A importância da Aviação de Busca e Salvamento


Nos últimos oito anos (2012 a 2019), por meio de operações de Busca e Salvamento (SAR, do inglês, Search And Rescue), a Força Aérea Brasileira (FAB) localizou 284 pessoas vítimas de acidentes aeronáuticos e marítimos. Somente em 2019, foram realizadas 2.260 buscas estendidas por comunicações (EXCOM), cinco embarcações foram localizadas, 46 pessoas foram encontradas com vida e outras 158 receberam algum tipo de assistência do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (SISSAR).

Dos casos registrados, um dos mais notórios foi o resgate realizado em setembro de 2019, relativo ao acidente do monomotor Cessna 208B Grand Caravan, matrícula PT-MHC, que levava a bordo dez pessoas. Assim que foi declarado o desaparecimento da aeronave, iniciou-se a busca por informações, através de contato telefônico, entretanto durante a realização da EXCOM, o sinal de emergência disparado pelo ELT (Emergency Locator Transmitter) da aeronave desaparecida foi captado pelos satélites de busca e salvamento, que transmitiram o sinal ao Centro Brasileiro de Controle da Missão Cospas-Sarsat (BRMCC), o qual por sua vez alertou o Centro Aeronáutico de Coordenação de Salvamento Amazônico (ARCC-AZ), localizado no CINDACTA IV, em Manaus.

Após a análise da captação do sinal de emergência, e considerando o local provável do incidente SAR, foi solicitado ao COMAE, pelo ARCC-AZ, o engajamento de um helicóptero da FAB, o qual prontamente iniciou as buscas na localização indicada pelo sinal da baliza de emergência. A aeronave foi localizada pelo helicóptero H-60L do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV) e seus dez ocupantes foram encontrados com vida, recebendo os primeiros socorros das equipes de salvamento da FAB.

No total, desde 2012, foram registradas mais de 15 mil ocorrências, sendo que aproximadamente 10% desses casos eram situações reais que envolveram algum esforço de busca e salvamento, inclusive com o engajamento de Unidades de Busca e Salvamento (SRU). Cabe ressaltar que a maioria dos casos pôde ser resolvida por meio de contatos telefônicos durante as buscas iniciais por informações, fase em que os operadores dos Centros Aeronáuticos de Coordenação de Salvamento (ARCC) iniciam investigações para identificar, por exemplo, o que houve com aeronaves que não pousaram nos aeródromos de destino ou alternativos indicados nos planos de voo.

As missões de busca e salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, sobre o mar territorial e ainda em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico. Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por tais missões em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes a extensão territorial do País (de 8,5 milhões de km²).

Passo a Passo do acionamento


Saiba como a FAB é acionada para busca e salvamento de aeronaves e embarcações

Tudo começa com o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), que tem a missão de localizar e socorrer ocupantes de aeronaves e embarcações em situações de perigo. Esse sistema tem um órgão central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que normatiza, coordena e controla as ações de Busca e Salvamento.

Sob a gerência do DECEA trabalham em estado de alerta, 24h por dia, durante todo o ano, mais cinco órgãos regionais, conhecidos como SALVAERO (Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife), que estão distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do território nacional, subordinados aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que executam atividades de controle do tráfego aéreo classe geral e militar, a vigilância do espaço aéreo e comando das ações de defesa aérea no Brasil.

Outros órgãos também trabalham em conjunto com o SALVAERO, como: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e outras organizações públicas, privadas e não governamentais.

O acionamento acontece quando um aparelho eletrônico chamado Baliza Eletrônica (ELT – Emergency Locator Trasmitter), que existe na maioria das aeronaves, dispara automaticamente pelo impacto da queda ou manualmente pelo piloto. A baliza eletrônica transmite um sinal detectável por satélites e por aeronaves que estão próximas. Os satélites captam esses sinais e eles são transmitidos a estações terrestres (antenas localizadas em Brasília, Recife e Manaus). Logo após identificar a baliza, o Centro de Controle de Missão (CCM), em Brasília, envia esses dados ao SALVAERO da região para iniciar os procedimentos de busca.

Um alerta de uma baliza demora dois minutos entre o seu acionamento e a detecção por uma estação rastreadora. Caso a baliza tenha GPS, a sua localização será enviada junto com a mensagem de alerta transmitida pela baliza. Caso não tenha, terá sua posição calculada utilizando os dados de detecção fornecidos por um ou mais satélites.

No caso de desaparecimento de uma aeronave, quando não há comunicação entre o órgão de controle e o piloto, o CINDACTA informa ao SALVAERO e este inicia os procedimentos de busca. Caso o SALVAERO, após averiguar todas as informações necessárias, não consiga confirmar a situação de segurança da aeronave, ele irá acionar os Esquadrões de Busca e Salvamento da FAB.




Missão de Busca e Salvamento


Conheça quem atua nas missões e como funciona o processo

Édever de equipes de Busca e Salvamento da Força Aérea Brasileira socorrer feridos e salvar vidas. Não importa a hora ou o local. E, para homenagear todos os militares envolvidos nessas missões, em 26 de junho, comemoramos o Dia da Aviação de Busca e Salvamento.

Nesta data, há 53 anos, após uma das maiores operações de Busca e Salvamento já realizadas em território brasileiro, foi localizada a aeronave C-47 FAB 2068, desaparecida na selva amazônica. A partir de então, iniciou-se o salvamento dos sobreviventes. Um deles, ao observar o primeiro homem SAR descendo das copas de gigantescas árvores, eternizou a frase: “EU SABIA QUE VOCÊS VIRIAM!”

Para garantir o cumprimento da missão, a Doutrina Básica da FAB (DCA 1-1) estabelece que Busca e Salvamento (SAR) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para localizar e salvar pessoas em perigo na terra ou no mar. Enquanto isso, Busca e Salvamento em Combate (CSAR) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força Aérea para localizar e salvar militares em território hostil, especialmente tripulantes abatidos ou acidentados, ou pessoal militar isolado em perigo.

A Missão de Busca é acionada caso não seja possível confirmar a situação de segurança da aeronave e não haja comunicação entre o órgão de controle e o piloto. Peça fundamental da Missão de Busca, os Observadores SAR são militares treinados para localizar pessoas desaparecidas. Eles ficam posicionados de cada lado da aeronave, observando o terreno por meio de janelas. Periodicamente, os observadores se revezam, para que todos se mantenham sempre atentos e descansados.

Outra figura essencial na Missão de Busca é a equipe SAR, formada por militares treinados em atendimento pré-hospitalar, técnicas de resgate e sobrevivência. Em uma Missão de Busca com avião, é de grande importância que eles também sejam paraquedistas habilitados ao salto livre. Caso o acidente tenha ocorrido em local de difícil acesso, onde o avião não possa pousar, e o resgate demorará a chegar, os paraquedistas são lançados com seus equipamentos e podem prestar os primeiros socorros às vítimas e prepará-las para o resgate.

Uma vez localizado o objetivo da Busca, é acionada a Missão de Salvamento e os meios são enviados para o resgate das vítimas. O helicóptero é a aeronave mais indicada para esse tipo de missão devido à sua versatilidade e características de voo. Mais uma vez os militares SAR representam um papel indispensável, pois estão preparados para prestar o atendimento pré-hospitalar à vítima e realizar todos os procedimentos de infiltração e exfiltração a partir de helicópteros.

Como podemos perceber a seguir, diversos Esquadrões e aeronaves da Força Aérea Brasileira podem ser empregados para o cumprimento dessas missões e estão espalhados pelo país, com equipes de prontidão 24 horas por dia, para cumprir a missão em toda a Dimensão 22, ou seja, numa área de cobertura de 22 milhões de km².

...PARA QUE OUTROS POSSAM VIVER!"





Esquadrões de Busca e Salvamento


Passe o mouse sobre as bolachas dos Esquadrões para visualizar algumas informações.


2º/10º GAV

SEGUNDO ESQUADRÃO DO
DÉCIMO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Pelicano
Sede: Ala 5
Campo Grande (MS)
Aeronave: H-60L e SC-105

1º/8º GAV

PRIMEIRO ESQUADRÃO DO
OITAVO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Falcão
Sede: Ala 10
Parnamirim (RN)
Aeronave: H-36

3º/8º GAV

TERCEIRO ESQUADRÃO DO
OITAVO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Puma
Sede: Ala 12
Rio de Janeiro (RJ)
Aeronave: H-36

5º/8º GAV

QUINTO ESQUADRÃO DO
OITAVO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Pantera
Sede: Ala 4
Santa Maria (RS)
Aeronave: H-60L

7º/8º GAV

SÉTIMO ESQUADRÃO DO
OITAVO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Harpia
Sede: Ala 8
Manaus (AM)
Aeronave: H-60L

1º/7º GAV

PRIMEIRO ESQUADRÃO DO
SÉTIMO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Orungan
Sede: Ala 12
Rio Janeiro (RJ)
Aeronave: P-3AM

2º/7º GAV

SEGUNDO ESQUADRÃO DO
SÉTIMO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Phoenix
Sede: Ala 3
Canoas (RS)
Aeronaves: P-95

3º/7º GAV

TERCEIRO ESQUADRÃO DO
SÉTIMO GRUPO DE AVIAÇÃO
Nome: Esquadrão Netuno
Sede: Ala 9
Belém (PA)
Aeronave: P-95

1º/1º GT

PRIMEIRO ESQUADRÃO DO
PRIMEIRO GRUPO DE TRANSPORTE
Nome: Esquadrão Gordo
Sede: Ala 11
Rio de Janeiro (RJ)
Aeronave: C-130

EAS

ESQUADRÃO
AEROTERRESTRE DE SALVAMENTO
Nome: Esquadrão PARA-SAR
Sede: Ala 5
Campo Grande (MS)


Veja a localização dos Esquadrões no Brasil.


Álbum de fotos




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