INTENDÊNCIA

Conheça o trabalho e formação dos responsáveis pela administração dos recursos da FAB

Cerca de 790 oficiais formam o grupo que provê apoio ao combate na Força Aérea Brasileira
Publicada em: 19/08/2015 16:00
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Fonte: Agência Força Aérea

  A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra no próximo domingo (23/08) o Dia da Intendência. Por isso, nesta semana a Agência Força Aérea publica uma série de reportagens sobre o trabalho dos militares responsáveis pela administração de recursos da Aeronáutica. Nesta primeira, você vai descobrir o que faz um intendente da FAB e como é o processo de formação.

Primeiro passo
Cursando o quarto ano da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), o Cadete Filipe Melo de Queiroz está na primeira etapa da formação do oficial de Intendência. De acordo com o militar, este é o profissional responsável por fornecer à tropa todos os insumos necessários para que as missões da FAB sejam cumpridas.

“O profissional viabiliza desde uniformes a equipamentos individuais,
  passando pela subsistência e pagamento de pessoal”, afirma. Segundo o cadete, o intendente da FAB é um profissional diferenciado, especialmente, devido às características da Força, como mobilidade e flexibilidade. “Há também a atuação com Escalões Móveis de Apoio para suprir bases deslocadas de Força Aérea em todo o território nacional”, completa.

Durante a formação de quatro anos, os cadetes recebem instruções militares de formação básica e cursam o bacharelado em administração com ênfase em administração pública e ciências da logística com habilitação em Intendência da Aeronáutica. Os militares saem da AFA com dois diplomas e com o conhecimento para fazer a gestão de finanças, patrimônio, subsistência e material, por exemplo. “O intendente pode ver o reflexo do seu serviço nas realizações da FAB, pois ele dá suporte para que todas elas aconteçam, desde a alimentação até a decolagem das aeronaves”, ressalta.

 
  Aspirantes

Depois de formados, os cadetes são declarados Aspirantes-a-Oficial. E, ao contrário do que acontece com os aviadores, que ficam concentrados em Natal (RN), os intendentes são distribuídos pelo Brasil em diversas organi
zações da Aeronáutica.

É o caso da paulista Camila Alvim. Recém-formada na AFA, ela foi designada para a Base Aérea de Canoas (BACO), no Rio Grande do Sul. “Eu decidi ainda muito nova que gostaria de abraçar essa carreira”, afirma a jovem de 22 anos que se inspirou na carreira do pai, também militar.

Durante os
oito meses que permanece na patente de aspirante, o militar aprende as funções da sua unidade e também participa do Estágio Prático para Aspirantes-a-Oficial Intendente (EPAINT), com duração de sete meses. No estágio, o militar conhece várias unidades da FAB e desenvolve um pensamento logístico integrado. Após esse período, o aspirante é declarado Segundo-Tenente.

"O trabalho do intendente é gratificante, providenciamos os meios para a atividade fim. É uma carreira para os que gostam de sentir que fazem a diferença, mesmo que de forma silenciosa", destacou a Aspirante Camila.

Carreira

Atuando na área de Intendência há mais de 30 anos, o Coronel Diógenes Lima Neto trabalha, hoje, com financiamento   Agência Força Aérea/ Cabo. V. Santosexterno na Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA). Ele explica que há situações em que bens e serviços precisam ser custeados com créditos internacionais, como é o caso do projeto F-X2 - relativo à aquisição dos caças Gripen NG. Essas operações são complexas e representam mais uma frente de atuação aos oficiais dessa especialidade.

“Desde tempos remotos já se sabe que sem uma boa atividade de intendência, coordenada e precisa, fica impossível vencer uma guerra ou mesmo uma batalha. Hoje, com a complexidade do mundo moderno, esse trabalho de retaguarda, em apoio ao combatente, ficou muito ampliado”, afirma.

O Coronel Diógenes diz que a intendência é uma área de atuação multidisciplinar, que abrange atividades afetas ao direito, à administração, à contabilidade, às finanças e à gestão de projetos. Isso torna as possibilidades de trabalho do intendente bastante diversas. Por ter se graduado em Ciência da Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e em Análise de Sistemas pela PUC-RJ, o coronel também participou do desenvolvimento de sistemas informacionais de apoio à decisão, voltados à área administrativa.

“Achar que a intendência é uma atividade apenas complementar e, portanto, dispensável, é um erro elementar. Sem ela, simplesmente não há como sequer pensar entrar em combate”, diz o coronel, que é um dos 790 oficiais de Intendência da FAB. 

  História

A atividade de intendência é tão antiga quanto a instituição. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, foi constituída uma comissão de orçamento e criado, ao mesmo tempo, um órgão para gerir os serviços de contabilidade e fazenda, orçamento, distribuição de verbas e créditos, além das tomadas de contas e pagamentos em geral. Criado o Serviço de Fazenda da Aeronáutica, a partir do modelo e com militares da Marinha e do Exército, foi criado o quadro de oficiais intendentes.

No contexto da Segunda Guerra, a atividade de intendência cresceu e reorganizou-se na instituição. Foram formados os primeiros profissionais na Escola de Intendência do Exército e nasceu o curso de oficiais intendentes na Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Finalmente, em 23 de agosto de 1945, pelo Decreto-Lei nº 7892, foi constituído oficialmente o Serviço de Intendência da Aeronáutica – sendo que a data é celebrada até hoje como o Dia da Intendência.

Leia mais sobre a história da intendência aqui.

Veja o álbum de fotos sobre a Intendência.

 Assista ao vídeo e conheça um pouco sobre o oficial de intendência da FAB: