NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA

Capa Notimp Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.


DEFESA AÉREA & NAVAL


22 de Abril: Dia da Aviação de Caça


Por Guilherme Wiltgen | Publicada em 22/04/2024 09:31

Esta é uma história de heróis. Em abril de 1945, as tropas aliadas preparavam-se para uma grande ofensiva contra as forças alemãs. A todo custo, seria preciso estabelecer uma cabeça de ponte na região do Vale do Pó e impedir que exército nazista, em retirada, formasse uma nova linha de resistência e adiasse o final do conflito. Tal esforço exigiria sacrifício de todas as nações. Estava para acontecer o “Dia D” da Aviação Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Dia 22 de abril de 1945. O céu amanheceu encoberto na base brasileira em Pisa, na Itália. A aparente calmaria na pista de decolagem escondia o intenso movimento do 1° Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) nos últimos dias. A unidade vinha cumprindo de quatro a seis missões por dia, o dobro, às vezes até o triplo da quantidade de saídas de antes da ofensiva de primavera que agora se desenhava.

Participar dessa ofensiva exigiria um esforço acima da média para os pilotos e especialistas da unidade. Os militares brasileiros haviam acabado de tomar uma das mais importantes decisões de toda a guerra. Preocupado com o aumento das saídas e o número de pilotos brasileiros, o Comando do 350th Fighter Group USAF (United States Air Force) propôs acabar com a unidade e aproveitar sua estrutura para pilotos americanos que entrariam em combate. Liderados pelo então Tenente-Coronel Nero Moura, Comandante do 1º Grupo de Caça, os brasileiros decidiram continuar lutando como uma unidade independente.

Dezenove pilotos acordaram escalados para as 11 missões do dia 22 de abril, prontos para quebrar o recorde de saídas diárias de toda a campanha na Itália. Para isso, voariam duas, até três vezes, por sucessivos dias, até o final da ofensiva. A unidade tinha então a metade do número de aviadores que desembarcaram em Livorno, um ano antes, resultado de baixas operacionais.

Passava das 8h, quando o ronco do primeiro P-47 ecoou pela pista de decolagem de Pisa. Às 8h30, partiram o capitão Horácio e os Tenentes Lara, Lima Mendes e Canário. Cinco minutos mais tarde, saíram o Capitão Pessoa Ramos e os tenentes Rocha, Perdigão e Paulo Costa. Às 8h40, decolaram os Tenentes Dornelles e Eustórgio, mais os aspirantes Poucinha e Pereyron.

Em terra, o ritmo de preparação continuava acelerado para dar conta das outras missões do dia. Havia um clima de preocupação. A experiência em combate indicava pelo menos três aeronaves abatidas por mês, dentro da rotina normal de saídas. O dia 22 de abril escapava totalmente desse perfil.

Às 9h45, decolaram o Tenente-Coronel Nero Moura, o Capitão Buyers, da USAF, e os Tenentes Neiva e Goulart. Uma hora depois, começaram a retornar as três primeiras esquadrilhas, sem nenhuma baixa.

Abrindo a segunda leva de ataques, partiram, às 10h55, o tenente Rui, Meira, Marcos Coelho de Magalhães e o Aspirante Tormin. Na seqüência (11h40), decolaram, pela segunda vez no dia e depois de menos de uma hora de descanso, os pilotos Horácio, Lara, Lima Mendes e Canário. Todos voltaram.

Na sétima missão do dia, às 12h40, saíram os Tenentes Dornelles, Eustórgio e o Aspirante Poucinha, todos voando pela segunda vez, mais o Tenente Torres, que chegaria ao final da guerra como o piloto mais voado. Em seguida (13h45), foram para o combate o Capitão Pessoa Ramos e os Tenentes Rocha, Perdigão e Paulo Costa, apenas três horas depois de terem retornado de outra missão.

Ainda restavam três missões. Até o meio da tarde, o 1º Grupo de Caça havia cumprindo à risca o plano aliado, sem nenhuma baixa. Em todas as saídas, os pilotos jogavam bombas em pontos estratégicos e passavam a procurar alvos de oportunidade, como colunas de tanques e transportes de suprimentos.

Às 14h45, o comandante do 1º Grupo de Caça, Tenente-Coronel Nero Moura, acompanhado dos Tenentes Neiva e Goulart, mais o Aspirante Pereyron, decolaram. A penúltima missão começou minutos antes das 16h. Partiram (pela terceira vez) Horácio, Lima Mendes e Lara, mais o capitão Buyers, que cumpria sua segunda missão. Filho de pais americanos, mas nascido no Brasil, Buyers juntou-se ao grupo ainda no Brasil, como oficial de ligação.

A última missão do dia, a décima primeira em pouco mais de sete horas, foi a mais dramática. Às 15h45, decolaram os Tenentes Meira, Tormin, Keller e Coelho. Dos quatro, apenas três retornaram. Ao mergulhar sobre um alvo, seguindo seu líder, Coelho foi atingido e teve que saltar de paraquedas, ficando desaparecido até o final da guerra.

No dia seguinte, em 23 de abril, finalmente, os aliados estabeleceram uma cabeça de ponte no Vale do Pó. Engana-se quem pensa que o esforço acabou ali. Por mais três dias, depois de 22 de abril, os pilotos brasileiros voaram dez missões diárias. Nesse esforço, o Tenente Dornelles, com 89 missões, morreu em combate, faltando poucos dias para o final da guerra.

PORTAL AEROIN


Hoje é o Dia da Aviação de Caça e a Força Aérea Brasileira lançou um vídeo para comemorar; confira


Murilo Basseto | Publicada em 22/04/2024

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa hoje, 22 de abril, que produziu um vídeo em homenagem ao Dia da Aviação de Caça, celebrado nesta data, que marcou o esforço do seleto time brasileiros que, durante a Segunda Guerra Mundial, realizou 44 surtidas em um único dia.

A FAB explica que o vídeo é inspirado na história e evolução desde essa conquista até a chegada de uma nova era, com a recente incorporação das aeronaves F-39 Gripen.

Com apoio da aeronave H-60 Black Hawk da FAB, motores foram destruídos e acampamentos queimados na TI Yanomami


Por Murilo Basseto | Publicada em 22/04/2024

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que a aeronave H-60 Black Hawk, do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV – Esquadrão Pantera), atuou em uma ação coordenada pela Casa de Governo em Roraima e integrada pelas Forças Armadas, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM).

O resultado da ação foi a destruição de dez motores, um acampamento e um gerador utilizados no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). A missão, denominada COALA, foi realizada nos dias 18 e 19 de abril, no âmbito da Operação Catrimani II.

No total, 25 militares, agentes e representantes de órgãos e agências que atuam em parceria com o Comando Operacional Conjunto Catrimani II participaram da ação. Além disso, uma aeronave da PRF foi empregada na missão.

“A missão COALA dá continuidade às ações coercitivas de repressão aos ilícitos transfronteiriços, ao garimpo ilegal e aos crimes ambientais na TI Yanomami, bem como demonstra que a integração entre as Forças Armadas, os órgãos de Segurança Pública e as agências é fundamental para o sucesso da operação”, destacou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação Catrimani II, Contra-Almirante Luis Manuel de Campos Mello.

Comando Operacional Conjunto Catrimani II - A Operação Catrimani II é uma ação conjunta coordenada entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas no emprego, temporário e episódico, de meios na TIY em cumprimento à Portaria GM-MD N° 1511, de 26 de março de 2024, que determinou o emprego de meios das Forças Armadas em apoio às ações governamentais na Terra Indígena Yanomami.

Operação Catrimani I - A primeira etapa da Operação Catrimani, ocorrida de janeiro a março, teve foco na ajuda humanitária realizada pelas Forças Armadas. Foi prestado atendimento a mais de 230 comunidades indígenas, incluindo transporte de cargas e combustível, evacuação aeromédica e distribuição de cestas, totalizando 360 toneladas de alimentos entregues. Para esse esforço logístico, foram utilizadas mais de 2.400 horas de voo e 36 aeronaves das três Forças.

PORTAL PODER AÉREO


22 de abril – Dia da Aviação de Caça


Redação Forças De Defesa | Publicada em 22/04/2024

ORDEM DO DIA DA AVIAÇÃO DE CAÇA - Forjada no combate e distinguida pela bravura e altruísmo, a Aviação de Caça completa mais um ciclo de sua pujante história. Descendente de uma estirpe de homens e mulheres que lutaram no teatro de operações europeu, durante a Segunda Guerra Mundial, essa vibrante Aviação percorreu uma trajetória de incansável dedicação e contínuo aperfeiçoamento, associada aos avanços tecnológicos e às aquisições de novos vetores.

Essa gloriosa caminhada somente se tornou possível graças ao alicerce sólido de valores construídos e cultuados, desde a gênese do 1º Grupo, em 18 de dezembro de 1943, até os dias atuais. Após um rigoroso treinamento no Panamá e nos Estados Unidos, nossos destemidos combatentes desembarcaram na Itália, e, prontamente, deram início às operações, cumprindo sua missão com inigualável êxito.

No outono de 1944, iniciava-se um período desafiador para esses caçadores: ao chegarem à maior guerra já vivida pela humanidade, os jovens, voluntários, que deixaram suas famílias e sua terra, em defesa dos ideais de liberdade, transpuseram todas as agruras, mostrando habilidades que surpreenderam até os mais experientes.

Sob a extraordinária liderança do Tenente-Coronel Nero Moura, o Senta Púa superou adversidades logísticas e de infraestrutura, assumindo, de fato, as funções de uma Unidade de combate, deixando de operar na quarta esquadrilha americana, para atuar com seu próprio comando e núcleo de operações.

Hoje, 22 de abril, ao comemorarmos o Dia da Aviação de Caça, rememoramos um marco dessa heroica jornada, traduzindo, de maneira emblemática, os feitos dos Jambocks, nos céus da Itália. Foram 11 missões, somando um total de 44 surtidas com apenas 22 pilotos, os quais cumpriram, de maneira corajosa e eficiente, a meta estabelecida para a Ofensiva da Primavera. Esses resultados demonstraram a abnegação, o valor e a capacidade do povo brasileiro.

A perícia e o destemor dos nossos pilotos foram fundamentais para o sucesso no campo de batalha. Esse brilhante desempenho, que hoje reverenciamos, foi, inúmeras vezes, exaltado mundo afora. Na outorga da Presidential Unit Citation, uma das mais nobres distinções concedidas pelo governo dos Estados Unidos, o presidente americano Ronald Reagan registrou: “O profissionalismo, a dedicação ao dever e o extraordinário heroísmo demonstrados pela Unidade confirmaram as mais finas tradições do serviço militar e refletem a mais alta reputação, que conquistaram tanto para si, como para as Forças Armadas do Brasil”.

Assim, a exemplar trajetória desses vitoriosos guerreiros foi determinante na construção e na constante evolução de nossas capacidades. O sentimento de pertencimento, o espírito aguerrido, a vontade de vencer e a permanente busca pela excelência tornaram-se tão importantes quanto o aprimoramento de táticas e a aquisição de modernas aeronaves, como o F-39 Gripen, nosso novo vetor.

Alicerçados na sólida herança de coragem e lealdade, deixada por nossos veteranos, os integrantes da nossa Força Aérea esmeram-se, diuturnamente, no cumprimento da missão de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria, atuando onde o Brasil precisar.

Que este 22 de abril nos permita enaltecer aqueles que nos precederam, de modo a vislumbrar um profícuo futuro. Aos Jambocks, homens livres em tempo de guerra, que colocaram nossas asas em destaque no mundo, todo respeito, admiração e um saudoso ADELPHI!

Com eles, recebemos mais do que a doutrina: criamos tradição! Nos comprometemos a não os esquecer. Seus gloriosos feitos ecoarão pela eternidade como baluarte de liberdade, bravura e honra, sendo o combustível para as novas gerações.

Por fim, que os ventos sejam sempre favoráveis à nossa distinta Aviação de Caça. A todos que constroem, hoje, o futuro dessa tão nobre Aviação: mantenham-se firmes nos ideais cravados por nossos antecessores, pois foram seus feitos que nos elevaram à grandeza!

Parabéns, Aviação de Caça!

Parabéns, Força Aérea Brasileira!

Senta a Púa!

Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic Comandante de Preparo

PORTAL AEROFLAP


FAB celebra ação na Segunda Guerra Mundial no Dia da Aviação de Caça


Gabriel Centeno | Publicada em 22/04/2024

Nesta segunda-feira, 22 de abril, a Força Aérea Brasileira (FAB) está celebrando mais um Dia da Aviação de Caça, data em que relembra feitos históricos do 1º Grupo de Aviação de Caça durante sua atuação na Segunda Guerra Mundial. 

Há exatos 79 anos, o 1º GAvCa realizou enormes esforços para impedir a retirada das tropas alemãs no Vale do Rio Pó, que estavam recuando para reorganizar suas forças para um eventual contra-ataque. Para isso, toda a Força Aérea Aliada, incluindo o grupo brasileiro, montou uma intensa campanha de ataque, resultando num impressionante número de surtidas de combate para todas as unidades envolvidas. 

No caso do Senta a Púa – o grito de guerra do Esquadrão Jambock da FAB – a missão como um todo foi ainda maior: o esquadrão brasileiro sofria com a falta de recompletamento, exigindo mais esforços de pilotos e mecânicos. Segundo o portal Jambock, do historiador Vicente Vasquez, “foram realizadas 11 missões com 44 saídas. Isso significa que os pilotos do 1º GAvCa realizaram mais de uma missão naquele dia, num esforço sobre-humano para cumprir as missões atribuídas ao grupo.” 

No fim do dia, o saldo, de acordo com documentos consultados por Vasquez: destruição ou imobilização de 97 transportes a motor, 35 veículos à tração animal, um parque de viaturas e 14 edifícios ocupados pelo inimigo, avariando outros 17 veículos a motor, uma ponte de barca e uma ponte rodoviária, atacando ainda outras 4 posições militares. 

A missão, porém, teve uma perda, na forma do 2º Ten. Av. Marcos Eduardo Coelho de Magalhães, que foi abatido pela antiaérea alemã. Ele sobreviveu, mas ferido, sendo feito prisioneiro pelos inimigos até o final da guerra em maio. 

Ainda assim, a atuação dos aviadores brasileiros foi hercúlea. Por suas ações no 22 de abril, o 1º Grupo de Aviação de Caça foi recomendo a receber a Presidential Unit Citation (PUC), uma comenda do governo dos Estados Unidos, “concedida a unidades dos serviços uniformizados dos Estados Unidos, e de países aliados, por heroísmo extraordinário em ação contra um inimigo armado.”

Por razões desconhecidas até hoje, a PUC só foi entregue ao Senta a Púa 41 anos depois, em 22 de abril de 1986, na Base Aérea de Santa Cruz (RJ). Sede do 1º GAvCA, a base carioca também recebe a tradicional Reunião da Aviação de Caça (RAC), onde esquadrões de caça do Brasil inteiro se reúnem para manter viva a memória dos pilotos e mecânicos que carregaram a bandeira brasileira contra o julgo nazifascista.