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Além da sala de aula

Próximo passo do projeto multidisciplinar é desenvolver programação do sistema autônomo de navegação
Publicada em: 15/10/2015 07:00
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Fonte: Agência Força Aérea

  De hobby a ciência. Assim nasceu o projeto do professor de tecnologias e sistemas de informação da Academia da Força Aérea (AFA), doutor Guilherme Augusto Gualazzi, que desenvolve um veículo aéreo não tripulado (VANT) para utilização em sala de aula.

Gualazzi pesquisou durante um ano antes de começar a construção do VANT modelo Asa de Combate Zagui, com envergadura de 1,20 metro. O desenvolvimento durou quatro meses e foi finalizado com o primeiro voo experimental em 3 de agosto deste ano. O próximo passo será a programação do sistema autônomo de navegação. “Pretendo ainda embarcar alguns sensores, como altímetro, velocímetro e câmara”, planeja o professor.

Ele conta que primeiro está aprendendo a desenvolver o VANT para depois ensinar aos alunos. “É um projeto multidisciplinar, envolve conhecimentos de aerodinâmica, eletrônica e programação de computadores. A proposta é que os cadetes assimilem conhecimento, por meio da prática, para quando chegarem ao oficialato poderem trabalhar em unidades como o Esquadrão Hórus.” A unidade aérea, localizada em Santa Maria (RS), opera os VANTS RQ-450 e RQ-900.

Segundo ele, a aplicação do VANT no ambiente acadêmico da AFA pode ser diversificada. “A partir dessa plataforma, os cadetes poderão seguir várias linhas, por exemplo, para rastreamento de grupos em atividades de campanha, sensoriamento remoto, entre outras”.

Participação de cadetes -  O professor não está sozinho nessa empreitada. Participam do projeto os cadetes do terceiro ano Lucas Silva Lima, que elabora um algoritmo para estabilizar o eixo longitudinal da aeronave, e José Henrique Sitta Krawulski, que tem auxiliado no desenvolvimento do aeromodelo.

O cadete Krawulski começou no aeromodelismo em 2006 e, desde então, passou a pesquisar sobre a prática de aeromodelismo e a relação direta com voos radiocontrolados. “A minha contribuição não é só pilotar o VANT, mas utilizar da experiência e dos conhecimentos aeronáuticos para aumentar a estabilidade e o desempenho da Zagui antes de embarcar a eletrônica específica para o voo autônomo”, explica.

Já o cadete Lima propõe a criação de um semi-piloto automático de um dos eixos de voo de uma aeronave em sua monografia de final de curso. “O estudo deixará substrato para trabalhos para construção de um VANT pelos próprios cadetes da AFA. Além de nos aproximar de detalhes técnicos pertinentes à atividade-fim que exerceremos ao longo da carreira, é um incentivo a possíveis especializações na área”, destaca.

Orgulho de ensinar -  Filho de um ex-professor da AFA, Gualazzi segue os passos do pai. “Ministro aulas com grande satisfação e orgulho em formar os futuros líderes da FAB. Amo o que faço e procuro fazê-lo bem, por meio de minhas aulas, orientações e pesquisa”, diz entusiasmado.

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