O Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE), no Rio de Janeiro (RJ), sediou, de 04 a 08/08, o Curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático – Nível 1 (APHT–N1), uma capacitação de 64 horas destinada a médicos e enfermeiros. A atividade reuniu 26 profissionais de diversas Organizações Militares da Força Aérea Brasileira (FAB), como o Hospital de Aeronáutica de Recife (HARF), Grupamentos de Saúde de Campo Grande (GSAU-CG) e Porto Velho (GSAU-YS), Esquadrões de Saúde de Boa Vista (ES-BV) e Belém (ES-BQ), Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), Academia da Força Aérea (AFA) e o próprio IMAE, além de representantes de outras instituições e um militar do Exército de Angola.

O curso tem como objetivo habilitar os alunos para o atendimento de vítimas em ambiente tático, integrando técnicas de suporte básico e avançado de vida a protocolos operacionais de segurança. A formação prepara o Militar de Saúde para planejar e executar o apoio médico em Operações reais, Adestramentos, Missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e demais atribuições subsidiárias das Forças Armadas.

O início da capacitação contou com instruções ministradas por Operadores do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A interação reforçou a interoperabilidade entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e Forças Policiais Especializadas, proporcionando troca de experiências e ampliando o realismo das atividades práticas.

Ao longo da semana, os participantes receberam instruções sobre histórico e fundamentos do APHT, extração de vítimas, cuidados em campo tático incluindo manejo de vias aéreas, controle de hemorragias, avaliação de lesões e farmacologia seguindo protocolos padronizados, além de procedimentos de embarque e desembarque em aeronaves de asas rotativas. O exercício simulado, que recriou as condições de um ambiente hostil, com ênfase no controle de hemorragias, evacuação de feridos e tomada de decisão rápida sob pressão, intensificou o encerramento do curso.

Para o Coordenador do Curso, Capitão Médico Bruno Felipe Raposo de Paula, a capacitação representa mais do que um treinamento técnico, sendo um investimento direto na preservação da vida em ambiente de risco. “Ao unir técnicas médicas com táticas militares, preparamos os alunos para a melhor decisão no ambiente de combate”, afirmou.

Representando o Exército de Angola, o Tenente Médico Firmino Edgar Fernando Cavaleca destacou a relevância da experiência adquirida no Brasil. “Participar do Curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático mudou completamente minha visão e minha forma de abordar pacientes em campo tático de combate. Trata-se de um curso de grande importância, cuja missão é proteger não apenas o combatente ou o ferido no campo de batalha, mas também o profissional de saúde. É um treinamento completo, e agradeço a todos os professores pela atenção e à turma pelo acolhimento. Levarei esse conhecimento e repassarei a outros profissionais”, declarou.

O Aspirante Médico Rodrigo Torres Costa Lino, do IMAE, ressaltou o impacto da vivência prática no seu aperfeiçoamento profissional. “Por meio desse curso, vivenciei simulações realistas de atendimento a vítimas em ambiente hostil, com foco na segurança da equipe, controle de hemorragias, manejo de vias aéreas e evacuação de feridos sob risco. A imersão no contexto operacional do BOPE fez toda a diferença e evidenciou a importância da integração entre equipes de saúde e forças táticas, além de aprimorar a tomada de decisão rápida sob pressão”, afirmou.

O APHT–N1 cumpre papel fundamental na prontidão da tropa de saúde da FAB, fortalecendo a disciplina técnica, a cultura de segurança e o raciocínio tático de seus profissionais. Ao integrar teoria e prática em um treinamento de alto nível técnico-operacional, a capacitação contribui para o fortalecimento da Defesa Nacional e reafirma o compromisso da Força Aérea Brasileira com a excelência na formação de seus militares para atuar nos desafios contemporâneos.

Fotos: IMAE