SEGURANÇA DE VOO

Encontro reuniu 180 profissionais da área de segurança de voo da aviação militar

Publicada em: 09/04/2014 10:09
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Fonte: CENIPA

  Com a realização das palestras "Resgate do voo 1907 e a justiça militar e o acidente aeronáutico", o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) encerrou o segundo Encontro de elos militares do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER), na manhã de sexta-feira (04/04), na capital baiana. Participaram cerca de 180 profissionais da área de segurança de voo da aviação militar.

O vice-chefe do Cenipa, Coronel Aviador Marcelo Marques de Azevedo, destacou a aproximação do órgão investigador com os Elos-Sipaer militares e ressaltou o objetivo do encontro em despertar o interesse pela prevenção, além de ampliar o conhecimento para que seja multiplicado nas organizações militares das Forças. Ele finalizou agradecendo o apoio de todos, em especial, da Base Aérea de Salvador e do Centro de Convenções Militares, sede do evento.

O Diretor da Procuradoria-Geral de Justiça Militar, de Brasília, Jaime de Cássio Miranda, que proferiu a palestra “ A Justiça Militar e o acidente aeronáutico”, comentou as implicações do acidente aéreo para a Justiça Militar da União e os aspectos de interpretação da lei. O palestrante, que foi oficial da FAB, procurou dirimir as dúvidas relacionadas ao tema, que despertou o interesse da audiência pelos vários questionamentos.

O procurador falou também sobre a necessidade de proteger a informação de investigação de acidente aéreo para o bem da segurança de voo. Disse que é preciso clareza no enfoque da legislação, destacando o conflito em relação ao processo investigatório. "Enquanto o Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) trabalha para evitar perdas de vida e material, o Poder Judiciário investiga o acidente aeronáutico porque em tese há um crime", declarou o diretor Jaime Cassio de Miranda.

O Major-Brigadeiro da Reserva do Ar Jorge Kersul Filho, que coordenou o resgate das vítimas do voo 1907, em 2006, fez um depoimento comovente sobre o trabalho desenvolvido na densa floresta amazônica, na Serra do Cachimbo. Ele divulgou imagens inéditas feitas pela Força Aérea durante as operações de resgate e declarou: "Esta missão não foi levada ao conhecimento da sociedade, mas resta a consciência do dever cumprido".

Durante duas horas, o Major-Brigadeiro Kersul, que era o chefe do Cenipa na época do acidente, mostrou as dificuldades enfrentadas no trabalho de busca, a logística utilizada nas operações e principalmente o desprendimento da equipe de profissionais da Força Aérea Brasileira, que trabalhou exaustivamente para dar uma resposta aos familiares das 153 vítimas. Ele ainda acrescentou informações sobre os resultados e as lições da investigação do Cenipa.

  Visão dos Elos-Sipaer
"Esse encontro foi um despertar de consciência para investirmos mais em prevenção. O trabalho é em longo prazo e precisa ser feito para reduzir cada vez mais as estatísticas. Destaco como importante a participação do Major Brigadeiro Kersul e do Procurador Jaime Cassio, pela troca de experiência com os Elos, já que os dois palestrantes conhecem o Sipaer", afirmou o Coronel Aviador José Eduardo Ruppenthal, chefe da Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (DIPAA), do Departamento de Ensino de Aeronáutica (DEPENS).


"Reunir Oficiais de Operações e de Segurança de Voo de várias partes do Brasil é uma vitória. A presença do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) valorizou o encontro. Todos os assuntos foram pertinentes, mas senti falta de uma abordagem sobre as particularidades de cada aviação militar", afirmou o Major Aviador Silvestre Luiz Almeida Cerqueira, Oficial de Operações do Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA), de Canoas (RS).

"Tudo o que ouvi aqui, corrobora com a primeira diretriz do comandante da minha Unidade. A prioridade é a segurança de voo", afirmou o Major Aviador Rosenvaldo de Moraes Ribeiro, Oficial de Operações do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Aviação (1º/1º GT), do Rio de Janeiro. "O encontro com os Elos-Sipaer militares deveria ser anual. É uma verdadeira reciclagem", disse o Tenente Aviador Carlos Henrique Moreira, Oficial de Segurança de Voo, do 1º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação (1º/5º GAv), de Natal (RN).

Para o Chefe da Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (DIPAA), do COMGAR, Tenente-Coronel Luís Claudio Veloso Gonçalves, uma oportunidade para reunir a maioria dos Elos-Sipaer e atualizá-los com o que há de mais recente em segurança de voo. "Precisamos aprofundar as informações técnicas para a aviação militar, quanto aos processos de investigação nos parâmetros da legislação Sipaer, e também reorientar na elaboração dos registros preliminares", afirmou o Tenente-Coronel Veloso.

O Comando da Aeronáutica disponibilizou oito aeronaves: dois C-98 Caravan, três C-97 Brasília, um C-95 Bandeirante, um C-99 (Embraer 145) o C-130 Hércules, para transportar os profissionais de segurança de voo até o segundo Encontro de Elos-Sipaer militares. As aeronaves partiram de Boa vista, Manaus, Recife, Canoas (RS), Pirassununga (SP) e Rio de Janeiro, levando representantes de várias organizações da Aeronáutica, Marinha e Exército.

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