99 e o E-99, operados pelo Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (2°/6° GAV) – Esquadrão Guardião.

Já os helicópteros UH-15 Super Cougar e o HM-4 Jaguar ajudam a compor a frota de aeronaves na missão de modo a potencializar as missões de transporte aerologístico, aumentando consideravelmente as capacidades operacionais para o cumprimento das missões.

Operação Yanomami 2023

Publicado em 20 de janeiro de 2023, o Decreto nº 11.384 instituiu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. Em 30 de janeiro de 2023, foi publicado o Decreto nº 11.405, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no território Yanomami a serem adotadas por órgãos da administração federal, com atuação dos Ministérios da Defesa, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Assistência Social, da Família e Combate à Fome e dos Povos Indígenas.

Em 03 de fevereiro de 2023, por meio da Portaria GM-MD nº 710, foi aprovada a Diretriz Ministerial que orienta o apoio das Forças Armadas para as ações de enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no Território Yanomami. O documento ativou o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) para atuar na área do estado de Roraima e na porção do estado do Amazonas.

A atuação das Forças Armadas ocorre em missões de lançamento e distribuição de cestas básicas; envio de suprimentos para reconstrução da pista do Aeródromo de Surucucu (RR); Evacuações Aeromédicas (EVAM) para atendimento no Hospital de Campanha (HCAMP); controle e fiscalização do espaço aéreo com a criação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA); fornecimento de dados de inteligência; e transporte aéreo logístico das equipes da Polícia Federal, do Ibama e dos demais órgãos e entidades da administração pública federal que participam diretamente da neutralização de aeronaves e de equipamentos relacionados com a mineração ilegal.

Estão em atuação, para atendimento às demandas, as aeronaves A-29, E-99, R-99, C-98 Caravan, KC-390 Millennium, C-105 Amazonas, H-60 Black Hawk e H-36 Caracal, da FAB; o HM-2 e HM-4 do EB; e o UH-15 Super Cougar da MB.

OUTRAS MÍDIAS


DIÁLOGO - Centro de Operações Espaciais do Brasil em órbita para o futuro


Geraldine Cook | Publicada em 24/02/2023

O Centro de Operações Espaciais (COPE) é uma unidade sob o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da Força Aérea Brasileira, com instalações em Brasília e no Rio de Janeiro. O COPE monitora todas as operações de satélites militares. As operações do centro são realizadas em conjunto com o Exército e a Marinha do Brasil através de uma equipe multidisciplinar.

Seu comandante, o Brigadeiro Rodrigo Alvim de Oliveira, da Força Aérea Brasileira, falou com Diálogo durante a Conferência Espacial das Américas, realizada na sede do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), em Miami, Flórida, em 30 e 31 de janeiro de 2023.

Diálogo: Por que é importante para o Brasil participar da Conferência Espacial das Américas?

Brigadeiro Rodrigo Alvim de Oliveira, da Força Aérea Brasileira, comandante do Centro de Operações Espaciais: É importante porque nos permite fortalecer as relações entre o Brasil, a Força Espacial dos EUA, o Comando Espacial dos EUA, o SOUTHCOM e todos os países vizinhos da América Latina.

Diálogo: Como o COPE está trabalhando o conceito de interoperabilidade?

Brig Rodrigo: O COMAE é um comando conjunto. Mais precisamente, é o primeiro comando conjunto do Brasil ativado permanentemente, integrado pelo pessoal da Marinha e do Exército.

Diálogo: Por que o senhor acha importante que as forças militares falem sobre espaço e segurança?

Brig Rodrigo: Nosso trabalho é proteger nossos ativos no domínio espacial e apoiar nossos parceiros. Para a Força Aérea Brasileira, o espaço é uma prioridade e desejamos fortalecer nosso relacionamento com os Estados Unidos e com todos os países da América Latina. Estamos procurando aumentar a capacidade de lançamento atraindo empresas comerciais para operar a partir do Centro Espacial de Alcântara.

Diálogo: Como o Brasil e os Estados Unidos cooperam em termos de espaço?

Brig Rodrigo: O Brasil assinou os acordos Artemis com os Estados Unidos em 2021. Tornamo-nos o primeiro país latino-americano a ser parceiro em um programa que estabelece uma visão comum de governança na exploração civil e no uso do espaço exterior, o que facilita a exploração, a ciência e as atividades comerciais. Temos também um acordo de compartilhamento de Consciência Situacional Espacial (SSA), que nos dá a capacidade de compartilhar informações sobre objetos espaciais e proteger nossos ativos. Além disso, temos um acordo para desenvolver a pesquisa científica.

Diálogo: O que há de novo em termos de tecnologia espacial?

Brig Rodrigo: Recentemente, compramos alguns satélites militares de imagens de radar. Temos um satélite geoestacionário de telecomunicações e agora temos dois satélites de imagens em baixa órbita.

Diálogo: Como a tecnologia espacial pode ajudar a combater as ameaças à segurança no país?

Brig Rodrigo: Através do espaço podemos monitorar o ambiente florestal, atividades ilegais, incluindo a pesca ilegal em nosso mar, para que possamos trabalhar em conjunto com outras agências governamentais para aprimorar a segurança em nossas fronteiras e dentro do nosso próprio país.

Diálogo: Como o Brasil coopera com a região, especialmente com as nações da América do Sul, em termos de segurança espacial?

Brig Rodrigo: Não temos nenhum acordo específico de cooperação espacial com a região, incluindo nossos países vizinhos. No entanto, o Brasil oferece o curso Espaço 100, onde convidamos todos os outros países a participar, pois o curso proporciona um nível educacional introdutório ao ambiente espacial e aos sistemas espaciais. Espero que no futuro ofereçamos mais formação e treinamento e talvez geremos cooperação para compartilhar comunicações e imagens com os países vizinhos.

Diálogo: Qual é sua maior preocupação para o futuro em termos de projetos espaciais?

Brig Rodrigo: Estamos buscando desenvolver a capacidade de SSA no Brasil. Podemos adquirir nossas próprias informações de monitoramento de objetos espaciais. Atualmente dependemos de informações através de acordos com outros países que nos ajudam. No entanto, queremos ter nossa própria capacidade de monitoramento de objetos espaciais, para permitir-nos proteger nossos ativos e continuar a fornecer nossos serviços no espaço.

Diálogo: O senhor pode identificar as lições aprendidas com sua experiência como comandante do COPE? Que legado o senhor pretende deixar para seu sucessor?

Brig Rodrigo: Tem sido um privilégio trabalhar no desenvolvimento da doutrina espacial militar, utilizando tecnologia de ponta e pessoas altamente motivadas. Espero deixar um centro de excelência, com uma doutrina estabelecida e forte, e com a capacidade de proteger os ativos espaciais brasileiros e garantir o uso pacífico do espaço em benefício da sociedade, do governo e das Forças Armadas do Brasil.