AVIAÇÃO DE TRANSPORTE
C-105 Amazonas apoiam comunidades na Amazônia e no Pantanal
Qual a semelhança de localidades isoladas como Surucucu, na fronteira do Brasil com a Venezuela, Palmeiras do Javari, na fronteira com o Peru, e Cáceres, junto à Venezuela? A resposta é o apoio aéreo dado pelas aeronaves C-105 Amazonas (Veja imagens da aeronave) da Força Aérea Brasileira (FAB). Esses aviões, capazes de levar até nove toneladas de carga a cada voo, fazem parte da Aviação de Transporte da FAB, celebrada nesta semana.
Adquiridos há dez anos, em 2005, os primeiros das doze unidades adquiridas pela FAB foram entregues a partir de 2006. Hoje, a frota é operada pelos Esquadrões Arara (1°/9° GAV) e Onça (1°/15° GAV), sediados em Manaus (AM) e Campo Grande (MS), respectivamente. Duas unidades adaptadas para a missão de Busca e Salvamento foram alocadas no Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV), também sediado em Campo Grande (MS).
Não é só a camuflagem que faz a aeronave propícia para a Amazônia e o Pantanal. Com dois motores de 1.972 cavalos de potência, o C-105 pode decolar com seu peso máximo, 23.200 kg, em 670 metros, segundo o fabricante. Para se ter uma ideia, uma das pistas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, tem 4 mil metros de comprimento.
Essas aeronaves, as mais modernas da frota da Aviação de Transporte da FAB, são utilizadas em missões como o apoio aos pelotões do Exército Brasileiro na região de fronteira. Também é possível ver a frota em ação durante campanhas de vacinação, transporte de ajuda humanitária e até como UTI aérea.
Em janeiro de 2013, após o trágico incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), um C-105 do Esquadrão Onça foi transformado na maior UTI aérea já utilizada no Brasil. O avião recebeu sete leitos, cilindros de oxigênio, desfibriladores, monitores de sinais vitais, materiais de biossegurança e um aparelho portátil de ecografia. A cada voo, uma equipe médica de 21 profissionais acompanhava os pacientes. Ao todo, a FAB transportou 52 vítimas. Todas conseguiram resistir ao transporte aéreo até Porto Alegre.
Preparado para o combate
Os aviões também são preparados para missões em território hostil. Eles vieram equipados com lançadores de chaff e flare, iscas utilizadas para despistar mísseis guiados por radar ou por calor, respectivamente. Em exercícios como a Transportex, as tripulações treinam o uso desses equipamentos e realizam manobras como curvas fechadas para fugir de inimigos.
Em situações de conflito, os C-105 podem ser utilizados, por exemplo, para o lançamento de até 40 paraquedistas. A capacidade de pousar e decolar em pistas pequenas também permite a infiltração e exfiltração de tropas em pousos táticos. Até 70 militares podem ser levados a bordo.
Tecnologia
Fabricados pela empresa europeia Airbus, esses aviões são recentes no mundo da aviação internacional: a primeira unidade entrou em serviço em 2001. Hoje, está em serviço em forças armadas de doze países, entre Espanha, Suíça, Portugal e Chile.
O Comando da Aeronáutica adquiriu mais três aeronaves, que serão utilizadas em missões de Busca e Salvamento. Além disso, na Base Aérea de Manaus (BAMN), está instalado um simulador de voo, utilizado para o treinamento de pilotos.
Assista aos vídeos do simulador do C-105 Amazonas e da operação da aeronave no Esquadrão Arara (1°/9° GAV):