A segunda usina geradora de oxigênio medicinal doada ao Amapá pelo Ministério da Saúde, após pedido do governo estadual, chegou em Oiapoque na segunda-feira (15). O maquinário será instalado no Hospital Estadual do município, a 590 quilômetros de Macapá.

O reforço foi pensado como retaguarda para ser usado em situações de colapso e falta de oxigênio para casos graves da Covid-19, se houver.

A usina de produção de oxigênio foi transportada por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). O equipamento tem capacidade de gerar 20 metros cúbicos de oxigênio por hora.

A montagem será feita por uma equipe do Rio de Janeiro. O processo de instalação demora até 48 horas e o equipamento deve começar a funcionar ainda esta semana.

A primeira usina, com capacidade de 40 metros cúbicos de oxigênio por hora, chegou à Laranjal do Jari, a 265 quilômetros da capital, no sábado (13). O maquinário atenderá a demanda da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

O pedido do governo do Amapá foi feito em fevereiro, quando Laranjal do Jari registrou ocupação de 100% dos leitos clínicos no município. Na época, houve baixa disponibilidade de oxigênio.

Oiapoque também é beneficiada em função da dificuldade de acesso terrestre ao município. Em período de inverno na Amazônia, o único acesso por terra, a BR-156, sofre com atoleiros.

No início do mês, o estado também recebeu 30 concentradores de oxigênio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os equipamentos são autossuficientes, capta o oxigênio do ar ambiente e devolve ao paciente de forma filtrada e pura, com capacidade para manter a saturação em níveis aceitáveis (acima de 90%).

Sem registro de falta de oxigênio nas unidades hospitalares destinadas a casos de Covid-19, as usinas são preventivas, para evitar o que aconteceu no Amazonas em janeiro.

Colapso e as medidas

Na semana passada, o secretário de estado da saúde descreveu que o Amapá está à beira do colapso em função dos casos confirmados da doença, da quantidade de pacientes graves e ainda de evoluções para óbitos. A declaração aconteceu após a confirmação da variante brasileira (P1) estar em circulação no estado.

‘Estamos à beira do colapso’, diz secretário de saúde em meio a ocupação de 90% dos leitos

A população foi convocada a evitar aglomerações, usar máscara, manter o distanciamento social e higienização das mãos.

O Amapá enfrentou um toque de recolher a partir das 21h e lei seca todos os dias (foi permitida apenas a venda de bebidas alcoólicas). Além disso, os serviços não essenciais só podiam funcionar até 20h. Essas e outras restrições foram estabelecidas em decreto do Estado. Foi previsto anúncio de novas medidas para esta terça-feira (16).

Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), um C-105 Amazonas e um C-130 Hércules, transportaram entre sexta-feira (12) e domingo (14), para as cidades de Rio Branco (AC) e Laranjal do Jari (AP), na Região Norte do país, 50 cilindros de oxigênio e uma usina geradora de oxigênio, respectivamente.

O C-105 Amazonas, aeronave operada pelo do Primeiro Esquadrão do Décimo Quinto Grupo de Aviação (1º/15º GAV) – Esquadrão Onça, decolou de Guarulhos (SP) carregado e pousou em Rio Branco (AC), às 4h30 (horário local). A carga de cilindros de oxigênio, doados pelo Ministério Público Estadual do Acre (MP-AC) e a empresa Rio Med, foi destinada ao atendimento de pacientes com COVID-19.

“É sempre uma grande honra poder participar dessa missão. O Esquadrão vem apoiando e cumprindo atividades em apoio à Operação COVID-19 com muito orgulho, como em missões de UTI aérea e transporte aéreo logístico”, comentou o Comandante da Aeronave, Capitão Aviador Kleber Aurélio Saugo.

Já o C-130 Hércules, operado pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo, transportando a usina geradora de oxigênio, pesando 8 toneladas, decolou do Rio de Janeiro (RJ) na sexta-feira (12) às 19h55 e pousou em Anápolis (GO) para embarque de um gerador de duas toneladas e meia. Na sequência, o avião seguiu para a cidade de Monte Dourado (PA) onde pousou no sábado (13) às 16h25. O equipamento foi transportado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no município de Laranjal do Jari (AP). Há previsão de mais uma usina e um gerador de energia ser levado para um Hospital da cidade de Oiapoque (AP).

O Comandante do C-130, Capitão Aviador Guilherme Guimarães Neto, destacou a importância da missão. “Mais uma missão da Operação COVID cumprida com sucesso, para nós é uma honra ajudar a população brasileira”, disse.

Informações da FAB

A FAB continua trabalhando ativamente no combate a pandemia, dentro da Operação Covid, com o transporte de itens hospitalares, insumos, materiais, oxigênio, vacinas e pacientes.

Um KC-390 transportou, no último dia 12, a estrutura de um dos módulos do Hospital de Campanha do Exército Brasileiro que está sendo instalado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O avião, matriculado como FAB2855, decolou de Manaus, onde estava localizado o hospital de campanha, com a estrutura que pesa aproximadamente 8,4 toneladas e pousou em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

O módulo destinado a capital gaúcha adicionará novos leitos de UTI e clínicos e está instalado no anexo ao Hospital Restinga e Extremo-Sul, para atendimento aos pacientes com covid-19. Desde o ano passado a FAB vem atuando em várias ações destinadas ao combate do novo coronavírus.

O Hospital de Campanha é uma unidade móvel e conta atualmente com dois módulos, sendo que um permaneceu em Manaus, em apoio à população local, enquanto o segundo foi destinado ao Rio Grande do Sul, atendendo a demanda por mais leitos hospitalares.

A Força Aérea Brasileira divulgou os editais com as instruções específicas e abriu as inscrições para o concurso da Academia da Força Aérea, instituição de ensino que forma os oficiais aviadores, intendentes e infantes da FAB. 

Sobre as vagas, são: 

• 18 vagas, para homens e mulheres, para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAV), sendo quatro reservadas para negros.
• 25 vagas para o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria (CFOINF), sendo cinco para negros. As vagas desse curso são apenas para candidatos do sexo masculino.
• 40 vagas, para homens e mulheres, para o Curso de Formações de Oficiais Intendentes (CFOINT), sendo oito para negros.

O candidato deve ter ensino médio completo, não ter menos de 17 anos e nem completar 23 anos em 2022, ano em que será realizada a matrícula na AFA caso aprovado nas provas escritas e exames subsequentes.

As inscrições abriram hoje (16) e encerram-se às 09:00 do dia 29 de março, além de ser cobrada uma taxa de R$ 70,00.

Inscritos no Cadastro Único (Cad Único) para Programas Sociais do Governo Federal e/ou inscritos no REDOME como doador de medula óssea podem solicitar isenção durante o mesmo período, explica a FAB. 

As provas serão aplicadas no dia 20 de junho de 2021, com os portões sendo fechados às 09:00. São cobradas matérias das disciplinas de língua portuguesa e inglesa, física, matemática e redação. 

Após a aprovação, os candidatos passarão por quatro anos de formação na Academia da Força Aérea, localizada em Pirassununga (SP), em regime de internato, onde se tornarão cadetes da Força Aérea Brasileira. 

O Curso de Comandos de Força Aérea (CCFA) 2021, tradicionalmente conhecido como Paracomandos, iniciou suas atividades no dia 08 de março, na Academia da Força Aérea (AFA). O curso é ministrado pelo Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento – PARA-SAR e visa a capacitação de militares da Força Aérea Brasileira (FAB).

O CCFA possui duração de três meses e é dividido em três fases: a de seleção em Pirassununga (SP), a técnica em Campo Grande (MS) e a etapa de operações nas localidades do Rio de Janeiro (RJ), Petrolina (PE), Manaus (AM) e Ladário (MS). Os concludentes passarão a integrar o PARA-SAR e estarão aptos para o cumprimento das ações de Força Aérea.

A aula inaugural do curso foi realizada no dia 09 de março com a participação do Vice-Chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro do Ar Arnaldo Augusto do Amaral Neto; do Chefe da Subchefia de Segurança e Defesa do Comando de Preparo, Brigadeiro de Infantaria Marcelo Rosa Costa; do Comandante da AFA, Coronel Aviador Marcelo Gobett Cardoso; e do Comandante do PARA-SAR, Tenente-Coronel de Infantaria Claudio Porto Antunes da Silva.

O Coordenador do CCFA, Capitão de Infantaria Diogo Rosario do Amaral, explica que o curso tem como objetivo capacitar Oficiais e Sargentos para o planejamento e execuções de operações em prol do Poder Aeroespacial. “Com a edição de 2021 espera-se que o PARA-SAR possa receber novos militares aptos a atuar em diversas missões, tais como: ações diretas, reconhecimento especial e guiamento aeroavançado”, disse.

O Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel de Infantaria Claudio Porto Antunes da Silva, explicou a importância do curso. “O PARA-SAR atua na Força Aérea como um multiplicador de forças do Poder Aeroespacial, nesse sentido, a capacitação do CCFA se apresenta como essencial, para que o futuro operador possa compor os destacamentos da Unidade”, completou.

Fotos: Tenente-Coronel Antunes / EAS