Criamos o portal para que o internauta comemore conosco o Sesquicentenário (150 anos) de nascimento de Alberto Santos Dumont, mergulhando na vida, na obra e nos valores do pai da aviação.
Durante os próximos meses, teremos muitas novidades, desde fotos históricas a informações sobre a vida deste grande ícone, além de atualização constante dos eventos realizados em todo o Brasil.
Há 150 anos, nascia no interior de Minas Gerais um dos maiores inventores brasileiros: o notável
Alberto Santos Dumont, considerado um dos precursores da aviação e da criação de aeronaves no
mundo. A história de vida, as obras e os valores do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica
Brasileira
são fontes de inspiração não só no nosso país, mas em várias regiões do planeta. Suas inovações e
contribuições para a aviação são celebradas até hoje.
O homem que deu asas à humanidade nasceu no dia 20 de julho de 1873, no sítio Cabangu –
local que, em 1890, passou a pertencer ao município de Palmyra (MG), um dos bens tombados sob
tutela da Força Aérea Brasileira (FAB).
Filho de Francisca Santos Dumont, de tradicional família portuguesa vinda para o Brasil com D.
João VI, em 1808, e de Henrique Dumont, engenheiro civil de obras públicas e, mais tarde,
cafeicultor
em Ribeirão Preto (SP). Henrique Dumont, de ascendência francesa, teve papel fundamental na
trajetória do filho Alberto, pois, percebendo nele o fascínio pelas máquinas – que existiam em
grande quantidade na fazenda Arindiúva –, direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física,
a química e a eletricidade, não fazendo questão que ele se formasse em engenharia, como foi o caso
dos outros filhos.
O sonho de voar de Alberto surgiu aos 15 anos quando ele teve uma visão: um balão livre nos
céus de São Paulo. No caso, balões livres são aqueles que fazem sua ascensão sem possuir nenhum
tipo de dirigibilidade, ficando ao sabor das correntes aéreas.
Aos 18 anos, emancipado pelo pai, Alberto foi para Paris completar os estudos e perseguir o
seu sonho de voar. Ao chegar à capital francesa, o jovem se admira com os motores de combustão
interna a petróleo que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e compra um
para si, investigando todo o seu funcionamento. Logo estava promovendo e disputando as primeiras
corridas de automóveis na Cidade-Luz.
Em 31 de julho de 1932, a cidade de Palmyra, em Minas Gerais, passou a denominar-se Santos
Dumont, em homenagem ao Pai da Aviação.
U
m verdadeiro herói da engenhosidade. A obra do brasileiro
Santos Dumont está diretamente vinculada a várias inovações. O filho de Francisca e Henrique Dumont
viveu em um período de grandes revoluções na tecnologia e foi o nosso maior protagonista dos ares.
Aos 24 anos, Santos Dumont tinha sua primeira decolagem bem sucedida a bordo de um balão livre alugado.
Um ano depois, em 1898, projeta e constrói, com a ajuda de operários e construtores de balões franceses,
seu primeiro balão livre: o Brasil, o menor balão tripulado já feito,
homenageando sua pátria.
Logo em seguida, associando os leves motores de combustão interna a petróleo a seus leves balões e
construindo engenhosos lemes, Santos Dumont inventa os balões dirigíveis.
Em 1901, Santos Dumont pilotou seu balão, o Número 6, que era movido a gasolina, sobre Paris, e ganhou
um prêmio de 100 mil francos por seu feito. As suas realizações foram frutos de sucesso na imprensa
europeia, na imprensa norte-americana e no Brasil. O inventor, nesse momento, torna-se o centro das
atenções, despertando o interesse militar para seus balões.
Após o sucesso com balões e dirigíveis, Santos Dumont partiu para outra linha de pesquisa: queria,
agora, voar com um veículo mais pesado que o ar. O protótipo era composto por uma fuselagem longa, com a
nacele do balão número 14 na parte de trás – um biplano com uma construção parecida com pipas japonesas,
portando um motor de oito cilindros e sobre três rodas: o primeiro trem de pouso que se tem notícia. A
inovação era pulsante desde os testes. O aviador construiu um sistema de cabos inclinados para testar a
dirigibilidade do 14-Bis: um inovador simulador de voo.
Em 1905, na plateia de uma corrida de lanchas num quente verão no Rio Sena, Santos Dumont avista uma
potente lancha com motor Antoinette de 24 HP e começa aí a planejar “o mais pesado que o ar”.
Aproveitando o sucesso dos planadores e, em especial, o planador com células de Hargrave, o inventor constrói
o primeiro avião, o 14-Bis, com o motor Antoinette, usando o balão nº 14 para testes de estabilidade.
Foi no dia 7 de setembro de 1906 que o 14-Bis deu um primeiro salto no ar, mas faltou potência. Já em 23
de outubro, com motor Antoinette de 50 HP, o 14 Bis voou, decolando, mantendo-se no ar por uma distância
de 60 metros, a três metros de altura, e aterrissou. Era o primeiro voo homologado do “mais pesado que o
ar” para uma multidão de testemunhas eufóricas no campo de Bagatelle, em Paris. No dia seguinte, toda a
imprensa francesa louvou o fato histórico, o triunfo de um obstinado brasileiro, que, pelo feito,
conquistou o prêmio Archdeacon oferecido pelo Aeroclube de França. O dinheiro do prêmio foi distribuído
para seus operários e os pobres de Paris, como era o costume do inventor.
Assim, Santos Dumont se tornou uma celebridade conhecida mundialmente e continuou a trabalhar em aviões, tendo
feito muitas outras contribuições importantes para a aviação. Em 1909, ele voou em seu avião Demoiselle,
um dos primeiros aeroplanos do mundo, e que se tornou um sucesso comercial. Santos Dumont também
trabalhou em melhorias no design do avião, como a adição de cauda vertical para melhor estabilidade e
controle.
Santos Dumont recebeu diversas homenagens por toda a Europa, nos EUA, na América Latina e, em especial,
no Brasil, onde foi recebido com festas e euforia. Seus projetos foram aperfeiçoados por outros
aviadores e projetistas, já que ele não os patenteava e não desejava adquirir bens materiais com suas
invenções, mas idealizava dotar a humanidade com meios de facilitar as comunicações, desgostando-se com
o uso agressivo que o avião teve na Primeira Guerra Mundial.
Como podemos observar, Santos Dumont dedicou sua vida à aviação. Foi o primeiro aeronauta a alcançar,
definitivamente, a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão
própria. O desenvolvimento da aviação ensejou a criação do Ministério da Aeronáutica e, desde então, com
o avanço da tecnologia, a Força Aérea Brasileira tem renovado seus vetores. Foram suas ideias e seus
feitos que tornaram possível, hoje, nas Asas que protegem o País, a atuação da nossa Força em diversas
missões nacionais e internacionais.
O livro de Heróis e Heroínas da Pátria reúne, em uma obra com páginas de aço, nomes que entraram para a história nacional. O exemplar encontra-se em exposição no Panteão da Pátria Tancredo Neves, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF) e, para fazer parte da coletânea, é preciso que o Senado e a Câmara dos Deputados aprovem um projeto de lei com o pedido de inclusão. O Pai da Aviação está entre um dos heróis homenageados no livro, desde o ano de 2006.
S
em dúvida, Santos Dumont foi um homem à frente de seu
tempo e será eternamente motivo de orgulho para nosso país. Um brasileiro que, genuinamente, mudou a
trajetória mundial. Sua inquietude e força de vontade são exemplos para muitas gerações de
brasileiros: militares, civis, estudantes e trabalhadores nos mais diversos rincões do nosso país.
Decisivamente, a figura do cientista, do aeronauta, do inventor e do visionário Santos Dumont
representa os valores da FAB, a cultura organizacional e as tradições da Instituição. São valores
como Patriotismo, Integridade, Comprometimento e Profissionalismo que devem ser internalizados por
todos os militares e civis do Comando da Aeronáutica.
A inquietude e a força de vontade do herói nacional convidam a todos a saírem de suas rotinas. E
esse é um dos maiores valores que Santos Dumont poderia ter deixado: sem sua persistência, a aviação
não seria a mesma.
Embora Santos Dumont tenha vivido e trabalhado na Europa, ele sempre manteve um forte vínculo com
sua terra natal, o Brasil. Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, Santos Dumont retornou ao
Brasil, tendo sido recebido com festa pela população.
Santos Dumont acreditava que a aviação poderia ser usada para fins pacíficos e para promover a
igualdade social, o que ajudou a Força Aérea Brasileira a estabelecer esses princípios. Hoje, a FAB
é uma das principais instituições aeronáuticas do mundo e um dos principais órgãos responsáveis pela
defesa do país.
O Pai da Aviação morreu em 23 de julho de 1932, em Guarujá (SP), mas seu legado vive até hoje. Seu
coração está preservado sob a custódia da Força Aérea Brasileira e encontra-se em exposição no Museu
Aeroespacial, no Rio de Janeiro (RJ).
Antes e depois da sua morte, ele recebeu muitas e merecidas homenagens no Brasil e no exterior,
inclusive o justo epíteto de “O Pai da Aviação”. Ele é lembrado não somente como um pioneiro da
aviação, mas também como um visionário que mudou a história da humanidade.
Em 4 de julho de 1936, a Lei n° 218 declarou o dia 23 de outubro como o Dia do Aviador,
homenageando, assim, o primeiro voo do “mais pesado que o ar” da história. No mesmo ano, o primeiro
aeroporto da cidade do Rio de Janeiro recebeu o nome do aeronauta. Na década de 1970, ele foi
considerado Engenheiro Honoris Causa pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
Historicamente, a Força Aérea Brasileira honra a memória de Santos Dumont e sua contribuição para a
aviação brasileira, e muitas de suas unidades e instalações militares foram nomeadas em sua
homenagem. Em 2023, celebramos os 150 anos de Alberto Santos Dumont, uma ocasião importante para
comemorar o trabalho e o legado desse grande brasileiro. Seus esforços pioneiros na aviação não só
inspiraram outros a seguir seus passos, mas também tornaram o mundo mais conectado e acessível do
que nunca.
Por Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Confira a edição especial da revista em quadrinhos da Turma do Fabinho em homenagem aos 150 anos de Alberto Santos Dumont. Além de uma historinha que conta sobre os grandes feitos do Pai da Aviação, você vai se divertir com muitas curiosidades e passatempos. Vamos embarcar juntos nesta aventura?
Balão dirigível sobrevoa céu de Brasília em homenagem a Santos Dumont
O evento faz parte das comemorações aos 150 anos de nascimento do Pai da Aviação
O céu de Brasília chamou a atenção daqueles que passaram pela região central da capital federal neste domingo (02/07): um balão dirigível realizou um sobrevoo pela Esplanada dos Ministérios.
O evento foi realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), em comemoração aos 150 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira.
O balão, com 33 metros de comprimento, 6 metros de diâmetro e equipado com um motor de 16 HP, iniciou o percurso na Praça dos três Poderes,
contornou a Torre de TV e em seguida pousou no mesmo local de partida.
O ato realizado durante a solenidade de substituição da Bandeira Nacional fez alusão ao dia 19 de outubro de 1901, data em que o brasileiro Alberto Santos Dumont confirmou ao mundo a dirigibilidade dos balões. Naquele dia,
ele ganhou o prêmio Deutsch de La Meurthe após realizar um percurso de 11 quilômetros em menos de 30 minutos.
O Sargento Amilcar Messias Acrizio, que pertence ao efetivo da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB) e que representou Santos Dumont durante uma encenação promovida pela Oficina de Atores de Brasília, falou sobre o sentimento de retratar um dos maiores ícones da aviação mundial.
“Ser escolhido para interpretar Santos Dumont em seu Sesquicentenário de nascimento tem sido um presente honroso e surpreendente, que trouxe com ele uma gama de desafios. Reviver uma figura tão icônica e detentora de uma história épica requer não só uma pesquisa profunda como também uma contextualização de indumentária,
comportamento e linguagem adequada para a época“, destacou.
Para a diretora da Oficina de Atores de Brasília, Bárbara Zorzo, pesquisar e estudar sobre a história de Santos Dumont tem sido de grande valia.
“Foi uma missão muito bem recebida pela equipe e por todo o elenco da Oficina de Atores Brasília. O fato de recriar com eles as vestimentas,
os trejeitos e costumes da época tem um valor enorme e são de uma riqueza imensurável.
Sou muito grata a FAB por confiar a mim essa missão de resgatar um pouco do século 19/20 recriando momentos históricos do pai da aviação.
Um gênio que fez história no Brasil e no mundo com sua perseverança,
admirável altruísmo e carregou pelos ares o nome do nosso país”, agradeceu.
O empresário Júnior Ferreira Matias, acompanhado do filho Victor Matias Júnior, de apenas 5 anos, parabenizou a FAB pela cerimônia. "A inovação deste ano - o balão - foi fantástico. Esse evento, como sempre, engrandece toda a população aqui do Distrito Federal e do Brasil.
É muito bom trazer as crianças e acompanhar o momento da troca da bandeira nacional", disse.
O pequeno Victor, encantado com o que viu, também aproveitou para falar sobre o dirigível. “Gostei muito do balão. Achei legal ele fazendo um pouso aqui na praça", contou.
Prêmio Deutsch
O dirigível de nº 6 instituiu um marco para a história da navegação aérea. Em 1901, Santos Dumont ganhou o prêmio Deutsch de La Meurthe por realizar o percurso de Saint-Cloud, contornando a Torre Eiffel e retornando ao ponto de partida em menos de 30 minutos.
Exposição
Com apoio do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a FAB realiza a exposição comemorativa “150 anos do Pai da Aviação”. Uma oportunidade única de viajar pela vida, obras e valores de Alberto Santos Dumont em 150 imagens. A exposição fica aberta até o dia 30/07, no Salão Negro do Congresso Nacional.