Ao cumprimentá-lo, gostaria de tecer alguns comentários sobre a reportagem “Em dois anos, 6 acusados e nenhum culpado”, publicada no final de semana por este conceituado veículo. Tal fato decorre do interesse desta Instituição em esclarecer pontos que, aparentemente, passaram despercebidos na apuração jornalística desse conceituado veículo de comunicação.
Primeiramente, não há motivo para o jornal afirmar, mesmo citando genericamente a fonte “familiares”, que há “indiferença” por parte do Comando da Aeronáutica em relação ao procedimento técnico que está a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
A Aeronáutica realizou cinco reuniões oficiais com parentes das vítimas, sem contar os encontros informais, e emitiu mais de uma dezena de comunicados à imprensa, sempre com o objetivo de manter os familiares e a imprensa atualizados sobre os andamentos dos trabalhos.
Nesse sentido, foi explicado que o procedimento sofreu adiamento, principalmente, pela realização das entrevistas com os pilotos americanos apenas no início deste ano, o que obrigou a Comissão a rever todo o trabalho. Na investigação técnica, segundo normas internacionais, não há depoimentos obrigatórios e os envolvidos prestam informações voluntariamente e no momento que desejarem.
Em segundo lugar, não há nenhuma relação entre o procedimento judicial, em andamento em Sinop (MT), e a investigação do CENIPA. São trabalhos distintos, independentes e que possuem objetivos diferentes: no caso da Aeronáutica, não se apura a causa do acidente, muito menos a responsabilidade dos envolvidos, porque essa tarefa cabe à autoridade policial; para o CENIPA, cabe identificar os fatores contribuintes e, fundamentalmente, emitir recomendações de segurança, o que já ocorreu no decorrer desse período.
Por fim, este Centro disponibilizou à imprensa nacional e internacional, na última sexta-feira (26/09), um extenso balanço de dois anos dos trabalhos realizados pelo CENIPA. O material está disponível em www.fab.mil.br .
Este Centro compreende a situação vivida pelos familiares e as particularidades do trabalho da imprensa, porém lamenta não ter sido procurado pelo jornal para prestar esses esclarecimentos ou outros que se façam necessários.