APERFEIÇOAMENTO

Exercício Conjunto Salto Livre Operacional é realizado na BACG

O treinamento ocorreu pela primeira vez em instalações da Força Aérea Brasileira
Publicada em: 10/11/2021 14:00
Imprimir
Fonte: Ministério da Defesa
Edição: Agência Força Aérea - Revisão: Major Bazilius

A Base Aérea de Campo Grande (BACG) sediou, entre os dias 17 e 29 de outubro, o Exercício Conjunto de Salto Livre Operacional (EXCON SLOP). O treinamento ocorreu pela primeira vez em instalações da Força Aérea Brasileira e teve como finalidade adestrar e integrar as equipagens do 1°/1° GT (C-130), 1° GTT (KC-390), Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, além da Marinha do Brasil (Grumec e Btl Tonelero) e do Exército Brasileiro (1° BFE, BAC e Cia Prec), a fim de aperfeiçoar técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de cada unidade.

No treinamento, os militares realizaram infiltração por meio de uma técnica denominada SLOP, caracterizada por estarem com mochilas de grande capacidade com mais de trinta quilos, fuzil e todo equipamento para a missão. Trata-se de um tipo de deslocamento utilizado em operações militares, com movimentação de forma furtiva, ou seja, utilizando o máximo de cuidado para não ser detectado pelas tropas inimigas. 

Com o Exercício dividido em duas etapas, os primeiros dias destinaram-se à padronização teórica das TTP das três Forças Armadas. No período posterior, os militares realizaram os saltos diurnos e noturnos em médias e grandes altitudes. 

Supervisionado pelo Ministério da Defesa (MD), com a coordenação do Comando de Preparo (COMPREP), a atividade conjunta contribuiu para maior integração dos efetivos das Forças de Operações Especiais (FOE) e dos Precursores das Forças Singulares. O Adjunto da Seção de Operações Conjuntas do MD, Coronel José Jacaúna de Souza Neto, explicou que a atividade está incluída em um plano de trabalho anual do MD. “No ano anterior, são definidas as datas dos adestramentos conjuntos para que as Forças tenham condições de se prepararem para as atividades”, destacou.

 

Instrução

Inicialmente, os militares prepararam suas mochilas no hangar da Base Aérea de Campo Grande. Dentre os diversos equipamentos que carregam, estão: paraquedas, rádio comunicador, bússola, GPS para navegação e armamento individual. Após decolarem da Base Aérea de Campo Grande, os operadores especiais saltaram da aeronave multimissão KC-390 Millennium, maior avião militar fabricado na América Latina, e do C-130 Hércules, ambos pertencentes à FAB. Os saltos livres ocorrem de forma progressiva, inicialmente até 12 mil pés e, posteriormente, até 23.000 pés de altitude, caracterizado como de grande altitude. 

“Voos de grande altitude exigem certo cuidado da tripulação e dos militares que vão embarcar na aeronave, no que tange ao preparo em relação à oxigenação para a tripulação e para os paraquedistas”, ressaltou o piloto do KC-390, Capitão João Victor Gomes Montefusco. 

Há 12 anos no segmento de Operações Especiais, o Tenente-Coronel da Aeronáutica C.P.A.S. esclarece que existe um treinamento prévio para habilitação em voos de grande altitude. “Há um treinamento especifico para este salto, no qual você precisa de suprimento de ar, com uso de Câmara Hipobárica. Nesse teste, o operador é levado ao limite de ausência de oxigenação para voos em grandes altitudes”, explicou.

Medidas de segurança são adotadas antes do Exercício, como a inspeção detalhada dos itens usados no paraquedismo. O tempo de queda no salto livre é de, aproximadamente, dois minutos, quando o paraquedas é acionado próximo ao solo. Por outro lado, se aberto ao saltar do avião, o tempo para atingir o solo pode chegar até 20 minutos.   

O Suboficial da Marinha N.C.A.R enfatiza que o método de infiltração praticado no treinamento é uma estratégia para se chegar de um ponto a outro com rapidez. “Com as técnicas treinadas aqui, é possível sair para um ponto distante, como a Amazônia, por exemplo, que é de difícil acesso, e conseguir se infiltrar”, exemplificou o militar.

Comandante do Destacamento de Forças Especiais do Exército, o Capitão T.R.S.G ressalta o intercâmbio proporcionado no período do treinamento. “É uma oportunidade de dividir experiências, trocar ideias de salto com as demais tropas. Aqui, visualizamos as melhores formas de uso dos equipamentos, o que permite nos aprimorarmos”, pontuou. 

O coordenador do EXCON SLOP, Tenente-Coronel da Aeronáutica A.M.F., ressaltou que o Exercício foi de suma importância, permitindo o aperfeiçoamento do preparo operacional das UAe e paraquedistas, em diferentes situações táticas para infiltrar pessoal ou material, visando realizar um reconhecimento especial, uma ação direta ou obtenção de dados de inteligência em áreas de acesso restrito ou sob controle do inimigo.

Fotos: Arquivo COMPREP  e Soldado Sebalho e Soldado Maranni / BACG