TRANSPORTE

Com ajuda do CAN, sargento da FAB encontra o pai após 37 anos

Aeronaves da FAB ajudam a integrar o território nacional
Publicada em: 10/06/2017 07:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Aspirante Aline Fuzisaki

No ano em que comemora 86 anos, o Correio Aéreo Nacional (CAN) continua atuando como forte instrumento de integração entre a população brasileira. E foi em uma dessas missões, no Norte do País, que o Esquadrão Guará (6º ETA), em coordenação com o Posto do CAN de Brasília, proporcionou o encontro da Sargento Graciene Constâncio de Lima com o pai, após 37 anos de espera.

“Foi por meio de uma reportagem sobre o Rio Amazonas que a sargento, do Grupamento de Apoio do Distrito Federal (GAP-DF), descobriu o paradeiro do pai. Genivaldo Constâncio Lima, de 73 anos, estava vivendo em uma comunidade ribeirinha localizada a mais de mil quilômetros de Manaus (AM), percurso que só é possível ser realizado por rio, em uma viagem de balsa que dura quatro dias.

Ao localizá-lo, a Sargento logo pensou em como a FAB poderia ajudá-la a encontrar o pai que ela nunca havia conhecido. “Quando descobri onde meu pai estava, conversei com o 6º ETA e o Grupo de Transporte Especial (GTE), os dois ficaram monitorando os voos, alguma oportunidade, via CAN, para trazer meu pai de volta pra casa”, conta a militar.

O Tenente Breno Rodrigues de Souza era um dos pilotos do voo que levou Genivaldo de Manaus para Brasília. “Inicialmente, nossa missão era levar material para uma equipe na região amazônica. Um pouco antes do embarque, ficamos sabendo que no retorno para Brasília traríamos o pai da Graciene. Imediatamente, a tripulação quis concretizar esse transporte do pai dela. Ficamos ansiosos para presenciar o encontro e foi emocionante, uma sensação muito boa, porque, após uma missão corriqueira de transporte de material, nós conseguimos carregar uma história”, relembra o militar.

O voo que proporcionou o encontro da Sargento Graciene com o pai aconteceu em janeiro deste ano e vai ficar registrado para sempre na memória. “Eu o conheci quando ele saiu do avião. Foi o primeiro abraço que dei no meu pai durante minha vida. E sem o empenho do
6º ETA, nada teria acontecido, eles foram os responsáveis por toda a mobilização”, reconhece.

86 anos integrando o Brasil

O ano era 1931. No dia 12 de junho, os Tenentes Casemiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavénère-Wanderley, da Aviação Militar, decolaram do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, a bordo de um avião Curtiss “Fledgling”, em direção a São Paulo. A missão era entregar um malote com duas correspondências à sede dos Correios e Telégrafos.

Idealizado pelo General José Fernandes Leite de Castro, Ministro da Guerra, e sob o comando do então Major Eduardo Gomes, o Correio Aéreo Militar expandiu-se pelo interior do País e foi um marco na aviação e na integração nacional. A ideia era criar rotas com destino a lugares isolados do Brasil. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, houve a fusão dos Correios Aéreos Militar e Naval, resultando no Correio Aéreo Nacional.

Nos anos 50, para atender as linhas da Amazônia, foram incorporados à frota os aviões-anfíbios CA-10 Catalina. “Era a minha aeronave preferida por suas características de operação aquática”, recorda o Coronel Aviador da Reserva Carlos José Pöllhuber que possui 11.500 horas de voo pela FAB. Além do Catalina, o militar também pilotou as aeronaves C-47 Douglas, C-115 Búfalo e C-95 Bandeirante em suas missões no CAN.

Saiba mais sobre o Correio Aéreo Nacional na página especial.

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Leia esta reportagem na edição de junho do Notaer: