ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA
A FAB e sua relação com a capital federal
Transporte de material de construção, apresentação da Esquadrilha da Fumaça, construção da futura Base Aérea. A ligação da Força Aérea Brasileira (FAB) com Brasília remonta a elos estabelecidos antes mesmo de sua inauguração, em abril de 1960. De lá para cá, essa relação com a capital federal, que completa nesta terça-feira (21/04) 55 anos de existência, só se intensificou. Atualmente, 6.319 militares da Aeronáutica servem em 35 unidades na cidade. E muitos deles fizeram da capital mais do que seu local de realização profissional: a transformaram em lar definitivo.
É o caso do Major Aviador Adriano Barbosa Maia, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). O militar nasceu em Brasília e se mudou para Pirassununga (SP), em 1996, para cursar a Academia da Força Aérea (AFA). Já em 2003, ele teve a oportunidade de voltar à capital federal, onde permanece até hoje.
Casado e pai de dois filhos, o Major conta que gosta muito do clima, da arborização e da organização da capital. "Servir à FAB morando em Brasília significa uma oportunidade de permanência na cidade, pelo fato de haver muitas organizações militares e muitas vagas para os diversos níveis hierárquicos, o que favorece aspectos de estabilidade profissional do cônjuge, bem como maior regularidade na vida escolar dos filhos", ressalta o oficial.
Quando a cidade era ainda um canteiro de obras no meio do Centro-Oeste, aeronaves da Força Aérea ajudavam a trazer o material necessário para a concretização do projeto de Lúcio Costa. Naquela fase a participação do Correio Aéreo Nacional (CAN) foi fundamental.
"Com a ajuda de aviões da FAB, era possível minimizar os 1.200 quilômetros de distância entre o Rio de Janeiro e Brasília para o translado de insumos de construção. Os aviões do CAN traziam toneladas de materiais, máquinas e apoio braçal para o pontapé inicial na construção da nova capital brasileira", explica a historiadora do Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR), Tenente Emilia Cardoso.
Dias atuais
Brasília concentra várias organizações militares da FAB de grande importância no contexto nacional. Na capital federal, além do Comando da Aeronáutica (COMAER), onde são tomadas todas as decisões estratégicas, estão instalados órgãos destinados à prestação de serviços para a sociedade.
O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), por exemplo, exerce a vigilância e o controle da circulação aérea geral na região central do Brasil e é responsável pela maior quantidade de tráfego aéreo do País, ou seja, 45% do total. O órgão está capacitado para lidar com 4.000 planos de voo repetitivos e 2.500 planos de voo simultâneos.
Também estão instalados na capital federal o VI COMAR, o Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, o COMDABRA, cuja missão é assegurar a soberania do espaço Aéreo nacional.
Base de Brasília
Considerada o portal do Brasil para o mundo, a Base Aérea de Brasília (BABR) tem suas raízes antes da construção da cidade. O Presidente Juscelino Kubitschek criou, pelo Decreto 42.697, de 27 de novembro de 1957, o então Destacamento de Base Aérea de Brasília, unidade que daria origem à atual BABR. Atualmente a Base desempenha um papel fundamental no centro-oeste brasileiro.
“A Força Aérea teve uma função importante no transporte de autoridades, como a do próprio presidente Juscelino, em suas visitas de inspeção. A presença de nossas unidades é fundamental para atividades de defesa da capital política do país", ressalta o pesquisador da história da FAB, Coronel Reginaldo dos Santos Guimarães, integrante do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER).
Além de dar apoio a aeronaves vindas de diversas localidades, a BABR também já recebeu figuras ilustres como o Papa João Paulo II, Chefes de Estado, Seleções de Futebol, entre outras. É da Base também que chegam e partem muitas missões humanitárias. Foi de lá que uma equipe da FAB saiu para realizar o transporte de um pulmão, que proporcionou o primeiro transplante desse órgão no Centro-Oeste.