OPERACIONAL

O lado operacional e as particularidades dos médicos que trabalham na FAB

Carranca V incentiva padronização do atendimento pré-hospitalar
Publicada em: 16/03/2016 18:00
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Fonte: Exercício Carranca V, por Ten. Glória Galembeck

  Um dos aspectos treinados e avaliados no Exercício Carranca V é a capacidade de atendimento pré-hospitalar das equipes de busca e salvamento. Compete aos homens SAR (search and rescue) realizar os primeiros procedimentos nas vítimas das missões simuladas. Num caso de acidente aeronáutico real, os ferimentos são graves, como traumas, fraturas, queimaduras e lesões em vísceras.

Por isso, durante a operação, todas as possibilidades de ferimentos são pensadas pela equipe de médicos e profissionais de saúde e reproduzidas nas vítimas, num total de 12 diferentes quadros clínicos. Antes de começar a missão simulada, as vítimas são colocadas no local do acidente, que tem um enredo fictício. Dependendo da gravidade, até quatro tipos de procedimentos são necessários em uma mesma vítima.

  Como alguns atendimentos exigem muita manipulação técnica, bonecos também são utilizados para simular a vítima. Todo o trabalho dos socorristas é acompanhado pelos oficiais médicos que, além de avaliar se as decisões do socorrista estão de acordo com a necessidade, exercem a função de "alma e sombra" dos bonecos. "A vantagem dos bonecos é que os socorristas podem realizar procedimentos que não podem ser feitos em pessoas, como manobras básicas de vias aéreas, introdução de dispositivos na boca e região nasal, movimentação de tórax para retirada de objetos encravados.

Tem ainda a questão da exposição dos bonecos ao tempo, no sol. São várias as vantagens dos bonecos de simulação realística em relação aos atores", observou o Capitão Mauro Pascale, médico intensivista e cirurgião geral, integrante da Célula de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) do Exercício  Carranca V. A célula APH possui oito bonecos - seis para salvamento em terra e dois na água.

  As simulações são uma oportunidade de transferência de conhecimento entre os oficiais médicos e os socorristas, que são capacitados por meio dos órgãos de ensino e doutrina ligados à Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA). Na avaliação do coordenador da célula APH, Major Médico Rodolpho José Seraphico de Souza Siqueira, o Exercício Carranca possibilita a padronização do trabalho dos homens SAR, chamados de resgateiros. "Por meio da avaliação padronizada e do debriefing feito depois de cada missão, nós apontamos os erros e acertos e estimulamos a melhoria do atendimento. O atendimento inadequado pode agravar um quadro clínico ou gerar sequelas, e nosso lema é para que outros possam viver com qualidade de vida", explicou.

Além de dominar os procedimentos de atendimento pré-hospitalar, é fundamental para o trabalho dos homens SAR conseguir coordenar todas as variáveis envolvidas na operação como, por exemplo, o deslocamento de ar produzido pelo rotor do helicóptero. Por isso, o contato e a coordenação com a tripulação da aeronaves acontece todo o tempo.

As buscas e salvamentos simulados do Exercício Carranca V são planejados para se assemelhar a acidentes com a aviação civil. O principal objetivo deste ano é o treinamento das equipes que atuarão durante os jogos olímpicos RIO2016, em agosto.

Veja no vídeo abaixo como é esse treinamento: