AAviação de Busca e Salvamento – SAR (do inglês Search And Rescue) – é aquela acionada em um dos momentos mais delicados de necessidade da população, especializada no resgate de vítimas de acidentes aéreos, resgates em alto mar ou em áreas inóspitas, nas quais somente é possível chegar por meio aéreo. Durante os primeiros seis meses de 2024, esta aviação foi empregada em 73 ocorrências, de acordo com dados do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (SISSAR), cujo órgão central é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que tem a responsabilidade de coordenar as operações de busca e salvamento na área de responsabilidade do Brasil. Entre as missões cumpridas, estão as buscas nas áreas de enchentes no Rio Grande do Sul, na Operação Taquari 2, quando as aeronaves SC-105 Amazonas, juntamente com os helicópteros H-36 Caracal e H-60L Black Hawk atuaram e ainda seguem à disposição para atender àqueles que estiverem em situação de emergência, com necessidade de resgate e impedidos de deslocamentos via terrestre. Houve, ainda, missões de buscas por helicópteros e aeronaves civis que desapareceram do espaço aéreo e evacuação aeromédica realizada em alto-mar. Não obstante, a FAB localizou e resgatou com vida, o piloto de uma aeronave desaparecida em Santa Catarina. As missões de busca e salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, sobre o mar territorial e ainda em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico. Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por tais missões em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes a extensão territorial do País (de 8,5 milhões de km²).
Saiba como a FAB é acionada para busca e salvamento de aeronaves e embarcações
Tudo começa com o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), que tem a missão de localizar e socorrer ocupantes de aeronaves e embarcações em situações de perigo. Esse sistema tem um órgão central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que normatiza, coordena e controla as ações de Busca e Salvamento.
Sob a gerência do DECEA trabalham em estado de alerta, 24h por dia, durante todo o ano, mais cinco órgãos regionais, conhecidos como SALVAERO (Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife), que estão distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do território nacional, subordinados aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que executam atividades de controle do tráfego aéreo classe geral e militar, a vigilância do espaço aéreo e comando das ações de defesa aérea no Brasil.
Outros órgãos também trabalham em conjunto com o SALVAERO, como: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e outras organizações públicas, privadas e não governamentais.
O acionamento acontece quando um aparelho eletrônico chamado Baliza Eletrônica (ELT – Emergency Locator Trasmitter), que existe na maioria das aeronaves, dispara automaticamente pelo impacto da queda ou manualmente pelo piloto. A baliza eletrônica transmite um sinal detectável por satélites e por aeronaves que estão próximas. Os satélites captam esses sinais e eles são transmitidos a estações terrestres (antenas localizadas em Brasília, Recife e Manaus). Logo após identificar a baliza, o Centro de Controle de Missão (CCM), em Brasília, envia esses dados ao SALVAERO da região para iniciar os procedimentos de busca.
Um alerta de uma baliza demora dois minutos entre o seu acionamento e a detecção por uma estação rastreadora. Caso a baliza tenha GPS, a sua localização será enviada junto com a mensagem de alerta transmitida pela baliza. Caso não tenha, terá sua posição calculada utilizando os dados de detecção fornecidos por um ou mais satélites.
No caso de desaparecimento de uma aeronave, quando não há comunicação entre o órgão de controle e o piloto, o CINDACTA informa ao SALVAERO e este inicia os procedimentos de busca. Caso o SALVAERO, após averiguar todas as informações necessárias, não consiga confirmar a situação de segurança da aeronave, ele irá acionar os Esquadrões de Busca e Salvamento da FAB.
Conheça quem atua nas missões e como funciona o processo
Édever de equipes de Busca e Salvamento da Força Aérea Brasileira socorrer feridos e salvar vidas. Não importa a hora ou o local. E, para homenagear todos os militares envolvidos nessas missões, em 26 de junho, comemoramos o Dia da Aviação de Busca e Salvamento.
Nesta data, há 57 anos, após uma das maiores operações de Busca e Salvamento já realizadas em território brasileiro, foi localizada a aeronave C-47 FAB 2068, desaparecida na selva amazônica. A partir de então, iniciou-se o salvamento dos sobreviventes. Um deles, ao observar o primeiro homem SAR descendo das copas de gigantescas árvores, eternizou a frase: “EU SABIA QUE VOCÊS VIRIAM!”
Para garantir o cumprimento da missão, a Doutrina Básica da FAB (DCA 1-1) estabelece que Busca e Salvamento (SAR) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para localizar e salvar pessoas em perigo na terra ou no mar. Enquanto isso, Busca e Salvamento em Combate (CSAR) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para localizar e salvar militares em território hostil, especialmente tripulantes abatidos ou acidentados, ou pessoal militar isolado em perigo.
A Missão de Busca é acionada caso não seja possível confirmar a situação de segurança da aeronave e não haja comunicação entre o órgão de controle e o piloto. Peça fundamental da Missão de Busca, os Observadores SAR são militares treinados para localizar pessoas desaparecidas. Eles ficam posicionados de cada lado da aeronave, observando o terreno por meio de janelas. Periodicamente, os observadores se revezam, para que todos se mantenham sempre atentos e descansados.
Outra figura essencial na Missão de Busca é a equipe SAR, formada por militares treinados em atendimento pré-hospitalar, técnicas de resgate e sobrevivência. Em uma Missão de Busca com avião, é de grande importância que eles também sejam paraquedistas habilitados ao salto livre. Caso o acidente tenha ocorrido em local de difícil acesso, onde o avião não possa pousar, e o resgate demorará a chegar, os paraquedistas são lançados com seus equipamentos e podem prestar os primeiros socorros às vítimas e prepará-las para o resgate.
Uma vez localizado o objetivo da Busca, é acionada a Missão de Salvamento e os meios são enviados para o resgate das vítimas. O helicóptero é a aeronave mais indicada para esse tipo de missão devido à sua versatilidade e características de voo. Mais uma vez os militares SAR representam um papel indispensável, pois estão preparados para prestar o atendimento pré-hospitalar à vítima e realizar todos os procedimentos de infiltração e exfiltração a partir de helicópteros.
Como podemos perceber a seguir, diversos Esquadrões e aeronaves da Força Aérea Brasileira podem ser empregados para o cumprimento dessas missões e estão espalhados pelo país, com equipes de prontidão 24 horas por dia, para cumprir a missão em toda a Dimensão 22, ou seja, numa área de cobertura de 22 milhões de km².
...PARA QUE OUTROS POSSAM VIVER!"
Passe o mouse sobre as bolachas dos Esquadrões para visualizar algumas informações.
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