RIO 2016

Satélite de alta precisão reforça monitoramento da FAB durante Jogos Olímpicos

Imagens captadas diariamente alimentarão órgãos de inteligência nos próximos quatro meses
Publicada em: 21/06/2016 12:00
Imprimir
Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Jussara Peccini

    Imagine conseguir identificar com precisão o número de pessoas dentro de um campo de futebol por meio de uma imagem de satélite. Essa é a capacidade do equipamento israelense de observação chamado EROS-B (Earth Remote Observation System-B). A nova ferramenta (antena e sala de recepção de imagens) instalada no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), em Brasília (DF), nesta semana, estará à disposição dos órgãos de inteligência brasileiros nos próximos quatro meses e será utilizada para monitorar áreas de interesse durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

O satélite, de órbita baixa, fica a cerca de 520km distante da Terra, e tem resolução de 70 centímetros, medida usada para indicar a precisão do equipamento na identificação de alvos.

“Será uma ferramenta adicional extremamente poderosa para nos dar informação e prover segurança para os Jogos Olímpicos”, afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na segunda-feira (20/06) após conhecer as capacidades do equipamento. “É uma tecnologia de ponta que vai nos permitir, em questão de minutos, deslocar de uma área para outra e tem uma faixa de cobertura que permite acompanhar qualquer movimento dentro daquilo que acontecer dentro dos jogos olímpicos”, complementou.

  Até o final de setembro, o equipamento realizará 145 "voos" sobre o Brasil. A antena de apenas 1,5 metro permite receber imagens em tempo real produzidas quando o equipamento sobrevoa o País de Manaus ao Chuí. A câmera tem a capacidade de captar imagens dentro de uma faixa com largura de 7km e é capaz de produzir cerca de três vezes mais imagens, comparado a outros satélites. Isso se deve ao fato de o equipamento ser “extremamente manobrável”, como classifica o Comandante do Núcleo do Centro de Operações Principal (NuCOPE-P), Coronel Hélcio Vieira Junior.

“Por ser um satélite leve, é possível manobrar, apontar para o alvo e manobrar rapidamente para outro alvo. Como o satélite tem uma velocidade de 7,5km por segundo, quanto mais rápido for manobrado, mais tempo terá para registrar imagens de interesse”, explica o militar que coordenada o processo de implantação.

Uma equipe de técnicos israelenses acompanha a primeira semana da demonstração. Cerca de dez profissionais brasileiros, entre operadores e analistas de imagem, foram treinados em Israel.

  DivulgaçãoCamada extra - O satélite atua como uma camada extra no sistema de monitoramento e vigilância do Brasil. Por meio das imagens, os órgãos de inteligência conseguirão direcionar outras ferramentas com mais objetividade e economia, como aeronaves de alerta em voo, veículos aéreos não tripulados, helicópteros ou câmeras. “Com as imagens de satélite é possível direcionar as demais capacidades de monitoramento com mais agilidade e precisão”, prevê o Coronel Hélcio.

O EROS-B é um satélite de alta precisão em órbita desde 2006. O Comando da Aeronáutica fez um acordo de cooperação com a empresa Imagesat, que opera o satélite, para uso do produto pelo período de quatro meses sem custos para o governo brasileiro. A instituição busca apoio em outros órgãos governamentais que possam ter nas imagens uma ferramenta imprescindível. Um único contrato de locação poderá beneficiar diversos órgãos governamentais e permitir que a tecnologia tenha uso dual, ou seja, além de atender a demandas de defesa, como identificação de pistas de pouso ou rotas clandestinas, pode ser usado para fornecer informações a outras áreas, como agricultura e pesca de precisão, ordenamento territorial, uso e ocupação do solo, dentre outros. “A ideia é que todos os órgãos que tenham interesse possam conhecer esta ferramenta que temos disponível”, afirma o Coronel Hélcio.

Neste acordo de cooperação, os militares brasileiros determinam quais áreas serão imageadas, planejam no software do satélite quais são possíveis de serem coletadas em cada “passe” do EROS-B (sempre procurando maximizar o número de coletas). Após o satélite imagear as áreas programadas, as imagens são descarregadas diretamente em território nacional. Com isto, todo o ciclo de planejamento, execução e posterior análise das imagens é encurtado de dias para horas. "Fazer o processo do recebimento do pedido até a produção do conhecimento ficar mais rápido é o grande gol deste empreendimento", afirma o Comandante do NuCOPE-P.

Veja na reportagem: