NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


PORTAL G1


FAB libera voos privados para saída de garimpeiros da Terra Yanomami; medida vale por uma semana

Corredores aéreos de 11 km servirão para garimpeiros saírem de forma `ordenada`, segundo a FAB. Para ONG do meio ambiente, é preciso uma política social que garanta alternativas sustentáveis de renda na Amazônia.

Da Redação | Publicada em 06/02/2023 19:55

A Força Aérea Brasileira (FAB) determinou nesta segunda-feira (6) a criação de três corredores aéreos para a saída voluntária de garimpeiros das Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Na prática, a decisão libera voos privados para buscar os garimpeiros.

A medida, de acordo com a FAB, busca garantir uma saída ordenada dos garimpos ilegais. Os corredores vão durar uma semana.

Os corredores são de seis milhas náuticas de largura, o que equivale a cerca de 11 quilômetros. Os aviões terão que se manter dentro desses limites.

Controle do espaço aéreo

A Terra Yanomami vive uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.

A região é alvo de garimpo ilegal, que causa poluição de rios e contaminação de peixes por mercúrio, levando à graves danos ambientais e problemas neurológicos em indígenas.

Decreto assinado pelo presidente Lula na semana passada determinou o controle do espaço aéreo na região pela Aeronáutica, como forma de combater o garimpo ilegal e impedir chegada de equipamentos ilegais e garimpeiros.

Com o espaço aéreo fechado, garimpeiros tentaram deixar a Terra Yanomami em voos clandestinos, mas têm encontrado dificuldades.

Medidas contra o garimpo em terra indígena

Para Márcio Astrini, coordenador da organização ambiental Observatório do Clima, não basta o governo expulsar garimpeiros da Terra Indígena.

Sem uma política social para a região amazônica e alternativas de desenvolvimento econômico sustentável, argumenta Astrini, os garimpeiros retirados de uma área vão acabar migrando para outra e levando os mesmos problemas: contaminação de rios com mercúrio, disseminação de doenças desconhecidas para os indígenas e desmatamento.

"Se nada for feito, se a gente não tiver alternativas de renda para essas pessoas, elas vão voltar. Ou elas vão voltar para as regiões que elas acabaram de invadir, que elas estão sendo expulsas ou elas vão acabar invadindo outras áreas e a gente vai ficar numa situação de enxugar gelo, e de nunca dar uma solução concreta para o problema que nós estamos vendo", afirmou Astrini ao Jornal Nacional.

"A Amazônia precisa de outras formas de geração de renda para sua população. Não mais a renda do desmatamento, não mais a renda das destruição, mas a renda da floresta em pé", completou.

PORTAL R7


Médicos da FAB destacam desafios e aprendizados em atendimentos em Boa Vista

Hospital de Campanha montado pela Força Aérea Brasileira em Boa Vista (RR) realiza atendimento aos Yanomamis e, se necessário, os pacientes são encaminhados para rede hospitalar

Agência Força Aérea | Publicada em 06/02/2023 21:17

Montar um hospital itinerante já não é uma tarefa fácil. Realizar o atendimento a uma população que não fala a língua portuguesa dificulta ainda mais o processo. Mas não é por isso que os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) acionados para atuarem na Operação Yanomami não irão realizar a missão. "Os desafios são muitos, mas o resultado sempre vai recompensar", destacou a Comandante do Hospital de Campanha da Aeronáutica (HCAMP) em Boa Vista (RR), Major Médica Juliana Freire Vandesteen.

"Assim que nós chegamos aqui, identificamos a necessidade de um atendimento prioritário para as crianças. Por isso, em paralelo à montagem do HCAMP, nós separamos os pediatras e a ginecologista para fazer o atendimento das grávidas, aproveitando a estrutura já montada pela Operação Acolhida e começamos o atendimento antes mesmo da montagem do Hospital de Campanha ser finalizada", explicou a Oficial.

A estrutura do HCAMP conta com 31 militares, entre oficiais e graduados, e foi instalada para que os médicos consigam estabilizar os casos mais graves e enviá-los às redes hospitalares do estado, e assim obterem atendimento mais completo. Para isso, a FAB e o Exército Brasileiro disponibilizaram, também, ambulâncias altamente equipadas para realizar o transporte dos pacientes aos hospitais.

Os profissionais de saúde que estão empenhados nessa missão com a população indígena relatam ser uma experiência muito marcante. “É uma situação muito diferente da que a gente está acostumada a viver no dia a dia. São pessoas com uma condição de desnutrição grave, generalizada, doenças graves como malária e pneumonia. Tem sido muito comovente”, afirmou a Capitão Médica Pediatra Juliana Mattos do Amaral Tavares.

A pediatria é um dos pontos críticos no atendimento, uma vez que a equipe se deparou com crianças apresentando quadro clínico muito avançado em desnutrição. A Capitão Juliana afirma que, apesar de ter atendimento para pré-adolescentes, a faixa etária mais atendida é a da primeira infância, de até sete anos, que precisam de cuidado e atenção. A situação, muitas vezes, é dificultada pelo fato de os pais não saberem a idade dos filhos.

“Além disso, por estar desnutrida, a criança tem um peso que não corresponde à sua faixa etária. Às vezes, tem dois anos, mas, quando a gente olha, pensa que tem menos de um ano, de tão alto o grau de desnutrição”, completou a Capitão.

Os meninos e meninas que estão em estado de emergência precisam de uma primeira assistência, onde são realizados exames visando a identificação de doenças e administrações de medicações. Nos casos mais graves, são direcionadas ao hospital que presta assistência mais completa na região.

Diversidade cultural

A Tenente Médica Ginecologista Larissa Cardoso Alvim Lima afirmou que a experiência possibilita, ainda, uma troca cultural nunca vivenciada em sua carreira. “O atendimento tem sido de muito aprendizado sobre a cultura indígena, suas necessidades na assistência à saúde e as particularidades de cada etnia”, pontuou.

De acordo com a militar médica, a demanda em ginecologia é, principalmente, para diagnóstico e tratamento de infecções ginecológicas e coleta de preventivo para rastreamento de câncer de colo uterino. "Já na obstetrícia, atendemos gestantes que não faziam acompanhamento pré-natal com desnutrição, verminoses e malária", comentou a Oficial.

Atendimento integrado

O HCAMP foi montado ao lado da Casa de Saúde Indígena (CASAI), estabelecimento responsável pelo apoio, acolhimento e assistência aos indígenas direcionados aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua principal missão está relacionada ao exercício da gestão da saúde indígena, no sentido de proteger, promover e recuperar a saúde dos povos indígenas, bem como orientar o desenvolvimento das ações de atenção integral à saúde.

E é em parceria com essa Unidade do SUS que a FAB atua no preparo das refeições e suplementação alimentar aos indígenas que precisam de atendimento específico para cada caso. “Tenho aproveitado para conversar com os profissionais de saúde que são da região e já têm uma vivência sobre saúde indígena há anos, para aprender sobre a cultura e os costumes de cada etnia,” concluiu a Tenente Médica Larissa Alvim.