LAAD 2017

FAB desenvolve sensores aeroespaciais que podem ser usados em carros autônomos

Equipamento de alta precisão permite detectar posição e velocidade de um veículo
Publicada em: 06/04/2017 11:24
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Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Jussara Peccini

Se você não é da área de tecnologia, provavelmente nunca ouviu falar em sensores inerciais. Mas se em algum momento leu algo sobre carros autônomos, que dispensam motoristas e conduzem os passageiros pelas melhores rotas, já estabeleceu uma relação entre ambos. A "autonomia" do carro é dada pela tecnologia de posicionamento e velocidade. Hoje, a mais conhecida é a de GPS (Global Positioning System). Os sensores inerciais têm a mesma função.

“São sensores que permitem navegar, ir de um local para outro, sem o uso de informações externas, como GPS ou informação visual. Por si só, eles `sentem´ o movimento do corpo que está se transladando e informam a um computador de bordo qual a posição atual”, explica o Major Hugo Lira, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), em São José dos Campos (SP).

A tecnologia desenvolvida pelo instituto da Força Aérea Brasileira (FAB) é considerada crítica e estratégica para o país.

Entenda o funcionamento - A navegação autônoma por meio de sensores inerciais pode ser utilizada em qualquer ambiente (espacial, terrestre ou aquático). Sua função é garantir o controle do comportamento de veículos, quando sinais externos, como GPS, recurso de navegação por imagem, entre outras formas de navegação, são precários, deliberadamente suprimidos ou alterados.Pesquisador do IEAV destaca multiuso da tecnologia

As informações de navegação autônoma advêm de dois tipos de sensores: giroscópios e acelerômetros. O giroscópio é um sensor capaz de perceber e medir a velocidade de rotação. O acelerômetro é um sensor capaz de perceber e medir aceleração linear do corpo ao qual está fixado. A combinação de ambos resulta na precisão do posicionamento do veículo.

A tecnologia pode ser empregada em diversos setores econômicos, tanto no âmbito civil quanto militar. No setor energético, por exemplo, pode ser usado para medir a intensidade de corrente elétrica. Há ainda aplicações cibernéticas diversas, como guiagem autônoma de veículos, automação de processos industriais (robôs), detecção de ondas sísmicas, identificação de posição de falhas em inspeções de dutos de petróleo, entre outras aplicações.

Atualmente, o projeto no IEAV está em fase de aprimoramento do desempenho e da estabilidade de giroscópios e acelerômetros à fibra óptica, para que possa se tornar um produto operacional.