PRODUTIVIDADE

COMARA retoma a produção e transformação de rocha em brita na região de Moura (AM)

Domínio no ciclo de produção de pedra brita é vital para as obras geridas pela unidade na região amazônica
Publicada em: 23/07/2024 12:13
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Fonte: COMARA, por Tenente Correa
Edição: Agência Força Aérea, Tenente Gabrielle Varela

A Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) vem desenvolvendo a capacidade de transformação da rocha para uso da indústria e produção de pedra britada na Amazônia, tendo em vista a importância estratégica deste insumo para a recuperação e construção de aeródromos na região.

O trabalho realizado na reativação de capacidades não se resume apenas na recuperação ou aquisição de equipamentos, mas também envolve uma série de esforços e linhas de ação, que podem ser resumidos na sigla DOPEMAI (Doutrina, Operações, Pessoal, Material e Infraestrutura).

"A pedra brita é um insumo raro, sobretudo na região do baixo Amazonas. Possuir o domínio no ciclo de produção deste insumo é vital para as obras geridas no seio da COMARA”, apontou o Vice-Presidente da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica, Coronel Aviador Thiago Cortat de Melo.

A vila de Moura, distrito de Barcelos (AM), está localizada no Rio Negro, a 20 km da foz do Rio Branco. Neste local, a COMARA dispõe de facilidades de produção de insumos e execução de testes de soluções de engenharia para pavimentos de alta resistência.

No entanto, há alguns anos, a atividade de britagem de rocha foi descontinuada e os meios de produção sofreram com as intempéries, levando a uma interrupção total nas atividades industriais do Destacamento de Moura.

Em um esforço de múltiplas frentes, a COMARA retomou a formação do pessoal nas atividades de desmonte de rocha, com a formação em explosivistas, a drenagem da jazida principal e reformou um dos britadores existentes no Destacamento de Moura, o britador de mandíbulas Telsmith (20x36″cônico 36S), do tipo de eixo excêntrico, que não funcionava há cinco anos. Para operá-lo de forma segura, a COMARA capacitou suas equipes com um treinamento adequado e bem específico.

No que se refere aos recursos humanos, a equipe envolvida possui diversas posições de trabalho: um eletricista; um auxiliar de britagem no vibrador; três auxiliares de britagem no pátio do britador com conhecimento de mecânica; um operador do britador; um operador de escavadeira; um operador de pá carregadeira e um motorista de caminhão basculante, ou seja, nove pessoas, para um suporte de produção média em torno de 90 m³ por dia, 18 m³/h por hora, trabalhando 5h/dia, totalizando 2800 m³ de insumos britados.

Assim, uma equipe multidisciplinar de militares e civis da COMARA foi destacada para avaliar as condições e a possibilidade de recuperação do equipamento, este que integra a central de britagem modelo IBP 752, fabricada pela empresa Barbergeene, adquirida em 1988.

Após o levantamento de informações no local, identificou-se a necessidade da reconstrução da infraestrutura da rede elétrica para o funcionamento adequado do maquinário, bem como a necessidade de desenvolvimento doutrinário e definição de procedimentos de segurança para a operação segura das máquinas envolvidas na operação.

Com a rede elétrica refeita, foram substituídas as correias transportadoras danificadas, além de terem sido realizadas a soldagem, fabricação e lubrificação dos componentes.

Para o Suboficial Especialista em Eletricidade João Bosco Salgado Filho, que liderou a equipe desde a infraestrutura da rede elétrica até o funcionamento do britador, o desafio foi superado graças à sinergia e o foco da equipe. "Em uma localidade como a de Moura, muito remota para trabalhar, com poucos recursos, toda engenhosidade do "comariano" ajuda a superar os obstáculos,” afirmou.

De acordo com o Vice-Presidente da COMARA, Coronel Aviador Cortat, este esforço está alinhado com a visão da Força Aérea Brasileira, que busca a internalização de capacidades. "Não se trata apenas da recuperação do equipamento, é, na verdade, um conjunto de ações sinérgicas e complementares”, afirmou.

“Os primeiros 2000m³ de brita graduada simples (BGS), já produzidos com a retomada das atividades, serão utilizados nas obras de adequação da infraestrutura da Base Aérea de Belém para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP 30, o que reflete o caráter estratégico e oportuno da retomada desta capacidade”, reforçou o Coronel Aviador Cortat.

COMARA

A Comissão tem a missão de projetar, equipar e construir aeroportos na Amazônia, além de realizar obras civis para órgãos da administração federal, estadual e municipal, de acordo com os interesses do Comando da Aeronáutica.

Assim, a COMARA, que nasceu genuinamente Amazônica, em razão de sua capacidade e experiência em construções de aeródromos, passou a ser empregada em outras partes do País e até mesmo no exterior. Como exemplo, citamos os trabalhos executados nas pistas da Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP), no aeródromo da cidade de Barbacena (MG) e na pista da Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP), além do aeródromo de Letícia, na Colômbia.

Há que se destacar que o trabalho do Comariano, fundamental para a Soberania Nacional, tem, ainda, importância ímpar para a integração da Amazônia, facilitando a fixação do homem na região e proporcionando-lhe o acesso aos grandes centros do País, com rapidez e segurança.

Fotos: COMARA