ESPAÇO

Delegação da FAB conhece instalações do setor espacial nos Estados Unidos

Durante missão, militares coletaram ideias que poderão ser aproveitadas nas futuras operações espaciais do Brasil
Publicada em: 02/01/2019 16:30
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Fonte: EMAER
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Carlos Balbino

Uma delegação da Força Aérea Brasileira (FAB), composta por representantes da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), visitou, em dezembro, o Combined Space Operations Center (CsPOC) e outras organizações que apoiam as operações espaciais da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e do United States Strategic Command (USSTRATCOM), situadas na Base Aérea de Vandenberg (VAFB), na Califórnia.

Os militares brasileiros conheceram as instalações da 30th Space Wing, que possui um complexo formado por diversos sítios de lançamento. Nessa oportunidade, a delegação conheceu as instalações exploradas comercialmente pela empresa SpaceX para lançar suas espaçonaves. O Falcon 9 é um dos foguetes utilizados pela SpaceX naquele local para o transporte ao espaço de cargas úteis civis ou militares, tais como satélites, suprimentos para a Estação Espacial Orbital, missões interplanetárias, entre outras.

“A comitiva observou de perto o modelo operacional adotado pela SpaceX e reuniu ideias que poderão ser aproveitadas nas futuras operações espaciais do Brasil em lançamentos de foguetes a partir do Centro Espacial de Alcântara (CEA), cujos processos estão sendo desenvolvidos e aprimorados em busca de maior eficiência com economia de recursos humanos e de capital para o Programa Espacial Brasileiro”, explicou o Vice-Presidente da CCISE e chefe da delegação, Brigadeiro do Ar José Vagner Vital.

Outra organização visitada foi o Western Range Control Center (WROCC). Neste Centro, a delegação observou como a Força Aérea dos Estados Unidos realiza a preparação, a coordenação e o controle das operações de lançamento.

No Combined Space Operations Center, o Comandante da 14th Air Force e Diretor do Joint Force Space Component Commander (JFSCC), Major General Stephen Whiting, conduziu o grupo e explicou o funcionamento das unidades da USAF e sua interação com as organizações do USSTRATCOM nas atividades espaciais. O militar destacou a importância de uma adequada consciência situacional espacial (Space Situational Awareness - SSA) para a manutenção e operação da capacidade espacial instalada.

“Durante as discussões decorrentes, identificou-se a oportunidade de incrementar a cooperação em áreas da atividade espacial relacionadas ao SSA, como a instalação de uma estação de monitoramento no Brasil e a participação no exercício operacional Global Sentinel, beneficiando as atividades espaciais em geral dos dois países, além de melhorar a interoperabilidade entre as Forças Aéreas do Brasil e dos EUA”, destacou o Brigadeiro Vital. Estas alternativas tornaram-se possíveis a partir de junho de 2018, quando foi assinado o Acordo SSA entre o Brasil e os EUA para troca de dados sobre objetos na órbita da Terra objetivando incrementar a segurança na operação dos sistemas espaciais dos dois países.

Outra constatação importante durante a visita, segundo a comitiva, foi como a evolução do Brasil no uso de ferramentas de Defesa Cibernética está tornando o Centro Espacial de Alcântara mais atrativo para os operadores de lançadores do mundo todo, pois esta capacidade é importante para garantir os níveis de segurança necessários nas operações espaciais, fazendo frente às ameaças modernas.

Por fim, o Brigadeiro Vital apresentou algumas alternativas de cooperação entre Brasil e EUA na área espacial, sob a perspectiva dos projetos do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), enfatizando, principalmente, a possibilidade de operações espaciais a partir de Alcântara, evidenciando o aumento da resiliência das atividades espaciais dos EUA que o uso do CEA traria e a redução dos custos operacionais do Centro para o Brasil, além da contribuição destas atividades para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do Maranhão e para a nação brasileira.