O Brasil, através do Governo Federal e das Forças Armadas, já apoiou cerca de 85 mil venezuelano fugidos da pobreza e da opressão de seu país. O balanço é da Operação Acolhida, uma iniciativa humanitária criada para dar assistência aos refugiados que entram no país através da fronteira da Venezuela com o estado de Roraima.

A logística da operação envolve esforços do exército e da Força Aérea, principalmente, mas também conta com entidades não-governamentais, como o Exército da Salvação, e sociedades privadas que atuam de maneira beneficente. Além de voos com aeronaves da FAB (recentemente, o Airbus A330 foi escalado para um voo de traslado de refugiados), a Acolhida também conta com empresas aéreas contratadas, como é o caso da Sideral, que fez diversos voos entre Boa Vista e cidades do Sul e Sudeste nos últimos anos.

Atualmente, mais de 50% dos venezuelanos vivem em situação de extrema pobreza, indica um estudo recente de um instituto independente local, que também apontou para um novo aumento na desigualdade de renda. Segundo os dados, os 10% mais ricos do país ganham em média US$ 553,20 por mês, os 10% mais pobres sobrevivem com apenas US$ 8 por mês.

Sofrendo com uma economia colapsada e uma inflação anual na casa de 155% (em outubro de 2022), nos últimos anos, mais de 7 milhões de venezuelanos fugiram do seu país, principalmente indo para países de língua espanhola, como a Colômbia. Além disso, a presença de um regime político opressor também contribui para baixas taxas no índice de felicidade do povo e a continuidade da fuga do país.

 

 

 

 

 

 

 

 

A Base Aérea de Santa Maria (Basm) tem participado, desde o dia 7 de novembro, do Exercício Conjunto (Excon) Escudo-Tínia 2022. Realizada pela quarta vez, a atividade operacional visa proporcionar a capacitação e preparação dos militares para situações reais de emprego de poder militar. A Excon vai até o dia 25.

A operação, que também ocorre na Base Aérea de Canoas (Baco) e na cidade de Santana da Boa Vista, tem a participação de 800 militares da Força Aérea Brasileira (FAB), do Exército Brasileiro (EB) e da Marinha. São mais 50 aeronaves empregadas. Os caças A-29 Super Tucano e A-1, o helicóptero H-60L Black Hawk, e os aviões KC-130 Hércules e KC-390 são algumas das aeronaves que estão sendo utilizadas em Santa Maria durante o exercício.

Conforme o comandante da Basm, coronel Luciano Marchiorato, a cidade tem posição estratégica, e a Base Aérea é essencialmente militar, sem haver grande fluxo de outras aeronaves, como as comerciais. O mesmo vale para Canoas.

– Isso propicia o treinamento para que várias aeronaves possar pousar e decolar sem atrapalhar o tráfego aéreo – diz o comandante.

Ainda segundo o coronel, na cidade de Santana da Boa Vista deve ficar uma espécie de base de apoio para o exercício. Ela também deve ser um espaço em “disputa” nessa simulação.

Segundo o piloto de Black Hawk tenente Daniel Correa, antes de cada decolagem, é feita uma reunião onde são passadas instruções para as missões. Contudo, as condições variam e se tornam cada vez mais complexas ao longo dos dias o que dá o teor de confronto a Excon:

– Realizamos de dois a três voos por dia e empregamos na operação tudo o que é treinado ao longo do ano.

Finalidades

De acordo com o que foi divulgado pela FAB, serão praticadas as ações de escolta, reconhecimento aéreo, controle e alarme em voo, ataque, varredura, reabastecimento em voo, posto de comunicação no ar, defesa aérea, defesa antiaérea e transporte aéreo logístico.

Para cada um deste objetivos há aeronaves específicas para cada emprego militar. O coronel Marchionato explica que os modelos A-29 Super Tucano é utilizado para interceptação e o A-1 para reconhecimento aeroespacial. São utilizadas para ataque.

Já o helicóptero Black Hawk é utilizado, no exercício, para realizar resgates, enquanto que o KC-390 é multimissão e pode ser usado para o transporte tático e logístico, reabastecimento em voo e demais finalidades, afirma o tenente Daniel.