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Parque de Material Aeronáutico de SP organiza acervo com motores de aviões de combate

Memorial conta com mais de 15 motores e estará aberto ao público a partir de dezembro
Publicada em: 20/11/2016 08:00
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Fonte: Agência Força Aérea, Tenente Jussara Peccini

A história operacional da Força Aérea Brasileira contada a partir de motores. Sim, as máquinas que impulsionaram aviões de combate desde 1941, como o P-16 e o Gloster, integram um acervo com mais de 15 motores do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). A unidade responsável pela manutenção dos principais vetores de alto desempenho vai inaugurar em dezembro o "Memorial de Motores".

“O PAMA-SP participou da história da FAB. Aqui, as pessoas vão encontrar motores do Albatroz, do Avro e do Gloster – o primeiro caça a jato da FAB”, exemplifica o Tenente Leonardo Spínola, chefe do banco de provas da subdivisão de motores do PAMA-SP, envolvido no projeto que começou a ser gestado no início deste ano.

Motores raros e de pós-combustão

O acervo conta com motores de aeronaves de alta performance, como o usado pelo avião F-5EM, que cumpre a missão de defesa aérea do País. “Esse motor tem um sistema de pós-combustão conjugado. Ele serve para aumento momentâneo de potência dos aviões supersônicos. É um detalhe que pode ser visto aqui”, conta o Tenente Spínola. 

Outro item em exposição é o motor do P-16 Tracker. Lançado em 1931, foi o propulsor da aeronave que operou a bordo do porta-aviões A-11 Minas Gerais da Marinha do Brasil e foi usada em missões de treinamento e na formação de pilotos. “O motor desse avião tem uma concepção totalmente diferente. É um motor a pistão do tipo radial. Praticamente desapareceu. Só se encontra em aviões muito antigos. É raro”, destaca.
 
Trabalho conjunto

O ‘Memorial de Motores’ do PAMA-SP conta com o apoio do historiador Sérgio de Moraes. Voluntariamente, ele dedica parte do seu tempo a reunir informações que ajudam a contar a história da evolução tecnológica dos motores aeronáuticos e seus receptivos aviões e as técnicas de conserto, manutenção e funcionamento dessas aeronaves ao longo do tempo.



História que ajuda o futuro

Todos os meses, cerca de 50 estudantes, como universitários de cursos de engenharia aeronáutica, repletos de dúvidas e curiosidades visitam o PAMA-SP. A iniciativa faz parte de uma parceria da FAB com instituições que possuem cursos ligados à atividade aérea. “São perguntas desde as mais simples até as mais complexas sobre resistência de materiais”, conta o Suboficial Antônio Dionizio. Com 32 anos de carreira, o militar destaca a importância de recuperar e cultuar a memória para as novas gerações. “Os militares mais novos já chegam trabalhando em novos projetos. É importante mostrar a história, os enfrentamentos técnicos que ocorreram. Queremos que eles conheçam e se orgulhem desse passado”, expressa.

PAMA-SP

A origem do parque remonta a década de 1920. O local abrigou o primeiro hangar de manutenção de motores, a oficina Wright. “Aqui foi inaugurada a primeira escola de aviação da Força Pública de São Paulo, o equivalente hoje à polícia militar paulista”, explica o Tenente Spínola. Somente duas décadas depois é que o local seria absorvido pelo recém-criado Ministério da Aeronáutica.

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