80 Anos Formando Líderes


 


 

A

Academia da Força Aérea (AFA) é uma organização militar do Comando da Aeronáutica, subordinada à Diretoria de Ensino (DIRENS), responsável pela formação dos Oficiais de carreira dos quadros de Aviação, de Intendência e de Infantaria. Conhecida como “Ninho das Águias”, está sediada em Pirassununga (SP), tem uma área construída de mais de 215.000m2 e conta com o apoio de cinco organizações militares sediadas na Guarnição de Aeronáutica de Pirassununga (GUARNAE-YS) que prestam todo o suporte para as atividades de formação dos cadetes.

 

Sua história confunde-se com a própria história da Força Aérea Brasileira (FAB), criada em 20 de janeiro de 1941, com a concentração dos esforços aéreos da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro em uma nova Força. Em 25 de março do mesmo ano, o Decreto nº 3.142 criou a Escola de Aeronáutica no Campo dos Afonsos (RJ). Pouco tempo depois percebeu-se a necessidade de se encontrar um novo local para sediar a Escola, devido às características do relevo da região e à crescente na atividade aérea no pós Guerra que concorriam com a instrução aérea. Em face das suas características topográficas e climatológicas, o interior paulista foi o escolhido.

 

Ainda no Rio de Janeiro, no ano de 1969, a antiga Escola de Aeronáutica passou a se chamar Academia da Força Aérea, e em 1971 ela foi definitivamente transferida para Pirassununga. Passadas oito décadas muita coisa mudou, mas sua missão e o orgulho em formar os futuros líderes da FAB permanecem inalterados!

 

Nossa Missão


 

 

Nossos Cadetes


O futuro da Força Aérea Brasileira que hoje está na Academia da Força Aérea.

 

Cadete de Infantaria Jório

Lembro de chegar naquele 11 de Janeiro de 2018 sem entender nada do que estava à minha volta. As pessoas, a correria, a rotina… um mundo completamente novo para mim. Continuei na luta para me encaixar pelo resto do ano até começar as práticas do Curso de Formação de Oficiais de Infantaria, no 2º ano, onde pude me encontrar dentro da missão da Academia e pude vislumbrar o futuro oficial que existe dentro de mim. Aprendi mais do que combate e patrulha. Aprendi a valorizar amigos e lutar de todas as formas para alcançar um objetivo.

Agora, em meu último ano de formação, sinto o quanto a AFA influenciou na vida de todos que passaram aqui dentro e fez crescer junto de si toda uma Força Aérea nesses 80 anos. Sinto o mesmo sentimento de todos que aqui já se formaram e daqueles que ainda se formarão. Sinto a dor e a angústia, mas também sinto o amor e o orgulho. Agradeço pelos ensinamentos de carreira e de vida e, além de tudo, pelos laços que aqui criei.

Cadete de Infantaria Jório
4º Esquadrão em 2021
Turma Mihos


 

Cadete Aviador Bitar

Atualmente estou no 3° ano, mas lembro-me como se fosse ontem eu conseguindo conquistar meu Espadim. Enfrentar uma adaptação e um 1° ano como 01 realmente não é fácil, mas é exatamente por isso que tenho respeito pelo símbolo máximo do Cadete.

Hoje, preparo-me para passar pelo 1° EIA e conseguir dar o meu melhor. Diante de todos esses desafios e, ainda mais nesse ano especial para nossa Organização, vejo o quão importante é a AFA para a formação do futuro Oficial. A Academia realmente não é fácil, mas tudo que ela espera de você é sua determinação e sua dedicação.

 

Cadete Aviador Bitar
3º Esquadrão em 2021
Turma Anúbis

 


 

Cadete Intendente Mielgo

Para mim que cresci no berço da FAB acompanhando meu pai em diversas formaturas e serviços é incrível perceber que hoje visto a mesma farda que tanto admirava quando criança. Ser cadete da Aeronáutica me faz entender o quão abençoada eu sou, pois só quem marcha debaixo desses paraboloides tem a oportunidade de evoluir a cada dia de uma maneira diferente. A nossa árdua formação tem o poder de nos fazer superar limites e vencer barreiras.

Desde o primeiro dia que cheguei como estagiária, tenho sido desafiada com lutas diárias como a saudade de casa e da família, noites sem dormir, rotina intensa, fatores estressantes, medos enfrentados, entre outros desafios que nos levam à transformação de um civil para um líder capaz de cumprir missões em nome da Força Aérea Brasileira. Poder fazer parte do Corpo de Cadetes da Aeronáutica por mais uma geração é gratificante. E, neste ano de 2021, mesmo com todos obstáculos que estamos enfrentando diante de uma pandemia, não podemos deixar de lembrar que nesses 80 anos a missão tem sido cumprida com louvor.

Cadete Intendente Mielgo
3º Esquadrão em 2021
Turma Anúbis

 

 

Personalidades


Nossa reverência aos que nos antecederam!

 

Coronel Aviador Veterano Paulo Farias de Castro O

Coronel Aviador Veterano Paulo Farias de Castro ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em 1964, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr), em Barbacena-MG. Realizou os dois primeiros anos do Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAv) na Escola de Aeronáutica no Campo do Afonsos (RJ), nos anos de 1967 e 1968, e realizou o último ano no Destacamento Precursor da Academia da Força Aérea (DPAFA) em Pirassununga (SP), em 1969. Durante sua carreira, o Coronel Castro serviu no Esquadrão de Reconhecimento e Ataque (ERA) na Base Aérea de São Paulo (BASP), no 5º Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque (EMRA) em Santa Maria (RS), no 1º/2º Grupo de Transporte no Galeão (RJ), no Comando Aerotático e no Estado-Maior da Aeronáutica.

Na Academia da Força Aérea, teve duas passagens após formado: na primeira, como Tenente, foi Instrutor de Voo, de 1971 a 1974; na segunda, como Major, trabalhou na Seção de Operações da Subdivisão de Instrução de Voo, de 1984 a 1986, e como Tenente-Coronel, foi o Chefe da Subdivisão de Material Aeronáutico, de 1986 a 1988. Durante sua primeira passagem pelo “Ninho das Águias”, participou do Esquadrão Coringa T-37C, que surgiu no ano de 1969 como uma motivação a mais para os Instrutores de Voo, contagiados pela modernidade do T-37C. A aeronave era usada na instrução avançada dos Cadetes do último ano da AFA. Os voos do Esquadrão Coringa T-37C aconteciam como uma atividade extra para os pilotos selecionados. Segundo o Cel Castro, “com 9 aeronaves em formação diamante e suas acrobacias arrojadas, o Esquadrão coloriu os nossos céus, entre os anos de 1969 e 1975”. Um de seus principais objetivos era potencializar os ânimos dos futuros Oficiais Aviadores, acrescentando em seus corações ainda mais arrojo, vibração e coragem. Hoje existe um grupo de Oficiais que voou no Esquadrão Coringa T-37C e está empenhado em realizar diversas ações para resgatar sua memória. Dentre estas mesmas ações está a criação de uma Sala Memorial, a qual encontra-se em sua fase inicial de montagem no interior das instalações do 1º Esquadrão de Instrução Aérea (1º EIA).

“A Academia é, para mim, a unidade mais importante da Força Aérea, pois é onde se forjam os futuros líderes desta nobre Instituição. Quem retorna a AFA, como Oficial no início da carreira, como foi o meu caso, e participa intensamente da instrução acadêmica, seja ela de voo ou não, além de contribuir, efetivamente, nesse mister, tem a oportunidade de sedimentar, de vez, seus alicerces profissionais que servirão de base para sua caminhada futura. Jovens Cadetes, honrem sempre esta nossa querida Força Aérea. Tornem-se a melhor das referências para seus subordinados e militares de alta confiança para seus superiores”, explica o Coronel Castro ao lembrar da importância da AFA em sua vida e carreira.

 


 

Coronel de Infantaria Veterano Celso Aparecido Mencucini Martins

Com uma longa história na Força Aérea Brasileira (FAB), o Coronel de Infantaria Veterano Celso Aparecido Mencucini Martins percorreu uma trajetória que teve início em 1966, quando ingressou como Soldado. Após ter sido Cabo e Sargento, realizou sua formação como Oficial na Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria da Aeronáutica (EOEAR), em Curitiba (PR), nos anos de 1981 e de 1982. No âmbito do IV Comando Aéreo Regional (IV COMAR), participou da elaboração dos Planos de Segurança e de Defesa (completos) de todas as Organizações Militares subordinadas e jurisdicionadas ao IV COMAR; participou da elaboração dos Planos de Segurança de todos os Aeródromos do IV COMAR, inclusive do Departamento de Aviação do Governo do Estado de São Paulo (DAESP); participou das Missões de Controle no Solo (MCS) em conjunto com a Polícia Federal, Receita Federal e Serviço Regional de Aviação Civil (SERAC) este último já extinto; e participou dos Exercícios Simulados de Atos Ilícitos contra a Aviação (ESAIA), com a Polícia Federal, seguranças e mediadores/negociadores da Infraero e com as Polícias Militar e Civil do Estado de São Paulo, nos Aeroportos de Guarulhos, Congonhas, Viracopos e Campo de Marte.

Entretanto, o legado por ele deixado na Infantaria da Aeronáutica tem suas mais expressivas marcas na Academia da Força Aérea. Dos seus mais de 50 anos de serviço, 34 foram devotados à AFA. Abnegado Instrutor do quadro responsável por formar os Oficiais que serão responsáveis pela coordenação das ações de segurança e defesa, o Coronel Martins teve decisiva participação em inúmeras ações que conduziram o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria (CFOInf) ao patamar que ele se encontra atualmente: elaboração de manuais e currículos mínimos, criação de estágios de formação e de área de instrução operacional e credenciamento do CFOInf como Curso Superior de Graduação Plena junto ao Ministério da Educação. Esses são alguns dos exemplos que mostram a alta qualificação do Oficial de Infantaria que a AFA entrega para a FAB.

Falando aos nossos Cadetes e do seu amor pela AFA, o Coronel Martins comenta: “acreditem no que lhes ensinou a nossa Academia, em tudo que aqui aprenderam, sobretudo Disciplina. Vocês têm uma vocação. Vocês têm um objetivo. Vocês têm acima de tudo uma Pátria que reúne tudo o que lhes diz respeito: vocação, objetivo, ideal e família. A Pátria é a composição de suas vidas. Sirvam sua Pátria com dedicação e honradez. Amem sua Pátria. Ela merece. Adoro a Força Aérea Brasileira e amo o meu berço, a Academia da Força Aérea!”

 


 

Senhor Ary Eugênio Genovezi

Tendo ingressado em 1968 como Soldado no então Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica em Pirassununga-SP e depois como Funcionário Público Federal, o Senhor Ary Eugênio Genovezi é um dos servidores que há mais tempo acompanha as atividades da AFA. Atuou na área de Operário Eletricista e posteriormente como Artífice de Eletricidade e Comunicações. Por motivo de ascensão funcional, em 27 de setembro de 1984, passou a exercer a função de Motorista Oficial de Ambulância, atividade que exerce até a presente data.“Quando iniciei minha jornada aqui, havia apenas os hangares, a área administrativa e uma parte da Divisão de Ensino. Acompanhei a construção do restante dos prédios do Corpo de Cadetes, do Hospital, do BINFA, do Ginásio de Esportes, entre outros. No total, são 49 anos de serviços prestados”, comenta.

Desde que chegou a Pirassununga para trabalhar na AFA, deixando família em sua cidade natal, Casa Branca-SP, o Senhor Genovezi viu na AFA possibilidades de crescimento pessoal e profissional.“Criei meus filhos na AFA, morando na Vila e estudando na Escola Loreto. Eu me sinto privilegiado por isso. Aprendi e aprendo até hoje com tudo, desde a minha atividade como eletricista até atualmente como motorista. Reconheço que sou um homem de sorte por trabalhar num lugar onde tenho prazer. Sou grato a Deus por ter me mostrado que aqui era o meu lugar e é até hoje”, conclui o experiente servidor que ao longo de décadas tem dedicado sua vida contribuindo na missão de formar os futuros líderes da FAB.

 


 

Coronel Intendente Gabriel Domingos Barreto Soares

O Coronel Intendente Gabriel Domingos Barreto Soares tem uma longa e profícua carreira no Quadro de Intendência na Força Aérea Brasileira. Entretanto, para a AFA, uma de suas maiores paixões, o esporte, fez com que ele se tornasse uma referência no assunto e deixasse para o Ninho das Águias um verdadeiro legado na Seção de Educação Física (SEF) do Corpo de Cadetes da Aeronáutica (CCAer). O Cel Gabriel realizou a sua formação tanto no Campo dos Afonsos quanto em Pirassununga, compondo a 1ª Turma de Aspirantes a Oficial que concluíram o curso no interior Paulista.

Durante suas passagens pela AFA, contribuiu de tal maneira que ainda hoje suas propostas constam no currículo de formação dos futuros Oficiais da FAB. Uma delas deu início à Instrução Básica Militar (IBM), que foi criada em um trabalho conjunto da SEF, da Seção de Instrução Militar (SIM) e do Comando do então 1º Esquadrão, Turma Tucano. Entendeu-se que o desporto seria a melhor maneira de despertar, em grupos que não se conheciam, os sentimentos de companheirismo, de amizade e de espírito de corpo que deveriam viger, para sempre, no efetivo de um Esquadrão. Os futuros Cadetes do 1° Esquadrão passaram a ser chamados de Estagiários, até que se encerrasse o tempo de adaptação. O Esquadrão foi dividido em oito turmas de aula, compondo cada turma com, mais ou menos, metade de Estagiários oriundos da EPCAR e metade do meio Civil. Foi considerado que todos os dias da semana haveria instrução em um período de seis semanas de aquartelamento, como o período desejável para o alcance dos objetivos planejados.

Coube ao então Cap Int Gabriel a elaboração do Programa de Treinamento Físico-Desportivo, no qual foram consideradas todas as modalidades da NAVAMAER (competição esportiva entre as três escolas de formação de Oficiais das Forças Armadas). Após a entrega de Platinas aos Cadetes do 1° ano, os que mais se distinguiram receberam os destaques: Acadêmico, Militar e Desportivo. Os Comandantes da AFA e do CCAer aprovaram o Estágio de Adaptação que, a partir de 1985, foi incluído no currículo do 1° Ano.

E a AFA marcou a vida do veterano militar. “Na Academia eu me formei em 1971; nas duas vezes em que retornei, nos anos 80, vivi acontecimentos inesquecíveis, aperfeiçoei-me como Oficial e como ser humano, e fiz amizades imorredouras; quando passei para a Reserva e aceitei o convite para voltar à AFA como PTTC, foi como se eu renascesse. Em suma, a Força Aérea me proporcionou uma bagagem de conhecimentos, aprimorados durante os anos de ativa, e me deu a chance de aplicá-los, nos meus últimos anos de Serviço, na nossa Organização Militar de nascimento, o Ninho das Águias. Resumindo: a AFA, a minha carreira e a minha vida sofreram uma fusão e estão ligadas para sempre”, relata o Cel Gabriel.

Já para nossos Cadetes de hoje e de amanhã, ele deixa a seguinte mensagem: “Aos que querem, realmente, ser Oficiais da Força Aérea Brasileira: Aviadores, Intendentes e Infantes, que não se podem deixar enganar por um desejo menor. Se querem, estudem; preparem-se para quatro anos muito intensos; obriguem-se a cumprir todas as missões para que forem designados; Sejam disciplinados; não aprende a dar ordens, quem não sabe obedecer; enfrentem, com coragem, os obstáculos que, porventura, aparecerem em seu caminho; não desanimem com insucessos; não faltem com a verdade, nunca; sejam leais, honestos, dignos e decididos! E, o mais importante, acreditem em si. Não confundam derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias.”

 

 

 

Fatos Marcantes


Os principais momentos das nossas oito décadas.

 

Os principais momentos das nossas oito décadas. AFA

 

Galeria de Fotos


Década a década, nossa história contada por meio de uma galeria de fotos feita especialmente para celebrar esta data!

 

25 de Março - 80 Anos da Academia da Força Aérea

 

 

 

Textos: Tenente Inforzatto / Comunicação Social
WebDesign: Sargento Wallace