PROMOÇÃO

Primeiras Oficiais Intendentes da FAB são promovidas ao posto de Coronel

Ingresso da primeira turma com mulheres na Academia da Força Aérea foi em 1996
Publicada em: 01/09/2021 19:15
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Emília Maria
Edição: Agência Força Aérea

O ano era 1996. Um grupo de mulheres ingressava pela primeira vez como Cadetes Intendentes na Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP). Nessa terça-feira (31), após 25 anos de serviço, aquelas então Cadetes, cheias de expectativas em relação ao futuro, foram promovidas ao posto de Coronel Intendente da Força Aérea Brasileira (FAB).

Embora elas não tenham sido as primeiras mulheres militares na FAB – a instituição passou a ter quadros femininos em áreas de saúde e educação, entre outros, em 1982 – representaram um marco na história da Academia da Força Aérea e foram pioneiras para os próximos passos, que incluíram também o ingresso das Aviadoras em 2003.

A Coronel Alessandra Maruyama Sinzato, hoje parte do efetivo da Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA), é uma dessas pioneiras que não apenas inspirou as gerações seguintes, mas trabalhou diretamente na formação da primeira turma de Cadetes Aviadoras e, posteriormente, em 2017, na primeira turma de Alunas da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena (MG).

“Além dos desafios peculiares à vida militar, também tivemos os impactos do pioneirismo, mas nos esforçávamos ao máximo para que nossa condição de mulher não fosse sobreposta à de militar. Queríamos mostrar que também éramos capazes, sem distinções. Queríamos somar!”, relembrou a Coronel, que estava no segundo ano de faculdade e era recém-concursada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), quando abdicou de tudo para realizar o sonho de ser militar.

A Coronel Sinzato acredita que a busca da equidade é relativa à forma de tratamento, de respeito e de oportunidades. “Na EPCAR, eu tinha o compromisso de compartilhar minhas experiências e de buscar uma equidade de tratamento, ou seja, homens e mulheres, sendo classificados como diferentes em termos de sexo e gênero, deviam ser tratados da mesma forma, visto que se buscava respeitar as diferenças sem que ocorresse prejuízo na formação”, explicou.

“Hoje, todas as pioneiras levam consigo o sentimento de dever cumprido e nos orgulhamos de tudo que construímos, com a certeza de que todas que nos sucederam deram prosseguimento, com brilhantismo, ao que foi iniciado em 1996”, finalizou.

Preparativos

Em 1995, no ano anterior ao ingresso da Turma Venator, o então Tenente Aviador e hoje Coronel da Reserva Cláudio Evangelista Cardoso era instrutor de voo na AFA, quando recebeu o convite para compor a equipe que receberia e ajudaria a formar a primeira turma de Intendentes que também integraria mulheres. “Eu aceitei prontamente porque estar na Academia, ir para o Corpo de Cadetes e ainda participar dessa formação seria – e foi – um momento indescritível”, recordou ele.

“Recebemos as Cadetes em 1996 com a certeza de que tudo tinha que dar certo, afinal era a turma pioneira. O que facilitou foi o perfil daquelas mulheres que ingressaram. Hoje, vê-las no posto de Coronel é motivo de muito orgulho, assim como ver que pude contribuir na formação delas e dos colegas, e acompanhá-los em posições diferenciadas dentro da nossa Força”, completou.

Referência

Para as integrantes das turmas subsequentes, a convivência e o exemplo das primeiras Intendentes serve como inspiração. Ao parabenizar as promovidas nessa terça-feira (31), a Tenente-Coronel Intendente Carolina Marques de Oliveira, que foi de uma turma após as pioneiras e hoje trabalha no Comando de Preparo, falou sobre a importância de tê-las como referência.

“Às pioneiras, meu orgulho e admiração, pois as portas que vocês abriram extrapolam aquelas abertas em 1996. Após formadas, a postura, a inteligência, a lisura e o comprometimento das senhoras mostraram que as mulheres lideram, comandam e compõem a tropa tal e qual nossos colegas. Hoje temos a alegria de ver coisas jamais imaginadas há 25 anos: mulheres fazendo curso de paraquedista, integrando missões da ONU, comandando Esquadrão na AFA e dando instrução de voo aos Cadetes, por exemplo. Se isso acontece hoje, vocês são parte disso”, ressaltou a militar.

Fotos: Arquivo AFA e SO Johnson Barros/CECOMSAER

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