ESPAÇO
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas completa 3 anos no espaço
Há três anos, o Brasil lançava seu primeiro satélite – o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). A partir do dia 4 de maio de 2017, o país passou a contar com um programa capaz de fornecer conexão de Internet banda larga de alta velocidade em 100% do território nacional, beneficiando a comunicação no setor de Defesa e para a sociedade de modo geral.
Desenvolvido pela empresa francesa Thales Alenia Space, que assinou um contrato com a Visiona (uma joint venture formada pela Embraer e pela estatal Telebras), o SGDC tem uso dual, ou seja, civil e militar. De um lado, utilizando a banda Ka, que possibilita acesso à conexão de banda larga em todos os locais do país. De outro, a partir da banda X, é possível tramitar informações afetas às áreas de defesa e governamental.
Segundo a Estratégia Nacional de Defesa, a Força Aérea Brasileira é a responsável pelo desenvolvimento da área espacial no país. É da FAB, em parceria com a Telebras, a incumbência pela operação e pelo monitoramento do satélite. No Centro de Operações Espaciais (COPE), Organização subordinada ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), localizado em Brasília (DF), foi instalada uma das antenas utilizadas nas atividades; ela tem 18 metros de altura, 13 metros de diâmetro e pesa 42 toneladas.
O Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, explica que o COPE é composto por militares especializados das Forças Armadas, que atuam no Planejamento, Comando e Controle do SGDC, manobrando semanalmente o satélite a fim de manter o controle da órbita e do seu apontamento, bem como monitorando e controlando o desempenho de seus canais de comunicações 24h por dia, sete dias por semana. “As atividades são realizadas por militares da Marinha, do Exército e da FAB, em conjunto com engenheiros da Telebras, parceira no projeto do SGDC”, completa o Oficial-General.
Após três anos, o SGDC continua provendo comunicações seguras em todo o território nacional, alcançando, por exemplo, navios da Marinha nos Oceanos Atlântico e Pacífico, tropas do Exército nos Pelotões de Fronteiras e nos mais inóspitos locais do Brasil. Essa capacidade permite o enlace de comunicação por voz ou dados (internet ou intranet) de alto desempenho, possibilitando o Comando e Controle de unidades isoladas ou deslocadas. “O SGDC garante a soberania e disponibilidade nas comunicações militares. Ele foi empregado com sucesso nas mais relevantes Operações dos últimos três anos, as quais podemos destacar a Operação Verde Brasil, a Operação Amazônia Azul, as missões de Busca na região de Brumadinho, dentre outros eventos de extrema relevância”, destaca o Tenente-Brigadeiro Domingues.
O Comandante de Operações Aeroespaciais destaca que o SGDC possibilita, ainda, que a administração pública federal amplie consideravelmente a capacidade de conexão de Internet em banda larga para universidades, centros de pesquisa, escolas, hospitais, postos de atendimento, telecentros comunitários e outros pontos de interesse público.
Nova estrutura
Existem dois Centros de Operações Espaciais redundantes, sendo o principal localizado em Brasília e outro no Rio de Janeiro (COPE-S), que funciona como centro secundário desde dezembro de 2019. Coincidindo com o aniversário de três anos do lançamento do SGDC, o COPE localizado na Capital Federal passou a operar, desde a última segunda-feira (04), a partir das novas instalações construídas especialmente para esse fim.
Estas instalações garantirão o funcionamento, a operação e todos os serviços prestados pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica.
O lançamento
A decolagem e a trajetória do veículo lançador pôde ser acompanhada por um telão nas dependências do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF). O lançamento ocorreu às 18h51, no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, a bordo de um veículo Ariane 5, que também levou um satélite coreano.
Fotos: Cabo André Feitosa e Arquivo / CECOMSAER; COMAE